1) Dois são os conceitos de nacionalidade.
2.1) Um deles se opõe ao conceito de nacionidade. Nacionalidade - segundo John Borneman, em seu livro Belonging in the two Berlins - é tomar o país como se fosse religião, onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.
2.2.1) Ele é a personificação do fascismo de Mussolini, uma espécie de nacional-socialismo fundado num falso conceito de nação, uma comunidade imaginada pelos homens onde toda e qualquer utopia pode ser realizada visando a grande glória da pátria, uma vez que o homem foi elevado à categoria de Deus, através do Estado.
2.2.2) A noção de pátria tende a ser uma idéia deletéria, abstrata, a ponto de ser uma comunidade imaginada, artificialmente forjada, sem tradição alguma e sem uma conexão de sentido capaz de fazer tal arranjo de coisas resistir ao teste de tempo e deixar um legado civilizatório tendo por base a verdade como fundamento da liberdade, coisa que não há nesses meios artificiais.
2.2.2) A noção de pátria tende a ser uma idéia deletéria, abstrata, a ponto de ser uma comunidade imaginada, artificialmente forjada, sem tradição alguma e sem uma conexão de sentido capaz de fazer tal arranjo de coisas resistir ao teste de tempo e deixar um legado civilizatório tendo por base a verdade como fundamento da liberdade, coisa que não há nesses meios artificiais.
3.1) O outro conceito indica os meios operativos ou a forma de como se dá o senso de se tomar o país como um lar em Cristo.
3.2.1) Nele, o vassalo deve servir aos que estão sujeitos à sua proteção e autoridade de tal maneira que seus protegidos se sintam patrocinados e possam servir a Cristo em terras distantes, a ponto de se santificar através do trabalho nessas terras e trazer riquezas não só ao novo local que vão povoar como também trazer glórias à terra de origem, guardando uma relação de lealdade e gratidão para com o soberano que patrocinou tal atividade civilizatória organizada em nome de Cristo Jesus.
3.2.2) As províncias de além-mar guardam um laço de lealdade e de solidariedade com relação à terra-mãe, que os alimentou na idéia de servir a Cristo neste fundamento, de modo que o Santo Nome do Senhor seja publicado entre as nações mais distantes - e neste ponto os portugueses e brasileiros podem ser vistos como uma mesma imagem no espelho, a qual aponta para o belo e produtivo.
3.2.3) Se o povoamento das novas terras prosperar, então esses lugares todos serão tomados como um mesmo lar em Cristo e poderão ser capazes de prestar tributo ao vassalo de Cristo por ter patrocinado todo esse trabalho santificador e civilizador, uma vez que o povo vê no vassalo de Cristo - o Rei de Portugal, Brasil e Algarves - a figura do próprio Cristo.
4.1) O conceito de nacionalidade só tem sentido onde o povo é tomado como parte da família do governante.
4.2) Isso só pode haver em monarquias e em principados (repúblicas que possuem uma nobreza e uma casa reinante de longa data, a ponto de serem cidades-Estado livres por direito próprio).
5) Confundir estes dois conceitos é ignorar a sutileza das coisas, visto que estas nuances são evidentes a quem se cultivou na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2019 (data da postagem original).
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