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sábado, 20 de janeiro de 2018

Notas sobre a importância de se criar uma cultura literária sistemática, onde todos os homens são capazes de fazer registros autênticos do que vêem, ouvem ou sentem

1) Eu sempre tenho por hábito escrever sobre as coisas que faço e sobre o que sei. E sempre que posso, costumo fazer análise das coisas que vejo e ouço.

2) Quando conheço uma pessoa, eu costumo manter um registro das minhas impressões sobre essa pessoa, a respeito do que ela faz ou fala. E com base nisso, vou fazendo análises dessa pessoa, analisando qual seria sua provável reação se ela estivesse numa determinada circunstância de vida. Com base no fato de que isso é possivelmente verdadeiro, um personagem pode ser criado a partir de um modelo humano real que você conheceu na sua própria convivência ou por meio de meios mediatos, como livros, filmes e até noticiário.

3) Quando exerço uma atividade profissional que me leva a lidar com vários tipos de pessoas, eu preciso manter um registro de cada pessoa que conheço, desde seu conhecimento profissional,de suas vantagens e desvantagens personalíssimas fundadas no seu caráter, além de saber que tipos de coisa ela gosta e não gosta de fazer, se ela possui alguma coleção, se tem livros relevantes que podem me ser emprestados ou vendidos e muitos outros detalhes.

4.1) Uma função empresarial pode ser montada com base no conhecimento que você tem acerca das pessoas. 
 
4.20 E quando você conhece a alma de cada pessoa, por força da convivência, você pode fazer a ponte, a corretagem espiritual de modo que haja uma melhor integração entre as pessoas aconteça, de modo que um bom acordo seja bem feito. É por isso que economia é sempre uma relação interpessoal, uma vez que a impessoalidade nega todo esse conhecimento e toda a possibilidade de se conhecer o que decorreria do que as pessoas são ou poderiam ser.

5.1) A cultura do registro pede homens sistematicamente cultivados no domínio da língua e capazes de captar as nuances das coisas por meio dos sentidos. E isso se faz por meio do domínio da linguagem.

5.2.1) Uma relação de oferta e demanda na economia pode ser melhor entendida se você entender o perfil de cada pessoa ao seu redor, em suas circunstâncias, o que pede que você conheça a alma das pessoas sistematicamente.

5.2.2) Neste ponto, o conhecimento de psicologia é essencial para conhecer os motivos determinantes que fazem uma pessoa escolher um critério a e não b de modo a exercer uma atividade econômica organizada, uma vez que o lucro se funda num ganho sobre a incerteza, uma vez que a vida é um vale de lágrimas, uma incerteza sistemática.

5.2.3) Se houver uma cultura literária, onde as pessoas fazem registros autênticos de tudo o que vêem e sentem, então haverá um verdadeiro tesouro a ser explorado nos arquivos das famílias, cheio de experiências humanas e sociais que poderiam ser usadas para se entender um pais inteiro, de modo a ser tomado como se fosse um lar em Cristo. 
 
5.2.4) E neste ponto, o arquivo nacional só será necessário para você entender os atos administrativos e decisórios de um país, dado que essas funções são típicas de governo, uma vez que não há substituto para isso. 
 
5.2.5) Ao comparar o que ocorre no governo e o que ocorre no âmbito do que você conhece das famílias, você poderá dizer se o país se está sendo tomado como um lar em Cristo ou como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra. 
 
5.2.6) E quando o Estado é tomado como se fosse religião, o que haverá é ignorância sistemática, a ponto de não haver registros de experiências relevantes para a alma humana.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 2018.

Notas sobre distributivismo e robótica

1) Em determinadas tarefas, o homem é o melhor operário. Ele é muito bom em tarefas complexas (como análise e raciocínio, bem como criação, tal como design, arquitetura, pintura, escrita etc)

2.1) Em outras tarefas, o robô é o melhor operário, dado que ele é capaz de fazer tarefas simples e repetitivas.

2.2) Em determinas cirurgias, o robô é necessário, pois o ser humano pode ficar cansado e precisa ser substituído, após muito tempo fazendo o mesmo trabalho - e nem sempre o substituto humano é capaz de fazer o mesmo tipo de trabalho, no mesmo gênero, quantidade e qualidade. Como isso pede repetição, um robô pode fazer, tornando um trabalho humano, antes infungível, fungível. Basta que ele esteja programado a fazer o que operário humano é capaz de fazer tecnicamente, na sua melhor condição física e mental. Assim ele se torna vigário daquele operário humano, enquanto ele recupera suas forças, tecnicamente falando.

3.1) Para que uma família faça da sua casa uma pequena indústria, é crucial que haja alguém na família que seja capaz de criar robôs.

3.2) Se houver na família um artesão, basta que este crie uma peça original, um conceito - e o robô só faz o trabalho de reproduzir a peça em larga escala. Para garantir a autenticidade da peça, o artista assina a peça com uma caneta cuja tinta tem o seu DNA - e a tinta da caneta vem de um fio de cabelo desse artista.

4.1) O maior problema hoje em dia é a possibilidade de as famílias criarem seus próprios robôs e poderem fabricar coisas de modo a atender às necessidades das pessoas sistematicamente, favorecendo assim uma maior integração dessas pessoas. E por força dessa integração, as pessoas se tornam mais responsáveis umas com as outras.

4.2) Fabricar robôs que façam o trabalho de repetir o que já foi feito ainda é caro e pede conhecimento especializado. E esse conhecimento ainda está protegido por sigilo industrial - e é esse sigilo que faz com que as indústrias tenham um grande poder de usar, gozar e dispor, criando um verdadeiro monopólio, criando toda uma manipulação social, através dos sucessivos lobbys no governo de modo a tornar a população refém do amor próprio dos capitães da indústria, pois estes vêem a riqueza como um sinal de salvação, o que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.3.1) Se o monopólio gera abuso, então seria sensato que o governo aliado à Santa Religião quebrasse o monopólio de tal maneira que qualquer um do povo fosse capaz de fabricar seus próprios robôs, uma vez que é função do governo proteger a sociedade dos abusos, principalmente daquela decorrente do poder econômico (um exemplo disso podemos ver no caso da quebra de patentes de modo a produzir remédios genéricos - é desumano ver pessoas morrerem, uma vez que as empresas amam mais o dinheiro do que a Deus, dado que a riqueza é vista como um sinal de salvação).

4.3.2) Uma medida administrativa poderia ser feita no tocante a remover o privilégio temporário das empresas, se elas começarem a promover produtos que atentem contra os valores da pátria e que fazem o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo.

4.3.3) Se essa quebra de patentes acontecer, de modo a impedir que o poderio econômico de uma grande empresa domine uma sociedade inteira, então ocorrerá uma desconcentração da indústria a ponto de fazer a mais humilde casa do país uma pequena fábrica. E neste ponto, a revolução industrial acaba sendo afetada pelo distributivismo, dado que qualquer um pode ter sua própria fábrica, ao fabricar seu próprio robô. O que ocorrerá será uma grande restauração da propriedade, sistematicamente falando - uma contra-revolução industrial, dado que transformar matéria-prima em produto acabado sistematicamente estará ao alcance de todos.

4.3.4) Neste sentido, o distributivismo é a aplicação da virtude republicana dos romanos no campo econômico. A concentração de usar, gozar e dispor em poucas mãos faz um homem dominar outro homem, a ponto de reduzi-lo à escravidão - e foi contra essa tirania que os romanos buscaram a república.
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 2018.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Todo católico que se vale da ética protestante no tocante à economia é um herege e cismático

1.1) Todo aquele que se diz católico da boca para fora é no mínimo incoerente, ao se dizer católico e defender uma cultura econômica que decorre do fato de a riqueza ser vista como um sinal de salvação, a ponto de a liberdade de servir ser voltada para o nada.

1.2) Afinal, não dá para ser católico nos costumes e valer-se da ética protestante na economia, uma vez que o espírito do capitalismo é o espírito da riqueza como um sinal de salvação, em que o mundo é dividido de antemão entre eleitos e condenados, em que o objetivo do forte é destruir o fraco e não fundir-se com ele - o que é fora do que a Santa Madre Igreja ensina.

2.1) Todo aquele que vive a vida em conformidade com o todo que vem de Deus deve fazer da sua atividade profissional um apostolado - e esse apostolado deve ser feito de modo que todas as coisas apontem para Deus. E isso é ser Cristão no sentido verdadeiro da palavra.

2.2) Se ele realiza atividade organizada de modo a empregar gente que colabore com ele nesse sentido, então ele deve recrutar gente que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. E isso faz da oferta de emprego um tipo de evangelização.

2.3) Afinal, os que estão sujeitos à sua proteção e autoridade são seus amigos e, de certo modo, são como seus filhos. E isso faz da empresa um tipo de família ampliada, um segundo lar.

3.1) Um bom patrão não demite bons empregados, da mesma forma que um pai não nega a paternidade de seus filhos, quando estes pecam miseravelmente contra ele. Na verdade, o que esse bom patrão dá a eles é a liberdade para que possam criar uma empresa afiliada a dele de modo a atuar em outros ramos de atividade, para estes que sejam ocupados. experimentados e explorados, complementando a atividade principal do patrão, uma vez que este, por não ser Deus, não pode dar conta de tudo.

3.2) Por força disso, uma guilda se compõe de empresas associadas por gente do mesmo ramo ou de ramos conexos. E o princípio dessa associação, dessa união se dá por força da amizade, por conta de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento sistematicamente, visto que a riqueza é essencial para se construir um bem comum de modo que o país seja tomado como um lar em Cristo, o que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018.

Toda atividade organizada tem postos essenciais ao bom funcionamento dessa atividade e cada posto tem sua natureza e uma história, uma razão de ser

1.1) Quando se estabelece uma atividade econômica organizada, todos os postos criados de modo a fazer a empresa funcionar têm uma história.

1.2) Esses postos existem por conta de uma necessidade específica da empresa. Para se trabalhar num posto em especial, você precisa ter não só conhecimento técnico mas também ser uma pessoa confiável e útil para a empresa, para que essa organização seja tomada como uma extensão do lar por parte de quem trabalha nela, o que também prepara para a pátria definitiva a qual se dá no Céu.

2.1) Cada cargo anteriormente ocupado é uma preparação para um cargo superior.

2.2) Há os cargos no nível mais básico, desempenhados por gente que está aprendendo a trabalhar no ofício, já que estes desejam exercer sua vocação nessa área de atuação. Uma vez que essas pessoas estão preparadas para assumirem uma função mais especializada ou são capazes de exercerem uma atividade mais complexa, elas são promovidas e passam a ocupar um espaço na hierarquia superior imediata.

2.3.1) No começo, como são pessoas novas na função, ocupam o espaço de pessoas mais antigas, de modo a substituí-las em suas férias ou eventuais impedimentos.

2.3.2) Se elas se mostram tão confiáveis quanto seus antecessores, então os antecessores são convidados a assumirem outros cargos de hierarquia superior, visto que fizeram um bom trabalho e há sucessores para eles na função que antes desempenhavam. Alguns aceitam ser promovidos, mas outros, por humildade, preferem continuar na função que desempenham muito bem, visto que estão satisfeitos nessa função

2.3.3) Por força desses humildes, vagas são criadas de modo a acomodar mais gente na mesma função que o humilde, alargando ainda mais a força de trabalho desse departamento, já que este trabalho passou a ser mais essencial para a empresa, o que leva a aumentar a capacidade de produção da empresa, bem como o compromisso que o empresário terá com os trabalhadores dessa classe, de modo a pagar-lhes um salário melhor. Assim, o exemplo do humilde se distribui aos mais jovens na mesma função, sejam eles titulares ou suplentes.

3.1) Se isso ocorre num departamento, o mesmo ocorre nos demais, beneficiando a toda a corporação de ofício.

3.2) Algumas pessoas, por humildade e por senso de empreendedorismo, costumam manter laços com o antigo patrão e acabam criando filiais da empresa em outro lugar ou empresas afiliadas de modo a colaborarem com o antigo patrão em setores em que ele não consegue dar conta de suprir.

3.3.1) Assim, o distributivismo atinge o plano da desconcentração, pois várias pessoas jurídicas surgem por desdobramento da empresa principal.

3.3.2) Como essas empresas pertencem aos empregados do antigo chefe, então o antigo patrão acaba se tornando pai espiritual do empregados dos seus antigos empregados, a tal ponto que a empresa se torna uma espécie de família. 

3.3.3) Um bom patrão não demite bons empregados. Na verdade dá a eles liberdade para que possam criar uma empresa afiliada a essa de modo a complementar a atividade, uma vez que o patrão não pode dar conta de de tudo. E uma guilda se compõe de empresas associadas por gente do mesmo ramo ou de ramos conexos, por gente que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018.

Como as férias de um trabalhador favorecem a integração entre as pessoas, no âmbito da corporação de ofício?

1) O melhor operário da vinha do Senhor está cansado e precisando de um descanso. Se o espaço dele estiver vago, o trabalho salvífico não será bem feito na mesma qualidade e quantidade.

2) Quando este excelente operário recebe férias como prêmio por conta do seu esforço, uma segunda pessoa assume o seu lugar. E quando assume o seu lugar, ela procura honrar o trabalho do seu antecessor, enquanto este não volta do seu merecido descanso.

3.1) Quando um trabalhador entra de férias, a sua ausência é útil à comunidade dos que servem aos outros tendo por Cristo fundamento, no sentido de se tornarem servidores melhores.

3.2) Assim, se um bom trabalhador é sucedido por alguém tão bom quanto ele, isso cria uma solidariedade entre os companheiros, dado que o trabalho infungível torna-se fungível, já que os melhores em suas funções substituem-se uns aos outros, de modo que a produtividade não se reduza.

3.3.1) E neste ponto a competição se torna colaboração, uma vez que a natureza do trabalho organizado é gerar riquezas de modo a se constituir um bem comum, o que faz o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, o que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

3.3.2) É por força disso que os trabalhadores mais novos, os sucessores, recebem a mesma recompensa que é devida aos mais antigos, aos antecessores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018 (data da postagem original).

Não existe esse negócio de ser liberal na economia e ser conservador nos costumes, uma vez que não há divórcio entre a ação humana e a produção de riquezas de modo a se criar um bem comum que nos prepare para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu

1) Algumas pessoas na internet dizem que são conservadoras nos costumes e liberais na economia.

2) Isso cria uma espécie de dualismo entre a vida prática e a vida espiritual, a ponto de se tornarem coisas incompatíveis. É como estivessem fazendo do seu papel social, da sua vocação, um papel teatral, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, ao fingirem ser o que não são. Nada mais hipócrita do que isso!

3.1) Ocorre que é preciso conservar a dor de Cristo para ser livre n'Ele, por Ele e para Ele.

3.2) A liberdade nos costumes se dá quando você serve ao seu irmão naquilo que este mais precisar - e é neste ponto que a graça é a maior do que a lei em todos os aspectos, desde os aspectos do ponto de vista da troca até os aspectos penais, onde as leis draconianas são atenuadas, uma vez que Cristo assumiu o papel de legislador.

3.3.1) Se a vida do católico se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus, então a vida prática e a vida espiritual precisam ser uma vida só - eis o fundamento da integridade, da sinceridade enquanto estar presente daquele que tudo sabe e vê: Deus. E o casamento de ambas se chama vocação, coisa que faz o trabalho santificador e nobre por excelência, já que o trabalho, enquanto caminho de vida escolhido, foi consagrado de modo a servir a Deus e ao próximo.

3.3.2) Quem vive em conformidade com o Todo que vem de Deus toma a obrigação para com Cristo fundamento, pois vê nisso um sentido de vida - e como isso se torna hábito, então isso prepara para a excelência, dado que este vê Cristo em tudo: seja no vizinho, seja nos parentes mais próximos, seja no consumidor necessitado de seus serviços.

3.3.3) E esse compromisso com a excelência se traduz em três cláusulas, em três ações práticas: dar, fazer e não fazer.

3.3.4) Quando essas três cláusulas são exercidas sistematicamente, torna-se distributivismo, uma vez que distribuir é dar sistematicamente aquilo que seu irmão tanto necessita, assim como fazer algo para alguém ou por alguém é doar-se sistematicamente, a ponto de ser uma distribuição também. E se você faz uma boa ação, então você é recompensado por isso, pois você gastou energia e tempo em prol daquela pessoa. E se a pessoa tem Deus no coração, então ela vai te recompensar por isso, pois quem trabalhou pelo próximo tem direito ao pão de cada dia.

3.3.5) A mesma coisa encontramos nas omissões úteis; se não faço algo por força de acordo com meu próximo, então isso é um incentivo que dou aos outros de modo a assumirem meu lugar, uma vez que o respeito é uma forma de distribuir meu consentimento para que os outros também possam fazer seu serviço. Assim, meu trabalho, por ser infungível, torna-se fungível, uma vez que o espaço que ocupo na vocação não dura para sempre. É neste ponto que a competição, fundada no amor de si, dá lugar à colaboração, onde meu exemplo é distribuído aos outros, seja pela minha ação ou pela omissão útil ao bem comum.

4.1) Se economia é organizar a casa de tal maneira a produzir riquezas, o que faz com que o país seja tomado como um lar em Cristo, então não existe esse negócio de os costumes estarem dissociados da ação humana fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2) Se conservo a dor de Cristo em meu coração, então minhas ações, voltadas para servir ao próximo, são feitas com base no princípio de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. É dessa forma que distribuo a verdadeira liberdade, fundada no Deus feito homem, que é a verdade em pessoa - e faço isso por meio do apostolado do meu trabalho, servindo à comunidade bens e serviços que nos apontam para se tomar o país como um lar em Cristo, a ponto de nos preparar para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

4.3.1) Se busco liberdade fora dessa mesma verdade, então minhas ações não serão de serviço, mas de ganância, de desserviço fundado no amor de si até o desprezo de Deus. Servirei o pior serviço possível e pelo preço mais alto possível, a ponto de gerar conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, já que estou fazendo do conservantismo a nova ordem do dia.

4.3.2) Como vejo a riqueza com um ídolo, um sinal de salvação, então edifico liberdade para o nada, já que relativo tudo o que há de mais sagrado, quando ponho na praça pública produtos e serviços que atentam contra a moral e os bons costumes. E neste ponto a economia de mercado deixa de ser um encontro e se torna uma sujeição, a tal ponto que o Estado substitui a vontade das partes, regulando todas as coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018.

Observações:

1) Eu tenho estudado muito o distributivismo tanto em Chesterton quanto em Belloc, como também tenho aprendido muita coisa na obra de São Josemaria Escrivá, em relação à santificação por meio do trabalho. Acredito que seja possível, sim, responder ao trabalho do Max Weber à altura, nesta direção.

2) As melhores respostas dar-se-ão no tempo de Deus: a eternidade. É por essa razão que não houve uma resposta à altura ao livro A Ética Protestante e ao Espírito do Capitalismo, lançado no início do século XX. O pensamento sociológico tende a ser justificador - por essa razão, a obra de Weber é um desafio, que deve ser respondido à altura. Um clássico precisa ser respondido com outro clássico, de modo que o debate se dê na eternidade.

3) Tenho trabalhado muito nesta direção. Espero fazer uma boa obra, neste sentido, criando as pontes necessárias que apontem as coisas à conformidade com o Todo que vem de Deus.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Digitalização artesanal de livros é como esculpir em Carrara

1) Apertar o botão da câmera de modo a tirar foto de cada página de livro por dia é como o martelo do escultor. Com a luz adequada, você vai dando a forma desejada ao projeto, de modo que este saia do modo mais perfeito possível.

2) O tripé serve como um cinzel, fazendo com que a fotografia saia do modo mais preciso possível, uma vez que fotografar a mão livre nem sempre sai com o resultado desejado.

3) Enfim, se digitalização por meio de fotografia é uma cópia, então a digitalização artesanal feita da melhor maneira possível é como se você estivesse esculpindo um livro em mármore de Carrara, de modo a ficar igual ao original, em sua versão física.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2018.