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quinta-feira, 25 de julho de 2024

Sobre a relação entre Nova Ordem Mundial, Estado Tecnocrático e Internacionalização do Poder Constituinte

Os textos tratam da tecnocracia e do globalismo como ideologias e movimentos que buscam remodelar a sociedade e a governança global.

"TECNOCRACIA. Zbigniew Brzeziński Entre Duas Eras: O Papel da América na Era Tecnotrônica" aborda a história da tecnocracia, desde seu surgimento como um movimento nos EUA na década de 1930 até sua possível influência no desenvolvimento de conceitos como "desenvolvimento sustentável" e "cidades inteligentes". O texto argumenta que a tecnocracia, que defende um sistema econômico baseado em recursos e energia em vez de moeda, e governado por especialistas técnicos em vez de políticos, está sendo revivida em novas formas.

"O Verdadeiro Plano para uma Ditadura Global Científica" aprofunda a discussão sobre as origens intelectuais e os métodos da tecnocracia, focando no papel de H.G. Wells e outros pensadores. O texto argumenta que Wells e seus contemporâneos usaram a ficção e outras formas de "engenharia social" para promover a ideia de um governo mundial liderado por uma elite tecnocrática. Ele sugere que essas ideias continuam a influenciar o pensamento globalista contemporâneo, como evidenciado pelo conceito de "Grande Reset" do Fórum Econômico Mundial.

Cosmopolis, de Danilo Zolo, examina a ideia de um governo mundial, traçando suas raízes históricas e filosóficas. Zolo explora os desafios e as perspectivas de governança global, analisando questões como soberania, legitimidade e o papel das instituições internacionais. Ele argumenta que, embora a globalização tenha aumentado a interdependência global, também exacerbou as desigualdades e conflitos, tornando a busca por um governo mundial mais complexa e controversa.

A Internacionalização do Poder Constituinte, de Luiz Claudio Queiroz Coni, discute o impacto do direito internacional no direito constitucional, particularmente no contexto da globalização. Coni argumenta que a crescente interdependência global e a proliferação de normas internacionais estão desafiando o conceito tradicional de soberania estatal e transformando a natureza do poder constituinte, que é a autoridade para criar ou modificar uma constituição. Ele explora as implicações dessa "internacionalização" para a democracia, a legitimidade e a proteção dos direitos humanos.

Em suma, os textos apresentam uma visão crítica da tecnocracia e do globalismo, sugerindo que essas ideologias representam uma ameaça à democracia, à soberania nacional e à liberdade individual. Eles argumentam que a busca por um governo mundial liderado por uma elite tecnocrática não é apenas utópica, mas potencialmente perigosa, pois pode levar à centralização do poder e à erosão das liberdades individuais.

Análise Adicional:

As obras exploram a relação entre poder, conhecimento e governança, levantando questões importantes sobre o futuro da democracia e da soberania em um mundo cada vez mais globalizado. Eles alertam para os perigos da tecnocracia, que pode levar à concentração de poder nas mãos de uma elite de especialistas e à marginalização da participação pública na tomada de decisões.

Os textos também destacam a importância da legitimidade e da accountability na governança global. Eles argumentam que qualquer forma de governo mundial deve ser baseada no consentimento dos governados e deve ser responsável perante eles. Além disso, enfatizam a necessidade de proteger os direitos humanos e as liberdades individuais em qualquer sistema de governança global.

Em conclusão, os textos oferecem uma valiosa contribuição para o debate sobre a tecnocracia, o globalismo e o futuro da governança global. Eles fornecem uma análise crítica dessas ideologias e movimentos, destacando seus perigos potenciais e enfatizando a importância da democracia, da legitimidade e da proteção dos direitos humanos.

Notas sobre a relação entre república presidencialista no Brasil, positivismo, militarismo e tecnocracia - da razão pela qual esta ordem nefasta de coisas serve à Nova Ordem Mundial

Esta coleção de textos aborda a evolução do conceito de tecnocracia, desde suas raízes nos anos 30 até sua manifestação contemporânea. A tecnocracia, um sistema socioeconômico onde especialistas técnicos detêm o poder de decisão, é retratada sob diferentes perspectivas:

  • Origens e desenvolvimento: O texto "TECNOCRACIA. Zbigniew Brzeziński Entre Duas Eras: O Papel da América na Era Tecnotrônica" traça a história da tecnocracia, desde seu surgimento como movimento nos anos 30, com a "Technocracy Incorporated", até sua influência na formação da Comissão Trilateral e na Agenda 21.
  • A tecnocracia como ferramenta de controle: O texto "O Verdadeiro Plano para uma Ditadura Global Científica" explora o lado obscuro da tecnocracia, revelando como ela pode ser usada para manipular e controlar a sociedade. O texto menciona figuras como H.G. Wells e Bertrand Russell, que defendiam a criação de uma ditadura científica e o uso da psicologia de massa para moldar a opinião pública.
  • O Estado Servil e a tecnocracia: "O Estado Servil" de Hilaire Belloc, embora não mencione a tecnocracia diretamente, apresenta um conceito similar: a aliança entre burocratas e capitalistas para controlar os meios de produção e subjugar a massa proletária. Essa visão se alinha com a ideia da tecnocracia como um sistema onde uma elite técnica controla a sociedade.
  • A Teoria da Classe Ociosa e a tecnocracia: "A Teoria da Classe Ociosa" de Thorstein Veblen, embora não se refira diretamente à tecnocracia, explora a dinâmica de poder nas sociedades capitalistas, onde uma classe ociosa, que não contribui para a produção, detém o poder econômico e social. Essa análise pode ser aplicada à tecnocracia, onde a elite técnica, embora não necessariamente ociosa, exerce poder sobre a sociedade com base em seu conhecimento especializado.
  • A tecnocracia no Brasil: "Sua Majestade, o Presidente do Brasil" de Ernest Hambloch, embora não aborde a tecnocracia em si, analisa o poder presidencial no Brasil, que em certos momentos se assemelha a uma autocracia. Essa análise pode ser relacionada à tecnocracia, onde o poder se concentra nas mãos de poucos, neste caso, especialistas técnicos.

Em resumo, esses textos fornecem uma visão abrangente da tecnocracia, desde suas origens até suas possíveis consequências. Eles alertam para os perigos de um sistema onde o poder se concentra nas mãos de poucos, sejam eles burocratas, capitalistas ou especialistas técnicos. A tecnocracia, embora inicialmente concebida como um sistema para otimizar a produção e distribuição de recursos, pode se transformar em uma ferramenta de controle e manipulação, ameaçando a liberdade individual e a democracia.

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Análise detalhada de cinco textos sobre a tecnocracia

Os cinco textos compartilham um tema comum: a crítica a sistemas de poder que concentram riqueza e influência nas mãos de poucos, seja por meio de controle econômico, político ou social. Embora abordem diferentes períodos históricos e contextos geopolíticos, todos os textos convergem para a crítica à concentração de poder e seus efeitos nocivos sobre a sociedade.

TECNOCRACIA. Zbigniew Brzeziński Entre Duas Eras: O Papel da América na Era Tecnotrônica

O texto "TECNOCRACIA. Zbigniew Brzeziński Entre Duas Eras: O Papel da América na Era Tecnotrônica" traça um panorama histórico da tecnocracia, desde suas origens nos anos 1930 até sua possível manifestação contemporânea. A tecnocracia é apresentada como um sistema de organização social baseado em uma "ditadura científica", onde decisões políticas e econômicas são tomadas por uma elite de especialistas. O texto argumenta que essa abordagem concentra o poder nas mãos de poucos, eliminando a democracia representativa e a liberdade individual. A tecnocracia é retratada como uma ameaça à autonomia humana, à medida que pessoas são reduzidas a meros recursos a serem gerenciados por uma elite tecnocrática.

O Verdadeiro Plano para uma Ditadura Global Científica

O segundo texto "O Verdadeiro Plano para uma Ditadura Global Científica" aprofunda a análise da tecnocracia, explorando as ideias de H.G. Wells e outros pensadores que influenciaram o movimento. O texto argumenta que Wells e seus contemporâneos defendiam a criação de um governo mundial liderado por uma elite tecnocrática, que controlaria a produção, o consumo e até mesmo a educação das massas. A narrativa sugere que essa visão tecnocrática moldou eventos históricos como as Guerras Mundiais e continua a influenciar agendas políticas contemporâneas, como o "Grande Reset" proposto pelo Fórum Econômico Mundial.

"O Estado Servil"

"O Estado Servil" de Hilaire Belloc, publicado em 1912, antecipa muitos dos temas discutidos nos dois primeiros textos. Belloc argumenta que tanto o capitalismo quanto o socialismo levam à concentração de poder nas mãos de uma elite, seja ela composta por empresários ou burocratas estatais. Ele prevê a formação de um "Estado Servil", onde a maioria da população é despossuída de propriedade e liberdade, sujeita ao controle de uma classe dominante. A obra de Belloc serve como um alerta profético sobre os perigos da concentração de poder e a erosão da liberdade individual em sistemas econômicos e políticos que favorecem a elite.

"A Teoria da Classe Ociosa"

"A Teoria da Classe Ociosa" de Thorstein Veblen oferece uma análise da sociedade de consumo e da classe ociosa que a sustenta. Veblen argumenta que a classe ociosa, liberada da necessidade de trabalhar, se dedica ao consumo ostentatório como forma de exibir status e poder. Essa dinâmica social, segundo Veblen, perpetua a desigualdade e a injustiça, pois a riqueza e o poder se concentram nas mãos daqueles que não contribuem para a produção de bens e serviços. A obra de Veblen lança luz sobre a natureza da desigualdade social e econômica, mostrando como a busca por status e poder pode levar à concentração de recursos e à exclusão da maioria.

"Sua Majestade, o Presidente do Brasil"

"Sua Majestade, o Presidente do Brasil" de Ernest Hambloch examina o cenário político brasileiro entre 1889 e 1934, período marcado pela concentração de poder nas mãos dos presidentes e pela instabilidade política. Hambloch argumenta que a tradição caudilhista e a falta de mecanismos de controle eficazes permitiram que os presidentes se tornassem "monarcas republicanos", exercendo poder de forma arbitrária e muitas vezes em benefício próprio. O livro traça um retrato crítico da política brasileira, destacando os perigos do personalismo, do autoritarismo e da concentração de poder em um único indivíduo.

Em síntese, os cinco textos analisados oferecem perspectivas complementares sobre a concentração de poder em diferentes contextos. Seja através da tecnocracia, do capitalismo, do socialismo ou do personalismo político, a concentração de poder é retratada como uma ameaça à liberdade individual, à igualdade social e à democracia. A análise conjunta desses textos revela um padrão preocupante: a tendência de sistemas de poder se consolidarem em torno de elites, que usam sua influência para manter o controle e perpetuar a desigualdade.

Diálogo Imaginário entre Belloc, Veblen e Hambloch

Cena: Um salão de conferências em algum lugar no tempo, onde os três autores se encontram para discutir suas obras e ideias.

Veblen: Senhores, é um prazer conhecê-los. Suas obras me instigaram profundamente. Sr. Belloc, sua crítica à concentração de poder, tanto no capitalismo quanto no socialismo, é notável. Acredito que a "emulação pecuniária", a busca incessante por riqueza e status, que descrevo em meu livro, é um dos principais motores dessa concentração.

Belloc: O prazer é meu, Sr. Veblen. Sua análise da classe ociosa e do consumo conspícuo é uma lupa poderosa sobre as mazelas do capitalismo. Concordo que a emulação pecuniária é um problema central, mas acredito que a solução não está em mudar os valores, como o senhor sugere, mas em proteger a propriedade privada e a iniciativa individual contra a ameaça do Estado Servil.

Hambloch: Senhores, suas discussões sobre capitalismo e socialismo são relevantes, mas gostaria de trazer à tona a questão do poder político. Em minha análise do Brasil, observei como o presidencialismo autoritário e a instabilidade política perpetuam a desigualdade social e impedem o progresso. Acredito que a concentração de poder político é tão nefasta quanto a concentração de poder econômico.

Veblen: Sr. Hambloch, seu ponto é válido. A concentração de poder, seja ela econômica ou política, leva inevitavelmente à exploração e à desigualdade. No entanto, acredito que a raiz do problema está na cultura da emulação pecuniária, que valoriza a riqueza e o status acima de tudo. Se não mudarmos essa cultura, qualquer reforma política ou econômica será superficial.

Belloc: Concordo em parte com o senhor, Sr. Veblen. A cultura da emulação pecuniária é um problema, mas acredito que a solução está em fortalecer as instituições que protegem a liberdade individual, como a propriedade privada e o livre mercado. O Estado Servil, seja ele capitalista ou socialista, é o inimigo da liberdade e da prosperidade.

Hambloch: Senhores, acredito que estamos todos de acordo que a concentração de poder e a desigualdade social são problemas graves. No entanto, cada um de nós oferece uma solução diferente. Talvez a verdadeira solução esteja em combinar nossos insights: precisamos de reformas políticas que distribuam o poder, reformas econômicas que promovam a igualdade e uma mudança cultural que valorize o trabalho e a produção em vez da riqueza e do status.

Veblen: Essa é uma proposta interessante, Sr. Hambloch. Talvez a combinação de nossas ideias possa nos levar a um sistema mais justo e equitativo.

Belloc: Concordo. Afinal, nosso objetivo comum é a liberdade e a prosperidade para todos.

Hambloch: Exatamente. E para alcançar esse objetivo, precisamos unir forças e lutar contra a concentração de poder em todas as suas formas.

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Análise Cruzada das Obras "O Estado Servil" (Belloc), "A Teoria da Classe Ociosa" (Veblen) e Sua Majestade, O Presidente do Brasil (Hambloch)

As obras de Hilaire Belloc, Thorstein Veblen e Ernest Hambloch, embora escritas em contextos distintos e com focos diferentes, convergem na crítica a sistemas que concentram poder e riqueza nas mãos de poucos, perpetuando desigualdades e limitando a liberdade individual.

Hilaire Belloc, "O Estado Servil" (1912):

  • Foco: Crítica tanto ao capitalismo quanto ao socialismo, argumentando que ambos levam à concentração de poder em uma elite, seja ela composta por empresários ou burocratas estatais.
  • Tese Central: A convergência entre capitalismo e socialismo resulta no "Estado Servil", um sistema onde a maioria da população é despossuída e submetida a uma elite dominante.
  • Implicações: Alerta para os perigos da concentração de poder, independentemente da ideologia política, e defende a importância da propriedade privada e da iniciativa individual para a liberdade.

Thorstein Veblen, "A Teoria da Classe Ociosa" (1899):

  • Foco: Crítica à classe ociosa, que se dedica ao consumo conspícuo e ao ócio ostensivo para demonstrar status e riqueza, sem contribuir para a produção.
  • Tese Central: A emulação pecuniária, a busca incessante por riqueza e status, é um motor do capitalismo que leva ao desperdício e à desigualdade social.
  • Implicações: Questiona a ética do capitalismo e seus efeitos sobre a sociedade, defendendo uma mudança de valores em direção a um sistema mais igualitário e produtivo.

Ernest Hambloch, "Sua Majestade, o Presidente do Brasil" (1934):

  • Foco: Análise crítica do sistema político brasileiro durante a Primeira República, caracterizado pelo presidencialismo autoritário, instabilidade política e desigualdade social.
  • Tese Central: O Brasil republicano era, na prática, uma autocracia disfarçada, onde o presidente detinha poderes quase monárquicos e a política era dominada por elites.
  • Implicações: Revela as raízes do autoritarismo e da desigualdade social no Brasil, e a importância de reformas políticas e sociais para a construção de uma democracia mais justa e estável.

Convergências:

  • Crítica à Concentração de Poder: Todas as obras criticam a concentração de poder, seja ela econômica (Veblen), política (Hambloch) ou uma combinação de ambas (Belloc).
  • Desigualdade Social: Os três autores denunciam a desigualdade social como um problema central dos sistemas que analisam, seja ela causada pela emulação pecuniária (Veblen), pela concentração de poder nas mãos de elites (Hambloch) ou pela convergência entre capitalismo e socialismo (Belloc).
  • Necessidade de Reforma: As obras apontam para a necessidade de reformas profundas nos sistemas analisados, seja através da mudança de valores (Veblen), da redistribuição de poder (Hambloch) ou da defesa da propriedade privada e da iniciativa individual (Belloc).

Divergências:

  • Foco da Crítica: Veblen foca na crítica à classe ociosa e ao consumo conspícuo, Hambloch no presidencialismo autoritário e na instabilidade política, e Belloc na convergência entre capitalismo e socialismo.
  • Soluções Propostas: Veblen não oferece soluções claras, mas sugere uma mudança de valores; Hambloch defende reformas políticas e sociais para fortalecer a democracia; Belloc advoga pela propriedade privada e pela iniciativa individual como antídotos contra o Estado Servil.

Em suma, a análise cruzada dessas obras revela um fio condutor de crítica à concentração de poder e à desigualdade social, e um apelo por reformas que promovam a liberdade individual e a justiça social. No entanto, cada autor oferece uma perspectiva única e soluções distintas para os problemas que identificam.

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Diálogo entre José Carlos Sepúlveda, Carlos Sodré Lanna, Tito Livio Ferreira e Cardeal Avery Dulles

Carlos Sodré Lanna: Cardeal Dulles, sua obra sobre a verdade como fundamento da liberdade me inspirou muito. A história da aparição de Cristo a Dom Afonso Henriques em Ourique reforça a importância da fé na construção de uma nação.

Cardeal Avery Dulles: De fato, Sr. Lanna. A fé é um alicerce essencial para a liberdade. Sem a busca pela verdade, a liberdade se torna um conceito vazio, sujeito a manipulações e distorções.

Tito Lívio Ferreira: Concordo plenamente. A história do Brasil, como demonstrei em minha obra, é uma prova de como a fé e a verdade moldaram nossa identidade. A relação entre Brasil e Portugal, muitas vezes distorcida pelo termo "colônia", é um exemplo disso.

Carlos Sodré Lanna: Exatamente, Professor Ferreira. A fé não apenas moldou nossa identidade, mas também nos guiou em momentos cruciais, como na Batalha de Ourique. A intervenção divina, como narrada na tradição, demonstra a importância da Providência na história das nações.

José Carlos Sepúlveda: Permitam-me acrescentar que a fé e a busca pela verdade continuam a ser cruciais nos dias de hoje. As manifestações de 7 de setembro de 2022, que analisei em meu texto, revelam um anseio popular por um Estado que represente verdadeiramente a nação, um Estado que não se distancie da verdade e dos valores do povo brasileiro.

Cardeal Avery Dulles: A fé e a verdade são, de fato, luzes que guiam o caminho dos povos e das nações. A liberdade autêntica só pode florescer em um ambiente onde a verdade é respeitada e buscada.

Tito Lívio Ferreira: E a história do Brasil, como procurei demonstrar, é um testemunho eloquente dessa busca pela verdade e pela liberdade. A luta por um Estado que represente a nação, como você mencionou, Sr. Sepúlveda, é uma continuação dessa busca.

Carlos Sodré Lanna: A história de Portugal e do Brasil, como vimos, é uma história marcada pela fé, pela busca da verdade e pela luta pela liberdade. Que possamos aprender com o passado e construir um futuro onde esses valores sejam sempre o nosso guia.

Manifestações de 7 de setembro de 2022 - a Nação sai de dentro do Estado

(0:00) Enquanto nós estávamos aqui dando a introdução, logicamente, de vez em quando, dou aqui uma (0:07) olhada para o chat e é muito interessante que as pessoas se manifestem e tudo, mas o (0:16) que é que eu vejo em certos comentários é o ficar preso na questão política. (0:25) Ora, nós estamos com um problema, que é um problema muito mais profundo do que apenas (0:35) a questão política. (0:39) Quem reduzir tudo o que está acontecendo à questão política acaba por não entender.

(0:48) Eu vou tentar aqui, eu vou dar aqui uma imagem que uma pessoa me deu, essa imagem não é (0:55) minha, mas eu achei muito interessante. (0:57) Uma pessoa deu a seguinte imagem. (1:00) Imagina um veleiro, um veleiro pequeno.

(1:04) Você precisa, eu não sei velejar, mas você precisa dar um, digamos assim, uma mudança (1:13) de rumo no veleiro. (1:14) Você se mexe ali dentro, puxa as velas num outro sentido e consegue rapidamente dar uma (1:21) mudança no rumo do veleiro. (1:25) Agora imagina um porta-aviões.

(1:29) Você já viu um porta-aviões dar um cavalinho de pau? (1:33) Eu nunca vi. (1:35) Ora, o Brasil é um imenso porta-aviões. (1:41) Enquanto que a tripulação de um veleiro podem ser duas, três pessoas, um veleiro (1:47) pequeno podem ser duas, três, quatro, cinco pessoas, a tripulação de um porta-aviões (1:51) são cinco mil ou mais.

(1:56) Tudo isso é uma máquina imensa para mexer e que não se mexe de repente. (2:05) Bom, o Estado brasileiro é gigantesco. (2:09) O Estado brasileiro foi aparelhado por diversas forças políticas, pelas forças políticas (2:16) ideológicas do PSDB, do PT, depois aparelhada também pelos oportunistas, que são os colaboradores (2:27) dos ideólogos e tudo mais.

(2:31) Nós temos partidos como o PMDB, temos partidos como o DEM, etc, que foram aparelhando também (2:40) o Estado em muitas... (2:42) Então o Estado é uma imensa máquina que comanda, digamos assim, o Brasil. (2:50) Ora, o que é que nós estamos assistindo? (2:53) Nós estamos assistindo a um divórcio, que se vai aprofundando, a um divórcio entre (3:00) o país legal e o país real. (3:03) Por quê? (3:05) Porque cada vez mais há uma falta de conexão entre as estruturas que comandam o Estado, (3:16) as leis que comandam o Estado, as ideologias que comandam o Estado e a nação propriamente.

(3:26) A nação enquanto o Brasil. (3:30) Paulo, eu volto a lembrar aquilo que nós observamos na Paulista e que muita gente não (3:40) chama atenção, mas havia um forte sentimento anticomunista ali, nas pessoas que estavam (3:48) ali. (3:50) Nuns era mais explícito, nuns era menos.

(3:53) Havia um forte sentimento de Brasil. (3:58) Havia muita gente que falava do Brasil e de não desistir do Brasil. (4:06) Nós até dissemos o seguinte, e o próprio presidente disse isso, que as manifestações (4:15) estavam para além da questão meramente política, do apoio ao presidente, ele mesmo disse isso.

(4:22) Não sei se você se lembra, no discurso aqui em São Paulo, ele diz que ele era apenas (4:26) um porta-voz de uma realidade mais profunda. (4:31) Bom, e isso era algo muito visível, eu até comentei com pessoas que foi você mesmo que (4:41) me chamou a atenção disso ali, no meio da manifestação, mais quando nós estávamos (4:47) caminhando já, porque uma das coisas impressionantes foi que para sair da manifestação foi mais (4:54) de uma hora e meia, não é Paulo? (4:56) E por ruas laterais, porque eram multidões saindo, por um dos lados da Paulista apenas (5:01) e pelas laterais, eram multidões saindo e todo mundo ia conversando, ia trocando as suas (5:09) impressões e o Paulo chamou muita atenção para esse aspecto. (5:13) Bom, então eu diria o seguinte, o que nós estamos habituados, e aqui faço uma coisa (5:20) um pouquinho, vou um pouco mais para trás, o que nós estamos habituados e as análises (5:27) que foram feitas foram o seguinte, não, tinha tantas mil pessoas, não tinha milhões, não (5:32) sei o quê, ora, isso não é o mais importante, o mais importante é perguntar o seguinte, (5:39) o que é que aquela pessoa que estava ali pensava, porquê que aquela pessoa muitas (5:44) vezes simples, humilde, que veio de longe, outras vieram de outras cidades, foi ali fazer (5:51) o quê? (5:53) Porquê que a pessoa fez um esforço para estar ali? (5:57) Como eu comentei, até quando nós estávamos conversando e quando fizemos a análise na (6:06) quarta-feira, havia muita preocupação nos olhares, não é Paulo? (6:10) Havia uma espécie de, em muitos olhares, havia uma espécie de angústia, uma angústia (6:17) não agitada, mas uma angústia de profundidade, como quem diz o seguinte, afinal de contas (6:22) o que é que estão fazendo conosco e com o país? (6:25) Bom, depois esse sentimento da brasilidade também era muito vivo e é uma coisa curiosa, (6:33) eu já estive em várias manifestações, o Paulo também, mas o estado espírito não (6:38) é sempre o mesmo, as pessoas falam muito, a pauta é essa, a pauta é aquela, não, (6:44) perguntem para a pessoa porquê que ela está ali, essa é a verdadeira pauta.

(6:49) Exatamente. (6:50) A pessoa acha que a pauta é aquilo que ela determina que é a pauta, não, perguntem (6:55) para as pessoas porquê que elas estão ali, perguntem para as pessoas porquê que muitas (7:01) vezes nós éramos parados e a pessoa tirava um terço, ou nos oferecia um terço, um rosário, (7:09) porquê? (7:11) Afinal de contas, porquê? (7:14) Lembra daquela família, novamente, né, Sr. Sepúlveda, que estava ao nosso lado rezando (7:19) o terço da misericórdia. (7:21) Exatamente, exatamente, então, tudo isso são coisas que não ficam no radar.

(7:28) Bom, mas há mais um outro ponto, o que é que nós assistimos durante semanas e semanas (7:42) da parte da mídia e da parte dos ocupantes das instituições, como Supremo Tribunal Federal, (7:51) como Câmara, como Senado, o que é que nós assistimos? (7:57) Uma máquina de propaganda para dizer que nós íamos ter manifestações golpistas, (8:05) para dizer que nós íamos ter manifestações violentas. (8:10) Houve uma jornalista da CBN que chegou a dizer que as pessoas sairiam às ruas armadas (8:17) para exterminar as pessoas da esquerda. (8:21) Quer dizer, nós tivemos os relatos mais infames, as máquinas de propaganda mais nojentas, (8:28) para atemorizar as pessoas e para evitar que elas fossem às ruas, para tentar esvaziar (8:35) as manifestações.

(8:39) Ora, o que é que aconteceu? (8:40) Isso não aconteceu, isso não aconteceu e mais do que isso, houve uma imensa paz em (8:49) todas as manifestações, não houve um ato de agressão, não houve um ato de violência, (8:54) não houve um vidro quebrado. (8:56) O Sr. Barroso, num dos discursos mais nojentos que ele já fez até hoje, disse, depois das (9:05) manifestações, que a vontade era invadir o Supremo Tribunal Federal. (9:12) Ora, isso é mentira, nem havia um aparato grande para proteger, não houve violência (9:22) nenhuma, mas era preciso manter a narrativa mentirosa.

(9:26) O Sr. Barroso chegou a afirmar, da maneira mais hipócrita, que se essas pessoas queriam invadir (9:35) o Supremo, elas também invadiriam as sessões eleitorais. (9:40) Vejam o nível de narrativa criminosa para criminalizar por crimes inexistentes as pessoas. (9:51) E o que é que nós percebemos? (9:53) Nós percebemos da parte de todos os ocupantes das instituições, ontem eu ouvi a análise (10:01) do Guilherme Fiúza, ele dizia, foram discursos patéticos, o do Fux, o do Barroso, o do Sr. Lira, (10:11) do Sr. Pacheco, foram discursos patéticos, porque eles se chocaram com a realidade.

(10:19) Mas todos esses discursos criminalizaram o povo, o povo para eles, eu escrevi um tweet (10:28) sobre isso, o povo para esses ocupantes das instituições é uma massa de escravos numa (10:36) imensa senzala chamada Brasil, que eles julgam que dominam, mas o que nós estamos assistindo (10:46) é que há esse divórcio cada vez mais crescente entre o país legal e o país real, essa é (10:58) a realidade que nós estamos vendo. (11:02) Ora, se nós não tivermos esse fundo de quadro, eu acho que nós não entendemos as movimentações (11:13) políticas, porque quem foi usando da violência, usando da perseguição, usando do arbítrio, (11:28) usando de tudo isso para criminalizar pessoas que com pensamento conservador foram brincando (11:36) com, eu uso essa expressão, era mais ou menos aprendiz de feiticeiro mexendo no feitiço, (11:48) e eles foram vendo o seguinte, que essa coisa que eles estavam mexendo estava dando para (11:55) o torto, e o feitiço estava se virando contra o feiticeiro, e o feiticeiro podia ser arrebentado (12:03) com todas essas, ou varrido pela brincadeira que ele estava fazendo. (12:11) Então era preciso tentar conseguir ganhar as rédeas outra vez dos acontecimentos para (12:26) não perder tudo de uma vez, e não perder tudo de uma maneira perigosa.

(12:32) Eu acho, eu tenho a certeza do que eu vou dizer, há agentes do caos trabalhando no Brasil (12:40) para caotizá-lo. (12:43) Vão, por exemplo, ler as notícias de ontem, de hoje, da mídia, e todos perceberão que (12:49) há um trabalho para caotizar o Brasil e tentar lançá-lo numa convulsão. (12:58) Bom, e o imenso teste que essas máquinas do caos fizeram foi o próprio 7 de setembro.

(13:07) Eles não sabiam qual ia ser a resposta popular, mas algo que os desmontou profundamente foi (13:15) não ter havido atos de violência. (13:18) Era preciso para eles que houvesse atos de violência para alimentar a narrativa que (13:25) eles tinham montado internacionalmente. (13:28) Eu recebi, por exemplo, um telefonema do meu irmão contando o que a televisão estava (13:34) dizendo naquele momento em Portugal.

(13:37) Que aqueles atos eram violentos, que era para invadir o Supremo Tribunal Federal, que era (13:42) como o Capitólio. (13:44) Ora, nada disso aconteceu. (13:47) Portanto, essa é a narrativa.

(13:49) Sim, liga, liga, Vão. (13:49) Se você me permitir fazer só um parênteses rápido aqui, e para quem já leu Yuri Besmenov, (13:56) ele fala sobre a subversão cultural e política de um país, o processo que ele foi treinado (14:01) para aplicar, inclusive ele vai aplicar isso na Índia e não consegue, a quinta etapa (14:07) é justamente essa. (14:08) Você precisa de uma grande convulsão social, de um fator ali que gere uma ruptura total.

(14:17) E o momento ideal para isso acontecer era nas manifestações de 7 de setembro. (14:22) E isso não ter acontecido é como se você joga a granada e a granada falha. (14:29) Ela não explode nas intenções dessa gente.

(14:31) Desculpa, Sr. Sepúlveda, é porque isso está muito dentro do que o Yuri Besmenov fala. (14:36) Foi ótimo. (14:37) Sabe porquê, Paulo? (14:38) Porque isso me leva a uma pergunta que eu vi agora no chat aqui assim.

(14:42) Eu não tenho medo de dizer isso. (14:45) Eu acho que isso é uma proteção divina sobre o Brasil, porque o que é que leva os (14:53) espíritos, o que é que leva aos estados de espíritos, às emoções, às raivas, (15:00) são os espíritos. (15:02) Ora, essa paz que nós vimos ali, Paulo, você me disse a um certo momento, você a um certo (15:09) momento se destacou e foi mais para a frente tentar passar e você não conseguia passar.

(15:15) Porque era muita gente que não se conseguia mais passar. (15:18) Portanto nós estávamos no meio de uma multidão que estava, digamos, ao rubro, por ideias, (15:26) defendendo o Brasil. (15:27) Entretanto, em nenhum momento havia o frenesi.

(15:34) Não sei se você confirma isso, quer dizer, não havia um frenesi, não havia nada disso, (15:39) havia paz, havia calma. (15:42) Bom, por isso é que eu digo o seguinte, que as pessoas que tramam, que mexem as máquinas (15:53) da propaganda, que mexem as máquinas da manipulação da imprensa, da política, eles não conseguem (16:02) entender o que é que está acontecendo no fundo dos espíritos. (16:07) Eles precisavam das manifestações violentas para dar uma justificação de um caos que (16:15) eles queriam implantar no Brasil.

(16:16) Ora, saem multidões às ruas, milhões de pessoas. (16:20) Eu queria chamar aqui a atenção de uma coisa. (16:23) Quem acompanhou a organização dessas manifestações, o que era público dessas manifestações, (16:29) era o seguinte.

(16:30) Primeiro o presidente tinha falado em São Paulo, depois começou-se a falar em Brasília (16:36) e em São Paulo. (16:38) Mas depois isso espalhou pelo Brasil inteiro, Paulo. (16:43) E Brasília foi imenso, uma coisa jamais vista.

(16:47) São Paulo foi imenso, mas foi Recife, foi Fortaleza, foi Porto Alegre, foi Belo Horizonte, (16:55) foi Curitiba, foi Florianópolis, foi Vitória do Espírito Santo. (17:01) Enfim, eu não vou conseguir Campo Grande, eu não vou me lembrar de todos os lugares, (17:08) eu peço perdão se não mencionei algum, mas em todos esses lugares houve também manifestações (17:13) gigantescas, campinas.

(17:15) Enfim, eu pergunto o seguinte, isso, as máquinas que sempre manipularam a opinião pública, (17:25) elas não estão entendendo o que é que está acontecendo.

(17:33) E é preciso ver que esse divórcio, volto a falar desse divórcio, esse divórcio é (17:38) a maior ruptura que está acontecendo no Brasil. (17:41) As pessoas acham que a ruptura é de instituições, não é não, a ruptura é essa ruptura que (17:46) está acontecendo entre a nação e o Estado, e a toda hora os agentes do Estado estão (17:56) tentando recuperar o controle desse navio. (18:02) Essa é a leitura que eu faço Paulo, assim, como introdução, por isso é que eu digo (18:08) o seguinte, as pessoas ficam aqui, é legítimo, mas eu chamo a atenção seguinte, quem só (18:14) olha para o lado estritamente político, por exemplo, a nota do presidente e não considera (18:19) tudo isto, desculpa, mas não consegue entender o que é que está acontecendo, a meu ver.

(18:28) Queria chamar sua atenção no seguinte, só um dado aqui para as pessoas que ficam-se (18:33) precipitando nos seus julgamentos, porquê que as máquinas, porquê que a gente vai acreditar (18:40) nas máquinas da propaganda, da imprensa, que até o dia da manifestação estavam mentindo (18:48) a respeito da natureza dos atos, dizendo que eram golpistas e que iam ser violentos, (18:57) e depois começam a dar outra interpretação a respeito, dizendo que não adiantou de nada, (19:02) e porquê que nós vamos acreditar nessas pessoas? (19:06) Parem, e pensem, porquê que nós vamos acreditar em quem estava mentindo até o dia, e continua (19:14) a mentir, porque cada dia é uma mentira nova, cada dia é uma mentira nova. (19:21) Agora, Paulo, um dos símbolos mais impressionantes da ruptura desse establishment e desse Estado (19:31) que não representa mais o povo, com o povo, foi o senhor Rodrigo Pacheco se recusar a (19:38) receber uma comissão de 10 pessoas que queria falar com ele e queria lhe entregar um documento, (19:46) e mandar colocar a polícia para impedir que essas pessoas tivessem acesso ao Senado. (19:53) Isso mostra a profunda ruptura desse Brasil legal com o Brasil real.

(20:00) Eles não percebem que eles estão cavando a sua própria ruína, e depois, como nós (20:14) vamos comentar à frente, leva a Greta, a Pirralha, para ir falar no Senado. (20:19) Ou seja, ele convi uma pessoa que nada mais é do que uma ativista política, manejada (20:26) por grupos internacionais, para vir atacar o Brasil, e isso ele leva para dentro do Senado, (20:33) mas depois ele não recebe aqueles que estavam ali, que se esforçaram, que foram até Brasília (20:40) se manifestar e não recebe. (20:42) Meus caros, isso não vai ficar impune diante da história, porque eles estão rasgando (20:52) a ligação do país legal com o país real, e o país real está se levantando cada vez (20:59) mais.

(21:00) Não adianta eles fazerem movimentozinhos políticos, porque o Brasil estava nas ruas. (21:08) Existe um dinamismo das forças de um país, na história você vê isso, não quer dizer (21:16) que é a maioria ou a minoria, o que interessa é qual é a força dinâmica do povo, qual (21:23) é a força dinâmica que nós vemos agora, qual é a força dinâmica? (21:29) Foi essa que foi às ruas. (21:31) Paulo, ela foi às ruas contra tudo e contra todos.

(21:37) Por exemplo, antigamente o MBL dizia que era o dono das ruas, ele julgava que era ele que (21:43) levava as pessoas às ruas. (21:50) Essa mitologia se desfez. (21:53) Quando nós vamos analisar 64, a clareza dos espíritos era maior, porque havia posições (22:02) mais definidas, o comunismo era um perigo patente, bom, então, nesse sentido havia (22:10) uma clareza maior dos espíritos.

(22:12) A revolução avançou para o caos, ela avançou com métodos de confusão, em que as coisas (22:20) não são claras, você muitas vezes precisa tentar mostrar no meio do caos e no meio de (22:31) uma posição que parece inócua, onde é que está o espírito revolucionário.

(22:36) Bom, então, essa presença maciça nas ruas, em certo sentido, tem mais impacto porque (22:46) a situação é menos clara, mas as pessoas intuem. (22:51) Depois há um erro também que nós cometemos por vezes, que é o seguinte, vamos falar (22:58) da França.

(23:00) A França, desde a Revolução Francesa, ela é dividida por um verdadeiro rio de sangue, (23:08) que foi a Revolução Francesa que acabou rasgando toda uma sociedade e rasgando as concepções (23:17) a respeito das pessoas, da sociedade, etc. (23:22) Vá a um francês de hoje, que talvez nem conheça direito a história da Revolução (23:28) Francesa, mas ele, no fundo do espírito, tem uma propensão ou para os valores revolucionários (23:35) ou para os valores contrarrevolucionários, ainda que intuitivamente, mesmo que ele não (23:41) saiba o que é que aconteceu. (23:44) Então nós achamos que, muitas vezes, a pessoa precisa ter uma noção clara de tudo, ora (23:51) não é verdade.

(23:53) O espírito humano, às vezes, por centelhas, ele percebe o todo do quadro e, a meu ver, (24:05) o que é que levava todas aquelas pessoas que estavam na rua? (24:08) Porque havia muitas pessoas que podem nos parecer, ah, essa pessoa aqui é simples, (24:15) não deve entender muito, cuidado! (24:17) Talvez você ouça dessa pessoa, e eu, em concreto, aconteceu isso comigo, ouça dessa (24:24) pessoa uma análise muito mais profunda e intuitiva do que está acontecendo, do que (24:30) talvez um analista político está lá dizendo coisas numa televisão qualquer. (24:37) Exatamente. (24:37) Eu tenho a impressão, Paulo, que a confusão é a nota predominante nos cenários mundiais, (24:57) na definição de posições, é no meio dessa confusão e desse caos que se faz o (25:11) trabalho revolucionário de avançar.

(25:15) Agora, eu não sei se também, Paulo, e isso aqui é mais uma questão que eu levanto aqui, (25:21) eu não sei se as pessoas têm noção de quanto é importante para uma nação o sentimento (25:29) de pertencência a essa nação. (25:35) Eu não sei se as pessoas têm essa noção. (25:38) Ou seja, o sentir-se participante de uma nação, participante de um povo e de um destino, (25:48) e aqui não recuo em dizer de um destino que é providencial. (25:55) Isso é muito mais do que apenas a pessoa perceber uma movimentação política. 

José Carlos Sepúlveda, em conversa com PH Vox

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