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domingo, 18 de junho de 2023

Do presidencialismo como show de um homem só - comentários a esta passagem de Hambloch, constante na obra Sua Majestade, O Presidente do Brasil, no tocante a Lula e Bolsonaro

1.1) Em seu livro Sua Majestade, O presidente do Brasil, Hambloch - ao comparar a República Brasileira com o fascismo de Mussolini - é categórico: o presidencialismo é um show de um homem só - de um aventureiro qualquer, que vive a manipular a multidão de modo a manter-se no poder, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. 

1.2) Por conta desta definição, partidos nominalmente conservadores, em repúblicas de cariz maçônico, não passam de clubes eleitorais conservantistas, cujo exemplo emblemático é o famigerado MDB, uma vez que não lhes interessa servir ao bem comum, mas ocupar espaços de modo a pilhar os cofres públicos. Eles são por excelência a verdadeira classe ociosa, pois eles fazem com que todas as coisas que sejam eventualmente organizadas de modo a atender às necessidades do povo percam o seu real sentido, nos méritos de Cristo - e neste sentido, atuam como uma falsa nobreza que zomba de Deus e da fé do povo que n'Ele acredita.

2) O fascismo, enquanto show de um homem só, teve sua inspiração nas políticas romanas do pão e circo. E o populismo brasileiro, durante a Era Vargas, foi moldando a achatando a cultura nacional de tal forma que nossa compreensão sobre o Brasil profundo ficasse bem reduzida, a ponto de sairmos das escolas verdadeiramente incapazes de tomar uma boa decisão nessa matéria, em razão dessa oligofrenia forjada. Este foi um claro projeto de engenharia social que tentou fazer do Brasil uma comunidade imaginada aos moldes e interesses do ditador Getúlio. Este projeto deu tão certo que até hoje sentimos seqüelas desse nefasto projeto de poder, que é contrário à nossa razão de ser enquanto nação.

3.1) Ao contrário de Loryel Rocha, eu não vejo que Bolsonaro tentou manipular a população - ele tinha uma força pessoal dentro de si que não era deste mundo. Por melhor que seja o marqueteiro político, ele não é capaz de criar uma figura tão autêntica e tão poderosa como Bolsonaro foi - como diria o professor Olavo, grandes personalidades se forjam desde dentro, reabsorvendo constantemente as circunstâncias de sua vida a ponto de se fazerem das pedras que coletam ao longo no caminho não só o seu castelo nas um verdadeiro mar oceano possibilidades na guerra contra a vanglória e a falta de sentido para a vida, que fazem da melhor biografia uma pífia ego-estória (como vimos no caso do ex-juiz Sergio Moro, que o traiu).

3.2) Se o presidencialismo é um show homem só, então Bolsonaro fez disso o maior espetáculo de atividade politicamente organizada de modo a atender o bem comum que jamais houve sobre a Terra, nestes tempos recentes. E deste espetáculo, nós somos testemunhas - se não falarmos a verdade sobre o que foi o governo Bolsonaro, as pedras falarão. O que ele fez é exatamente aquilo que Santo Tomás de Aquino fala da política - por isso que o bolsonarismo é um ideal de governo - um ideal real, pois ele deixou um exemplo para as futuras gerações. E neste ponto, ele formou líderes.

3.3) Este espetáculo de caridade jamais havido sobre a Terra, ainda mais em tempos difíceis como pandemia e a guerra russo-ucraniana, é a prefiguração da volta da monarquia no Brasil, pois Bolsonaro restaurou alguns elementos da política de Pedro II, a ponto de se revelar de vez o império da boa sociedade da Terra Santa Cruz que há em nós e que sempre houve desde que os portugueses começaram a povoar esta terra, a ponto de a cristianizar e salvar esta gente do barbarismo e do paganismo, nos méritos de Cristo.

3.4) Se o legado de Bolsonaro for preservado, seus herdeiros podem pleitear o título de príncipes do Brasil, nos méritos do presidente Jair Bolsonaro, que governou o país nos méritos de Cristo a ponto de ser o primeiro dentre nós, que somos seus pares e contemporâneos, pois ele de fato foi um príncipe. Eles podem ser tomados como casa real substituta, se não houver mais algum Bragança disponível para reivindicar o trono, caso a monarquia um dia volte, uma vez Bolsonaro é maior do que a República, que não tem nada de nobre, pois este regime revolucionário que domina o Brasil desde 1889 deve ser abolido e o verdadeiro regime, o monárquico, deve voltar a nos governar o quanto antes, já que é insensatez fazer distanásia política de algo que já está morto e que já não tem mais o menor sentido histórico de existir ou de continuar existindo porque as razões históricas que mantêm vivo o regime já não fazem mais sentido, por serem todas mentirosas.

4) Dentro de todas estas considerações, Bolsonaro nunca deve ser chamado de fascista. Por outro lado, a definição de Hambloch se aplica muito bem a Lula. Estamos vivendo mais uma vez o show da roubalheira, o show da morte do Estado de Direito, pois ele faz da política um circo - e é por conta de gente como ele que somos tratados como piada no exterior.

5.1) Um último adendo que posso fazer da obra de Hambloch é que ele faleceu em 1970 - Bolsonaro formou-se pela AMAN em 1977. Até ser alçado à presidência, ele foi uma voz solitária que defendeu o país contra o mal objetivo até o advento da internet - foi neste momento que a revolução política e cultural trazida pelas redes sociais revelou a verdadeira face de nosso presidente a ponto de a maré política mudar a seu favor, a ponto de sair da irrelevância para ser o primeiro dentre seus pares, por conta de seus 28 anos no Congresso como deputado federal. 

5.2) Hambloch não pôde ver o fenômeno Bolsonaro operando desde dentro da República Brasileira. O que decorrerá disso será um caminho sem volta - Brasil não será como foi entre 1889 até 2018. Foi uma mudança de ordem divina, não política, de caráter revolucionário - foi uma mudança sem precedentes. Por isso que Bolsonaro não é e não pode ser chamado de revolucionário - ele não planejou utopia alguma, mas revelou algumas coisas cujos efeitos vamos sentir ao longo das décadas que se seguirão. 

5.3) Bolsonaro, por conta de sua vida e trajetória, deve ser visto como um acontecimento, um ponto culminante que mudou de vez a política brasileira para sempre. O Brasil não será mais o mesmo desde que ele governou o Brasil, estou certo disso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2023 (data da postagem original).

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