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domingo, 9 de março de 2025

Como Jogos como The Sims e SimCity Podem Revelar O Que Não Se Vê em The Wealth of Networks

A gente sempre ouviu falar que videogame é só entretenimento, mas e se eu te dissesse que jogos como The Sims e SimCity podem nos ajudar a entender conceitos profundos sobre sociedade, economia e redes de poder? Sim, estamos falando de como esses jogos, enquanto simuladores, podem dar uma nova roupagem às ideias do livro The Wealth of Networks, de Yochai Benkler, e nos ajudar a ver "o que não se vê" — como diria Bastiat.

A Economia das Redes e a Vida dos Sims

No mundo real, a economia não é só sobre dinheiro e propriedade; trata-se também de conexões, colaboração e informação livre circulando. The Wealth of Networks discute como a tecnologia e as redes descentralizadas estão mudando a forma como interagimos economicamente. Mas como isso se traduz em jogos?

No The Sims, vemos como um Sim pode prosperar não apenas com um emprego tradicional, mas também por meio do networking, carisma e empreendedorismo. Em expansões mais recentes, como "Vida Universitária" e "Ao Trabalho", o jogador percebe que construir uma carreira não é apenas seguir a trilha tradicional, mas também saber usar conexões sociais. Isso reflete o mundo real, onde influência e reputação valem tanto quanto um diploma.

Agora, imagine se o The Sims trouxesse uma mecânica ainda mais inspirada na economia das redes: um sistema onde os Sims pudessem se organizar em comunidades autônomas, cooperativas ou até mesmo guildas comerciais, redefinindo o conceito de riqueza dentro do jogo. Isso faria o jogador perceber que a economia vai muito além de um contracheque.

SimCity e a Economia do Invisível

SimCity nos ajuda a entender "o que não se vê" na formação de uma cidade. No jogo, estamos acostumados a pensar na economia de forma direta: impostos geram receita, zonas comerciais impulsionam o comércio e infraestruturas melhoram a qualidade de vida. Mas e se incluíssemos a perspectiva das redes de colaboração?

Imagine um SimCity onde a economia funcionasse também com base em trocas não monetárias, como redes de conhecimento, economias solidárias e colaboração digital. O jogador poderia ver como iniciativas descentralizadas podem transformar uma cidade tanto quanto grandes corporações.

Se trouxermos a ideia do "e se" (“what if”) para a História, poderíamos testar cenários alternativos. Como seria uma cidade onde a educação fosse completamente aberta e colaborativa? Ou onde o dinheiro fosse secundário e o capital social fosse a base da economia? Esses experimentos virtuais nos ajudariam a compreender forças invisíveis que moldam nossa realidade.

The Sims, SimCity e a Fusão da Simulação

Agora pense nisso: e se The Sims e SimCity fossem integrados?

Cada jogador poderia gerenciar uma cidade (SimCity), enquanto outros jogariam dentro dela como Sims individuais (The Sims Online 2.0). Isso criaria um mundo vivo, onde decisões políticas, econômicas e sociais teriam impacto real sobre cada Sim.

  • Políticos poderiam implementar sistemas de economia colaborativa.

  • Empreendedores poderiam construir redes de negócios sem depender apenas de dinheiro.

  • Guildas e comunidades poderiam influenciar a cultura e o desenvolvimento urbano.

Esse tipo de integração não só tornaria a jogabilidade mais profunda, mas permitiria aos jogadores enxergarem o funcionamento da sociedade sob uma perspectiva que não temos no dia a dia.

Conclusão: Jogos Como Laboratórios Sociais

Quando falamos de história, política e economia, tendemos a pensar que estamos presos ao que já aconteceu. Mas e se pudéssemos testar diferentes cenários? Os jogos de simulação nos permitem exatamente isso: experimentar o "e se" de forma interativa e imersiva.

The Sims e SimCity já nos mostram muito sobre como funcionam redes de influência, desenvolvimento econômico e interações sociais. Mas, se integrados com conceitos da nova economia digital, eles poderiam ser muito mais do que simples entretenimento — poderiam ser verdadeiros simuladores de um futuro possível.

Afinal, o futuro é construído por aqueles que ousam imaginar novos caminhos. E nada melhor do que um jogo para testar esses caminhos antes que se tornem realidade. 😉

Bibliografia

  • BENKLER, Yochai. The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom. Yale University Press, 2006.

  • BASTIAT, Frédéric. Ce qu'on voit et ce qu'on ne voit pas (O que se vê e o que não se vê). 1850.

  • MAXIS. The Sims (série de jogos). Electronic Arts, 2000-presente.

  • MAXIS. SimCity (série de jogos). Electronic Arts, 1989-presente.

  • CHIAPELLO, Eve; BOLTANSKI, Luc. The New Spirit of Capitalism. Verso, 2005.

  • KELLY, Kevin. Out of Control: The New Biology of Machines, Social Systems, and the Economic World. Basic Books, 1994.


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