1.1) O grande cerne por trás de uma comunidade imaginada é fazer de uma nação um experimento de laboratório de tal modo que toda e qualquer utopia revolcionária seja possível de ser nela realizada. E se esse experimento for bem-sucedido, ele acabará sendo exportado para outros lugares e adaptado à realidade local de modo a ser mais bem-sucedido ainda.
1.2) É neste ponto que as ciências sociais abraçam a lógica das ciências naturais a ponto de serem pseudociências exatas, por conta de negarem a natureza do homem enquanto animal que erra, uma vez elas partem do seguinte pressuposto: se os números governam o mundo e se a lógica e os dados estatísticos são os defensores desse reino, então a sociologia e os cientistas sociais são os grandes defensores reais e justificadores dessa pseudociência, uma vez que ciência e técnica estão a serviço do animal que mente. Afinal, os fins justificam os meios.
2.1) A comunidade revelada é uma comunidade que se revela a partir de um milagre ou de um acontecimento extraordinário que aconteceu no passado, onde o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem revela a um de seus fiéis vassalos que pretende construir um império de tal modo que Seu Santo Nome seja publicado entre todas as nações do mundo. Do mesmo modo como São Pedro foi a pedra sob a qual Cristo assentou a Igreja, D. Afonso Henriques foi a rocha sólida sob a qual Cristo assentou seu império, em Ourique. E foi desse império que se revelou a Terra de Santa Cruz, o Brasil.
2.2) O ponto culminante dessa revelação, onde ela se tornou realidade, se deu na elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, não com o que chamam falsamente de independência, que na verdade foi um ato de apatria. Entre o descobrimento do Brasil e a elevação da terra à condição de Reino, o processo de povoamento e desensolvimento das instituições políticas, econômcas e sociais durou mais de três séculos. Ele não se deu da noite para o dia.
3) A decadência da civilização que foi edificada na América Portuguesa começa quando se inventou a tese de que o Brasil era colônia de Portugal - de que era um país explorado e subordinado, não um novo Portugal no Além-Mar, como Tito Livio Ferreira aponta em sua obra O Brasil não foi colônia. Foi a partir dessa tese que se desenvolveu todo um laboratório de experiências revolucionárias que desaguaram na República e, mais tarde, no comunismo lulista, que é o verdadeiro ápice da experiência revolucionária a ponto de ser um verdadeiro horror metafísico.
4.1) A filosofia da crise da civilização brasileira começa a partir do momento em que o Príncipe-Regente desonra a toda uma tradição de vassalos de Cristo que bem serviram ao Rei dos Reis a ponto de dar um golpe contra a própria coroa. A restauração da monarquia, pura e simplesmente, não resolverá a crise, pois o liberalismo é a pequena via do esquerdismo, da mentalidade revolucionária - apenas a reunião dos teritórios que um dia pertenceram a Portugal num sólido império de direito divino e de caráter cristocêntrico é que restaurará as fundações lógicas e espirituais perdidas.
4.2) Esses territórios hoje estão dispersos na forma de países independentes - e a experiência política e econômica desses países é tão destituída de sentido cristocênctrico que muitos de seus habitantes são forçados a irem para outros países de modo a terem uma vida melhor. Esse processo de dispersão é conhecido como lusitânia perdida ou dispersa.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 07 de novembro de 2023 (data da postagem original).
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