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terça-feira, 11 de março de 2014

Como isso afeta o Brasil?


1) É preciso uma noção do que foi a Europa pós-Guerra pra se entender a distinção entre nacionidade e nacionalidade. Ela nasce dessa circunstância.

2) Assim como se deu na Alemanha, algo parecido pode ser feito em relação ao Sul, quanto ao resto do Brasil.

3) O PT no Rio Grande Sul acirrou os ânimos separatistas de lá. O cidadão comum do Sul não faz a menor idéia de onde começam esses movimentos. Por ter uma formação tosca, isso faz com que não tenha como entender porque separar não é a solução. Além disso, isso faz com que não se compreenda qual é a ligação dele com o Nordeste, assim como o resto do Brasil.

4) O fato é que acusar o cidadão comum e ignorante do Sul de apátrida não é uma boa saída - ele se sentirá ofendido e se afastará. Agora, se forem dados motivos e explicações que o façam desistir da idéia do separatismo, sem atacá-lo frontalmente, aí ele pode pensar no ponto de vista que aponto e até aderir sem se sentir violado em suas próprias convicções.

5) É preciso explicar pra ele que o que criou este país e que deu causa para o posterior desenvolvimento do país ao longo dos séculos foi uma coisa só: a Monarquia. É da monarquia que encontramos a vitalidade necessária de modo a se tomar o país como um lar. Na república, nós não encontramos isso, pois o país foi dividido em oligarquias estaduais, em que uma compete com a outra para se ter domínio do poder. Virou-se uma guerra de facção, uma guerra de oligarquias que quase sempre terminam em Guerra Civil, como se deu em 1932. E para se governar o país, os partidos precisam fazer coalizões de modo a governar, o que agrava ainda mais as divisões, tal como vemos na ordem pós-1988.

6) O fato é que a noção de povo brasileiro só se completa na noção de nacionidade: de país tomado como se fosse um lar. Para se tomar o país como um lar, um governo justo e estável, que fomente a noção de que o do Sul e o do Nordeste são irmãos, como partes mesmo de uma grande família, é que torna isso possível.

7) Sem esse conceito de nacionidade, o próprio conceito de povo brasileiro se perde. Ele acaba se reduzindo a um abstracionismo malévolo em que todos se reduzem a ovelhas governadas por lobos, os demagogos. Exemplo disso são os Brizolas da vida.

8) O verdadeiro conceito de povo brasileiro deriva da noção tal qual preconizada na carta de 1824: uma associação de vários povos em torno de uma commonwealth: no caso, o Império do Brasil.

9) Essa associação lentamente evolui para um verdadeiro federalismo, fundada na noção que todos são irmãos e que tomam o país como um lar, tendo por liderança um soberano comum, uma língua comum, moeda comum, leis que regem a unidade, essas coisas. Mas esse processo é sedimentado por gerações e foi interrompido pela república.

(reflexão decorrente de uma conversa com Eduardo Bisotto)

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