(0:00) Enquanto nós estávamos aqui dando a introdução, logicamente, de vez em quando, dou aqui uma (0:07) olhada para o chat e é muito interessante que as pessoas se manifestem e tudo, mas o (0:16) que é que eu vejo em certos comentários é o ficar preso na questão política. (0:25) Ora, nós estamos com um problema, que é um problema muito mais profundo do que apenas (0:35) a questão política. (0:39) Quem reduzir tudo o que está acontecendo à questão política acaba por não entender.
(0:48) Eu vou tentar aqui, eu vou dar aqui uma imagem que uma pessoa me deu, essa imagem não é (0:55) minha, mas eu achei muito interessante. (0:57) Uma pessoa deu a seguinte imagem. (1:00) Imagina um veleiro, um veleiro pequeno.
(1:04) Você precisa, eu não sei velejar, mas você precisa dar um, digamos assim, uma mudança (1:13) de rumo no veleiro. (1:14) Você se mexe ali dentro, puxa as velas num outro sentido e consegue rapidamente dar uma (1:21) mudança no rumo do veleiro. (1:25) Agora imagina um porta-aviões.
(1:29) Você já viu um porta-aviões dar um cavalinho de pau? (1:33) Eu nunca vi. (1:35) Ora, o Brasil é um imenso porta-aviões. (1:41) Enquanto que a tripulação de um veleiro podem ser duas, três pessoas, um veleiro (1:47) pequeno podem ser duas, três, quatro, cinco pessoas, a tripulação de um porta-aviões (1:51) são cinco mil ou mais.
(1:56) Tudo isso é uma máquina imensa para mexer e que não se mexe de repente. (2:05) Bom, o Estado brasileiro é gigantesco. (2:09) O Estado brasileiro foi aparelhado por diversas forças políticas, pelas forças políticas (2:16) ideológicas do PSDB, do PT, depois aparelhada também pelos oportunistas, que são os colaboradores (2:27) dos ideólogos e tudo mais.
(2:31) Nós temos partidos como o PMDB, temos partidos como o DEM, etc, que foram aparelhando também (2:40) o Estado em muitas... (2:42) Então o Estado é uma imensa máquina que comanda, digamos assim, o Brasil. (2:50) Ora, o que é que nós estamos assistindo? (2:53) Nós estamos assistindo a um divórcio, que se vai aprofundando, a um divórcio entre (3:00) o país legal e o país real. (3:03) Por quê? (3:05) Porque cada vez mais há uma falta de conexão entre as estruturas que comandam o Estado, (3:16) as leis que comandam o Estado, as ideologias que comandam o Estado e a nação propriamente.
(3:26) A nação enquanto o Brasil. (3:30) Paulo, eu volto a lembrar aquilo que nós observamos na Paulista e que muita gente não (3:40) chama atenção, mas havia um forte sentimento anticomunista ali, nas pessoas que estavam (3:48) ali. (3:50) Nuns era mais explícito, nuns era menos.
(3:53) Havia um forte sentimento de Brasil. (3:58) Havia muita gente que falava do Brasil e de não desistir do Brasil. (4:06) Nós até dissemos o seguinte, e o próprio presidente disse isso, que as manifestações (4:15) estavam para além da questão meramente política, do apoio ao presidente, ele mesmo disse isso.
(4:22) Não sei se você se lembra, no discurso aqui em São Paulo, ele diz que ele era apenas (4:26) um porta-voz de uma realidade mais profunda. (4:31) Bom, e isso era algo muito visível, eu até comentei com pessoas que foi você mesmo que (4:41) me chamou a atenção disso ali, no meio da manifestação, mais quando nós estávamos (4:47) caminhando já, porque uma das coisas impressionantes foi que para sair da manifestação foi mais (4:54) de uma hora e meia, não é Paulo? (4:56) E por ruas laterais, porque eram multidões saindo, por um dos lados da Paulista apenas (5:01) e pelas laterais, eram multidões saindo e todo mundo ia conversando, ia trocando as suas (5:09) impressões e o Paulo chamou muita atenção para esse aspecto. (5:13) Bom, então eu diria o seguinte, o que nós estamos habituados, e aqui faço uma coisa (5:20) um pouquinho, vou um pouco mais para trás, o que nós estamos habituados e as análises (5:27) que foram feitas foram o seguinte, não, tinha tantas mil pessoas, não tinha milhões, não (5:32) sei o quê, ora, isso não é o mais importante, o mais importante é perguntar o seguinte, (5:39) o que é que aquela pessoa que estava ali pensava, porquê que aquela pessoa muitas (5:44) vezes simples, humilde, que veio de longe, outras vieram de outras cidades, foi ali fazer (5:51) o quê? (5:53) Porquê que a pessoa fez um esforço para estar ali? (5:57) Como eu comentei, até quando nós estávamos conversando e quando fizemos a análise na (6:06) quarta-feira, havia muita preocupação nos olhares, não é Paulo? (6:10) Havia uma espécie de, em muitos olhares, havia uma espécie de angústia, uma angústia (6:17) não agitada, mas uma angústia de profundidade, como quem diz o seguinte, afinal de contas (6:22) o que é que estão fazendo conosco e com o país? (6:25) Bom, depois esse sentimento da brasilidade também era muito vivo e é uma coisa curiosa, (6:33) eu já estive em várias manifestações, o Paulo também, mas o estado espírito não (6:38) é sempre o mesmo, as pessoas falam muito, a pauta é essa, a pauta é aquela, não, (6:44) perguntem para a pessoa porquê que ela está ali, essa é a verdadeira pauta.
(6:49) Exatamente. (6:50) A pessoa acha que a pauta é aquilo que ela determina que é a pauta, não, perguntem (6:55) para as pessoas porquê que elas estão ali, perguntem para as pessoas porquê que muitas (7:01) vezes nós éramos parados e a pessoa tirava um terço, ou nos oferecia um terço, um rosário, (7:09) porquê? (7:11) Afinal de contas, porquê? (7:14) Lembra daquela família, novamente, né, Sr. Sepúlveda, que estava ao nosso lado rezando (7:19) o terço da misericórdia. (7:21) Exatamente, exatamente, então, tudo isso são coisas que não ficam no radar.
(7:28) Bom, mas há mais um outro ponto, o que é que nós assistimos durante semanas e semanas (7:42) da parte da mídia e da parte dos ocupantes das instituições, como Supremo Tribunal Federal, (7:51) como Câmara, como Senado, o que é que nós assistimos? (7:57) Uma máquina de propaganda para dizer que nós íamos ter manifestações golpistas, (8:05) para dizer que nós íamos ter manifestações violentas. (8:10) Houve uma jornalista da CBN que chegou a dizer que as pessoas sairiam às ruas armadas (8:17) para exterminar as pessoas da esquerda. (8:21) Quer dizer, nós tivemos os relatos mais infames, as máquinas de propaganda mais nojentas, (8:28) para atemorizar as pessoas e para evitar que elas fossem às ruas, para tentar esvaziar (8:35) as manifestações.
(8:39) Ora, o que é que aconteceu? (8:40) Isso não aconteceu, isso não aconteceu e mais do que isso, houve uma imensa paz em (8:49) todas as manifestações, não houve um ato de agressão, não houve um ato de violência, (8:54) não houve um vidro quebrado. (8:56) O Sr. Barroso, num dos discursos mais nojentos que ele já fez até hoje, disse, depois das (9:05) manifestações, que a vontade era invadir o Supremo Tribunal Federal. (9:12) Ora, isso é mentira, nem havia um aparato grande para proteger, não houve violência (9:22) nenhuma, mas era preciso manter a narrativa mentirosa.
(9:26) O Sr. Barroso chegou a afirmar, da maneira mais hipócrita, que se essas pessoas queriam invadir (9:35) o Supremo, elas também invadiriam as sessões eleitorais. (9:40) Vejam o nível de narrativa criminosa para criminalizar por crimes inexistentes as pessoas. (9:51) E o que é que nós percebemos? (9:53) Nós percebemos da parte de todos os ocupantes das instituições, ontem eu ouvi a análise (10:01) do Guilherme Fiúza, ele dizia, foram discursos patéticos, o do Fux, o do Barroso, o do Sr. Lira, (10:11) do Sr. Pacheco, foram discursos patéticos, porque eles se chocaram com a realidade.
(10:19) Mas todos esses discursos criminalizaram o povo, o povo para eles, eu escrevi um tweet (10:28) sobre isso, o povo para esses ocupantes das instituições é uma massa de escravos numa (10:36) imensa senzala chamada Brasil, que eles julgam que dominam, mas o que nós estamos assistindo (10:46) é que há esse divórcio cada vez mais crescente entre o país legal e o país real, essa é (10:58) a realidade que nós estamos vendo. (11:02) Ora, se nós não tivermos esse fundo de quadro, eu acho que nós não entendemos as movimentações (11:13) políticas, porque quem foi usando da violência, usando da perseguição, usando do arbítrio, (11:28) usando de tudo isso para criminalizar pessoas que com pensamento conservador foram brincando (11:36) com, eu uso essa expressão, era mais ou menos aprendiz de feiticeiro mexendo no feitiço, (11:48) e eles foram vendo o seguinte, que essa coisa que eles estavam mexendo estava dando para (11:55) o torto, e o feitiço estava se virando contra o feiticeiro, e o feiticeiro podia ser arrebentado (12:03) com todas essas, ou varrido pela brincadeira que ele estava fazendo. (12:11) Então era preciso tentar conseguir ganhar as rédeas outra vez dos acontecimentos para (12:26) não perder tudo de uma vez, e não perder tudo de uma maneira perigosa.
(12:32) Eu acho, eu tenho a certeza do que eu vou dizer, há agentes do caos trabalhando no Brasil (12:40) para caotizá-lo. (12:43) Vão, por exemplo, ler as notícias de ontem, de hoje, da mídia, e todos perceberão que (12:49) há um trabalho para caotizar o Brasil e tentar lançá-lo numa convulsão. (12:58) Bom, e o imenso teste que essas máquinas do caos fizeram foi o próprio 7 de setembro.
(13:07) Eles não sabiam qual ia ser a resposta popular, mas algo que os desmontou profundamente foi (13:15) não ter havido atos de violência. (13:18) Era preciso para eles que houvesse atos de violência para alimentar a narrativa que (13:25) eles tinham montado internacionalmente. (13:28) Eu recebi, por exemplo, um telefonema do meu irmão contando o que a televisão estava (13:34) dizendo naquele momento em Portugal.
(13:37) Que aqueles atos eram violentos, que era para invadir o Supremo Tribunal Federal, que era (13:42) como o Capitólio. (13:44) Ora, nada disso aconteceu. (13:47) Portanto, essa é a narrativa.
(13:49) Sim, liga, liga, Vão. (13:49) Se você me permitir fazer só um parênteses rápido aqui, e para quem já leu Yuri Besmenov, (13:56) ele fala sobre a subversão cultural e política de um país, o processo que ele foi treinado (14:01) para aplicar, inclusive ele vai aplicar isso na Índia e não consegue, a quinta etapa (14:07) é justamente essa. (14:08) Você precisa de uma grande convulsão social, de um fator ali que gere uma ruptura total.
(14:17) E o momento ideal para isso acontecer era nas manifestações de 7 de setembro. (14:22) E isso não ter acontecido é como se você joga a granada e a granada falha. (14:29) Ela não explode nas intenções dessa gente.
(14:31) Desculpa, Sr. Sepúlveda, é porque isso está muito dentro do que o Yuri Besmenov fala. (14:36) Foi ótimo. (14:37) Sabe porquê, Paulo? (14:38) Porque isso me leva a uma pergunta que eu vi agora no chat aqui assim.
(14:42) Eu não tenho medo de dizer isso. (14:45) Eu acho que isso é uma proteção divina sobre o Brasil, porque o que é que leva os (14:53) espíritos, o que é que leva aos estados de espíritos, às emoções, às raivas, (15:00) são os espíritos. (15:02) Ora, essa paz que nós vimos ali, Paulo, você me disse a um certo momento, você a um certo (15:09) momento se destacou e foi mais para a frente tentar passar e você não conseguia passar.
(15:15) Porque era muita gente que não se conseguia mais passar. (15:18) Portanto nós estávamos no meio de uma multidão que estava, digamos, ao rubro, por ideias, (15:26) defendendo o Brasil. (15:27) Entretanto, em nenhum momento havia o frenesi.
(15:34) Não sei se você confirma isso, quer dizer, não havia um frenesi, não havia nada disso, (15:39) havia paz, havia calma. (15:42) Bom, por isso é que eu digo o seguinte, que as pessoas que tramam, que mexem as máquinas (15:53) da propaganda, que mexem as máquinas da manipulação da imprensa, da política, eles não conseguem (16:02) entender o que é que está acontecendo no fundo dos espíritos. (16:07) Eles precisavam das manifestações violentas para dar uma justificação de um caos que (16:15) eles queriam implantar no Brasil.
(16:16) Ora, saem multidões às ruas, milhões de pessoas. (16:20) Eu queria chamar aqui a atenção de uma coisa. (16:23) Quem acompanhou a organização dessas manifestações, o que era público dessas manifestações, (16:29) era o seguinte.
(16:30) Primeiro o presidente tinha falado em São Paulo, depois começou-se a falar em Brasília (16:36) e em São Paulo. (16:38) Mas depois isso espalhou pelo Brasil inteiro, Paulo. (16:43) E Brasília foi imenso, uma coisa jamais vista.
(16:47) São Paulo foi imenso, mas foi Recife, foi Fortaleza, foi Porto Alegre, foi Belo Horizonte, (16:55) foi Curitiba, foi Florianópolis, foi Vitória do Espírito Santo. (17:01) Enfim, eu não vou conseguir Campo Grande, eu não vou me lembrar de todos os lugares, (17:08) eu peço perdão se não mencionei algum, mas em todos esses lugares houve também manifestações (17:13) gigantescas, campinas.
(17:15) Enfim, eu pergunto o seguinte, isso, as máquinas que sempre manipularam a opinião pública, (17:25) elas não estão entendendo o que é que está acontecendo.
(17:33) E é preciso ver que esse divórcio, volto a falar desse divórcio, esse divórcio é (17:38) a maior ruptura que está acontecendo no Brasil. (17:41) As pessoas acham que a ruptura é de instituições, não é não, a ruptura é essa ruptura que (17:46) está acontecendo entre a nação e o Estado, e a toda hora os agentes do Estado estão (17:56) tentando recuperar o controle desse navio. (18:02) Essa é a leitura que eu faço Paulo, assim, como introdução, por isso é que eu digo (18:08) o seguinte, as pessoas ficam aqui, é legítimo, mas eu chamo a atenção seguinte, quem só (18:14) olha para o lado estritamente político, por exemplo, a nota do presidente e não considera (18:19) tudo isto, desculpa, mas não consegue entender o que é que está acontecendo, a meu ver.
(18:28) Queria chamar sua atenção no seguinte, só um dado aqui para as pessoas que ficam-se (18:33) precipitando nos seus julgamentos, porquê que as máquinas, porquê que a gente vai acreditar (18:40) nas máquinas da propaganda, da imprensa, que até o dia da manifestação estavam mentindo (18:48) a respeito da natureza dos atos, dizendo que eram golpistas e que iam ser violentos, (18:57) e depois começam a dar outra interpretação a respeito, dizendo que não adiantou de nada, (19:02) e porquê que nós vamos acreditar nessas pessoas? (19:06) Parem, e pensem, porquê que nós vamos acreditar em quem estava mentindo até o dia, e continua (19:14) a mentir, porque cada dia é uma mentira nova, cada dia é uma mentira nova. (19:21) Agora, Paulo, um dos símbolos mais impressionantes da ruptura desse establishment e desse Estado (19:31) que não representa mais o povo, com o povo, foi o senhor Rodrigo Pacheco se recusar a (19:38) receber uma comissão de 10 pessoas que queria falar com ele e queria lhe entregar um documento, (19:46) e mandar colocar a polícia para impedir que essas pessoas tivessem acesso ao Senado. (19:53) Isso mostra a profunda ruptura desse Brasil legal com o Brasil real.
(20:00) Eles não percebem que eles estão cavando a sua própria ruína, e depois, como nós (20:14) vamos comentar à frente, leva a Greta, a Pirralha, para ir falar no Senado. (20:19) Ou seja, ele convi uma pessoa que nada mais é do que uma ativista política, manejada (20:26) por grupos internacionais, para vir atacar o Brasil, e isso ele leva para dentro do Senado, (20:33) mas depois ele não recebe aqueles que estavam ali, que se esforçaram, que foram até Brasília (20:40) se manifestar e não recebe. (20:42) Meus caros, isso não vai ficar impune diante da história, porque eles estão rasgando (20:52) a ligação do país legal com o país real, e o país real está se levantando cada vez (20:59) mais.
(21:00) Não adianta eles fazerem movimentozinhos políticos, porque o Brasil estava nas ruas. (21:08) Existe um dinamismo das forças de um país, na história você vê isso, não quer dizer (21:16) que é a maioria ou a minoria, o que interessa é qual é a força dinâmica do povo, qual (21:23) é a força dinâmica que nós vemos agora, qual é a força dinâmica? (21:29) Foi essa que foi às ruas. (21:31) Paulo, ela foi às ruas contra tudo e contra todos.
(21:37) Por exemplo, antigamente o MBL dizia que era o dono das ruas, ele julgava que era ele que (21:43) levava as pessoas às ruas. (21:50) Essa mitologia se desfez. (21:53) Quando nós vamos analisar 64, a clareza dos espíritos era maior, porque havia posições (22:02) mais definidas, o comunismo era um perigo patente, bom, então, nesse sentido havia (22:10) uma clareza maior dos espíritos.
(22:12) A revolução avançou para o caos, ela avançou com métodos de confusão, em que as coisas (22:20) não são claras, você muitas vezes precisa tentar mostrar no meio do caos e no meio de (22:31) uma posição que parece inócua, onde é que está o espírito revolucionário.
(22:36) Bom, então, essa presença maciça nas ruas, em certo sentido, tem mais impacto porque (22:46) a situação é menos clara, mas as pessoas intuem. (22:51) Depois há um erro também que nós cometemos por vezes, que é o seguinte, vamos falar (22:58) da França.
(23:00) A França, desde a Revolução Francesa, ela é dividida por um verdadeiro rio de sangue, (23:08) que foi a Revolução Francesa que acabou rasgando toda uma sociedade e rasgando as concepções (23:17) a respeito das pessoas, da sociedade, etc. (23:22) Vá a um francês de hoje, que talvez nem conheça direito a história da Revolução (23:28) Francesa, mas ele, no fundo do espírito, tem uma propensão ou para os valores revolucionários (23:35) ou para os valores contrarrevolucionários, ainda que intuitivamente, mesmo que ele não (23:41) saiba o que é que aconteceu. (23:44) Então nós achamos que, muitas vezes, a pessoa precisa ter uma noção clara de tudo, ora (23:51) não é verdade.
(23:53) O espírito humano, às vezes, por centelhas, ele percebe o todo do quadro e, a meu ver, (24:05) o que é que levava todas aquelas pessoas que estavam na rua? (24:08) Porque havia muitas pessoas que podem nos parecer, ah, essa pessoa aqui é simples, (24:15) não deve entender muito, cuidado! (24:17) Talvez você ouça dessa pessoa, e eu, em concreto, aconteceu isso comigo, ouça dessa (24:24) pessoa uma análise muito mais profunda e intuitiva do que está acontecendo, do que (24:30) talvez um analista político está lá dizendo coisas numa televisão qualquer. (24:37) Exatamente. (24:37) Eu tenho a impressão, Paulo, que a confusão é a nota predominante nos cenários mundiais, (24:57) na definição de posições, é no meio dessa confusão e desse caos que se faz o (25:11) trabalho revolucionário de avançar.
(25:15) Agora, eu não sei se também, Paulo, e isso aqui é mais uma questão que eu levanto aqui, (25:21) eu não sei se as pessoas têm noção de quanto é importante para uma nação o sentimento (25:29) de pertencência a essa nação. (25:35) Eu não sei se as pessoas têm essa noção. (25:38) Ou seja, o sentir-se participante de uma nação, participante de um povo e de um destino, (25:48) e aqui não recuo em dizer de um destino que é providencial. (25:55) Isso é muito mais do que apenas a pessoa perceber uma movimentação política.
José Carlos Sepúlveda, em conversa com PH Vox
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