1) Padrasto (Stepfather) é vigário de pai - ele assume o papel do pai, na tarefa onde este não pôde desempenhar seu papel, por conta da morte prematura.
2) Aquele que concebe uma criança, de modo a que esta venha ao mundo, é o titular, o responsável por sua guarda e proteção. É nesse titular que se recai toda a sua autoridade de pai, todo o seu pátrio-poder. Quando este morre, um outro homem assume a tarefa, de modo a que a criança não fique sem a ausência de uma figura masculina, essencial para uma formação sadia.
3) Vigário de pai, na Igreja doméstica, tem a mesma função de um vigário de padre, para uma paróquia: cuida dos filhos, formando-os, até eles estarem prontos para a vida adulta, de modo a servir a pátria como cidadãos livres e independentes.
4) O vigário de pai toma os enteados como seus próprios filhos, adotando-os. Por isso que muitas crianças acabam assinando o sobrenome desses vigários, como se fossem seus próprios pais.
5) A figura do padrasto ou da madrasta como entidade do mal nasceu de um lugar onde floresceu a figura do divórcio. E onde existe a figura do divórcio, os pais podem ser substituídos uns pelos outros, já que se perdeu a noção de Igreja doméstica, uma vez que a autoridade da Igreja Católica foi negada. Enfim, no sentido moderno do termo, em que vemos a abolição sistemática da família, os pais e mães substitutos tornam-se pais sociais ou mães sociais, tornando-se peças intercambiáveis, já que a educação dos filhos será ditada pelo Estado em todos os aspectos, nos mínimos detalhes. E isso é muito ruim.
6) A figura do divórcio, da dissolução da sociedade conjugal, surge quando não se tem amor um pelo outro. E normalmente o que assume a figura de pai substituto é um intruso que deseduca uma criação formada a partir da autoridade de um pai vivo, afastado do lar. E um intruso é um deseducador - e com ele a pecha de um filho do capeta é geralmente a ele associada.
7) Eis aí algo com o que devemos nos preocupar.
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