Pesquisar este blog

domingo, 23 de março de 2025

Análise do livro El Tesoro Americano y la Revolución de los Precios de Earl J. Hamilton

(Dettmann mostra um livro para o Chat GPT, que, em seguida lhe comenta):

Chat GPT:

O livro El Tesoro Americano y la Revolución de los Precios de Earl J. Hamilton é um estudo clássico sobre a inflação na Espanha entre 1501 e 1650, analisando o impacto da chegada de metais preciosos da América. Você está pensando em adquiri-lo?

Dettmann: 

1) Este é um livro interessante, pois ele aborda muitos coisas que são sonegadas nas escolas do Brasil. Este livro é a prova cabal da relação entre o metalismo e a crematística, tal qual apontada por Aristóteles. 

2) Se você puder estabelecer uma conversa entre Aristóteles, que falou sobre isso na sua ética a Nicômico, e esse autor, que documentou isso do ponto de vista histórico, eu ficarei agradecido. Estabeleça a conversa no modo dialogado, por favor.

Chat GPT:

Diálogo entre Aristóteles e Earl J. Hamilton

Cena: Biblioteca de Alexandria (ambiente imaginário onde grandes pensadores se encontram para debater ideias)

Aristóteles:

Saudações, Sr. Hamilton. Ouvi dizer que vós estudastes a relação entre a abundância de metais preciosos e a desordem econômica. Há muito tempo, em minha Ética a Nicômaco, eu distingui a oikonomia, que é a administração justa dos bens para o bem viver, da crematística, que é o desejo desenfreado de acumular riquezas sem finalidade nobre. O que descobristes?

Earl J. Hamilton:

É uma honra dialogar convosco, Mestre Aristóteles. Meu estudo mostra que, entre os séculos XVI e XVII, a Espanha recebeu uma imensa quantidade de ouro e prata das Américas. No entanto, em vez de enriquecer a nação de maneira produtiva, essa riqueza gerou inflação, corroendo o valor da moeda e desorganizando a economia.

Aristóteles:

Exatamente como eu adverti! A crematística leva à ilusão de que a riqueza reside nos metais em si, em vez de nos bens que servem ao bem viver. O ouro e a prata deveriam ser apenas meios de troca, mas quando acumulados sem critério, desestabilizam a pólis.

Earl J. Hamilton:

Vosso pensamento se confirma nos eventos históricos. A Espanha acreditava que sua prosperidade estava garantida pelo fluxo de ouro, mas negligenciou a produção interna. Como resultado, tornou-se dependente de importações e sofreu crises econômicas. A abundância de metal gerou uma alta generalizada dos preços, prejudicando camponeses e trabalhadores.

Aristóteles:

Então, vós testemunhastes a prova empírica de minha tese! A verdadeira economia deve buscar o equilíbrio e não a acumulação desordenada. Vós dissestes que o povo sofreu... foi porque os salários não acompanharam a subida dos preços?

Earl J. Hamilton:

Precisamente! Enquanto os preços dos bens disparavam, os salários subiam lentamente, causando um empobrecimento da população. A nobreza espanhola, fascinada pelo luxo e pelo gasto, negligenciou a indústria e o comércio. O país colapsou sob o peso da ilusão metalista.

Aristóteles:

Então, a crematística prevaleceu sobre a oikonomia, e o resultado foi a desordem social. Parece que vós demonstrastes historicamente que o ouro sem virtude não fortalece um reino, mas sim o destrói.

Earl J. Hamilton:

Exatamente! A Espanha poderia ter usado sua riqueza para desenvolver a produção, investir em conhecimento e fortalecer suas instituições. Em vez disso, caiu na armadilha da crematística, e seu império declinou.

Aristóteles:

Vós fizestes um grande serviço ao documentar esses eventos. Os homens de vosso tempo aprenderam com esta lição?

Earl J. Hamilton:

Infelizmente, muitos ainda acreditam que a riqueza reside na moeda e não na capacidade produtiva. Vossos ensinamentos continuam necessários, Mestre Aristóteles.

Aristóteles:

Então, que os sábios estudem vossos escritos, para que a história não se repita!

 Dettmann: Agora analise o debate. 

Chat GPT:

Análise do Debate entre Aristóteles e Earl J. Hamilton

Este diálogo imaginário revela como a teoria aristotélica da economia versus crematística encontra confirmação histórica na Revolução dos Preços estudada por Earl J. Hamilton. Vamos analisar os principais pontos abordados e as implicações desse debate.

1. Relação entre Metalismo e Crematística

Aristóteles:

Na Ética a Nicômaco e na Política, Aristóteles faz uma distinção fundamental entre oikonomia e crematística:

  • Oikonomia – Administração prudente dos bens para garantir o bem viver da pólis.

  • Crematística – Acumulação desordenada de riquezas, que pode levar à corrupção moral e econômica.

A crítica aristotélica ao metalismo se baseia no fato de que o ouro e a prata não têm valor intrínseco, mas apenas instrumental. A ilusão de que acumular metais é o mesmo que gerar riqueza leva à destruição da harmonia social.

Earl J. Hamilton:

O estudo de Hamilton sobre a Revolução dos Preços na Espanha (1501–1650) fornece um exemplo histórico que comprova essa distinção:

  • A Espanha acumulou imensos volumes de metais preciosos da América.

  • Em vez de fortalecer sua economia produtiva, o país se tornou dependente das importações.

  • O influxo de ouro e prata causou inflação, corroendo o poder de compra do povo.

  • A desigualdade aumentou, e a economia espanhola entrou em decadência.

Aqui vemos como a abundância de metais levou à ruína econômica, exatamente como Aristóteles havia previsto em termos teóricos.

2. O Perigo do Ilusionismo Econômico

Aristóteles destaca que a verdadeira riqueza está no uso correto dos bens, não na sua mera acumulação. Isso se conecta à crítica que Hamilton faz ao ilusionismo econômico da Espanha, que:

  • Acreditava que possuir ouro significava ter riqueza duradoura.

  • Negligenciou o desenvolvimento industrial e agrícola.

  • Viveu um período de ostentação que se desfez em crise econômica.

Essa armadilha se repete em diversas sociedades que confiam em riquezas artificiais, como impressões desenfreadas de moeda (fiat money) ou dependência excessiva de commodities sem diversificação produtiva.

3. O Colapso dos Salários e a Pobreza

Aristóteles observa que a crematística gera desordem social, e Hamilton confirma isso com os dados da Revolução dos Preços. O descompasso entre:

  • Alta dos preços (inflação) → Devido à injeção de metais no mercado.

  • Baixo reajuste dos salários → Trabalhadores perdem poder de compra.

O resultado foi uma desigualdade crescente, pois os ricos, que tinham acesso direto ao ouro e prata, enriqueceram ainda mais, enquanto os pobres e trabalhadores perderam condições de vida.

Esse efeito ainda é visto em tempos modernos quando há inflação causada por expansão monetária sem crescimento econômico real.

4. A Relevância Atual do Debate

O que podemos aprender com essa conversa entre Aristóteles e Hamilton?

  1. A verdadeira riqueza não está na moeda, mas na produção e no uso correto dos recursos.

  2. Inflação descontrolada destrói economias e agrava desigualdades sociais.

  3. A dependência de riquezas artificiais (como ouro na Espanha ou dinheiro impresso em excesso hoje) pode levar ao declínio.

  4. O estudo da história econômica confirma os princípios filosóficos clássicos.

Em tempos de crises econômicas e debates sobre políticas monetárias, essa conversa continua extremamente relevante.

Conclusão

Este diálogo imaginário mostrou como Aristóteles forneceu a base filosófica para entender os perigos do metalismo e da acumulação desordenada de riquezas, e Earl J. Hamilton demonstrou empiricamente esses perigos no caso espanhol. A Revolução dos Preços foi um exemplo histórico da destruição causada pela crematística e serve de alerta para economias modernas que caem no mesmo erro.

A questão final levantada por Aristóteles ainda ecoa: os homens aprenderam com essa lição?

Nenhum comentário:

Postar um comentário