Pesquisar este blog

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Dos três tipos de servidão por dívida

1) Existem três tipos de servidão por dívida, a saber: a servidão voluntária, a servidão como pena e a servidão que decorre por da usura.

2) A servidão voluntária é uma forma de pagar por uma dívida quando não se tem dinheiro para pagá-lo. É pagamento in natura da dívida. Por ser nobre, favorece a integração entre as pessoas, a ponto de surgir uma relação trabalhista entre elas.

3) A servidão como pena decorre de crimes contra o patrimônio e por ilicitude civil. Visa a recuperação do condenado e a restaurar a integração entre as pessoas. Isso se funda na justiça e aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1.1) A servidão como forma de cobrar por uma dívida de natureza improdutiva, coisa que é própria da usura, nasce do amor de si até o desprezo de Deus e da riqueza vista como sinal de salvação. Ela se funda no homem como a medida de todas as coisas e é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1.2) Por isso mesmo ela é condenável e é um crime, visto leva a um enriquecimento sem causa e faz com o que o trabalho perca sua natureza santificante, bem como que a liberdade seja servida com fins vazios, uma vez que leva a escravidão, a ponto de suposto credor ter direito de vida e de morte sobre o devedor, uma vez que há uma cosmovisão demiurgicamente estabelecida que dividiu o mundo entre eleitos e condenados, onde os eleitos estão salvos de antemão e os condenados levados à morte eterna de antemão.

4.2) Como ela decorre da ideologia liberal, que é revolucionária, então ela e a usura devem ser proibidas, pois geram conflitos de interesse, o que prejudica a sociedade como um todo, a ponto de forçar o Estado a dizer o direito sobre tudo, de tal maneira que tudo esteja no Estado e nada fora do Estado ou contra Estado, que será tomado como se fosse religião.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2018.

Da natureza da pena de servidão por dívida, por conta de ilicitude civil

1) A pena que condena alguém a servir a uma outra pessoa, por conta de uma dívida declarada na sentença em razão de um ilícito civil, cria uma relação de trabalho por força dessa dívida, a ponto de surgir um direito trabalhista em decorrência de uma pena por ilicitude civil. Essa relação de trabalho judicialmente criada tem regras: a pessoa condenada por dívida deve trabalhar x horas em favor do credor, começando do nascer do dia até uma determinada hora do dia, dependendo das circunstâncias, tendo x horas para o almoço x horas para o descanso, a proibição de freqüentar certos lugares moralmente condenáveis etc.

2) Trata-se de uma relação de crédito e débito cujo intuito é recuperar o apenado e restaurar a relação entre os litigantes. Se o condenado devedor for um bom servidor, uma pessoa leal, então ele pode ser recompensado pelos serviços prestados, a ponto de tornar empregado dessa pessoa - e aí a relação de trabalho sai do estado de pena e a passa se tornar um contrato, um pacto de direito pessoal, favorecendo a integração entre as pessoas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2018.

Notas sobre a servidão por dívida como pena por ilicitude civil

1) Quem comete ilicitude civil é obrigado a indenizar o prejudicado. Se não tiver meios de pagar com dinheiro, ao menos que pessoa seja condenada a trabalhar para o pagamento dessa dívida e, por extensão, para o bem de toda sociedade, uma vez que o trabalho é um meio de santificação pesspal

2) Neste aspecto, a servidão por dívida por conta de condenação por ilicitude civil é uma pena. Como trabalhar leva à santificação pessoal, então o condenado acaba assimilando a lei de Deus que se dá na carne e aprende a dar valor ao trabalho e a servir a seus semelhantes, em vez de causar danos a eles. Enfim, a servidão tinha sua natureza pedagógica.

3) Por conta da liberdade voltada para o nada, em que o homem rico no amor de si até o desprezo de Deus foi novamente tornado o centro de todas as coisas, esse tipo de cláusula penal foi abolida, por conta de uma dignidade pessoal voltada para o nada, a ponto de tudo se reduzir a dinheiro, sem haver a real preocupação com a recuperação do indivíduo que comete ilicitude civil para com seu semelhante, uma vez que houve o permanente divórcio entre dizer o direito e a verdade, já que Jesus é Sumo Juiz e Sumo Legislador e Ele foi posto de lado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2018.

Notas sobre usura e seus malefícios na formação do Novo Mundo

1) Os que faziam da riqueza sinal de salvação praticavam agiotagem, pois eram onzeneiros. Quem se endividava com eles era seqüestrado e posto a servir no Novo Mundo como trabalhadores forçados durante 7 anos. Muitos desses onzeneiros eram cristãos-novos, judeus que se convertiam ao cristianismo de modo a burlar a perseguição, por conta de seus métodos condenáveis de fazer negócios.

2) Os judeus viam os cristãos como uma seita. Os judeus rejeitaram Jesus como Messias. E por não verem os cristãos como irmãos, praticavam usura. Como alguns deles tinham negócios no Novo Mundo, eles forçavam os endividados a trabalhar naquelas novas terras de modo a pagarem a dívida contraída. Como fruto da própria ganância, a dívida era impagável, a tal ponto que a dívida tinha que ser perdoada e o trabalhador forçado acabava voltando para Portugal.

3) A América do Norte, que foi povoada por seitas heréticas e judaizantes, via na riqueza sinal de salvação, uma vez que o mundo foi demiurgicamente dividido entre eleitos e condenados. Muita gente que vivia na Inglaterra foi raptada por conta da usura e mandada para o Novo Mundo para trabalho forçado, por conta da cobrança dessa dívida durante 7 anos. Esse sistema judaizante de servidão por dívida continuou existindo mesmo após a abolição da escravatura negra nos EUA, após a Guerra Civil Americana.

4) Eis aí porque a Igreja tanto condenava a usura. Isso fazia com que a missão de servir a Cristo em terras distantes acabasse se voltando para o nada, uma vez que usura é cobrança de dívida por razões improdutivas.

5) Há que se distinguir entre os que se punham voluntariamente a serviço de uma dívida, por conta de não terem dinheiro para pagar a passagem para o Novo Mundo, e os que eram seqüestrados e capturados por conta de suas dívidas com agiotas (os onzeneiros, descritos nas peças de Gil Vicente).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2018.

Da importância do degredo como forma de recuperar os pecadores, no contexto de servir a Cristo em terras distantes

1) Os degredados que eram mandados para a missão de servir a Cristo em terras distantes de modo a pagar a sua dívida com a sociedade por conta de seus crimes podiam ter ou não alguma qualidade especial.

2) Se fossem da nobreza, eles eram enviados para viver entre os nativos, de modo a testar se os nativos eram amigáveis ou hostis. Se fossem amigáveis, eles faziam o trabalho de estabelecer uma parceria entre os nativos e Portugal, uma vez que Portugal via os locais como aliados em potencial. Alguns deles chegavam a se casar com as filhas dos chefes das tribos, a ponto de tomarem esses nativos e a terra onde tradicionalmente habitavam como seu lar em Cristo, criando assim a ponte entre Portugal e os novos protegidos da coroa.

3) Com os nativos, eles aprendiam técnicas agrícolas e até obtinham conhecimentos acerca da natureza local. Conheciam plantas medicinais, quais árvores eram usadas para a construção de canoas e muitas outras coisas que eram por sua vez passadas nas escolas das vilas que mais tarde seriam fundadas, a ponto de facilitar a integração entre Portugal e os povos das terras de além-mar, sobretudo da América Portuguesa.

4.1) O Comércio triangular entre Portugal, África e Brasil deve muito a esses degredados. Um Império de povoamento, de cultura, foi estabelecido por força do relevante serviço que eles prestaram, por conta da missão de servir a Cristo em terras distantes.

4.2) Se o propósito da penitenciária é recuperar o detento, de modo que este pague pelos pecados cometidos, então o degredo fundado na missão de servir a Cristo em terras atendia muito bem as suas finalidades.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2018.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Notas sobre liberdade voltada para o nada e cultura de nicho - o caso da literatura marginal

1) Se todo produto cria sua própria demanda, então a tendência é haver uma cultura de nicho. Meu amigo Rodrigo Arantes sempre me falou que o mundo de hoje está sendo todo pautado nisso.

2) Os tradutores que se especializaram em literatura brasileira perceberam um nicho na França. Como são oriundos de uma tradição onde a liberdade é servida com fins vazios, então acabaram publicando nomes da literatura brasileira, que é rica em personagens desse arquétipo marginal, o que promove os valores da mentalidade revolucionária.

3) Eis no que dá a literatura de nicho num mundo onde a liberdade é servida com fins vazios, uma vez que a riqueza se tornou sinal de salvação. Quem serve lavagem a porcos dessa natureza acaba tendo ganhos sobre a incerteza e isso é condenável, pois isso só torna as coisas piores do que já são.

4) Se todo produto deve gerar sua própria demanda, então devemos nos preocupar em promover o belo e não o feio o disforme. O feio e o disforme, tal como uma arma de guerra, devem e precisam ter alcance restrito, pois é uma arma de destruição em massa das inteligências.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de novembro de 2018.

Editores especialistas em literatura brasileira são como traficantes de droga, só que legalizada

1) Assim como o fuzil é uma arma de porte restrito, ler um livro de literatura brasileira pós-1822, sem ter lido os livros da literatura universal que nos apontam para o belo e para o bom, é pôr em risco sua integridade espiritual e intelectual. Nunca leia um livro de nossa literatura sem ter antes assimilado o repertório imaginativo fundado naquilo que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus, que sempre aponta para o belo, para o sublime, para o virtuoso. Você precisa conhecer o melhor que os homens produziram antes de conhecer o catálogo da literatura anti-humana.

2) Editoras que se especializam em literatura brasileira estão agindo da mesma forma que os traficantes, no campo do tráfico internacional de drogas: estão a matar pessoas, ao promover sistematicamente o feio e o disforme, a ponto de ganharem dinheiro com isso.

3) É como vender quadros dos pintores primitivistas aqui. Lá fora, eles não tem valor algum; aqui, eles tinham muito valor.

4) Muitos vão cair no engodo sem o devido aviso e ainda acabarão sendo seduzidos pelo mundo, pelo diabo e pela carne por meio da moda. E nesse ponto os franceses são especialistas, pois será o último grito da moda de Paris, a ponto de causar um grande estrago no mundo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de novembro de 2018.