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sábado, 9 de novembro de 2019

Por que os países agrícolas são em geral mais avançados que os industriais?

1.1) Ao longo da História de Portugal, os portugueses sempre estimularam o desenvolvimento da agricultura em seus territórios de além-mar.

1.2) Por conta da missão de servir a Cristo em terras distantes, isso gerou um grande número de descendentes de portugueses, de pessoas sujeitas à proteção e autoridade do Rei de Portugal, vassalo de Cristo por conta do que foi estabelecido em Ourique. Como a população de descendentes de portugueses tendia e muito a superar a população das tribos que ocupavam um determinado território, era natural que essas tribos passassem a estar sob proteção e autoridade do Rei de Portugal, ao longo do tempo.

2.1) Com uma enorme população no além-mar, o conhecimento tende a ficar mais disperso, por conta da população abundante.
 
2.2) Esse conhecimento disperso, se for buscado, favorece a uma maior integração entre as pessoas, o que fomenta ainda mais a disseminação do conhecimento seja por meio da tradição, seja por meio da instrução técnica, o que acelera ainda mais o avanço tecnológico. Não é à toa que as tribos todas passaram a estar sob proteção e autoridade do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, uma vez que ambas podiam prosperar juntas através do comércio e dos pactos defensivos. Essas relações iam além desses acordos, pois era comum a nobreza portuguesa se casar com as filhas dos chefes dessas tribos, a ponto de essas nações diferentes serem tomadas como um mesmo lar em Cristo, por conta da missão de se servir a Cristo em terras distantes - o que é por sinal, causa de nacionidade.

3.1) Se a terra é a verdadeira fonte de riquezas, como dizem os fisiocratas, então o cultivo dessa terra de modo a produzir riquezas necessita de muito investimento em tecnologia. Isso sem mencionar que muito conhecimento agrícola pode ser desenvolvido por meio da experiência em se cultivar os campos.

3.2.1) Uma das vantagens do instituto da sesmaria é que o proprietário da terra é quem a ocupa de modo a torná-la rentável e produtiva, a ponto de estabelecer uma atividade economicamente organizada a partir do cultivo dos campos - o que viabilizou o surgimento de cidades ao longo desse enorme território que é o Brasil, o que permitiu que largas porções de terras fossem povoadas.

3.2.2) O instituto da sesmaria levou ao desenvolvimento do princípio do uti possidetis (posse útil da terra) no Direito Internacional, o que permitiu que o território do Brasil fosse triplicado sem haver a necessidade de declarar guerra, uma vez que esse princípio foi consagrado no tratado de Madrid de 1750.

3.3.1) Outra vantagem é que recursos que garantem o bem-estar geral de toda a população podem ser cultivados através da agricultura, como as matérias-primas, por exemplo.

3.3.2) Esses recursos de bem-estar geralmente são commodities; se houver excedente, eles podem ser trocados de modo a se gerar obter benefícios junto a outras potências no âmbito das relações internacionais, pois o rei de Portugal, enquanto vassalo de Cristo, pode obter os favores de outros soberanos, a partir de suas múltiplas vantagens comparativas, por conta de servir a Cristo em terras distantes, pois todos esses territórios eram parte de Portugal, cuja razão de ser estava em Cristo, por Cristo e para Cristo, que queria um Império para si, capaz de publicar seu Santo Nome entre as nações mais estranhas.

3.3.3) Se esses recursos, essas commodities, essas matérias-primas propiciarem o desenvolvimento de indústrias que atendam a necessidades de outros povos, então elas cumprirão seu propósito dentro daquilo que foi estabelecido em Ourique, uma vez que as manufaturas dependem da agricultura, pois o cultivo da terra é a fonte de riquezas que faz todo um país ser tomado como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo. Por isso todo o desenvolvimento tecnológico deve ser voltado para se produzir riquezas a partir do solo, pois essas são as riquezas primárias - as demais são dadas por acréscimo.

3.3.4) Quando se toma a riqueza como sinal de salvação, toda a economia se reduz a transformação social do mesmo modo que a uva é esmagada de modo a se transformar em vinho. Nesse ponto, essa transformação tem um quê de magia, pois se acredita-se que a indústria é uma forma humana de se ter um poder divino sobre tudo.

3.3.5) O industrialismo, essa concepção revolucionária de pensamento, não passa de ilusão, pois a indústria depende da agricultura, pois a riqueza vem da terra. Por isso, os maiores defensores do industrialismo estão totalmente errados, pois são gnósticos, pois acham que o conhecimento da transformação da matéria-prima em bens industrializados é o que vai libertar a humanidade da vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, a qual consideram uma prisão mental ou um atraso de vida. E esta é a maior guerra cultural que pode ser feita na economia, dado que o industrialismo tem íntima relação com a heresia protestante e com o gnosticismo. E é isso que precisa ser combatido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2019 (data da postagem original).

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