1) Ao abrir uma poupança no banco, você entrega seu dinheiro à instituição de crédito de modo a ganhar um rendimento em troca e, por por outro lado, você cria um compromisso consigo mesmo de modo que você coloque recursos lá de modo a te darem rendimentos extras ao longo do tempo.
2) Estando assim as coisas em bom funcionamento, eu sou credor e devedor de mim mesmo em cada um dos 28 aniversários da poupança. Como não entro no mesmo rio duas vezes, o credor do dia 01 só aparece no dia 01 e o credor do dia 02 só aparece no dia 02, a ponto de não serem a mesma pessoa, por conta do capital alocado nesses aniversários.
3) Para o direito civil, como todos os 28 aniversários são espelhos de mim mesmo, então pagar ao credor no dia 01 ou pagar ao credor do dia 28 dá tudo na mesma, pois eles se parecem a mesma pessoa. Mas isto é só aparência, pois pagar ao credor errado gera custo de oportunidade e prejuízo financeiro. Se você tem rendimentos melhores no dia 15, deposite no dia 15; se deseja rendimentos melhores no dia 16, tire uma fração de capital do dia 15 e injete no dia 16.
4) É isto que move o pacto para consigo próprio, um dos fundamentos da economia bancária: o senso de responsabilidade, pois a pessoa vê além das aparências iguais sutis diferenças que farão a diferença entre a prosperidade financeira ou a ruína completa.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 12 de junho de 2023 (data da postagem original).
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