Nunca afirmei que o mal do Brasil fosse "a esquerda", tomada assim genericamente, mas sim ESTA esquerda que temos nos últimos quarenta anos. Essas coisas não podem ser julgadas adequadamente sem pontos de comparação históricos. Que mal fez a esquerda à cultura brasileira entre os anos 30 e 50 do século passado? Mal nenhum. Só fez o bem. Inspirou, estimulou e promoveu os melhores talentos, produziu literatura de primeira qualidade, abriu o ambiente da capital aos escritores e artistas de todas as regiões do país. A esquerda que faz mal ao Brasil é a que surgiu desde os anos 70, tão pobre de inspiração, de talento, de cultura e de boas intenções quanto ávida de dominação hegemônica a todo preço. A esquerda do "Imbecil Coletivo" e do "Mínimo". Uma esquerda que, esta sim, jamais deveria ter existido e que não tem direito NENHUM de existir. (Olavo de Carvalho)
1) Mesmo que haja uma esquerda como aquela dos anos 30 a 50, criando teses originais, a base de todo esse movimento intelectual se funda no fato de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de gerar uma inovação, um originalismo que, implementado, nos afasta da conformidade com o Todo que vem de Deus.
2) A verdade renova as coisas e não inova; ela dá uma outra leitura adequada às novas realidades, dado que não cria algo a partir do zero; é trabalho de hermenêutica, não um ato de poder fundado no do arbítrio dos legisladores, eleitos na via do populismo; é uma decisão, um julgamento, uma aplicação por força da soberania - e por ver a verdade contida nas ações humanas, um ato de justiça.
3) Por isso mesmo, ela não tolera o erro. Não posso tratar com cortesia quem está escolhendo conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, pois isso é semear o relativismo ético e moral, o que faz a liberdade ser voltada para o nada, por conta de estar dissociada da verdade. E como foi dito, não opor-se ao erro é aprová-lo.
4.1) Olavo falou que a esquerda dos anos 30 a 50 não foi tão nefasta quanto a dos anos 70 em diante.
4.2) Eu discordo, pois o germe começa mesmo nos debates de autocrítica que foram feitos a partir dos anos 30 a 60.
4.3) Quando um movimento revolucionário sente o baque e parte para a autocrítica, é sinal de que sentiu o golpe. E neste ponto, a pressão deve ser feita de tal forma que eles não agüentem mais.
4.4) Afinal, não se pode parar, nem retroceder. O patrulhamento cultural deve ser feito por cada um de nós e todo e qualquer esboço de reação cultural esquerdista deve ser denunciado antes mesmo que o problema passe a ser patente, facilmente diagnosticável, mas de difícil solução.
4.5) Guerra cultural é uma guerra total. Não pode se dar trégua ao inimigo - ele deve ser morto por inanição. Nenhuma migalha deve ser concedida a ele.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 1º de julho de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário