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terça-feira, 7 de maio de 2019

Notas sobre o populismo e sua relação com o pecado da vaidade

1) D. Eugênio Sales, que foi arcebispo de minha cidade, dizia que o verdadeiro servidor público que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus deve evitar o pecado de buscar a popularidade, principalmente em tempos onde o povo é a voz de Deus.

2) Não quero ser popular num tempo onde o povo é composto de animais que mentem e que se acham capazes de votar, uma vez que a democracia acabou se tornando o governo do povo, pelo povo e para o povo, a ponto de ser tomado como se fosse religião da massa, da unanimidade. É por conta de gente assim que os piores são escolhidos, pois Cristo será sistematicamente preterido por Barrabás, a ponto de ser crucificado constantemente a ponto de que essas trevas se dissipem.

3.1) Eis aí a síntese desses 130 anos de República - o populismo só fomenta vaidade e tirania. E isso precisa acabar, pois ela se funda no homem, pelo homem e para o homem, como se ele fosse a medida de todas as coisas.

3.2.1) Não é à toa que o Deodoro disse para não nos metermos com coisas republicanas, fundadas naquilo que decorre da maçonaria.

3.2.2) Nós somos de Cristo e nós servimos a Ele em terras distantes, tal como se deu em Ourique. Mesmo que eu tome uma decisão que desagrade ao mundo, ao diabo e à carne, o que importa é que a decisão a ser tomada favoreça o país e as próximas gerações.

3.2.3) Para eu ser político, eu preciso morrer para mim todos os dias, antes, durante e depois de ter recebido um cargo eletivo, uma vez que a política não se resume só ao âmbito eleitoral - ela está em cada aspecto de nossas vidas.

3.2.4) Se eu não fizer tal mortificação, então eu terei passado pela vida sem produzir um legado. Viverei uma vida biológica, sem haver tomado o país como um lar em Cristo - e neste ponto, terminarei no fogo eterno por me tornar um apátrida, por conservar o que é conveniente e dissociado da verdade em tempos de crise. 
 
3.2.5) É exatamente isso que ocorrerá com muitos - todo homem morre, mas nem todo homem vive. É preciso que se morra em prol da verdade para se viver - eis a razão pela qual é preciso que se santifique através do trabalho político de modo que os demais trabalhos sejam também santificados, de modo ajudem na promoção do bem comum. Este é o trabalho mais elevado que há neste mundo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de maio de 2019.

Notas sobre multiculturalidade e multiculturalismo

1.1) Todo povoamento de uma região ou província se fundamenta necessariamente na migração. 

1.2) No âmbito interno, a cidade mais populosa e mais desenvolvida tende a emprestar seus cidadãos para as cidades menos populosas de modo a se desenvolverem, como se isso fosse uma relação de empréstimo. O pagamento desses juros se dá no fato de que as cidades menores se tornam vassalos das cidades maiores, a ponto de deverem favores políticos a essas grandes cidades-Estado.

1.3.1) O soberano que tomou a iniciativa de povoar e desenvolver uma determinada região também se torna o príncipe dessa nova cidade.

1.3.2) Se ele se tornar príncipe sistemático de várias cidades novas, então a cidade-Estado passa a se tornar a reino, a ponto de a cidade mais antiga e mais populosa se tornar a capital dessa nova nação. Eis o processo de nacionidade decorrente da missão de servir a Cristo em terras distantes.

2.1) No âmbito internacional, há a questão da descoberta do outro, a ponto de surgir com ela a questão da multiculturalidade.

2.2) Quando dois povos de culturas diferentes amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, é perfeitamente possível estabelecer um acordo por meio do qual você permite a vinda de uma leva de habitantes da nação amiga vir morar contigo.

2.3.1) Esse grupo se estabelece numa cidade menor e passa a reproduzir a cultura nativa na sua terra, a ponto de tomar os dois lugares como um lar em Cristo. As experiências desses imigrantes vai permitir o desenvolvimento das suas cidades - e os nativos da sua nação levarão o que conhecem do Brasil e o que aprenderam desses imigrantes para outras terras também. E a Lusitânia Dispersa se tornará o berço da pan-lusitanidade, pois todos os povos serão herdeiros da missão de servir a Cristo em terras distantes, a ponto de haver um Reinado Social de Cristo Rei sobre a Terra.

2.3.2) Se vários povos habitassem uma mesma cidade, a ponto de tomá-la como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, então a probabilidade de essa cidade se desenvolver a partir de culturas importadas e criar sua própria cultura será alta, pois da universalidade vem a diversidade. E o reino tenderá a evoluir a um império justamente por conta dessa multiplicidade de culturas gerar uma cultura mais rica e mais sofisticada, fundada na missão de servir a Cristo em terras distantes.

3.1) Quando se busca liberdade sem verdade, a ponto de dizer que todo homem tem direito à sua verdade e que toda cultura, ou mesmo toda religião, é boa, então o senso de tomar o país como um lar em Cristo se perde, pois o multiculturalismo não se funda na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus. O multiculturalismo se funda em conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de tudo se fundar no homem, pelo homem e para o homem, enquanto animal que mente.

3.2.1) A diversidade de culturas vai gerar um verdadeiro panteão imanente e nele haverá um conflito sistemático de interesses a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora do Estado ou contra o Estado. Isso gerar um verdadeiro arranjo político de dominação onde a religião mais agressiva dominará as demais. Não é à toa que o liberalismo fomenta o totalitarismo, o qual por sua vez promove a expansão do islamismo.

3.2.2) Somente o catolicismo pode oferecer resistência a esse estado de coisas, pois o liberalismo foi condenado sistematicamente por diversas encíclicas papais. O multiculturalismo e o uso da migração como forma de destruição da cultura européia é mais uma dessas armas desse liberalismo instrumental.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de maio de 2019 (data da postagem original).

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Notas sobre as eras de New Deal, enquanto eras de nacionalismo e enquanto formas de projeção de poder global

1) O primeiro New Deal é aquele período que nós conhecemos, que se deu durante o governo de Franklin Delano Rossevel. Esse New Deal durou até o governo Reagan (1981 a 1988).

2.1) Nixon, quando foi à China, inaugurou um segundo novo acordo.

2.2) Os liberais injetaram um caminhão de dinheiro, acreditando que a liberdade política do país se mede pela liberdade de sua economia, do quanto a riqueza é tomada como sinal de salvação da lavoura de uma nação tomada como se fosse religião. Por conta disso, a China passou a ser o país dos dois sistemas: liberal na economia e totalitário na política.

2.3.1) Isso é prova cabal de que os liberais dependem dos comunistas para que a tesoura vá aos poucos solapando os valores fundados na conformidade com o Todo que vem de Deus. Além de praticarem salvacionismo e distanásia política, ainda proclamaram a ética confuciana chinesa como o mais novo espírito do capitalismo. Eis o segundo New Deal criado. Podemos dizer que a China é a nova sucessora da América, em termos de país mais poderoso do mundo. A Pax Americana dará lugar à Pax Sinica.

2.3.2) Por conta disso, nenhuma indústria nacional se desenvolve, pois todos os empregos estão sendo gestados lá na China. Todos os poderes relativos a usar, gozar e dispor de alguma patente industrial estão sendo concentrados em mãos sínicas (chinesas). Além de inovarem, eles estão quebrando patentes a torto e a direito, gerando desemprego no mundo inteiro.

2.3.3) Esse misto de socialismo e capitalismo num só país faz com que o mundo se reduza a tudo o que decorre da China, a ponto de ficar em conformidade com o que vier a ser decidido a partir de Pequim, o que faz com que ele acabe sendo tomado como se fosse uma espécie de religião. 
 
3.1) Houve uma época onde o mundo para eles era só a China e olhe lá. E isso se deu quando eles concluíram A Grande Muralha e se isolaram.

3.2) É exatamente isto que está acontecendo, pois isto está sendo retomado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2019 (data da postagem original)

Comentários: 

Arthur Rizzi: Guerra ideológica não existe. O que existe é guerra por poder, uma vez que ideologia é apenas instrumento. Os EUA e a China sempre fizeram negócios quando lhes convinha, sem se importarem com discursos.

Por que Veblen incomoda o pensamento liberal?

1) Como é bom ter leitores inteligentes! Meu amigo Erick Ferreira compartilhou comigo suas impressões sobre o livro A Teoria da Classe Ociosa, livro esse que levei praticamente um ano digitalizando.

2) Os liberais, vendo que a crítica do Veblen é uma verdadeira paulada àquilo que eles conservam de conveniente e dissociado da verdade, estão agora proclamando que a ética confuciana é mais conforme ao espírito do capitalismo do que o calvinismo. Ou seja, ao invés de reconhecerem o erro, preferem insistir no conservantismo, proclamando um novo tipo de ética - o que justifica o casamento do comunismo chinês com o capitalismo, a ponto de criarem uma síntese do totalitarismo com a liberdade servida com fins vazios, onde a riqueza se tornou a medida de todas as coisas.

3) Se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade é um crime em si mesmo, insistir nisso através do progressismo é um verdadeiro crime continuado. E pensar que foram os liberais que salvaram o regime comunista chinês, quando injetaram um caminhão de dinheiro lá, após à ida do Nixon à China. Tal ida mostrou-se extremamente desastrosa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2019.

Comentários de um meus leitores sobre o livro A Teoria da Classe Ociosa, de Thorstein Veblen

Erick Ferreira: Bom dia, caríssimo!

José Octavio Dettmann: Bom dia, meu caro!

Erick Ferreira: Aquele livro A Teoria da Classe Ociosa é um livro bem complexo, não no sentido de que é difícil entender, mas no sentido de que ele toca em questões muito problemáticas, coisa que muitos pensadores se recusam a fazê-lo. Confesso que não conhecia esse livro, embora o autor já me fosse conhecido. Pensei que você tinha escrito algo a respeito.

José Octavio Dettmann: Na verdade, escrevi algumas coisas baseadas nesse autor. Ele me serviu de base para muitas reflexões.

Erick Ferreira: Acho que vou ler esse livro até o fim. Achei-o muito interessante - acho até que ele se aproxima um pouco de abordagens como a de Belloc e Leão XIII.

Erick Ferreira:

1) A primeira consideração que fiz sobre a classe ociosa foi a seguinte: ela é a força motriz do desenvolvimento de uma nação, uma vez que a vida livre se dá de dentro pra fora, do interior para o exterior, da liberdade de expressão para a liberdade de movimento.

2.1) Parece que o Veblen esqueceu de apresentar os filósofos como o principal grupo dessa classe.

2.2) A maior prova disso é que num país como o Brasil, onde há muito servilismo, há pouco desenvolvimento - falo isso não no sentido meramente pragmático do termo. A verdade é que, onde há o império do trabalho braçal, a mente atrofia.

2.3) Esse é um dos grandes paradoxos do desenvolvimento, pois estamos acostumados a dizer que o trabalho é a fonte da riqueza, como diz até mesmo o Papa Leão XIII. No entanto, onde há muito trabalho, no sentido braçal do termo, não há muito desenvolvimento. Os selvagens vivem ocupados - isso até o Lévi-Strauss demonstrou. O homem civilizado, não - ele pára, medita.

2.4.1) Os dias de descanso do cristianismo levaram muitos a praticarem a contemplação e isso foi uma das chaves do desenvolvimento, uma vez que isso se tornou parte da nossa cultura.

2.4.2) Imagine uma sociedade onde o trabalho ocorra de segunda a segunda, todo santo dia e sem dia de descanso? Isso leva à escravidão, uma vez que a riqueza nessa sociedade se tornou sinal de salvação (ou uma espécie de maldição!).

2.4.3) A indústria cultural acabou destruindo essa cultura de contemplação. Quando as pessoas têm tempo livre, elas acabam desperdiçando esse tempo precioso com entretenimento fútil, vazio, ao invés de estudar e meditar, estudando ou lendo coisas que elevem o espírito até o encontro de Deus.

José Octavio Dettmann:

1) A filosofia, para ser bem feita, necessita da contemplação. Trata-se de ócio produtivo, nunca improdutivo. Para pensar, meditar, você precisa ter tempo livre para isso.

2) O trabalho, enquanto atividade voltada para a promoção do bem comum e de salvação de muitos, precisa ser organizado e isso precisa ser pensado. Não há um bom trabalho, não há uma boa obra - no seu sentido salvífico - sem método - e isso passa pelo filósofo, que é também um teólogo em potência.

José Octavio Dettmann:

1) Fico feliz que tenha gostado do livro! Eu digitalizarei mais livros pra você.

2.1) Eu vou digitalizar pra você o livro Pluto ou Um Deus chamado dinheiro, de Aristófanes.

2.2.1) Foi daí que Aristóteles cunhou o termo "crematística", baseado no personagem Crêmio, que busca a riqueza como sinal de redenção.

2.2.2) Como o fim do homem é ele mesmo, então ele busca a felicidade em si mesmo.

2.2.3) Em Calvino, ele é predestinado ou eleito. E isso leva ao retorno do barbarismo, pois pleno emprego é escravidão.

3) Uma das chaves de leitura possíveis é ler este livro do Veblen junto com A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo, de Max Weber, pois um dos efeitos da ética protestante é criar essa classe, do sentido crematístico do termo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2019.

Comentários:

Edmundo Noir: O ócio é uma faca de dois gumes. Existe o ócio criativo e ócio que leva ao pecado, pois mente vazia é oficina do diabo. É necessário certa educação para o bom uso do tempo livre e das sadias diversões.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Reflexões sobre autofinanciamento fundadas na minha experiência pessoal - síntese de três postagens

1) Eu costumo ver os 28 aniversários da poupança como 28 pessoas diferentes, todas elas como um espelho de mim mesmo. Eu peço dinheiro emprestado a elas e pago o que devo a juros, uma vez que o empréstimo para a aquisição de livros e jogos de estratégia tem natureza produtiva para mim.

2.1) Os livros têm relação direta, pois eles me inspiram a escrever mais artigos; os jogos, uma relação mais indireta, pois eles me preparam espiritualmente para escrever os artigos, uma vez que a finalidade precípua dos mesmos é a contemplação - uma obrigação de meio, não de resultado. Em todo o caso, um bem complementa o outro, o que me faz ser produtivo no meu trabalho de pensador.

2.2.1) Os livros, além de me ajudarem na produção de artigos, podem ser digitalizados, o que me permite vendê-los a outros contatos e obter ganhos sobre a incerteza, através do comércio. E quanto mais ganhos sobre a incerteza eu vou tendo, mais vou jogando tudo na poupança de modo a empoderar novos credores (no caso, os aniversários onde não tenho dinheiro algum ou muito pouco dinheiro).

3.1.1) Se todos os 28 credores me derem 10 reais cada, então eu terei um orçamento no paypal de R$ 280/mês. Se  os R$ 10,00 que tomo de cada credor forem pagos em três meses, então a tendência é fazer quatro tomadas massivas por ano, a ponto de nelas ser capaz de comprar livros mais raros, se as coisas se mantiverem desse jeito. É como se estivesse preenchendo círculos concêntricos de poder, pois estarei concentrando os poderes de usar, gozar e dispor dessas coisas raras e caras em minhas mãos.

3.1.2) Se em cada um desses aniversários onde peguei empréstimo eu receber doações dos meus leitores, então a velocidade de quitação do débito só aumenta, a ponto de se tornar mais fácil quitá-lo.

3.1.3) É como se a doação servisse de catalisador, acelerando assim o tempo de quitação da dívida de modo a ter menos parcelas para pagar. Com isso, posso pegar um empréstimo maior, pagando juros menores - no caso, os aniversários da poupança, que tendo a enxergá-los como se fossem pessoas. Por força disso, estarei constantemente renegociando dívidas comigo mesmo de maneira mais favorável, a ponto de poder pedir mais dinheiro emprestado de modo a adquirir material melhor e mais caro.

3.2.1) Se eu tivesse doadores fiéis a ponto de receber doações em todos os 28 aniversários da poupança, a tendência é facilitar ainda mais a expansão do meu trabalho, pois estarei pagando mais rápido os empréstimos que tomo da minha própria poupança.

3.2.2) Para que isso ocorra, os 28 credores, essas 28 pessoas imaginadas, precisam participar da relação tanto quanto os meus leitores, o que fará com que o acordo seja constantemente modificado de modo a beneficiar ainda mais a minha pessoa. Isso é perfeitamente possível quando eles todos estão reunidos em torno da mesma pessoa, uma vez que estou reunindo esses credores imaginários e esses doadores reais num único sistema.

4.1) Quando alguém está em dívida, as pessoas se envolvem de modo a ajudarem quem está precisando, fortalecendo assim a solidariedade, a integração entre elas.

4.2.1) As doações que recebo dos meus leitores são investimentos que só fortalecem o caráter produtivo da relação que tenho para com eles, uma vez que um bom escritor aumenta a inteligência de quem está ao seu redor, tornando a relação de amizade com os leitores uma relação produtiva, pois ela aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2.2) Dessa forma, os meus leitores - que são devedores, por conta do serviço que faço em razão da honra que deve ser dada a Cristo - acabam fazendo com suas doações acabem catalisando o pagamento da dívida que eu tenho para com esses credores imaginários - e esses credores se resumem a um só pessoa: eu mesmo, quando faço uma compra de modo a aperfeiçoar minha atividade intelectual organizada, em Cristo fundada.

5.1) Na ética protestante, por conta de não haver uma integração entre as pessoas fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o credor - que é uma pessoa diferente da pessoa do devedor fisicamente falando - não está interessado em participar da relação, a ponto de a relação de crédito ser impessoal, dado que o credor é rico no amor de si até o desprezo de Deus, uma vez que ela está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, por conta de vaidade.

5.2.1) Por preferir o dinheiro à minha honra, essa pessoa não irá querer participar da relação pessoal de crédito, uma vez que está preferindo bens presentes a bens futuros, por conta de ser materialista, uma vez que não está vendo Cristo na minha pessoa. Por força disso, ela toma de antemão que não vou pagar a dívida a ponto de apostar contra mim por força disso - o que caracteriza especulação, uma vez que ela me vê como um "condenado".

5.2.2) Isso faz com que a dívida perca seu caráter de investimento, a ponto de ser servida de maneira vazia, uma vez que a função da dívida foi separada das pessoas que participaram de sua emissão, a ponto de se tornar impessoal, improdutiva e meramente especulativa. Esse "credor" - que na verdade é explorador - faz dessa aposta sua fonte de riqueza, seu sinal de salvação, a ponto de colocá-la num papel para circular e cedê-la a um terceiro, estranho à relação - o que acarretará conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. E isso é uma espécie de estelionato - e só os estelionatários se acham salvos de antemão, por se julgarem acima das leis de Deus e dos homens.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de maio de 2019.

Do investimento como forma de acelerar o pagamento das dívidas - relatos da minha eperiência pessoal

1) Se eu direcionar as doações dos leitores para os dias onde estou devendo à poupança, em razão das aquisições que faço, eu vou reduzir o tempo de pagamento da dívida até quitá-la completamente. É como se a doação servisse de catalisador, acelerando assim o tempo de quitação da dívida de modo a ter menos parcelas para pagar. 

2) Para que isso ocorra, o credor precisa participar da relação tanto quanto os devedores do devedor, o que fará com que o acordo seja constantemente modificado de modo a beneficiar ainda mais o bom devedor. Isso é perfeitamente possível quando credor e devedor estão na mesma pessoa.

3.1) Na ética protestante, por conta de não haver uma integração entre as pessoas fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o credor - que é uma pessoa diferente da pessoa do devedor - não está interessado em participar da relação, a ponto de a relação de crédito ser impessoal, dado que o credor é rico no amor de si até o desprezo de Deus, uma vez que ele está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, por conta de vaidade.

3.2.1) Por preferir o dinheiro à minha honra, essa pessoa que não está querendo participar da relação pessoal de crédito, uma vez que está preferindo bens presentes a bens futuros, por conta de ser materialista. Por força disso, ele toma de antemão que não vou pagar a dívida, a ponto de apostar contra mim por força disso, o que caracteriza especulação, uma vez que ele me vê como um "condenado".

3.2.2) Isso faz com que a dívida perca seu caráter de investimento, a ponto de se tornar uma relação improdutiva, uma vez que a função da dívida foi separada das pessoas que participaram de sua emissão, a ponto de se tornar impessoal e meramente especulativa. Esse "credor" - que na verdade é explorador - faz dessa aposta sua fonte de riqueza, um sinal de salvação, a ponto de colocá-la num papel para circular e cedê-la a um terceiro, estranho à relação - o que acarretará conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. E isso é uma espécie de estelionato.

4.1) Quando alguém está em dívida, as pessoas se envolvem de modo a ajudarem quem está precisando, fortalecendo assim a solidariedade, a integração entre elas.

4.2.1) As doações que recebo dos meus leitores são investimentos que só fortalecem o caráter produtivo da relação que tenho para com eles, uma vez que um bom escritor aumenta a inteligência de quem está ao seu redor, tornando a relação de amizade com os leitores uma relação produtiva, pois ela aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2.2) Dessa forma, os leitores, que são devedores do escritor, acabam fazendo com suas doações acabem catalisando o pagamento da dívida que esse escritor tem com o credor, que é ele mesmo, quando ele faz uma compra de modo a aperfeiçoar sua atividade intelectual organizada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 03 de maio de 2019.