Carta do General de Brigada Paulo Chagas para a sociedade brasileira.
Caros amigos:
1) A debacle da Suprema Corte, desmoralizada por arranjos tortuosos que
transformaram criminosos em vítimas da própria justiça, compromete a
crença dos brasileiros nas instituições republicanas e se soma às muitas
razões que fazem com que, com frequência e veemência cada vez maior, os
Generais sejam instados a intervir na vida nacional para dar outro rumo
ao movimento que, cristalinamente, está comprometendo o futuro do
Brasil.
2) Os militares em reserva se têm somados aos civis que enxergam em uma
atitude das Forças Armadas a tábua da salvação para a Pátria ameaçada,
quando não são eles próprios os alvos do clamor daqueles que já
identificam nas imagens dramáticas da capital venezuelana a cor fúnebre
do nosso destino.
Ao exercerem seu direito legal de opinar e criticar, os militares da
reserva diferem entre si na forma, na intensidade e na oportunidade de
uma eventual intervenção militar que venha a dissuadir as pretensões
mais ousadas dos dissimulados adeptos da versão “bolivariana” do
comunismo de sempre, todavia, são coincidentes e uníssonos no
rebatimento de acusações mentirosas que, divulgadas de forma criminosa,
visam a criar na sociedade o receio de ter os militares como fiadores da
democracia.
3) Entre os civis esclarecidos é fácil perceber a confiança no
discernimento e no patriotismo dos soldados. Todos querem que os
Generais “façam alguma coisa”, mas ainda são poucos os que se dispõem a
fazer o que está ao seu alcance. Poucos são os que adotam atitudes
concretas e manifestam-se pública, individual e coletivamente, em defesa
dos governos militares, escrevendo para os jornais ou protestando
contra a hipocrisia e as más intensões das “comissões da verdade”.
No momento atual, a causa da democracia não dispensa o concurso de
ninguém. Seria portanto uma importante contribuição se todos os civis
que têm as Forças Armadas como última razão da liberdade e a garantia
dos fundamentos constitucionais pusessem suas opiniões a público, em
artigos, manifestações, textos, “cartas do leitor” e outros recursos do
gênero e não apenas em comentários restritos à leitura dos poucos
profissionais da mídia que ainda ousam remar contra a correnteza ou dos
escribas de mídias sociais que, mesmo comprometidos com a causa, têm
apenas seu limitado e débil sopro para tentar enfunar as velas da
embarcação.
4) A opinião pública está dispersa, contudo não é difícil identificar o que
rejeita. Também não é fácil definir com quem está e o que quer.
Falta-lhe um "norte confiável". As pessoas de bem, informadas, estão com
medo do futuro, acuadas até para reagir e para manifestarem-se
pacificamente. Não basta, portanto, pedir uma atitude dos militares, é
preciso que os civis esclarecidos e convencidos do perigo ostentem
massivamente suas posições e opiniões e que contribuam para magnetizar a
agulha que definirá o novo rumo a ser tomado.
As “Marchas da Família com Deus Pela Liberdade”, programadas para o mês
que inicia, são um bom começo para esta soma de esforços e para
reafirmar o que, há cinquenta anos, fez com que o Brasil fosse visto e
admirado como a “Nação que salvou a si própria”!
Gen Bda Paulo Chagas
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