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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Da grande unidade como base para se escrever da forma como escrevo - relatos da minha experiência

1) Quando se toma vários países como um mesmo lar em Cristo, por conta da missão de servir a Cristo em terras distantes, você incorpora três estruturas ao seu arsenal: língua, religião e alta cultura.

2) Da Polônia eu incorporei palavras da língua polonesa, passei a conhecer ainda mais profundamente a fé católica e elementos culturais ligados a essa fé, além de uma certa noção da cultura eslava pré-cristã.

3) Do tupi, incorporei palavras dessa língua, elementos de sua cultura que se fortalecem com o cristianismo e noções de sua cultura antes do cristianismo e após a cristianização.

4) Mesmo que você não domine todo o tripé de cada língua, com o tempo você dominará, a ponto de usá-lo como arsenal expressivo e imaginativo de tal maneira a mostrar novos caminhos que levem à Roma dos apóstolos, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Eis a grande unidade católica.

5.1) Minha língua nativa, o português, é a base sob a qual se assenta toda a minha argumentação. Quando uso palavras de língua polonesa ou o tupi guarani, eu as uso para criar associações e enriquecer o imaginário do meu leitor-ouvinte. Com isso, nós temos uma espécie de interlíngua de base portuguesa e ouriqueana, já que a literatura é usada como instrumento de evangelização.

5.2) Isso não destrói a língua - o uso catacrético de vocabulário de outro idioma amplia os recursos que o português mesmo não seria capaz de exprimir. É como ter uma mira melhorada: você tem mais precisão e consegue mais resultado gastando menos bala, de modo a progredir no objetivo. E isso, em termos de guerra cultural, é primordial.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2019.

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