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domingo, 19 de maio de 2019

Fundamentos para uma boa história - notas sobre isso

1.1) Às vezes, para se contar uma boa história, você precisa escrever pequenas narrativas e depois encaixá-las em um todo harmônico. Exemplo disso: um colega me pediu para escanear um livro que ensine russo para os falantes de língua portuguesa e a conseqüente resposta que dei a ele (história 1), seguida das minhas meditações a partir desse pedido, fundadas na minha experiência de digitalizador (história 2). 
 
1.2) Para escrever esse texto muito bem, fui encaixando as histórias uma na outra de modo a produzir um texto coerente e inteligível. Fui buscando novas artes e novos engenhos, como bem disse Camões, sempre tendo por referência a missão de servir a Cristo em terras distantes e o justo meio para se chegar a esse tão nobre fim, que é chegar a essas terras navegando nesse mar nunca dantes navegado que é o Oceano da Misericórdia, tal como foi narrado no Diário de Santa Faustina Kowalska.
 
2.1) O segredo para se escrever bem é escrever pequenas histórias, pequenos diálogos, coisas que podem ser tiradas de situações cotidianas. É a partir do que se conhece que você medita sobre as conseqüências disso. Quanto mais trabalho acumulado nessa seara, mais complexa e mais envolvente será a sua experiência, a ponto de chamar mais pessoas para dela participarem.
 
2.2.1) Se ela for usada para que todos aprendam a amar e a rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus, então devemos usá-la como uma arma de edificação sistemática, uma vez que o mercado literário se funda no encontro, nunca na sujeição.

2.2.2) O bom escritor não pode ser rico no amor de si até o desprezo de Deus - toda vez que ele se eleva, ele será esmagado como uma barata; todas as vezes em que ele se esvazia de si mesmo, mais ele é elevado, tendo por fundamento os méritos de Cristo, nunca os dele.

2.2.3) Como escritor, eu administro o dom de escrever em favor de Cristo - e a Ele, por meio do confessionário, devo contas. Como sou administrador de um dom fundado no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, eu necessito da aprovação do meu bispo de modo que meu trabalho atinja os demais membros da comunidade católica, que é a principal beneficiária de todo o trabalho que eu faço, uma vez que só considero brasileiro quem toma o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, a ponto de as experiências aqui colhidas servirem de base para se servir a Ele em terras distantes, na Lusitânia Dispersa, tal como se deu Ourique. Eis aí porque a repetição desse processo faz parte da nossa tradição - isso é a nossa identidade, nossa razão de ser, nosso mitologema. E isso é um traço de comunidade revelada, nunca imaginada.

2.2.4) Por conta disso, há uma verdadeiro governo de representação onde a criatura se faz às vezes de Criador a ponto de reproduzir com máxima precisão as feições do Filho da Virgem Maria, sem pecado concebida - e isso pode se dar escrevendo ou digitalizando, nessas que são as duas melhores coisas que eu sei fazer no momento. Isso não exclui qualquer outro dom que eu venha a ter no curso de minha vida - o que importa é que eu administre isso em favor de Cristo, por Cristo e para Cristo de modo que minha alma seja a mais íntegra possível. Se eu não me der por inteiro nestas tarefas, a ponto de me santificar através delas. então eu não valho nada mesmo.

2.2.5) É por conta dessa preocupação com a excelência que não é necessário ter nascido biologicamente aqui falando para ser considerado brasileiro, no sentido de se santificar através do trabalho de extrair pau-brasil de modo que do vermelho extraído dessa matéria-prima venha a ser produzida a tinta necessária para se tingir as vestes dos príncipes da Igreja. Pois é através deste selo, que marca o nosso caráter, que estaremos imitando o exemplo dos mártires que assim derramaram seu sangue em nome da verdade, do verbo que se fez carne a ponto de fazer em nós santa habitação, através da eucaristia, uma vez que somos todos portugueses nascidos na América, na Terra de Santa Cruz - e a exemplo de Portugal, nós temos o Brasil como berço e o mundo como o lugar onde devemos morrer.
 
2.2.6) É por isso que nós devemos morrer para o mundo, para o diabo e para a carne. E quanto mais em conformidade com esse falso todo decorrente de 1822, mais apátrida seremos, pois a vida de quem tomou o Brasil como o religião - a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele - terminará sendo vivida em vão, a ponto de o Santo Nome de Cristo ser pronunciado em vão infinitas vezes, de geração em geração, tal como estamos a ver dia após dia.

2.2.7) Esta é, pois, a verdade que reina em meio a esta tragédia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2019.

Começaram a chover pedidos de digitalização na minha horta

1.1) Quem adquiriu minhas digitalizações sabe que o que eu faço é mais do que um simples escaneamento - faço da digitalização uma espécie de obra de arte. 

1.2) Como digitalizo a partir de um livro impresso, a impressão que se tem é que estou lendo um ebook com alma de livro físico, uma vez que a fotografia retrata o estado da alma da pessoa, tanto de quem é fotografado quanto de quem fotografou. Quando estou no escuro, uso o tablet de modo a ler o livro - e com isso tenho não só a luz do tablet mas também a luz das idéias do livro me iluminando em meio às trevas e à solidão, o que é extremamente convidativo para a reflexão, quando chego cedo para a missa da noite, num dia frio.  
 
2) Por conta desse trabalho, um contato me perguntou se eu podia "escanear" livros que ensinem russo para quem é falante de língua portuguesa. Disse-lhe o seguinte: "se tivesse um livro físico comigo, eu certamente digitalizaria, tal como estou fazendo com a Gramática de Língua Polonesa, que está em fase de revisão, neste momento".

3) A questão é: onde poderia conseguir esse material?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2019.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Alguns assassinatos à língua portuguesa são bem criativos perto dos outros (coisas que ouvi de um professor de português que eu tive)

1) Certa ocasião, quando estudava para concurso público, meu professor estava contando para a turma da qual fazia parte da sua última viagem pelo Brasil afora. Ele costumava fotografar os letreiros dos restaurantes, sobretudo os cardápios, com a sugestão do chef para o dia.

2) Num desses restaurantes, ele encontrou como sugestão do chef o seguinte prato: angu à baiana. Só que o texto estava grafado do seguinte modo: "angú, há baiana"?

3) Ou seja, se não tem baiana no angu, então o angu não presta.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de maio de 2019.

Nova reflexão sobre o processo de digitalizar livros, tendo por base na minha experiência pessoal

1) O processo de digitalização de um livro envolve duas fases: a progressão e a correção.

2) Na progressão, você garante a foto da página do projeto - neste, não é preciso levar em consideração o clima. A qualidade da foto pode ficar ruim, mas o que importa é progredir.

3.1) Na correção, você faz o controle de qualidade. Pela minha experiência, as melhores fotos ocorrem de manhã e em tempos muito chuvosos. É como plantar uma flor-de-lis - ela necessita do pior lugar de modo a poder florescer - e não existe pior lugar para a vida humana do que viver no pântano, nas planícies alagadas.

3.2) Esperar a melhor condição de modo a fazer a correção exige paciência. Se você quiser fazer o melhor trabalho possível, sempre olhe para o céu.

3.3.1) O processo de correção, de controle de qualidade, é demorado, mas, no final, o projeto fica uma maravilha.

3.3.2) O melhor projeto que já digitalizei levou praticamente um ano pra ficar pronto. Trabalhei sempre com tempo nublado, chuvoso. Na época, eu não dividia o trabalho em progressão e correção. Por questões de otimização, eu acabei levando a dividir esse trabalho de coleta em dois tempos, tendo por base minha experiência pessoal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de maio de 2019.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Por que a personalidade é uma das maiores delícias da condição humana? Relatos da minha experiência pessoal

1) O Professor Olavo de Carvalho fala que uma das maiores delícias é a personalidade.

2) A maior prova disso é quando se lê um livro que você mesmo digitalizou no seu tablet, enquanto você fica esperando sua vez de ser atendido no dentista ou quando você espera sua mãe ou seu pai terminarem a consulta para se ir embora.

3) Digitalizar livros, tal como escrever, é uma projeção da personalidade, do ser que se organizou de tal maneira de modo a poder levar seus livros favoritos a lugares onde a leitura é voltada para o nada, tal como a Revista Caras, por exemplo.

4.1) Quando estudava na UFF, uma das coisas que eu mais gostava de fazer era ler livros na biblioteca do Gragoatá enquanto esperava pelas aulas à noite no Direito, que se davam lá no Ingá.

4.2.1) Se pudesse ler os livros que eu mesmo digitalizei enquanto não houvesse aula, certamente esse seria um dos maiores momentos da minha vida. Pelo menos, eu posso imaginar esses momentos - para mim, isso seria idílico.

4.2.2) Infelizmente, isso vai ter que esperar - enquanto não retirarem esses demônios das universidades, esse momento não vai acontecer. Se acontecesse, isso seria a glória - voltaria para a faculdade para estudar história e ser orientado por gente séria, interessada realmente no saber.

4.2.3) No fundo, a vida universitária não saiu do meu ser - eu nasci para isso. Só não estou nela porque ela foi ocupada por comunistas, os quais fazem com que a razão de ser destas instituições seja voltada para o nada, a ponto de corromper sistematicamente a inteligência de uma nação inteira, inviabilizando o senso de tomá-la como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2019.

Notas sobre a relação entre comunismo e paganismo na educação brasileira

1.1) Definitivamente, comunismo e paganismo se completam.

1.2) Se a educação for tomada como religião, então Paulo Freire é o seu Deus. E para agradar a esse Deus, eles fazem sacrifícios. Um dos muitos exemplos desse sacrifício é pegar um ônibus e incendiá-lo, a ponto de oferecê-lo em holocausto a "deus da educação", rico no amor de si até o desprezo do Deus verdadeiro.

2.1) Definitivamente, Paulo Freire não é Deus, mas demiurgo. E que eu saiba, demiurgo, Deus do mal, não existe, uma vez que o mal decorre da ausência do bem, como tão bem disse Santo Agostinho

2.2.1) E onde está a ausência de bem? Em não proclamar São José de Anchieta o verdadeiro patrono da educação, a ponto de promover uma formação moral de tal maneira que muitos nesta terra herdem a missão de servir a Cristo em terras distantes, tal como se deu em Ourique. Afinal, o Brasil foi fundado sob a égide da Santa Cruz e é por meio dela que tomaremos este país como um lar por Cristo, com Cristo e para Cristo. Ser brasileiro implica fazer da extração de pau-brasil a primeira primeira atividade a se santificar através do trabalho, pois dela decorre o escarlate dos cardeais, os príncipes da Igreja, cuja missão é derramar seu sangue por ela, tal como fizeram os mártires.

2.2.2) A partir do momento em que São José de Anchieta for proclamado patrono da educação, começará a haver o desmonte da tese de que o Brasil foi colônia de Portugal, pois educação é ato de amor. E Portugal veio salvar essa gente, tal como Pero Vaz de Caminha apontou em Carta a D. Manuel, o Venturoso.

3) Como foi bem dito, só se destrói aquilo que deve ser substituído, pois o que vai ser destruído se funda naquilo que é conservado conveniente e dissociado da verdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2019.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

A burocratização da Igreja fez com que o celibato fosse servido com fins vazios

1) Desde que a Igreja se tornou uma burocracia, houve uma espécie de imanentização.

2.1) Muitos jovens enxergam o sacerdócio como uma carreira, nunca como uma vocação. Eles se tornam burocratas, em vez de serem pais de muitos. Neste sentido, eles se tornam uma classe ociosa.

2.2.1) É justamente porque os sacerdotes se tornaram carreiristas que a Igreja Católica se tornou uma instituição de rent-seeking, a ponto de ser equiparada com as igrejas protestantes, se levarmos em conta a sociologia liberal. Isso acaba fazendo com que a Igreja acabe perdendo sua natureza de instituição de caridade, a ponto de perder de vez sua natureza salvífica.

2.2.3) Isso faz com que o celibato seja servido com fins vazios, improdutivos. A relação com os fiéis será mais impessoal, a ponto de esvaziar ainda mais as paróquias.

3.1) Além desse problema do carreirismo, há a infiltração dos comunistas na Igreja, sobretudo nos seminários.

3.2) Jovens efeminados e ricos no amor de si até o desprezo de Deus são escolhidos em detrimento dos verdadeiros vocacionados, os quais acabam seguindo o laicato consagrado ou mesmo se casando, a ponto de se tornarem diáconos permanentes e serem elevados eventualmente ao sacerdócio através da viuvez.

3.3) O x da questão não é o celibato em si, mas o fato de a Igreja ter se tornado uma burocracia. Em algum ponto da História a Igreja sofreu um desvio de finalidade - o que o Concílio Vaticano II fez foi tornar esse problema evidente. Isso desvirtuou o sacerdócio, a ponto de os sacerdotes serem reduzidos a burocratas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de maio de 2019.