Tiago Barreira: A fuga de cérebros é algo que deve ser incentivado, pois formando professores brasileiros em Oxford, Chicago podemos crescer em argumentação e credibilidade aqui dentro. A esquerda nacional fez isso nos anos 70, quando exilados como Serra, FHC e Celso Furtado deram aulas na Sorbonne e Cornwell.
Dettmann:
01) Se olharmos bem, não estaria fugindo do país; na verdade, só estou ampliando o espaço vital da pátria, de tal maneira a que o país virtuoso seja tomado como um lar, no lugar deste espectro de país que ainda reina sobre nós.
02) Como eu mesmo falei, o nacionismo pede que vários países sejam tomados como um lar - e você precisa levar o conhecimento que você tem de melhor desta terra para outros lugares, assim como desses lugares para cá, adaptados a nossa realidade local. É como climatização de plantas; se as amizades são como plantas, você deve cuidar delas - do contrário, elas perecerão.
03) Quem vem de fora não deve vir cru, pois este espectro de pátria será antropófago para com ele - e para sobreviver, esse que veio cru e inocente terá que tomar o vício da mesma forma como se faz sociologia à maneira do Dürkheim: tomando o fato social como se fosse coisa. Agindo assim, ele perecerá, como os outros.
04) Para o estrangeiro fazer a diferença, ele precisa ser formado, pois quem toma o país como um lar o faz de maneira formada, pensada, sabendo o que vai fazer e para onde vai. Você precisa climatizar essas plantas, de modo a que sejam plantadas aqui dentro. Sem climatização, não há colonização. E nacionismo é um tipo de colonização espiritual, um tipo de caridade intelectual.
05) Sobre esse assunto, a caridade intelectual, a fala do Papa Bento XVI deve ser lida dentro do contexto de Ourique. Para servirmos a Cristo em terras distantes, nós precisamos espalhar o evangelho para todos os confins da Terra - e isso pede um trabalho de caridade intelectual. No caso do nacionismo, que visa ao restauro do que foi perdido, essa noção de que o país nasceu em Ourique precisa colonizar os centros produtores de cultura lá fora - e é só assim que se forma brasileiros de verdade. Como os mais abastados vão estudar lá fora, o nativo chega pra cá já formado tal como o estrangeiro que vou formar, o que acelera o processo que estou fazendo aqui dentro.