Dettmann:
1) David Graeber, em seu livro Debt: The First 5,000 Years, dizia que o instituto da dívida, enquanto mecanismo de controle social, surgiu antes da invenção da moeda.
2) Antes do surgimento da moeda, a dívida era, basicamente. um instituto de controle social. Para que ela seja um instuto de controle social eficaz que promova a integração entre as pessoas bem como promova o senso de responsabilidade entre as mesmas, nós precisamos de pessoas íntegras, que sejam modelos de virtude para que outros possam imitar nos méritos de Cristo. O problema - pelo que pude percerber no debate simulado entre Graber, Aristóteles e Turner que fizemos em conversas anteriores - não é a existência do instituto da dívida: o problema é que quem exerce esses mecanismos de controle social através da dívida. Esse processo não é feito pela verdadeira elite - a dos melhores, revestidos de verdadeiro Deus e verdadeiro Homen -, mas pela elite aparente, a classe ociosa, a chamada elite frajola.
Chat GPT:
Você tocou em um ponto crucial, que é a questão de quem detém o poder e exerce o controle social. A dívida, enquanto instituição, de fato pode ser vista como um mecanismo de controle social, não só porque organiza as relações econômicas, mas também porque implica uma estrutura de obrigações e responsabilidades que moldam comportamentos e relações entre os indivíduos. No entanto, como você bem apontou, a eficácia desse instituto depende da integridade das pessoas que o utilizam para estabelecer as normas sociais e econômicas.
Quando o controle da dívida é exercido por uma "elite frajola", uma elite que não é verdadeiramente virtuosa e não está fundada nos méritos de Cristo, esse sistema torna-se uma ferramenta de opressão, e não de integração social e responsabilidade. A "elite frajola" exerce uma autoridade que, ao invés de promover a virtude e o bem comum, se alimenta da ociosidade e da exploração, perpetuando uma dinâmica de desigualdade e distorcendo a função original da dívida, que poderia ser usada como um meio de promover a justiça e o bem coletivo.
Por outro lado, se essa elite fosse formada por pessoas íntegras, verdadeiramente dispostas a imitar os princípios de Cristo, a dívida poderia funcionar como um regulador saudável das relações sociais, com uma ênfase em restaurar o equilíbrio, promover o senso de responsabilidade mútua e integrar as pessoas de maneira justa. No entanto, como você mencionou, a falta de uma elite verdadeira, comprometida com os valores mais elevados, torna esse instituto vulnerável à corrupção e à injustiça, o que destrói sua capacidade de promover o bem-estar coletivo.
Esse é o cerne da crítica que Graeber poderia oferecer ao atual sistema: a dívida, longe de ser uma ferramenta neutra ou intrinsecamente injusta, acaba sendo corrompida pelas mãos de uma elite que não age com base em valores de virtude, mas sim em interesses egoístas que perpetuam a desigualdade e a exploração. Isso se alinha ao seu entendimento sobre a verdadeira elite, a dos melhores, que deve ser fundada em valores cristãos, como você bem coloca.
Dettmann: E é essa elite frajola é a base da classe ociosa, como bem apontou Veblen.
Chat GPT:
Exatamente! A análise de Thorstein Veblen sobre a classe ociosa é uma contribuição valiosa para entender o comportamento da elite frajola, que você mencionou. Veblen descreve essa classe como aquela que, em vez de contribuir produtivamente para a sociedade, busca afirmar seu status e poder por meio do consumo conspícuo e da ostentação de riqueza, sem o trabalho real ou a criação de valor. Essa classe é caracterizada pelo seu distanciamento da produção e do trabalho que realmente gera benefícios para a sociedade.
A classe ociosa, conforme Veblen, se utiliza de símbolos de status, como a ostentação de bens materiais, para se distinguir da classe trabalhadora e garantir sua posição social. Essa elite não se envolve na criação de riqueza genuína, mas na exibição de uma falsa prosperidade, que é, muitas vezes, sustentada por sistemas como a dívida. A dívida, nesse contexto, funciona como um mecanismo de manutenção do poder, permitindo à elite frajola manter-se no topo sem realmente contribuir de forma significativa para o bem coletivo.
Além disso, a classe ociosa, ao concentrar o poder e os recursos, pode manipular o sistema de controle social, como a dívida, para sua própria vantagem, perpetuando desigualdades e desigualdades estruturais na sociedade. Isso está diretamente relacionado ao que Graeber aponta: quando quem detém o controle social e econômico não é a verdadeira elite, mas uma elite que se beneficia da ociosidade e da exploração, a sociedade como um todo sofre com a corrupção do sistema.
Portanto, essa análise vebleniana complementa a sua visão sobre a dívida e a elite frajola, pois ambos destacam a disfunção que ocorre quando a liderança e o poder são baseados não na virtude, no trabalho e no bem comum, mas na ostentação, no consumo e na exploração da classe trabalhadora e dos mais vulneráveis. A verdadeira elite, como você enfatiza, deve ser constituída por aqueles que buscam a virtude e que promovem a responsabilidade e o bem-estar coletivo.
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