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domingo, 10 de dezembro de 2017

Aforismo sobre política

Se política é a arte de debater os problemas da polis de modo que a cidade dos homens seja um espelho da cidade de Deus da melhor maneira possível, então não é nem um pouco conveniente debater esses problemas com quem confunde tomar o país como um lar em Cristo com tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2017.

Próximos livros a estudar

Após quase 3800 artigos escritos, sinto que vou precisar estudar muito mais. Mas não tem problema - tenho todo o tempo do mundo para isso.

Próximos livros a estudar:

1) O que é uma nação?, de Ernest Renan.

2) Comunidades Imaginadas, de Benedict Anderson.

3) The Frontier in the American History, de Frederick Jackson Turner.

4) O sonho de Champlain, de David Hackett Fischer, escrito em comemoração aos 400 anos de Quebec.

Enquanto estudo mais um pouco, vocês lêem o que produzi, seja no blog, seja na sistematização que vou fazer com os meus livros.

Tudo o que mais quero é ser pago para estudar e fazer algo de bom pelo meu país. Jamais encherei o saco de ninguém.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2017.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A família nuclear nasce da insensatez de quem faz "do minha casa, minhas regras" seu estilo de vida

1) Hoje, 7 de dezembro de 2018, compreendi o real significado do "minha casa, minhas regras".

2) Se eu quiser fazer certos atos que chegam a contrariar às regras mais insensatas da casa, fundadas no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, então eu não vejo outro caminho que não ter meu próprio teto.

3) O pior é que as regras mais insensatas da casa são aplicadas ao corpo, no "my body, my rules", pois o corpo é visto impropriamente como uma propriedade, quando deveria ser a morada da alma. A casa, enquanto propriedade, suporta o jus abutendi - o corpo não, pois não pode ser destruído.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2017 (data da postagem original).

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Parem de chamar o apátrida de "brasileiro", pois isso é legitimar o que é ilegítimo

1) Como o Olavo fala, as palavras expressam uma verdade, uma ontologia. Elas têm um significado, uma razão de ser.

2) Por essa razão, eu peço a quem me lê que pare de chamar o apátrida nascido no Brasil biologicamente falando - esse que toma o país como se fosse religião e que vive em conformidade com o Todo que vem das mentiras fabricadas por D. Pedro I e José Bonifácio, que levam ao nada - de "brasileiro".

3) Brasileiro, como disse, faz da sua primeira profissão, a de extrair pau-brasil, uma forma de servir a Cristo em terras distantes. No dizer de São Josemaria Escrivá, ele faz da extração de pau-brasil um meio de santificação dessa terra, uma vez que os melhores violinos de música clássica são feitos dessa árvore. Além disso, o vermelho da roupa dos cardeais era feito dessa madeira, uma vez que representava o sangue de Cristo derramado na cruz pelo perdão dos nossos pecados e o sangue dos que morreram para que nossa fé existisse entre nós. Por isso, mesmo trata-se de nacionidade.

4.1) Chamar o nascido nesta terra de "brasiliano" é dar ao apátrida um direito que ele não tem: o de viver a vida fora daquilo que fundou esta terra, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, e permitir que ele edifique um projeto de civilização voltado para o nada, uma vez que isto é legitimar o ato nulo chamado de independência do Brasil; é do "brasiliano" que vem esse negócio tenebroso chamado Brasília, que é o pináculo da cultura de se tomar o Brasil como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele - uma nacionalidade, cujo vínculo é voltado para o não-transcendente, para o nada.

4.2) Como já me foi dito pela amiga Sylvia Maria Sallet, sou livre para fazer o bem - e fazer o bem implicar servir a Cristo em terras distantes. É por conta disso que sei de onde eu vim e sei para onde vou - e atualmente muito pouca gente conserva isso por ver nestas coisas que falo a dor de Cristo, o sacrifício derradeiro na Cruz, pelo perdão de nosso pecados.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2017.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Notas sobre mecenato e nacionidade

1) Se tivesse dinheiro, eu faria muito mecenato. Eu patrocinaria o restauro de muitas igrejas e incentivaria a preservação e a expansão da calçada portuguesa, que é uma verdadeira obra de arte.

2) Não faria isso com objetivo de pagar menos imposto. Faço isso porque tomo meu país como um lar em Cristo e acredito que a riqueza deve ser usada com fim salvífico, de modo a promover a conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Patrocinaria bons escritores, bons músicos, bons pintores. Patrocinaria o teatro, mas não artistas de viés esquerdista.

4) Enfim, quem patrocina porcaria tem mais é que terminar seus dias na falência. Foi assim com a Petrobrás, que foi saqueada pela gangue do PT e também gastou rios de dinheiro em maracutaia da Lei Rouanet.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de novembro de 2017.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Notas sobre a diferença entre tributo e imposto

1.1) Quando os sujeitos à proteção e autoridade do vassalo de Cristo conseguem ver nele a figura do Crucificado de Ourique, eles tenderão a pagar o tributo espontaneamente, quer na força da moeda, quer na força da prestação de serviço in natura, quer cedendo coisas em benefício da administração da Coroa, para o bem da missão salvífica que nos foi confiada em Ourique.

1.2) Afinal, o tributo se deve ao Rei dos Reis, que escolheu Portugal para que servisse a Ele em terras distantes; Ele escolheu um vassalo dentre os descendentes de D. Afonso Henriques para cuidar desse povo, com o intuito de edificar uma república com este propósito - uma república em que o primeiro cidadão da mesma é o vassalo de Cristo, o rei de Portugal. Por isso, a monarquia portuguesa sempre será uma monarquia republicana.

1.3.1) Como na Roma antiga, Portugal é uma república porque todos os homens não estão sujeitos ao capricho de homem nenhum, tomado como um Deus vivo, tal como o Faraó do Antigo Egito. Esse Faraó foi destronado de modo que o verdadeiro Deus, o que livrou Israel da escravidão, fosse adorado e glorificado.

1.3.2) Esses cidadãos da pátria do Céu estão sujeitos à santa escravidão de Deus. Como o Rei dos Reis instituiu que devemos nos amar uns aos outros, então o povo deve ser tomado como parte da família de batizados de Cristo, o que constitui a Cristandade. Dentre os batizados, os portugueses devem ser tomados como família especial de batizados que foi eleita pelo próprio Cristo para executar um propósito salvífico, a ponto de tomarem o lugar que tradicionalmente ocupam, Portugal, como seu lar n'Ele, por Ele e para Ele. E esse propósito salvífico é o Império que Cristo quis construir para Si.

1.3.3) A passagem da República para a monarquia leva um elemento de transição: o principado. O melhor cidadão da República Cristã de Portugal é escolhido vassalo de Cristo de modo que este sirva a Cristo em terras distantes - e esse principado se torna hereditário, pois o filho aprende o exemplo do pai e o processo se repete ao longo das gerações. Esse vassalo faz um papel sacerdotal, a ponto de ser pai de muitos de seu povo, a  ponto de organizar a política e promover a caridade, de modo que uns ajudem aos outros, a ponto de formarem uma nacionalidade, por meios da mais estreita cumplicidade, solidariedade.

1.3.4) Esse vassalo é o senhor dos senhores sendo servo dos servos de Cristo. Ele chefia a nobreza de modo que esta sirva ao povo. Assim, clero, nobreza e povo trabalham em sintonia, de modo que os estados gerais componham um todo orgânico fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. É por essa razão que toda contribuição à causa salvífica em que Portugal está envolvido é um sacrifício digno de louvor, causa de nacionidade.

2.1) Onde o Estado é totalitário, esse sacrifício tende a ser voltado para o nada, uma vez que as leis não observam os mandamentos de Deus, pois o Estado é tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. É o retorno do governo do Faraó, que faz dos sujeitos à autoridade desse tirano escravos de seus caprichos mais mesquinhos.

2.2) É com base nesse despotismo faraônico que muitos acabam se reduzindo a escravos, por conta de uma dívida tributária impagável por força do sucessivo aumento da carga tributária, a tal ponto que a propriedade privada acaba toda passando para as mãos do Estado. E é no Estado que se concentra todo o poder de usar, gozar e dispor, a ponto de criar um verdadeiro inferno na Terra, um verdadeiro absolutismo.

2.3.1) Eis a prova cabal de que o comunismo deriva da pretensa busca por liberdade fora da liberdade em Cristo, que é a verdade em pessoa.

2.3.2) Basta se conservar o que conveniente e dissociado da verdade que o senso de tributo, que deve ser dado a Deus, é voltado para o nada, a ponto de tudo se reduzir a imposto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2017 (data da postagem original).

Matérias relacionadas: 

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/04/mais-notas-sobre-diferenca-entre.html

Notas sobre a política tributária fundada em Ourique, em comparação com a do Estado moderno

1) Quando você serve aos semelhantes naquilo que mais necessitam, eles te remuneram por conta do serviço prestado. Afinal, o dinheiro é símbolo de compromisso: significa que você fez pelo próximo aquilo que este mais queria, mas que não podia fazer por si mesmo. E todo compromisso fundado na excelência aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.1) Para se tomar o país como um lar em Cristo, todo vassalo de Cristo deve estimular os que estão sujeitos à sua proteção e autoridade a servirem bem uns aos outros de modo que um dia o próprio vassalo seja bem servido pelos súditos, quando este mais precisar. Afinal, quem serve ordem um dia será servido pela ordem, a tal ponto que seu governo é considerado legítimo por estar em conformidade com o Todo que vem de Deus. 

2.2) É por força disso que tributos são dados por força do reconhecimento dessa autoridade que serve a Cristo protegendo a todos aqueles que tomam o país como um lar n'Ele, por Ele e para Ele. E neste ponto, a monarquia portuguesa é um verdadeiro modelo de Estado, uma vez que os reis e o povo eram cúmplices do projeto de se servir a Cristo em terras distantes. E a livre iniciativa era uma forma de o súdito colaborar com o poder real de modo que essa missão tivesse pleno cumprimento no Deus feito homem.

3.1) Quando a autoridade é legítima, tributos são dados por força do reconhecimento de muitos anos sob um governo esclarecido e conforme o Todo que vem de Deus. 

3.2.1) E esses tributos podem ser dados em moeda, em prestação de serviço in natura ou por meio de cessão de bens corpóreos ou incorpóreos úteis à organização da administração pública - e isso pode ser feito de maneira espontânea, se o povo enxergar no vassalo de Cristo a figura do próprio Cristo. 

3.2.2) Afinal, colaborar com o soberano de modo que este continue fazendo o país ser tomado como um lar em Cristo cria a figura do contribuinte. Como o governante é também um irmão em cristo que protege os outros irmãos, então dar sistematicamente o que ele necessita após anos de governo esclarecido é um tipo de distributivismo, uma vez que dar aos necessitados é emprestar a Deus - e a contribuição regular é um empréstimo que o povo concede ao governo por força do tributo que deve ser dado a Deus, que colocou um vassalo diretamente escolhido por Este ou por intermédio da Igreja de modo a nos proteger dos bárbaros, quer sejam os pagãos ou os muçulmanos.

4.1) Só em casos muito excepcionais, como uma guerra ou uma catástrofe, que se deve cobrar impostos.

4.2) Como dizem os economistas, a função da lei é cortar os custos de transação decorrentes dos conflitos de interesse qualificados pela pretensão resistida. Como transigir com conservantistas é difícil, então a lei que cria uma obrigação de dar moeda ao erário deve ser excepcional, quando se trata de guerra ou calamidade. E quando esta situação excepcional cessa, a lei precisa ser revogada, de modo a não trair a aliança do altar com o trono edificada em Ourique.

5.1) Em países onde o Estado é tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele, o imposto tem natureza ordinária, pois a força tornou-se monopólio do Estado, a ponto de desarmar sistematicamente os cidadãos de modo a inviabilizar uma revolta contra o governo. 

5.2) Como este Estado enxerga o homem como um lobo do próprio homem e tende a dividir o mundo entre amigos e inimigos, marcando os "amigos" - os nascidos neste território - com o estigma da nacionalidade, então as pessoas tendem a só fazer as coisas com base naquilo que a lei permite ou não proíbe (uma vez que a não proibição pode se fundar numa conveniência de Estado ou numa falha de governo).

5.3) Esse estado de coisas "cria" a liberdade a partir do nada, a ponto de ser tomado como uma espécie de ídolo, a ponto de se amar o Estado com fim nele mesmo - e não é à toa que isso foi condenado pela Igreja Católica, pois gera um socialismo de nação, um Estado totalitário.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2017.