1.1) Servir a Cristo em terras distantes, de modo que o Santo Nome do Senhor seja publicado entre as nações mais estranhas, implica ser dependente de maneira permanente da Divina Providência, a ponto de se santificar através do trabalho, nem que seja extraindo pau-brasil.
1.2) Se você for humilde, você pode correr o risco de ser elevado a primeiro cidadão do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a ser soberano desse império criado para Cristo e ser vassalo do Rei dos Reis.
1.3) Se você é vassalo de Cristo, se você é senhor dos senhores sendo o servo dos servos de Cristo, então esse carisma não é construído, mas revelado, pois você se torna a pessoa desejada para colocar o mundo português numa era de ouro que durará até o fim dos tempos, até a segunda vinda de Cristo, quando Ele reclamará de vez o trono para reinar para sempre entre nós. Eis a essência do sebastianismo.
2.1) Weber dizia que o carisma pode ser construído.
2.2) Se o messianismo que gravita em torno da mítica figura de D. Sebastião é um fenômeno de todo lugar que foi povoado para servir a Cristo em terras distantes - fenômeno sobrenatural e que não foi inventado -, então os promotores da cultura de que tudo deve estar no Estado, a ponto de nada estar fora dele ou contra ele, surfam nessa onda de tal maneira a manipular essa força a seu favor. E nesse ponto a propaganda política assume um aspecto mágico, já que estão tentando manipular uma fenomenologia sobrenatural para poder controlar a sociedade de maneira totalitária.
3.1) Os comunistas, os totalitários, não descartam as forças simbólicas que explicam toda essa fenomenologia sobrenatural que nos rege, uma vez que fomos marcados pelo sinal da Santa Cruz.
3.2) Eles se valerão dela para nos controlar - e nesse ponto uma figura qualquer, como um Lula da vida, pode encarnar um D. Sebastião, com a propaganda adequada.
3.3) Vargas, Lula, Aécio, Collor, Dilma, Bolsonaro e Tancredo - todos eles foram revestidos dessa (aparente) aura mítica.
3.4) Se o conhecimento liberta, então devemos achar uma forma de impedir que manipulem esse fenômeno através da propaganda e da magia. E não conheço outra forma que não eliminar da cultura política o senso de que o poder estar acima da sociedade, concepção essa que remonta a Maquiavel e que nos levou ao centralismo, esse mal que nos domina desde 1822.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2019.
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