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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Quem matou o latim nas escolas brasileiras?

Estamos publicando uma série de notas em nosso instagram @tres.vias em que procuramos nomear os responsáveis pelo fim do Latim nas escolas e o grande dano que isso causou. Não são poucas pessoas que atacavam o latim naquela época (tanto pessoas da direita quanto da esquerda no espectro político).

O desprezo pelo estudo do Latim chegou ao topo eclesiástico da Igreja Católica na mesma época em que as escolas secundárias do Brasil abandonavam o latim. O Dom Helder Câmara, um dos padres organizadores do Concilio Vaticano II era um profundo opositor do Latim e sua aplicação como língua oficial da Igreja. Ele foi um dos lideres do Concilio Vaticano II que mudou a Igreja Católica em vários modos.

A frase de Dom Hélder Câmara na imagem foi feita em 1965, quando os principais documentos já haviam sido aprovados. O latim mantinha-se como a língua oficial das missas, porém havendo a possibilidade de serem traduzidas na língua de cada povo se autorizadas pela Igreja. Então, a regra seria que as missas continuariam sendo em latim e a exceção dada pelo concílio era para casos especiais. O que aconteceu foi que a maioria dos clerigos conciliares votaram a favor de serem feitas missas em lingua comum e o latim passou a ser praticamente ignorado nas missas, mesmo sendo a língua oficial como afirmado no próprio Concílio Vaticano II.

Não apenas satisfeitos com a tradução para o Português das missas, os Bispos do Brasil se reuniram em 1965 para votar a possibilidade de se inserir na missa no Brasil violão, batuques etc, vindos da música popular brasileira. Retirando a música sacra em latim da cena das músicas.

De modo que, imaginem o pensamento das pessoas na época: "se nem a Igreja valoriza o Latim em seus ritos, por que deveríamos nos preocupar com essa língua morta?"

A mudança da missa para as línguas de cada país foi um duro golpe no latim.

Três Vias

Fonte da postagem:  http://ivononic.com/8Ham

Facebook, 04 de novembro de 2020.

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