1) Descobri uma maneira de converter uma nota de diário numa matéria jornalística. Tudo o que tenho a fazer é escrever o texto normalmente, em formato de experiência pessoal, descrevendo de maneira autêntica coisas que eu vivi ou que se passaram comigo.
2) Depois que tenho a nota de diário, eu mando a inteligência artificial fazer um resumo dela. Todos os elementos de primeira pessoa presentes da nota são transformados em terceira pessoa e eu viro o personagem da narrativa. Como jornalismo é basicamente narrativa em terceira pessoa, posso perfeitamente montar um jornal familiar contando todos os meus feitos perante a minha família e amigos, imitando o exemplo do jornalismo profissional, só que de maneira caseira.
3) Como minha experiência pessoal pode ser convertida facilmente em experiência de personagem, posso trocar meu eu em terceira pessoa por um personagem fictício a ponto de adequar os diálogos à descrição da personagem - o que torna a narrativa mais realista, sem contar que o personagem é um dado da minha personalidade dentro da circunstância que eu vivi, já que eu vivi aquela realidade e não outra pessoa.
4) Acho que vou adotar este artifício mais vezes: escrever notas de diário de modo a escrever notas jornalísticas - como sou humilde, meu personagem dá lugar a outras personas fictícias de modo que um livro possa surgir. É assim que nasce uma ficção, já que eu sempre fui um péssimo escritor de diálogos, dada a minha natureza mais introvertida
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 01 de julho de 2024 (data da postagem original).