Eis uma série de dúvidas que tirei recentemente:
O que você chama de capacidade? Seria a capacidade civil?
1) Capacidade que falo é a capacidade civil mesmo.
2) Quem é capaz de poder formar uma família é responsável.
Quem vive a vida irresponsavelmente com o tempo perde a compreensão e
capacidade exercer atos da vida civil e tende a não mais compreender a
ilicitude de seus atos. O marxismo cultural, ao promover os vícios
sistematicamente, promove a incapacidade sistemática da população.
Como apurar se alguém vai ser bom pai se não temos como
julgar o caráter de ninguém a priori?
1) A incapacidade é sempre uma exceção. E a lei deve sempre
prever as exceções que dão causa à incapacidade civil.
2) O juiz julga bem se conhece o direito e conhece bem as
partes e as serve com confiança. As partes só confiam no juiz se o conhecem
bem. E para se julgar é preciso que se conheça as circunstâncias do caso e que
se aplique a lei ao caso concreto, em suas circunstâncias. Só assim que faz
justiça. E uma ordem impessoal é sempre injusta. Pois a indiferença leva à
injustiça.
3) Outro grande aspecto que devemos combater é o problema da
impessoalidade. A impessoalidade leva à indiferença, que dá causa a que as
nações sejam tomadas como se fossem religião, dando base ao totalitarismo.
Como conciliar costumes locais e valores cristãos?
1) O local prepara para o universal. E eles devem ser
fundados em Cristo. A pátria pequena prepara para a pátria grande, que se
encontra no Céu.
2) Só podemos tomar por universal quem segue o caminho, a
verdade e vida. Ninguém vem ao pai senão por Jesus. Países descristianizados ou
ainda não convertidos ao cristianismo estão em apatria ou barbárie.
3) O totalitarismo se baseia no fato de que cada um tem a sua
verdade. E isso leva ao nada.
Suponhamos que o homem não deseje casar ou a mulher não
deseje casar, mas que deseje morar sozinho. Como encarar essa situação
legalmente?
1) Se o homem não deseja casar e a mulher não deseja casar, é
porque optaram em servir a Deus. O amor por Deus é tão forte que eles não
sentem amor por homem ou mulher nenhum. É um dos estados de pessoa, pois se
funda na vocação. E a pátria do Céu é quem rege isso.
2) A vida nacional, fundada na idéia de se tomar o país como
um lar, rege o estado civil das pessoas que são capazes de formar uma família,
base de toda a nação neste aspecto. É daí que temos os casados, os solteiros e
os viúvos. Pois sacerdócio é estado civil da pátria do céu e não cabe ao
direito temporal, fundado na relação entre pessoas e coisas na Terra, regular.
3) Para a vida civil, em sociedade, é fato normal o
casamento, mas o casamento se funda nas leis de Deus. E a família é a base da
nação - e isso é outro tipo de vocação.
4) Quando lidamos com o aspecto da vida da nação, levamos
como parâmetro à família. A vida consagrada a Deus tem outro tratamento - e se
funda na pátria do céu. Por isso que a aliança entre o altar o trono se faz
necessário para a nacionidade, pois quem toma o país como um lar tem por
referencia a pátria no céu.
5) Se o homem e a mulher não desejam se casar e não têm Deus
no coração, eles estão de certo modo à margem da sociedade. Escolheram o
caminho da apatria. Enfim, estão perdidos, por conta dos valores liberais e
revolucionários que estão instalados em suas cabeças - e isso é a causa da
incapacidade deles. O estado civil de pessoa solteira é um estado transitório.
Ninguém fica solto pra sempre. Cedo ou tarde ele será chamado a servir: seja a
Deus no sacerdócio e na vida consagrada, ou seja a Deus, por meio da vida
familiar.
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