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terça-feira, 4 de março de 2014

Incentivar a liberdade de bem servir é servir amor: o caso do empréstimo de dinheiro


1) Santo Tomás de Aquino costumava destacar a diferença entre empréstimo e investimento.

1-A) Se o empréstimo não implicar participação do risco do negócio, não se faz sentido receber prêmio, dado que não houve participação no risco. O empréstimo foi meramente instrumental, impessoal. Remunerá-lo seria injusto, abusivo.

1-B) Se o empréstimo for fundado de modo a se dar liberdade para que a pessoa possa crescer e bem servir seu semelhante, se o empréstimo tiver essa conotação moral de que é preciso ajudar seus semelhantes, por serem a imagem e semelhança de Deus, o empréstimo na verdade foi um investimento. Não meça o tempo do empréstimo - deixe Deus cuidar disso, de modo a que o trabalho se furtifique

1-C) Se o beneficiário do empréstimo tiver Deus no coração e se ele for muito grato pelo serviço prestado, ele te dará uma remuneração fundada no tempo em que usufruiu do dinheiro e na proporção em que esse empréstimo foi decisivo para a sua atividade. Aí os juros são legítimos.

1-D) Há o caso de que o beneficiário, fundado na generosidade, dê algo diverso do que foi emprestado:

1-D-A) Se o que ele oferecer for necessário a você, aceite-o. Trata-se de uma dação em pagamento.

1-D-B) Se o que ele oferecer for de interesse para outra pessoa que você conheça, promova a integração entre os contatos. E o terceiro te remunerará nessa generosidade.

Em vez de dinheiro chamar dinheiro, a gentileza deve chamar a gentileza. Essa é a causa da capitalização moral. Pois a bondade é um empreendimento organizado, a serviço de Deus. E causa de uma ordem econômica justa.

(José Octavio Dettmann)

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