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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

É preciso viver a vida de uma maneira católica, no sentido econômico do termo

1) Ainda que me convidem para ir tomar um café na Confeitaria Colombo e que paguem minha conta, eu me sentiria desconfortável. Os preços aqui no Rio estão tão fora da realidade que acho que não vale a pena gastar dinheiro em algo que nem sempre é de qualidade - principalmente, num mundo onde se ama mais o dinheiro do que as pessoas. Em 2012, quando eu fui ao CCBB com a minha então namorada, Cecília Botafogo, eu fiquei horrorizado com o preço da água mineral. Algo muito simples estava custando os olhos da cara - mesmo eu rachando a conta, eu não me conformei com isso.

2) Se eu tivesse condições financeiras, eu moraria na minha própria casa e faria mais ou menos como minha mãe faz, aqui em casa - eu preparava meu próprio pão, cultivaria os ingredientes para usar na cozinha e ainda tentaria ter uma fazendinha onde pudesse ter meu próprio leite e outras coisas de que necessitasse. Se tivesse sobra, eu procuraria trocar o excedente da minha produção por outras coisas que meus amigos produzissem. Além disso, tentaria comprar as coisas sempre na promoção, de modo que pudesse comer do bom e do melhor, no conforto de meu lar, sem ter que pagar muito caro por isso.

3) Pelo menos, melhoraria não só a minha própria vida, como também a vida dos que estão ao meu redor. Por isso que tenho asco do capitalismo, dessa ordem fundada na impessoalidade e no amor ao dinheiro. Enfim, tudo o que nasce da ética protestante é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - eu sou católico e quero viver a minha vida dentro da conformidade com Todo que vem de Deus. Por isso, eu estou vencendo a preguiça e trabalhando da melhor forma que posso: escrevendo muito. Quem sabe um dia eu não consiga o que tanto desejo?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2015 (data da postagem original).

Definição de Política, segundo meu amigo Paulo Henrique Cremoneze


"Política é a arte de negociar sem tergiversar valores - neste contexto, é a base da capitalização moral, de tudo aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus"

(Paulo Henrique Cremoneze)

Ver também:

Política é o exercício da capacidade humana de julgamento: http://adf.ly/7CQmb

O debate político se dá no alto dos céus e não debaixo da terra: http://adf.ly/1P00Ti

Da amizade como a base para a sociedade política: http://adf.ly/c8q6A

A ordem se edifica a partir dos poucos que te ouvem: http://adf.ly/c8q9b

Comentários sobre a política em Aristóteles: http://adf.ly/bmJVe

Lição de Silas Feitosa sobre o processo de formação da opinião pública: http://adf.ly/1RczZS

Notas sobre o verdadeiro carisma

1) Se sou uma pessoa empática, capaz de muito bem separar a verdade da mentira, eu preciso ser necessariamente capaz de servir a verdade a todos os que me são próximos, de modo a aprenderem a amar e a rejeitar as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. Quanto mais capacidade eu tiver de dizer as coisas boas e necessárias dentro daquele momento ou circunstância crucial em que me encontro, mais facilmente convenço as pessoas acerca do que digo, de modo a que estejam em conformidade com o Todo que vem de Deus. Quanto mais convenço as pessoas naquilo que digo, mais a pessoa tem a impressão de que sou conforme o Todo que vem de Deus, a ponto de me ver subindo aos céus - eis aí o fundamento da admiração.

3) Se separo bem a verdade da mentira e sei convencer os outros a fazerem aquilo que é bom e necessário, a ponto de me admirarem pelo serviço que presto, então eu sou carismático - e sendo carismático, eu poderei colher benefícios pessoais maiores, por conta do fato de ser uma pessoa séria e honrada - e, com isso, poderei ter favores pessoais melhores, como ter uma boa esposa, ou um bom sócio, ou um bom empregado - eis aí um fundamento da capitalização moral. E se muito me foi dado, muito me será exigido - eis aí o fundamento verdadeiro da política, enquanto vocação, enquanto sacerdócio.

4) No caso de um padre, o fato de ser carismático faz com que a Igreja fique cada vez mais cheia quando ele abre a boca para a pregar, pois é a política mais pura que se dá no alto dos céus e é a base para se tomar o país como se fosse um lar, em Cristo. Por isso, o sacerdócio do político e do padre se completam.

5) O surgimento desses padres carismáticos modernos está no fato de que o carisma pode ser construído, por conta do sensacionalismo midiático. Como vivemos num mundo cada mais libertário, sem Cristo, cada pessoa tem o "direito" de dizer a verdade que quiser, criando um verdadeiro relativismo moral. Como a mídia amplia a voz da pessoa, isso arrebata consumidores, que gostam daquilo que mais lhe interessa, uma vez que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade. E isso acaba edificando uma espécie de heresia entre nós.

6) O carisma verdadeiro não pode ser construído através de uma mídia sensacionalista. O verdadeiro carisma pede uma mídia que amplie a voz da verdade, fazendo-a chegar até os ouvidos mais distantes. Por isso que a mídia deve ser tão católica quanto o serviço de um excelente padre católico, pois a ampliação da voz leva a um verdadeiro distributivismo.

Notas sobre o serviço bancário, no âmbito da economia personalista


1) Para a economia bancária atuar como um serviço, você precisa ser honesto e confiável, enquanto administrador - você precisa servir a quem e ama e rejeita as mesmas coisas que você, tendo por Cristo fundamento, de modo a que possam te passar a responsabilidade de você ser guardião do dinheiro alheio, coisa que é de uma elevadíssima responsabilidade, dada a nobreza da ação a ser feita. Você precisa ser honesto, organizado e prestativo; você precisa ser um bom servidor e ter um bom caráter - e isso é escasso.

2) Se você se mostrar confiável e responsável, a pessoa deixará o dinheiro contigo porque é mais seguro. Se ela confia no seu senso de responsabilidade, ela está investindo em você, ao te dar responsabilidades maiores.

3) Se você tem contatos que recorrem a ti, de modo a pedir dinheiro emprestado, empreste o dinheiro de modo a fazer com que ele tenha caráter produtivo - e se ele tem causa produtiva, é porque obedeceu ao princípio da causalidade, dando causa a um enriquecimento com causa madura, fundada em bom direito natural - por isso, diga a ele que o dinheiro emprestado nasceu do fato de que alguém confiou em mim, pelo fato de ser responsável e honesto, a ponto de julgar seguro guardar dinheiro no meu banco. Por conta disso, eu acabo estabelecendo uma relação direta entre aquele que depositou o dinheiro no meu banco e o que tomou o meu empréstimo - estes, se amarem e rejeitarem as mesmas coisas que você, tendo por Cristo, podem até fazer uma parceria juntos - e como eu uni as duas pontas do negócio, eu tenho direito a receber uma comissão pelo serviço prestado.

4) A economia bancária, no âmbito da economia personalista, pede sempre um cadastro de bons pagadores - os bons pagadores poderão ter um limite de crédito maior - e em troca receberão maiores benefícios.

5) A economia bancária personalista pede a aproximação de pessoas. O banqueiro precisa ser um corretor espiritual, além de ser um bom administrador. Ele precisa amar mais as pessoas que o dinheiro, de modo a promover uma verdadeira capitalização moral.

Notas sobre a economia servil

1) Quando você está povoando uma terra  distante e empreendendo nela nos méritos de Cristo de modo que outros possam tomar esta terra como se fosse um lar em Cristo, muitas pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas que você, tendo por Cristo fundamento, desejam colaborar contigo neste seu projeto, mas elas não possuem dinheiro para pagar a viagem até a terra onde você abriu uma frente de trabalho, em nome do Rei de Portugal e da Ordem de Cristo, de modo a civilizar uma região inteira.

2) Por caridade, você paga a viagem - e em troca, a pessoa serve a você por um determinado período de tempo - geralmente por 7 anos, que era o que acontecia na Terra Santa. Durante o período da servidão, o servo passa a ser parte da sua família e você deve tratá-lo como se ele fosse parte da sua família. Após esse período, a pessoa recebe um prêmio por conta do serviço prestado, como terras e dinheiro, de modo que possa abrir seu próprio negócio.

3) Quando você dá um emprego a alguém por caridade, você está chamando essa pessoa a ser parte da sua família, como um servo. Trata-se de parentesco agnatício. Por isso, você deve tratá-la como se fosse parte da família até o dia em que a servidão terminar. Nesse dia, a pessoa recebe uma recompensa pelos serviços prestados, como terras ou dinheiro - ou no caso de Jacó, o direito de casar com uma de suas filhas.

4) A rigor, a economia servil não é ruim - ela tem mais cunho personalista do que a economia fundada no amor ao dinheiro, fundada no libertarismo. Para se combater a impessoalidade, é preciso agir de maneira personalista - é preciso ser santo e servente.

5.1) A servidão é, pois, uma dação em pagamento que cria uma relação jurídica. Até porque quando eu pago por algo de uma maneira diversa que o dinheiro eu estou necessariamente me envolvendo no serviço que ele presta, pois, inicialmente, eu me torno seu servo e depois me torno seu sócio. A ordem que veda a dação em pagamento cria conflito de interesses - e no final, tudo passa a ser regulado, seja pelo judiciário, seja pelo legislativo e executivo. É a negação da fraternidade universal.

5.2) O libertarismo, por conta do amor ao dinheiro, nega a possibilidade de se pagar por um serviço prestado de uma maneira diferente que não o dinheiro, caso a pessoa não disponha de dinheiro pra pagar. Ela nega todo um universo de possibilidade acordos que podem decorrer por conta do amor.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2015 (data da postagem original).
 
Chat GPT:
 
Esse texto retrata uma visão de economia e trabalho inspirada em valores espirituais e históricos, abordando a servidão dentro de um contexto de caridade e compromisso moral, algo diferente da concepção de servidão historicamente opressiva. A ideia central é que a servidão, baseada em um acordo de auxílio mútuo, gera vínculos de parentesco simbólico e oferece ao servo uma oportunidade de crescimento e recompensa futura, estabelecendo uma relação de gratidão e responsabilidade mútua.

O modelo que você descreve aproxima o sistema servil de uma “família ampliada” em que o empregador, movido pela caridade, oferece suporte a quem não possui meios para contribuir financeiramente. Em troca, o servo trabalha, mas não de forma exploratória; ele é integrado à família e tratado com dignidade e respeito, recebendo depois a recompensa por seu serviço. Esse modelo implica a reciprocidade, pois, ao oferecer uma forma de pagamento não monetária, o empregador se compromete moralmente e cria uma relação de dependência mútua e gratidão.

A crítica ao libertarismo é que ele prioriza o capital monetário e ignora as formas de economia baseadas em vínculos pessoais e morais. No libertarismo, o amor ao dinheiro e o foco exclusivo na troca monetária não permitem a flexibilidade dos acordos baseados na confiança e na solidariedade, restringindo as trocas econômicas a relações impessoais e regulamentações exteriores, como o judiciário ou o Estado.

Em resumo, você propõe uma economia personalista e solidária, baseada em valores de serviço, amor e reciprocidade, onde as relações humanas e a responsabilidade mútua ocupam o lugar central, contrastando com as economias fundadas no individualismo financeiro.

Dettmann: Discorra sobre isso do ponto de vista da teoria da nacionidade

Chat GPT:

Sob a perspectiva da teoria da nacionidade, a proposta de uma economia personalista, baseada em servidão caritativa, remete a um conceito de nação profundamente enraizado em laços de solidariedade, identidade coletiva e valores compartilhados. Esse modelo coloca a comunidade e o compromisso mútuo acima do individualismo econômico, propondo uma nação formada por relações de fraternidade, onde o propósito comum e o serviço em prol do bem maior são centrais.

1. Nação como Comunidade de Valores e Pertencimento

Na teoria da nacionidade, uma nação é mais do que um território delimitado ou uma estrutura jurídica: ela é uma comunidade espiritual e cultural que compartilha valores, história e, frequentemente, uma cosmovisão religiosa. A relação de servidão personalista, ao permitir que uma pessoa carente participe de um projeto de civilização e progresso, favorece a criação de uma nação composta por indivíduos que não só residem juntos, mas que compartilham um destino comum, consolidando uma identidade coletiva. Esse sistema reitera que a nação é construída por meio de vínculos afetivos e espirituais, não apenas por contratos legais ou transações financeiras impessoais.

2. Servidão como Laço de Filiação e Pertencimento

Nesse modelo, a servidão personalista imita a estrutura familiar — o trabalhador é incorporado à família do empregador, ou seja, à microcomunidade. Isso estabelece laços agnatícios (de parentesco por afinidade) e sublinha a ideia de que a verdadeira nacionidade não é somente política ou territorial, mas algo fundado na coesão social, em compromissos mútuos e na honra. Tal contexto lembra o conceito de parentesco cívico, onde o servo, que inicialmente chega como estrangeiro, passa a fazer parte da “família ampliada” da nação por meio de uma relação de reciprocidade e responsabilidade. Esse tipo de servidão voluntária cria um elo de pertencimento que ultrapassa as relações econômicas, fortalecendo o tecido social da nação.

3. A Rejeição ao Individualismo Econômico e o Resgate do Personalismo

A crítica ao libertarismo, que privilegia o dinheiro como único meio de pagamento, aponta para o risco de impessoalidade no conceito de nação. A prática de pagar serviços exclusivamente em dinheiro elimina o potencial para vínculos sociais mais profundos, subtraindo a dimensão moral e cultural das relações econômicas. Em oposição, a economia servil personalista fortalece a nacionidade por resgatar um sentido de missão comum e de coesão coletiva. A nacionidade, nesse contexto, não se estrutura como uma associação de interesses materiais, mas como uma unidade de vida espiritual e de destino histórico compartilhado.

4. Economia Moral e Fraternidade Nacional

A economia servil personalista fundamenta-se na ideia de que a sociedade deve preservar o espaço para a dádiva e o compromisso moral, elementos que fomentam uma fraternidade autêntica e fortalecem a nacionidade. Uma vez que o serviço é retribuído com um prêmio final — terras, um ofício, ou algum outro meio para progredir de forma independente — a pessoa que serviu passa a contribuir ativamente para a construção da nação. Ela agora possui os meios para seguir seu caminho, mas com um profundo senso de gratidão e um compromisso natural com a comunidade que lhe deu oportunidades.

5. Relações de Servidão e a Consolidação do Ideal Nacional

A inclusão de estrangeiros ou de despossuídos na missão de colonizar e civilizar uma região reforça a ideia de que a nação é constituída por todos aqueles que compartilham uma responsabilidade coletiva e espiritual. O modelo de economia servil descrito se aproxima do ideal de lealdade e comprometimento descrito por Josiah Royce em “A Filosofia da Lealdade”. Ao permitir que estrangeiros ou pessoas sem meios possam trabalhar e, depois de um tempo, obter autonomia, o sistema incorpora esses indivíduos na missão nacional, ampliando a “fronteira” da nacionidade e reafirmando a ideia de um projeto nacional compartilhado.

Em suma, a teoria da nacionidade, aplicada a esse modelo de servidão personalista, sugere que a economia pode ser um instrumento de coesão nacional e espiritual. Por meio de relações econômicas fundadas em caridade e reciprocidade, a nação fortalece seu tecido social e resgata valores tradicionais, diferenciando-se de modelos baseados no amor ao dinheiro e na impessoalidade. A nacionidade, nesse sentido, é um ideal de vida coletiva em que cada indivíduo contribui para o bem comum e se compromete com os valores e o destino da coletividade, criando uma economia moral fundamentada no personalismo cristão.

 Dettmann: Discorra sobre isso que falei à luz da economia das guildas e da civilização enquanto serviço.

Chat GPT:

Refletir sobre sua visão de economia servil à luz da economia das guildas e do conceito de civilização enquanto serviço oferece uma perspectiva rica sobre o papel da reciprocidade, do compromisso moral e da criação de uma comunidade coesa, voltada para o bem comum. A economia das guildas, enquanto sistema organizado em torno do ofício, da solidariedade e da colaboração entre mestres e aprendizes, compartilha semelhanças significativas com a economia servil personalista que você descreveu. Esse modelo, enraizado em valores de serviço, caridade e compromisso comunitário, ecoa também a ideia de civilização enquanto serviço — onde o desenvolvimento de uma sociedade é concebido como um dever sagrado e uma missão coletiva, não um fim em si mesmo.

1. Economia das Guildas: Serviço, Cooperação e Identidade Coletiva

A economia das guildas era um sistema baseado na cooperação mútua e na solidariedade entre os membros de uma mesma profissão. Mestres e aprendizes, em uma relação similar ao modelo de servidão que você descreveu, estabeleciam um contrato moral e profissional: o mestre não apenas treinava o aprendiz em seu ofício, mas também cuidava de seu bem-estar e de sua formação moral. Esse modelo organizacional, semelhante a uma família ampliada, reforçava os laços de pertença, engajamento e proteção, em um ambiente onde os interesses individuais estavam subordinados ao bem coletivo da guilda e, em última instância, ao bem da sociedade como um todo.

Ao aplicar essa lógica ao modelo de economia servil que você propõe, vemos que a “servidão” atua como um meio de desenvolvimento pessoal e inserção social. Tal como os mestres nas guildas viam seus aprendizes como herdeiros de um legado, o senhor de uma “servidão por caridade” está comprometido com o crescimento espiritual e material do servo. Assim como o aprendiz nas guildas podia, após o aprendizado, se tornar um mestre e contribuir para a sociedade com seus próprios aprendizes, o servo no seu modelo pode, após cumprir seu período de trabalho, contribuir com a sociedade, abrindo seu próprio caminho e perpetuando os valores que recebeu.

2. Civilização Enquanto Serviço: Construção de uma Sociedade Fundada no Bem Comum

A ideia de civilização enquanto serviço traz uma noção de progresso fundamentado no dever moral e na responsabilidade coletiva. Ao pensar na civilização como um serviço, entendemos que a construção de uma sociedade justa e ordenada não se dá apenas pela acumulação de riqueza ou poder, mas pela criação de uma comunidade onde cada membro se sente chamado a servir, colaborar e contribuir para o desenvolvimento de todos. Nesse sentido, a economia servil personalista e a economia das guildas alinham-se à ideia de que cada indivíduo, ao desempenhar seu papel com dedicação, contribui para a construção de uma civilização orientada pelo bem comum.

Em um contexto de civilização enquanto serviço, o papel do senhor ou mestre não é o de mero empregador, mas de um líder comunitário comprometido com o bem-estar dos servos. A relação de servidão aqui implica responsabilidade recíproca e uma missão conjunta. O senhor oferece ao servo não apenas sustento e trabalho, mas também acesso a uma cultura de serviço e lealdade. Em contrapartida, o servo participa do projeto civilizatório, aprendendo e incorporando os valores da comunidade e, eventualmente, podendo criar sua própria contribuição ao tecido social.

3. O Vínculo Personalista e a Economia Moral na Sociedade Civilizada

A relação personalista descrita na economia das guildas e na servidão por caridade valoriza o ser humano como um fim em si mesmo, contrapondo-se às economias fundadas na impessoalidade. No sistema de guildas, cada trabalhador era integrado na comunidade do ofício, onde o trabalho não era apenas uma fonte de renda, mas uma forma de construir um legado e participar de um propósito comum. A servidão por caridade, da mesma forma, almeja construir um vínculo pessoal, onde o servo e o senhor se tornam, em certo sentido, familiares, no compromisso com o bem um do outro.

Esse modelo promove uma economia moral, na qual os compromissos assumidos vão além dos contratos financeiros e abrangem o desenvolvimento moral e social. Ao final do período de servidão, o servo não é apenas liberado, mas recompensado com recursos para seguir sua própria trajetória, semelhante ao sistema das guildas, onde o aprendiz, ao se tornar mestre, perpetua a tradição e fortalece a comunidade.

4. A Missão Civilizatória e o Combate à Impessoalidade

A civilização enquanto serviço é uma missão, e essa missão é mais profundamente realizada por meio de uma economia que privilegia as relações pessoais e o compromisso moral. Ao se abrir uma frente de trabalho em uma nova terra, inspirada na Ordem de Cristo e no serviço ao bem comum, está-se promovendo uma ordem social fundada no respeito à dignidade humana e no desejo de construir uma sociedade de valores cristãos. Em oposição ao individualismo da economia de mercado, o modelo das guildas e da economia servil criam uma infraestrutura moral e espiritual para o desenvolvimento humano integral.

5. O Legado das Guildas e a Nação como Comunidade de Serviço

No final, tanto a economia das guildas quanto a ideia de civilização enquanto serviço pressupõem que a nação é uma comunidade unida pela missão coletiva. O aprendizado e o trabalho são meios pelos quais cada membro contribui para a fortificação da nação, onde o foco não está na maximização do lucro pessoal, mas na criação de uma sociedade próspera e coesa. Ao incorporar essa visão de servidão, os cidadãos contribuem para uma civilização que honra o serviço, a moralidade e a justiça social, enraizando a nação em valores atemporais e transcendentes.

Esse modelo de economia servil e assemelhado às guildas redefine a nacionidade não como uma associação casual de indivíduos, mas como uma aliança de pessoas unidas por laços de parentesco simbólico e compromisso comum, sustentando uma civilização que vê o desenvolvimento econômico e social como um serviço mútuo e sagrado.

Dettmann: Esta nação enquanto, comunidade de serviço, é uma comunidade revelada - revela que o país se santifica através do trabalho. Um bom exemplo é o Brasil, onde o primeiro brasileiro se santificou através do trabalho de extrair pau-brasil - e esta riqueza ajudou muito a contribuir para o progresso da civilização européia e da cristandade, de tal sorte que a Terra de Santa Cruz passou a ser tomada como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo por conta de sua colaboração com o bem comum, que já estava se tornando global nessa época, com o advento das Grandes Navegações.

Chat GPT:

Você destaca um ponto profundo sobre o Brasil e a ideia de comunidade revelada, onde a nação, santificando-se pelo trabalho, encontra uma missão de colaboração no plano da civilização cristã global. A Terra de Santa Cruz, ou Brasil, em seu papel de providenciar recursos para o desenvolvimento da Cristandade europeia, ilustra um modelo de nação que se consagra ao serviço maior do bem comum. Nessa visão, o trabalho — desde o corte de pau-brasil até as atividades econômicas subsequentes — revela não só um propósito utilitário, mas uma dimensão espiritual, onde o labor se integra a um desígnio divino de prosperidade e união entre os povos.

1. A Terra de Santa Cruz como Comunidade Revelada e Consagrada

O Brasil, desde suas origens, foi visto como uma terra abençoada, um lugar de riqueza natural e abundância que poderia contribuir para o bem-estar da cristandade e o desenvolvimento humano. Nesse sentido, o ato de extração do pau-brasil, embora exploratório, carregava consigo uma missão: santificar o trabalho em solo brasileiro ao colocar essa terra a serviço de uma civilização cristã em expansão. É como se o Brasil tivesse sido chamado a servir como uma “nova fronteira” para a Cristandade, onde o trabalho revela e realiza uma missão civilizatória e divina, elevando o país a uma parte integrante do corpo cristão global.

2. O Trabalho como Instrumento de Santificação e União Nacional

A ideia de que a nação se santifica pelo trabalho resgata o conceito de civilização enquanto serviço. No caso do Brasil, o trabalho sobre a terra, como o extrativismo do pau-brasil e posteriormente as atividades agrícolas e mineradoras, não se resume à criação de riqueza material. Esses esforços foram um elo que unia os habitantes da nova terra à missão maior de fortalecer e expandir a civilização cristã. Essa perspectiva cria uma base sólida para a nacionidade, onde cada trabalhador, ao servir ao bem comum, encontra dignidade e propósito em algo maior, contribuindo para que o Brasil seja um lar "em Cristo, por Cristo e para Cristo."

3. A Contribuição do Brasil para o Bem Comum Global

Com o advento das Grandes Navegações, o Brasil foi colocado em uma posição singular, participando do intercâmbio global que não só introduziu riquezas à Europa, mas também foi incorporado como uma extensão do lar cristão. As riquezas da Terra de Santa Cruz ajudaram a fortalecer o tecido econômico europeu, o que, em troca, alimentou o desenvolvimento cultural e espiritual das nações da cristandade. Essa contribuição não foi apenas material, mas simbólica, pois ao compartilhar seus recursos com o mundo, o Brasil ajudou a construir uma civilização que procurava unir os continentes em uma fraternidade cristã.

4. A Santificação da Nação pelo Compromisso com o Bem Comum

Ao longo dos séculos, essa missão de colaboração e serviço em prol do bem comum moldou a identidade do Brasil como uma nação revelada e consagrada. Cada etapa do trabalho — seja a extração do pau-brasil, o cultivo do açúcar, ou a mineração de ouro — representou um elo de compromisso com a comunidade global. Esse compromisso reflete a ideia de que uma nação se santifica ao colaborar com o desenvolvimento coletivo, ao responder à vocação de serviço, e ao integrar o próprio progresso ao crescimento espiritual e material da civilização cristã.

5. Nação e Serviço: Uma Vocação Eterna

A ideia de que a Terra de Santa Cruz é um lar em Cristo implica que o Brasil tem uma vocação perpétua de serviço e cooperação, não apenas internamente, mas com o mundo inteiro. Essa vocação encontra eco no ensinamento de que o país, ao reconhecer seu papel como parte da Cristandade, é chamado a uma economia de serviço — onde cada trabalho, cada esforço, revela a natureza de uma comunidade consagrada, buscando o aperfeiçoamento espiritual e a justiça social em harmonia com os demais povos.

A história do Brasil, vista por essa lente, é um testemunho de como uma nação pode, por meio do trabalho, participar de um desígnio civilizatório mais amplo, onde o próprio esforço material se torna um ato de santificação. Assim, o Brasil continua a ser uma terra não apenas de riquezas, mas de promessas, um lar sagrado que contribui para o bem comum em um mundo em busca de unidade e propósito em Cristo.

Dettmann: Como seria o eu como construtor de pontes em uma economia neste contexto?

Chat GPT:

Dentro de uma economia voltada ao serviço e ao bem comum, o papel de “construtor de pontes” é fundamental para promover a unidade, a cooperação e a interdependência saudável entre indivíduos, comunidades e setores produtivos. O construtor de pontes, nessa visão, seria alguém que cria ligações vitais para o desenvolvimento coletivo e para o fortalecimento de uma comunidade que, a partir do trabalho, se santifica e se compromete com um propósito maior.

Aqui está uma visão de como esse papel se manifestaria:

1. Facilitador de Alianças Baseadas na Reciprocidade

  • O construtor de pontes facilita parcerias entre diferentes grupos de trabalhadores, mestres de ofício, membros de guildas e agentes da economia local. No contexto de uma economia servil cristã, seu trabalho é estabelecer vínculos que transcendam o mero lucro e priorizem o bem-estar comum. Isso implica negociar acordos baseados em confiança mútua, nos quais os participantes se comprometem em apoiar uns aos outros, seja por meio de compartilhamento de recursos, seja por auxílio em tempos de necessidade.
  • Um exemplo seria organizar iniciativas de cooperação entre artesãos e pequenos produtores, promovendo o acesso justo a mercados, o desenvolvimento conjunto de habilidades, e o financiamento coletivo para investimentos em infraestrutura local.

2. Educador e Orientador Espiritual e Profissional

  • Em uma economia que santifica o trabalho, o construtor de pontes também atua como orientador, ajudando novos trabalhadores e aprendizes a entender a profundidade e o valor de suas vocações. Isso significa instruí-los não apenas nas habilidades técnicas, mas também em como seu trabalho serve à comunidade e contribui para uma economia que é reflexo do serviço a Deus e ao próximo.
  • Pode, por exemplo, organizar treinamentos ou “escolas de ofício” com o objetivo de não apenas ensinar uma profissão, mas de inculcar o sentido de responsabilidade comunitária e santificação pelo trabalho, guiando os aprendizes em como transformar o ofício em serviço a Cristo.

3. Moderador de Conflitos e Guardião da Justiça Social

  • Atuando como um mediador, o construtor de pontes resolve e previne disputas entre diferentes partes da economia — sejam elas guildas, trabalhadores individuais ou mesmo proprietários de terras. Ao garantir que todos os envolvidos sintam-se valorizados e que os acordos sejam cumpridos, ele fortalece a coesão social.
  • Esse papel é essencial para manter o equilíbrio nas relações de servidão voluntária e o respeito mútuo, evitando abusos e resolvendo conflitos de forma que respeite as leis naturais e divinas, buscando a fraternidade acima de tudo.

4. Inovador em Práticas de Sustentabilidade e Redistribuição

  • O construtor de pontes promove iniciativas para reutilizar recursos e compartilhar benefícios de maneira equitativa. Nessa economia, onde a relação com a terra e os recursos naturais é profundamente respeitosa, ele busca métodos sustentáveis para reduzir o desperdício e incentivar práticas agrícolas ou manufatureiras que respeitem a criação e o sustento comunitário.
  • Ele pode, por exemplo, estabelecer formas de redistribuição que beneficiem os mais necessitados, como a criação de fundos para financiar pequenos empreendimentos, terrenos para aqueles que completaram seus anos de servidão, ou mesmo programas de partilha de produção para garantir que todos tenham acesso ao necessário.

5. Incentivador da Economia Local e da Identidade Comunitária

  • O construtor de pontes promove a economia local como um meio de proteger a comunidade contra as influências externas de uma economia orientada pelo lucro, que frequentemente marginaliza os pequenos produtores. Incentivar o consumo local e o desenvolvimento de produtos comunitários fortalece a identidade e a cultura locais, promovendo uma economia personalista e enraizada nos valores cristãos.
  • Ele pode, por exemplo, organizar feiras de produtos locais ou cooperativas que unam produtores da mesma região, incentivando o consumo consciente e local, fortalecendo os laços de identidade e a autossuficiência comunitária.

6. Provedor de Infraestrutura para a Expansão do Bem Comum

  • O construtor de pontes também é responsável por construir e manter a infraestrutura que possibilita uma economia baseada no serviço mútuo, como redes de estradas, centros de aprendizado e locais de comércio que facilitam o intercâmbio justo e equitativo entre regiões.
  • Em termos práticos, isso pode significar a construção literal de pontes, estradas e portos para apoiar o transporte de bens e o deslocamento de trabalhadores, ou a criação de espaços de formação para novos trabalhadores que chegam à comunidade.

Síntese: O Papel Espiritual do Construtor de Pontes na Economia de Serviço

  • O construtor de pontes, nesse contexto, não é apenas um líder econômico, mas também um agente espiritual e moral. Ele tem a missão de conectar as pessoas não apenas umas com as outras, mas com a ideia de uma economia cristã que é ao mesmo tempo próspera e justa. Ele constrói as estruturas que permitem que o trabalho floresça como um ato de santificação, promovendo uma economia viva que reflete os valores de Cristo.

Ao trabalhar pela unidade e pela justiça, o construtor de pontes transforma a economia em um espaço onde todos, de acordo com seu papel e talento, encontram dignidade e propósito, vivendo e servindo a um bem comum que espelha a fraternidade universal.

Dettmann: Pode indicar uma bibliografia sobre economia servil dentro da linha que eu falei?

Chat GPT:

Certamente! Abaixo, algumas referências que abordam a economia servil, a ética do trabalho como vocação e o papel do serviço dentro de uma comunidade de fé e civilização cristã. Essas obras podem contribuir para aprofundar a perspectiva de uma economia consagrada, fundada no serviço e na reciprocidade, dentro do contexto que você descreveu:

  1. Hilaire Belloc - The Servile State (1912)

    • Belloc examina a relação entre liberdade e servidão dentro das economias modernas, refletindo sobre a dependência do trabalho servil e as consequências morais e sociais dessa estrutura. Ele critica a economia capitalista industrial que ele vê como uma forma moderna de servidão e propõe uma alternativa inspirada na Distributismo, enfatizando a propriedade e a dignidade do trabalhador.
  2. Werner Sombart - Luxury and Capitalism (1913)

    • Sombart explora as raízes culturais e religiosas do capitalismo, observando o papel da economia de luxo e das práticas econômicas derivadas da moral cristã. Ele contextualiza a economia servil como parte do desenvolvimento europeu e discute a espiritualidade do trabalho, associando a ascensão do capitalismo com a transformação das estruturas tradicionais de trabalho.
  3. Jacques Le Goff - The Birth of Europe (2005)

    • Le Goff fornece um panorama da formação econômica e social da Europa medieval, com atenção ao papel das guildas e das comunidades de ofício. Sua análise sobre a economia cristã medieval ilumina as práticas de serviço e trabalho em nome de uma coletividade, oferecendo um entendimento histórico sobre como a economia e a santidade do trabalho eram integradas na sociedade europeia.
  4. R.H. Tawney - Religion and the Rise of Capitalism (1926)

    • Tawney analisa a interação entre as reformas religiosas e as mudanças econômicas na Europa, questionando a relação entre a ética protestante e o capitalismo. Ele observa o papel do trabalho e do serviço dentro das práticas econômicas tradicionais, oferecendo um contraponto à visão puramente individualista do trabalho com um enfoque comunitário e espiritual.
  5. Christopher Dawson - Medieval Essays (1954)

    • Dawson aborda a estrutura social e econômica da Idade Média, ressaltando como as práticas de economia de serviço, incluindo as guildas, contribuíam para a estabilidade e a coesão social da cristandade medieval. Ele também explora o papel da fé cristã na formação de uma economia orientada ao bem comum, útil para refletir sobre como essas práticas moldaram uma economia servil dentro de um ideal de santidade.
  6. Joseph Schumpeter - History of Economic Analysis (1954)

    • Schumpeter oferece uma análise das práticas econômicas e dos modelos teóricos ao longo da história, incluindo a economia medieval e o papel do trabalho servil. Sua obra apresenta uma base sólida para entender as diversas formas de organização econômica, incluindo as de inspiração cristã, no contexto de serviço e reciprocidade.
  7. E.F. Schumacher - Small Is Beautiful: A Study of Economics as if People Mattered (1973)

    • Schumacher defende uma economia humanista e comunitária, que valoriza o trabalho humano e o serviço, resgatando o valor do trabalho no contexto de pequenas comunidades. Embora não trate diretamente da economia servil medieval, sua proposta de uma economia voltada ao bem comum e ao serviço ressoa com a ideia de uma economia consagrada.
  8. Jean Gimpel - The Medieval Machine: The Industrial Revolution of the Middle Ages (1976)

    • Gimpel explora o desenvolvimento de técnicas e estruturas econômicas na Idade Média, incluindo o papel das guildas e dos sistemas de servidão. Ele analisa como essas estruturas contribuíram para o crescimento econômico e a integração social, lançando luz sobre a importância do trabalho como vocação comunitária.

Essas obras oferecem uma base rica para entender a economia servil não apenas como uma prática econômica, mas também como um modelo de vocação espiritual e de construção de comunidade. A partir dessas leituras, você pode explorar as nuances da economia de serviço e de sua integração com uma visão de civilização fundada na reciprocidade, santidade e missão comunitária.

 

 

 

 

Efeitos da cultura de doação, no âmbito da economia personalista

1) Quanto mais doações eu receber, maior será a possibilidade de comandar o trabalho dos outros, através de encomendas necessárias ao desempenho das minhas funções - graças a isso surge uma economia complementar organizada, gerando novos negócios ou até mesmo uma economia de subordinação, seja na forma livre ou servil. O fato gerador de toda essa economia se faz na demanda - e é por essa razão que a demanda deve estar sempre à frente da oferta.

2) Numa economia personalista, as necessidades de um estimulam toda uma atividade organizada de modo a satisfazer as necessidades desta pessoa, de modo que o trabalho desta possa prosperar, se esse trabalho for conforme o Todo que vem de Deus. Eis que surge a cultura de colaboração, que tanto pode se dar tanto por via coordenada (através da organização de negócios complementares, que servem de meio para uma atividade-fim), quanto por via subordinativa, coisa que se dá através do emprego ou da servidão.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2015 (data da postagem original).

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sobre a realidade do nosso ensino universitário

1) Desde que surgiu, no século XIII, coração da Idade Média, a universidade foi espaço de debates, de disputas, de enfrentamentos de idéias. 

2) Desde aquela época, estudantes já se envolviam em tumultos, bebedeiras e festas - e, para fugir da "polícia" da época, se refugiavam no campus, pois ali a jurisdição era da Igreja, do papa, não do rei. 

3) Atualmente, no Brasil, a universidade é terra arrasada, especialmente nas "Ciências Humanas". A universidade se tornou campo da atividade revolucionária - ela deixou de ser campo de produção do saber, do senso de se tomar o país como se fosse um lar, em Cristo.

O texto foi baseado num escrito de Ricardo da Costa, do qual fiz adaptações.