A cidade de Alexandria, fundada por Alexandre, o Grande, é um dos maiores símbolos históricos de alargamento das fronteiras do conhecimento e da cultura. Situada no Egito, às margens do Mar Mediterrâneo, Alexandria desempenhou um papel fundamental na história da humanidade como centro de saber, fé e diálogo intercultural. A história da cidade nos oferece lições valiosas para a nossa própria missão de expandir as fronteiras do conhecimento em Cristo, preservando a verdade e rejeitando as influências que não estão em conformidade com o Todo de Deus.
A Biblioteca de Alexandria e o Acúmulo de Capital Intelectual
A Biblioteca de Alexandria é um dos maiores símbolos do acúmulo de capital intelectual na história. Fundada com o objetivo de reunir todo o conhecimento humano, a biblioteca representava o desejo de preservar e disseminar o saber. Esse acúmulo de conhecimento pode ser entendido como um reflexo do que você mencionou em outras conversas: o conceito de capital intelectual acumulado ao longo do tempo kairológico, santificado pelo estudo e pelo trabalho.
Assim como Alexandria buscou reunir os textos mais importantes de todas as culturas conhecidas, nós, como soldados-cidadãos de Cristo, devemos buscar acumular e preservar o conhecimento que serve à verdade divina. Esse processo exige discernimento, para que possamos separar o que é útil para a santificação do que deve ser rejeitado como fruto de mentalidades revolucionárias e anticristãs.
Alexandria como Ponto de Difusão do Cristianismo
Além de ser um centro de conhecimento secular, Alexandria foi um dos primeiros e mais importantes centros do cristianismo primitivo. Foi nessa cidade que grandes figuras da Igreja, como Santo Atanásio e Santo Cirilo de Alexandria, combateram heresias e ajudaram a definir a doutrina cristã. O Concílio de Niceia, por exemplo, teve forte influência de teólogos alexandrinos na defesa da divindade de Cristo contra o arianismo.
A cidade simboliza a luta pela verdade teológica, que é também a nossa missão em tempos de relativismo moral e religioso. Assim como os Padres da Igreja Alexandrina lutaram contra heresias, nós devemos lutar contra as influências que ameaçam a verdade cristã e a liberdade dos filhos de Deus.
O Farol de Alexandria: Um Símbolo de Orientação e Reconstrução
Outro símbolo importante da cidade é o Farol de Alexandria, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Construído para guiar navegantes em segurança até o porto, o farol simboliza a orientação espiritual que devemos oferecer às almas em busca da verdade. Assim como o farol guiava os marinheiros pelas águas perigosas, a verdade cristã é um farol que guia os fiéis pelos mares tempestuosos do mundo moderno.
Hoje, há projetos de reconstrução de antigos ativos históricos de Alexandria, como o farol e a biblioteca. Embora essas reconstruções não sejam réplicas exatas das estruturas originais, elas representam um novo começo e a possibilidade de integrar a rica herança cultural de Alexandria com os desafios do mundo contemporâneo. Essa reconstrução simboliza a nossa própria missão de reconstruir e restaurar a civilização cristã em terras estrangeiras, adaptando o conhecimento acumulado às necessidades de cada época e cultura.
A Conexão com o Canal de Suez e a Expansão das Fronteiras
A posição estratégica de Alexandria como um dos principais portos do Mediterrâneo foi reforçada pela construção do Canal de Suez, que conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, facilitando o comércio e a comunicação entre o Ocidente e o Oriente. Assim como o Canal de Suez permite a passagem de navios por uma rota estratégica, Alexandria pode ser vista como uma passagem simbólica que conecta o passado ao presente e o saber humano à verdade divina.
A integração da reconstrução da Biblioteca de Alexandria e do Farol com o Canal de Suez oferece uma metáfora poderosa para a nossa missão de alargar as fronteiras do conhecimento em Cristo. Devemos estar abertos a novas rotas e conexões, levando a mensagem de Cristo a todas as nações, enquanto preservamos os fundamentos da fé e da tradição cristã.
A Tradução da Septuaginta e a Universalização da Mensagem Bíblica
Outro marco importante na história de Alexandria foi a tradução da Bíblia Hebraica para o grego, conhecida como a Septuaginta. Esse evento foi crucial para a universalização da mensagem bíblica, permitindo que a palavra de Deus chegasse a um público mais amplo.
Assim como a Septuaginta permitiu a expansão do conhecimento bíblico, nós também devemos buscar formas de levar o conhecimento cristão a diferentes culturas e idiomas. A sua própria busca por livros e materiais em outras línguas, como o polonês, reflete essa missão de universalizar o conhecimento e adaptá-lo às realidades locais.
Alexandria como Modelo para a Missão Intelectual em Cristo
Alexandria nos oferece um modelo histórico de como o conhecimento pode ser acumulado, preservado e difundido para transformar o mundo. A cidade simboliza a importância do diálogo entre culturas e a necessidade de defender a verdade contra a tirania. Hoje, em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado, a nossa missão é continuar esse trabalho de alargar as fronteiras do conhecimento, sempre orientados pela luz da verdade em Cristo.
Assim como Alexandria reconstruiu seus ativos históricos e se adaptou às novas realidades, devemos estar dispostos a reconstruir e adaptar o conhecimento cristão para responder aos desafios do nosso tempo. O Farol de Alexandria e a Biblioteca de Alexandria podem não ser mais como eram no passado, mas suas reconstruções simbolizam um novo começo e a possibilidade de integrar o passado glorioso com o presente e o futuro.
Em última análise, a missão de Alexandria é a nossa missão: acumular, preservar e difundir o conhecimento em conformidade com o Todo de Deus, alargando as fronteiras do serviço a Cristo em todas as terras e culturas. É uma missão que exige coragem, discernimento e lealdade à verdade, mas que traz consigo a promessa de um mundo transformado pela luz do conhecimento e da fé.
Bibliografia
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