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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Notas sobre política enquanto continuação da trindade

1) Todo poder emana de Deus, que dá a um povo um sentido para tomar os lugares que tradicionalmente ocupa como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo. É por meio do sinal da Santa Cruz que vem todo o sentido para se servir ao verdadeiro Deus e verdadeiro homem, dando a esse povo um sentido histórico e civilizacional cujo legado seja capaz de resistir ao teste do tempo.

2) Se o povo vive em conformidade com o Todo que vem de Deus, ele será a voz de Deus neste mundo. Três classes se desdobrarão desse todo: a nobreza, o clero e a plebe, responsável pela organização das atividades econômicas organizadas - afinal, eles são homens de ação. Esta é a prova cabal de que a política é a continuação da trindade, a ponto de a terra ser tomada como um lar em Cristo e ser um espelho da Jerusalém celeste.

3.1) Assim como os sacerdotes são retirados do meio do povo de modo a fazer sacrifícios por si e por todos em nome de Cristo Jesus, assim também ocorre com a nobreza, que é retirada do meio do povo de modo a servir a todas as classes de modo a fomentar o bem comum tão necessário a fomentar o senso de nacionidade - se todos tomam o país comum um lar em Cristo, então todos devem ser leais à autoridade, a ponto de remunerá-la com tributos, uma vez que ela aperfeiçoou o senso de sermos livres em Cristo, por Cristo e para Cristo, uma vez que tomou o povo como parte de sua família, a ponto de protegê-la e ampará-la, tal como um bom pai faria.

3.2.1) Os nobres são recrutados a partir do dom da sabedoria e da prudência, quando são da esfera civil, e do dom fortaleza e da coragem, quando se trata da esfera militar.

3.2.2) Por conta dos relevantes serviços prestados, recebem algumas concessões, alguns prêmios que podem ser passados aos descendentes, na forma de propriedades, direitos e rendas. Esses herdeiros devem continuar o legado das gerações anteriores e expandi-lo - esta é a principal responsabilidade deles, pois a quem muito foi dado, muito lhe será cobrado. Se esse privilégio for usado com fins vazios, a nobreza vira uma classe ociosa - e esses membros da classe ociosa devem ser extirpados tal qual erva daninha.

3.2.3) Engana-se quem pensa que a nobreza é improdutiva. A excelente formação na alta cultura dá ao nobre a responsabilidade histórica e espiritual de servir a Cristo aqui e em todo o lugar, em nome desse bem comum que é a cristandade. É nos méritos de Cristo que o nobre é agraciado com títulos e privilégios, as prerrogativas necessárias para que os descendentes possam agir em nome daqueles que morreram de modo a continuar o seu legado, uma vez que o serviço público do nobre deve ser continuado.

4.1) Quando não há nobreza, prevalece o igualitarismo - não o fato de que todos são igualmente sujeitos à lei à proteção e autoridade de Deus, mas o fato inexorável de que todos são gado de algum descendente de algum Faraó do Egito bem FDP, que pode tirar todos os bens dos homens por meio de algum capricho, como são os comunistas.

4.2) O triângulo eqüilátero dará lugar a um triângulo escaleno, pois cada classe, cada ponto tem sua própria verdade, a ponto de ninguém ser leal a ninguém, nem ser solidário a ninguém. Eis aí o surgimento da sociedade liberal, que é líqüida. E é por meio do líqüido que se dá lugar à anarquia gasosa, pois o que é sólido se desmanchou no ar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2019 (data da postagem original).

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