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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Se o eu é construtor de pontes, então um diálogo em grupo pode ser criado a partir de um sistema organizado de vários diálogos individuais, extraindo de cada indivíduo o que há de melhor em cada um, por meio do mais puro método socrático

1) Existem momentos em que escrevo uma nota de diário e encaminho para alguns de meus contatos mais importantes. Se disserem coisas pertinentes, eu acrescento isso à nota, seguida de uma resposta relativa a isso, criando uma espécie de diálogo.

2) Se consigo encontrar um ponto de contato entre esta conversa com outras que costumo ter com outros contatos que costumo ter paralelamente, aí eu crio uma ponte, adaptando o estilo e o conteúdo como se tivesse havido uma conversa em grupo envolvendo 3 ou 4 pessoas, quando na verdade houve 3 ou 4 conversas feitas a sós com cada um dos partícipes da conversa. Se tivesse feito isso pelo método coletivista, pelo método direto, o inesperado poderia acontecer, a ponto de uma opinião estúpida ser emitida a qualquer momento, fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

3) Se o eu é construtor de pontes, então é mais sensato que se faça uma conversa em grupo a partir da síntese sensata a partir de várias conversas pessoais, individuais. Pelo método filosófico, basta conduzir o diálogo até uma direção de tal maneira que uma conversa edificante seja construída.

4) Se o eu é um construtor de pontes, então o indivíduo guiado pelo Espírito Santo reúne em torno de si todas as informações de modo a processá-las num único sistema, de tal maneira que isso acabe edificando algo relevante, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. Afinal, é pela coleta do que há de melhor de cada indivíduo que se prova o sabor das coisas, de modo que se conserve o que é conveniente e sensato, a ponto de se conservar a dor de Cristo sistematicamente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2018.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Da democracia como governo totalitário

1) Tem gente que defende esse negócio chamado de "democracia integral". E essa gente fica tão apegada a isso, como se fosse a coisa mais bonita do mundo, sem saber que isso não passa de uma pura ilusão.

2.1) Ora, democracia é governo do povo, pelo povo e para o povo. 
2.2) Se o povo é tomado como se fosse a voz de Deus, então o Estado, que administra a vontade do povo, está legitimado a falar em nome desse povo e a ser tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.1) O povo que se auto-organiza na forma de Estado tende a ser tomado como se fosse um povo eleito, enquanto os que são incapazes de se governarem a si mesmos são os condenados - a mesma lógica usada por Juan Ginés de Sepúlveda, ao apontar que os indígenas eram incapazes de se governarem a si mesmos por força de serem selvagens, em debate que teve com São Bartolomé de las Casas, diante da corte de Carlos V, em Cádiz.

3.2) Dentro desta lógica, os democratas cristãos seguem a lógica totalitária do governo de Calvino, que dividiu o mundo entre eleitos e condenados, coisa que caracteriza a heresia protestante. É por força desse princípio que se confirma a tese de Lutero de que o povo deve seguir a religião de seu príncipe (um príncipe, uma só religião).

4.1) Não é à toa que se trata de um conceito pervertido de democracia.

4.2) Pelo que o professor Olavo aponta, os primeiros teóricos da democracia viam o governo popular como uma forma de equilíbrio que era feito de modo que nenhum homem tivesse poder sobre outro homem, tal como houve na Roma Antiga. E para que isso acontecesse, esse poder foi institucionalizado em três poderes harmônicos e independentes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Isso sem mencionar que a autoridade dos governantes decorre do consentimento dos governados, tal como apontado no item 2.2.

4.3) Todas essas observações decorreram de estudos do mundo antigo, tal como aconteceu com Maquiavel, jamais da teoria do direito divino dos reis. Enfim, tinham um certo cunho neopaganista e descristianizante. Como o Estado Romano era totalitário, então essa retomada do paganismo clássico foi um resgate do Estado totalitário.

5) Não é à toa que a teoria de Locke serviu de base para o governo maçônico na América, que se tornou um exemplo de civilização fundada no amor de si até o desprezo de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2018.

Notas sobre as funções da linguagem na política

Sócrates dizia que a palavra era um fármaco. Ela podia ser usada como um remédio, como um cosmético ou como um veneno.

1) Quando ela é usada como um remédio, serve para descrever um fato tal como ele realmente é (isso está presente na literatura médico-legista). E em literatura, a crítica literária costuma servir como um remédio, promovendo a literatura sadia e denunciando o que é feito de modo pernóstico e vulgar, por ser insincero, postiço, forçado. Como diz André Gide, é com bons sentimentos e boas intenções que se faz má literatura.

2) A palavra também é usada como um remédio quando ela serve para orientar a própria posição do falante / escrevente diante das próprias circunstâncias em que se dá a vivência, favorecendo que estas sejam melhor absorvidas de modo que o mesmo possa servir aos outros, ao estimulá-los a amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento (tal como vemos nas confissões de Santo Agostinho, uma vez que dialogamos com um ouvinte onisciente, que nos diz o que deve ser feito - e isso é o preparatório para uma boa confissão).

3.1) Quando usada como um cosmético, visa estabelecer um posicionamento ideal, tal como estamos a ver na alegação de que o Estado soviético é um Estado proletário enquanto os Estados decorrentes da Revolução Francesa não passam de Estados burgueses.

3.2) Trata-se de um símbolo autoexplicativo, justificador - não serve para explicar uma realidade, mas serve para orientar a posição dos teóricos do Estado tomado como se fosse religião, criando um obstáculo epistemológico à prestação do serviço de dizer o direito com justiça, uma vez estes símbolos autoexplicativos causam uma falsa transparência no sistema jurídico, ao produzir um falsa independência da ciência jurídica em relação a moral, uma vez que o idealismo jurídico pautado no Estado como a mais alta das realizações humanas, cujos fins - aos serem voltados neles mesmos - tendem a servir liberdade com fins vazios, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo Jesus.

3.3) Esse símbolo autoexplicativo serve como uma peça publicitária, como também serve para criar uma peça de camuflagem, criando um estado de dominação feito de tal modo a enganar os que estão sujeitos à autoridade dessa ordem totalitária, dado que tudo estará no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele. E neste ponto, todo e qualquer discurso revolucionário atuará como um veneno, pois estará a matar a alma das pessoas de modo que abandonem a santa religião verdadeira e abracem essa segunda religião, que tem a pretensão de substituir e destruir a primeira e derradeira, fundada na conformidade com o todo que vem de Deus

3.3.1) Os discursos políticos do Partido Brasileiro estão pautados na ostentação de uma vaidade: a independência do Brasil, conservada conveniente e dissociada da verdade, tal como se deu em Ourique, o nosso verdadeiro mito fundacional. Não é à toa que essa vaidade é necessariamente alimentada com discursos estatizantes e centralistas, o que é essencialmente megalômano.

3.3.2) O discurso conservantista do Partido Brasileiro é tipicamente um discurso de quinta categoria. Trata-se de um discurso hipócrita, vazio; não descreve fatos, não delimita um discurso ideal do Estado Brasileiro, não tem função conativa - a ponto de criar uma nacionalidade, uma cultura de solidariedade, de fraternidade -, muito menos é um apontamento que visa a orientar a própria posição dos falantes / escreventes, tal como vemos no diário, na autobiografia ou no confessionário. O discurso político do Partido Brasileiro é só fingimento, dado que o povo, para eles, é quem vive na conformidade com o todo que vem desses falsos símbolos nacionais, que levam ao nada, por terem sido inventados.

3.3.3) A razão da existência do Partido Brasileiro - resumido na fórmula popular de que "o meu partido é o Brasil" - está na falsa alegação de que o mesmo foi colônia de Portugal, o que justifica esse ato de apatria chamado pela historiografia nacional de "independência", negando as razões pelas quais houve o povoamento do Brasil, por força do que houve em Ourique. Isso é um prato cheio para a renovação de todas as mentiras criadas pela maçonaria, que no ano passado completou 300 anos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2018.

A cultura tem sua raiz na consciência

1) A maravilhosa aula de hoje do COF versou sobre o problema fundamental da educação e da auto-educação.

2) A cultura tem as suas raízes na consciência, sendo esta o traço fundamental que difere o ser humano dos outros animais.

3) A consciência define-se pela capacidade humana que Ortega y Gasset definiu como "ensimesmento", isto é, o diálogo interior que estabelecemos conosco ao contarmos a nossa própria historia para nós mesmos. A confissão é um exemplo crucial deste aspecto na tradição cristã. Ora, este movimento da consciência depende do uso e do domínio da linguagem e dos registros escritos. Consequentemente, o desenvolvimento da consciência está imediatamente relacionado com a aquisição de cultura.

4) A literatura contribuiu enormemente com esquemas narrativos cada vez mais complexos, sutis e profundos que nos ajudam a abrir cada vez mais janelas e perspectivas na nossa imaginação, através das quais nos podemos observar a nós mesmos e contarmos as nossas próprias histórias, ou seja, a desenvolvermos a nossa autoconsciência de formas mais elevadas.

5) Daí que eu insista particularmente nas obras de Shakespeare porque o grande número de personagens que ele nos oferece, com toda a gama caleidoscópica de dramas de consciência, é um espelho riquíssimo dos nossos próprios dramas. Não há NADA que substitua este bem divino que é o desenvolvimento da nossa autoconsciência. Não há qualquer salvação ou real vida moral sem ela.

6) Também não há VERDADEIRA CULTURA se os produtos da indústria cultural (poemas, peças, romances, filmes, música) não forem fruídos por cada um de nós como dramas da consciência, que pesam e moldam as nossa vidas interiores.

7) Se eu ouço uma obra de Beethoven ou Wagner meramente pela fruição estética, então eu sou um mero consumidor de prazeres e gratificações, sejam elas o aparato de status social, a pertença a um determinado grupo social e/ou profissional. Deste modo, estamos somente a viver no domínio do fisiológico, da sobrevivência e da futilidade, sendo a consciência, neste contexto, um mero ornamento da vida superficial. Isto acontece frequentemente nos meios ditos cultos e educados. Aí a cultura não tem qualquer traço ou relação com o aprimoramento da autoconsciência.

8) Se eu absorvo os dramas de consciência de um Beethoven, de um Wagner, de um Dante ou de um Shakespeare, então eu encontro-me no terreno firme da verdadeira transmissão cultural, com a qual eu viso o desenvolvimento da minha autoconsciência ao mais alto nível. Isto é o que mais importante possamos fazer na vida e é caso mortalmente sério, já que a consciência é o ÚNICO instrumento que temos para vivermos e guiarmos a nossa vida.

9) ISTO era o que Cristo tinha em mente quando disse: "Nem só de pão vive o homem."

Artur Silva (https://www.facebook.com/arturjorg/posts/10205537819821038)

Facebook, 16 de janeiro de 2016.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Consideração sobre a comunidade política ser uma continuação da trindade: o caso da sociedade medieval

1.1) As sociedades indo-européias eram compostas de três classes: clero, nobreza e povo.

1.2) A nobreza lidava com os assuntos da espada e o povo lidava com os assuntos do arado (seja cuidando da terra como um camponês, seja morando na cidade como um artesão, convertendo matéria-prima bens de consumo úteis a toda a comuna medieval)

1.3) O clero rezava, interligando a espada e o arado de tal maneira que servissem a Cristo de tal maneira que o país fosse tomado um lar como n'Ele, por Ele e para Ele, de modo que todos fossem para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu. Afinal, o Rei era vassalo de Cristo que punha a todos debaixo de sua proteção e autoridade, seja no âmbito do próprio reino, seja em terras distantes, por força da missão que herdamos em Ourique.

2) As três classes trabalhavam uma em função da outra, numa unidade composta de três classes. Assim a comunidade política era uma continuação da trindade, da unidade composta de três pessoas. E neste ponto, a política era organizada de tal maneira que as classes, dentro de seus talentos e atribuições, serviam ao bem comum naquilo que tinham de melhor. E neste ponto, havia aristocracia distribuída, uma verdadeira democracia fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Por força disso, era possível haver ascensão social se você fosse santo ou se fosse honesto.

3) Para cada pessoa, para cada classe, Deus atuava em tudo e em todos coordenando todas as coisas, de modo que ficasse tudo em conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) A Revolução Francesa destruiu essa trindade, ao dizer que o verdadeiro poder está no Terceiro Estado, fazendo com que houvesse a proletarização geral da sociedade. E neste ponto, a trindade foi substituída pelo monarquianismo político. Se a voz do povo é a voz de Deus, então o Estado será tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

5) Como o monarquianismo é a negação da trindade, o que vemos na religião pode ser visto na política, hoje em dia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de janeiro de 2018.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Deus, Pátria e Família são círculos concêntricos e não secantes

1) Eu concordo com este lema: Deus, pátria e família.

2.1) Você só ama a Deus e toma o país como um lar em Cristo amando a sua família, vendo Cristo nessas pessoas de seu convívio. Afinal, a família é a base da sociedade; ela constitui a igreja doméstica, a pequena comunidade dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus. Se você ama a sua família, então não demorará a tomar a família dos outros como parte de sua família também, a ponto de ser solidário e hospitaleiro, causas de nacionidade. E, neste ponto, a pátria se torna uma família ampliada, por força da solidariedade e da caridade - de tudo o que há de mais sólido. fundado na conformidade com o todo que vem de Deus.

2.2) Deus, Pátria e Família são círculos concêntricos - jamais círculos secantes, onde não sabemos onde termina um e começa outro. E se você não onde sabe onde começa um círculo e onde termina o outro, então terminará afirmando que tudo estará no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, por força da confusão. E, neste ponto, a acusação de que os integralistas lembram os fascistas soa verdadeira, dado que estão confundindo nacionismo (o senso de tomar o país como um lar em Cristo, o que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu) com nacionalismo (o senso de tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele)

3.1) A Igreja Católica, com base na Doutrina Social da Igreja, sempre defendeu a subsidiaridade: aquilo que o conjunto das famílias não pode resolver, que o governo local resolva; aquilo que o conjunto dos governos locais não pode resolver, que o governo provincial resolva; aquilo que o conjunto das províncias não puder resolver, que o governo nacional resolva.

3.2) E isso tem mais haver com a teoria dos círculos concêntricos do que com a teoria dos círculos secantes, uma vez que não devemos reduzir a moral à lei positiva, pois isso edifica liberdade com fins vazios. Afinal uma comunidade não pode ser fundada por critérios puramente humanos, fundados no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade; toda imaginação fundada nisso não passa de mentira, invenção, tal como aconteceu com Brasil, cuja secessão se deu na mentira de que o Brasil foi colônia de Portugal. Nosso país nunca será bem-sucedido enquanto a mentira fizer parte das fundações lógicas da pátria, pois ela põe de lado toda a nossa conexão de sentido com Deus, coisa que temos desde Ourique.

3.3) Se devemos trazer o futuro para o presente, então devemos deixar o Espírito Santo ser nosso guia. Afinal, somos herdeiros da missão de servir a cristo em terras distantes, por força daquilo que houve em Ourique - e isso nasceu de um milagre - o que dispensa qualquer imaginação, dado que é realidade extraordinária, um fato concreto que dispensa qualquer prova.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 2017.

Notas sobre uma conversa que tive com o Marcelo Dantas e com o Felipe Marcellino

José Octavio Dettmann:

1) Eu estava assistindo a um vídeo do Rodrigo Jungmann e ele indicou um livro que trata da necessidade da triangulação dos temas políticos em campanhas majoritárias. Eu comprei o livro do Dick Morris no Alibris, por força da indicação.

2) No mesmo dia de ontem em que assisti ao vídeo do Jungmann, Allan, no Boletim da Manhã do Canal Terça Livre, disse que a comunidade política é a continuação da comunidade da trindade. O autor que disse isso é Jorge Martinez Barrera, no livro A Política em Aristóteles e Santo Tomás - este era o livro que ele estava citando no programa.

3) Vou tentar juntar as duas coisas. Digitalizarei os dois livros assim que puder e começarei a eu mesmo estudar o tema.

Marcelo Dantas:

1) Desejo a você um bom estudo, Dettmann, pois é interessante essa visão que você escreveu sobre a triangulação.
(http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/01/notas-sobre-politica-da-triangulacao.html)

2) Quanto aos livros do Professor Rodrigo Jungmann, há um porém, apesar de eu ter um imenso carinho pela pessoa: a formação conservadora é de cerne angloamericano, embora o que ele recomenda seja válido.

José Octavio Dettmann:

1) Sim, Dantas, você tem razão, mas o fato é que o país, por conta da falsa alegação de que foi colônia de Portugal, acabou sendo mergulhando num governo de facção, a ponto de haver uma divisão entre o Partido Brasileiro e o Partido Português - e isso é característica de República Maçônica. Se Bastiat disse que devemos ver o que não se vê, então é isto que não está sendo visto. Cheguei a escrever um artigo sobre isso, inclusive. E claro, fiz à luz daquela realidade que foi jogada no lixo: a de Ourique.

2.1) Se pararmos pra pensar, há uma hegemonia do partido Brasileiro desde 1822 - luzias, saquaremas, partidos esquerdistas, trabalhistas, nacionalistas, fabianos, tudo isso não passa de costelinha do Partido Brasileiro (ou da alegação salvacionista de que "meu partido é o Brasil", que foi a temática das revoltas de 2014).

2.2) Considerando o Brasil uma invenção feita por conta da alegação de que foi colônia de Portugal, todos são apátridas, a tal ponto que o caráter nacional, posto na carta de 1988, é uma falácia. E isso falei em outro artigo, o qual compartilhei recentemente no facebook.
(https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com.br/2016/06/notas-sobre-o-verdadeiro-carater.html)

2.3.1) Se pararmos ainda mais para pensar, o que temos é uma hegemonia dentro da hegemonia. O pensamento de Gramsci deu certo porque certas coisas já tinham sido implementadas antes (basta ver o que o Loryel fala da obra de von Martius sobre como se deve escrever História do Brasil). 

2.3.2) Estamos num movimento de tudo ou nada: ou teremos a hegemonia do Partido Brasileiro, em que o Estado será tomado como se fosse religião do ponto de vista verde e amarelo, ou o Estado será tomado como se fosse religião do ponto de vista vermelho, comunista. Trata-se de uma luta entre nacionalistas e internacionalistas. E aqui neste ponto, o malminorismo, como bem apontou a minha Sara Rozante, não é solução, pois não há solução fácil.

2.4) O Olavo disse para estudarmos a realidade. Pelo que estou observando, a realidade não é tão evidente, pois não é possível percebê-la de maneira imediata - é preciso estudar a História do Brasil e reconstituir os fatos até a conseqüente secessão do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, de modo a poder compreender tudo isso. Não se pode ignorar a documentação portuguesa; do contrário, o estudo da História do Brasil se reduz a discurso ideológico.

Felipe Marcellino: Hoje mesmo vi uma publicação do Terça Livre sobre o José Bonifácio e me perguntei porque é que estão a ignorar o que o Loryel Rocha mostra nos seus vídeos. Parece que a realidade está sendo posta de lado, às vezes. Acho que isso não vai acontecer, mas seria bom que houvesse um hangout entre essas partes que vivem no mundo da lua e o Loryel Rocha. Acho que ficariam sem chão.

José Octavio Dettmann: Exatamente, Felipe. O Terça Livre pôs a realidade de lado (ele ficaram, como o Conde, acusando o Loryel de heresia, a ponto de que terminaram bloqueados por ele por força disso).

Felipe Marcellino: Como não querem negar que estão quase a idolatrar o José Bonifácio, então não devem aceitar o diálogo com quem diz o contrário.

José Octavio Dettmann: Como disse, as costelinhas estão caindo e o Partido Brasileiro, como partido único, está se reafirmando. Afinal, já há partido único de fato - só não há uma cara institucional, uma faceta formal ainda.

Felipe Marcellino: Ele está se impondo de forma escancarada. O maior foco de resistência está cedendo.

Felipe Marcellino: É preciso que seja formado um grupo que atue e que forme o partido da realidade, como você disse no artigo. Esse Partido Brasileiro é o partido da ruptura, é maçónico até à alma. O partido português é o partido real por excelência porque foi fundado na Verdade, tal como Cristo quis e mostrou em Ourique. Nem poderia ser viável permitir a existência de um partido que queira impor a mentira por meios formais.

José Octavio Dettmann: Sim. Por isso que esquerda e direita não fazem sentido, pois são termos nominais, já que a política aqui praticada não passa de um simulacro da França Revolucionária. Trata-se de um arremedo de política, pois isso tudo decorre de uma cultura viciada.

Felipe Marcellino: Aqui em Portugal a política está dominada por esse mesmo tipo de gentalha.

José Octavio Dettmann: Tiveram que passar pelo cadáver do rei para fazer isso. E a república lá surgiu por força do que houve no Brasil.

Felipe Marcellino: O partido português tem que renascer num dos dois continentes. Não o vejo em lado nenhum.

José Octavio Dettmann: A hecatombe se deu aqui. Por isso, o Partido Português tem que ser fundado aqui.

Felipe Marcellino: Se Deus quiser, isso vai recomeçar em breve. Você vê algum indício disso na sua rede de contatos?

José Octavio Dettmann: Tirando o que o Loryel e eu falamos, até agora não vejo um movimento nessa direção. Isso pede para estudarmos mais a História de Portugal. Por isso que preciso de você.

Felipe Marcellino: Concretamente, como eu posso te ajudar?

José Octavio Dettmann: Como você sempre me ajudou: me mandando livros.

Felipe Marcellino: Você já tem alguma lista com títulos de que precisa?

José Octavio Dettmann: O Loryel tem indicado uns livros em seus vídeos e posts. Depois, eu faço a lista.

Felipe Marcellino: Certo. Quando tiver essa lista, pode-me enviar pelo Messenger mesmo. Fico feliz de poder ajudar de alguma forma. Mesmo que sejam livros revolucionários, de modo a a estar a par do que os apátridas andam a discutir por aqui, em Portugal.

José Octavio Dettmann: O que você me enviou me ajudou e muito.

Felipe Marcellino: Quais foram os livros que enviei? Só me recordo do livro de Sta. Teresa.

José Octavio Dettmann: Além desse, você me enviou um livro que trata de um padre que foi vítima da república regicida portuguesa, em 1910. E você ficou de ver outros livros, mas depois nos desencontramos.