Vivemos em um mundo onde as redes sociais são muitas vezes vistas como um passatempo, um entretenimento superficial ou, no máximo, uma vitrine da vida cotidiana. Contudo, para alguns, elas representam algo muito maior: uma verdadeira ponte para a liberdade intelectual, emocional e cultural, permitindo conexões que ultrapassam as barreiras geográficas e sociais. Este é o meu caso.
Desde os meus 26 anos, as redes sociais não foram apenas uma distração, mas parte intrínseca do meu ser. Elas moldaram minha história e se tornaram indispensáveis em minha jornada pessoal e intelectual. No Brasil de hoje, essa vivência é uma necessidade. Como eu poderia me conectar com os melhores que estão dispersos pelo mundo, aqueles que compartilham valores, objetivos e perspectivas semelhantes às minhas, sem as redes sociais? Dependendo apenas do que minha circunstância geográfica oferece, minha vida seria uma desgraça.
Redes Sociais Como Ferramenta de Conexão e Crescimento
Ao contrário do uso predominante das redes sociais como mero passatempo, vejo nelas um meio essencial para transcender os limites impostos pelo local onde vivo. Elas são mais do que plataformas digitais; são ferramentas para encontrar interlocutores, fomentar discussões e criar pontes com mentes brilhantes e almas afins.
Esse uso consciente e deliberado das redes sociais transforma-as em algo que vai muito além de uma ferramenta para o "passamento" do tempo. Elas se tornam espaços onde é possível construir relações significativas, compartilhar conhecimento útil e encontrar os "melhores" — aqueles que, como eu, buscam a verdade como fundamento da liberdade.
A Necessidade de Privacidade e Discernimento
Ao mesmo tempo, é essencial manter um senso de privacidade e discernimento. Para mim, a vida privada é um bem sagrado, inviolável, como estabelece a própria Constituição. Assuntos pessoais ou familiares não são tratados de forma pública, mesmo que o mundo atual incentive a exposição desenfreada. Muitos utilizam o Instagram, Snapchat e outras plataformas para compartilhar detalhes íntimos que, em minha opinião, deveriam permanecer no âmbito privado.
Essa postura é um contraponto ao que se tornou comum nas redes sociais: a banalização da vida privada. Se houvesse uma compreensão mais ampla da importância da honra e da privacidade como bens invioláveis, 90% do conteúdo postado nessas plataformas provavelmente não existiria. Essa reflexão me guia e define como interajo com o mundo digital.
As Redes Sociais Como Necessidade no Contexto Brasileiro
No Brasil, um país onde as oportunidades de encontro com interlocutores de alto nível intelectual e espiritual são escassas, as redes sociais se tornam ainda mais indispensáveis. Elas permitem que eu ultrapasse as limitações de meu meio local e alcance aqueles que compartilham valores semelhantes aos meus, espalhados por todo o mundo. Essa conexão não é um luxo; é uma necessidade vital para minha realização pessoal e para o cumprimento de minha missão de vida.
Resgatando o Propósito das Redes Sociais
Minha experiência demonstra que as redes sociais, quando utilizadas com intencionalidade e ética, podem ser instrumentos poderosos de crescimento pessoal e coletivo. Elas me permitiram superar barreiras geográficas, construir relações significativas e compartilhar pensamentos úteis — tudo isso sem comprometer minha privacidade ou meus valores.
Em um mundo que frequentemente valoriza a superficialidade, minha experiência é um convite à reflexão: como podemos resgatar o verdadeiro propósito das redes sociais? Como podemos utilizá-las para conectar, edificar e promover a verdade como fundamento da liberdade? A resposta está em uma utilização consciente, respeitosa e focada no bem comum.
As redes sociais, para mim, não são um fim em si mesmas, mas um meio poderoso para encontrar aqueles que compartilham da busca pelo verdadeiro, pelo bom e pelo belo. Elas me ajudam a transcender meu contexto local e a construir uma vida que, sem essas conexões, seria muito mais limitada e, talvez, desoladora. Usá-las dessa forma é uma escolha; uma escolha que transforma o que poderia ser um simples passatempo em uma ferramenta de propósito e significado.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 24 de janeiro 2025.
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