"(...) o partido único é o 'aboutissement' natural do regime de partidos, segundo o percebeu com muita agudeza Simone Weil. Com efeito, cada partido se considera senhor da verdade política, vendo no seu programa a salvação social. As tintas ideológicas de tais programas acentuam uma coloração messiânica nos mesmos, especialmente quando se trata de ideologias radicais. Nestes casos os antagonismos partidários representam a oposição amigo-inimigo -- critério fundamental de Carl Schmitt para caracterização do 'político' -- não apenas por ver-se no adversário um inimigo do próprio partido, mas porque se passa a considerá-lo um inimigo da comunidade nacional, que deve ser proscrito para que seja assegurado o destino histórico da comunidade. O partido tende a ser intolerante, e nas democracias de partido há como que uma institucionalização da guerra civil. Isto para não se falar dos partidos quando são meros ajuntamentos de interesses pessoais dos políticos, na luta pela conquista do poder."
José Pedro Galvão de Sousa, Da Representação Política
Roberto Santos (https://www.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10214217317010308)
Facebook, 24 de agosto de 2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário