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domingo, 17 de agosto de 2014

Dar a cada um o que é seu implica dar conforme as circunstâncias do pedido


1) Quando você serve bem a um, você servirá a todos os que necessitarem de você, não importa o tempo e o lugar.

2) Isso implica dar a cada um o que é seu sistematicamente.

3) Ao se dar a cada um que é seu, é bom e necessário observar as circunstâncias pessoais de cada demanda. Pois cada ser humano é único na sua razão de ser.

4) O uso de padrões visa a não se respeitar essas circunstâncias pessoais. E isso é uma injustiça à conformidade com o todo de Deus.

5) Todo padrão técnico se funda em sabedoria humana dissociada da divina. E esses padrões passam a ser regulados por lei, substituindo a vontade das partes.

6) Se o capitalismo visa à massificação, então ele desumaniza a demanda, moldando-a à sua imagem e semelhança, tal qual um Deus.

7) Se ele desumaniza a demanda, então ele distribui injustiça, lesão sistemática.

8) Se ele cria lesão sistemática, ele provoca a crise de confiança, a crise contratual. E os contratos se tornam contratos de adesão, gerando uma assimetria fundada no poder econômico. E isso clama mais Estado.

A moeda de ouro tem seu curso por força da Lei Natural

1) Se a moeda de ouro é compromisso com os seus semelhantes em toda a sua extensão universal, então ela é um espelho de justiça, de conformidade com o todo de Deus.

2) Logo, o curso da moeda de ouro é natural por força da Lei Natural de se dizer a verdade - e a melhor forma de se dizer a verdade é servindo aos seus irmãos naquilo que eles tanto necessitam e ser remunerado por conta da gratidão pelo serviço prestado.

3) Faz todo sentido, quando se falta com a verdade, dizer o seguinte: "contra o perjúrio, coloque uma moeda na boca".

4) Quem presta o desserviço de atentar contra Deus comete falso testemunho à verdade de Jesus Cristo. E contra o perjúrio, é bom que se ponha uma moeda de ouro na boca.

A moeda é símbolo de compromisso

1) A moeda é símbolo de compromisso.

2) O ouro, por sua escassez, é padrão universal de valor.

3) A moeda de ouro é simbolo de compromisso para com os seus semelhantes, não importa onde eles se encontrem.

4) Como a verdade em Cristo se destina a todos os povos e lugares, não importando o tempo e o lugar, então servir a seus semelhantes implica ser recompensado com moedas de ouro.

5) Quando você serve a seu irmão com presteza, isso significa que você fez por ele aquilo que ele realmente precisava. Se você faz algo bom para um, o exemplo se arrasta a todos os demais semelhantes, não importando o tempo e o lugar.

6) Um bom serviço é servir sempre a Deus, todos os dias.

sábado, 16 de agosto de 2014

Sobre a miopia dos conservantistas



"É óbvio que viver nos Estados Unidos é melhor do que viver no Brasil. É uma vida... o que direi agora parecerá contraditório, parecerá até absurdo, mas a verdade é que a vida nos Estados Unidos é mais segura, mais pacífica... mais calma do que no Brasil. Porém, ah, porém, isso não significa que os Estados Unidos sejam melhores do que o Brasil, nem que os americanos sejam melhores do que os brasileiros. Não são.

A prova é o comportamento dos brasileiros nos Estados Unidos. Ou no Japão, ou na Austrália, ou em qualquer país da Europa Ocidental. Nesses lugares supostamente tão mais civilizados, os brasileiros se comportam como os locais, com educação, com respeito, com discrição, com civilidade.

Os Estados Unidos são continentais; o Brasil também. Os Estados Unidos estão repletos de belezas e recursos naturais; o Brasil também. Os médicos, os jornalistas, os empresários, os operários e, pasmem!, os políticos brasileiros não são piores do que os americanos. Mas a medicina, o jornalismo, as empresas e a política dos Estados Unidos são melhores do que seus similares do Brasil. Por quê?

A vantagem dos Estados Unidos começa no começo: na colonização. Não, não é o que você está pensando. Não estou dizendo que os colonizadores ingleses eram superiores aos portugueses. Isso é uma bobagem de leve laivo racista. A principal colônia inglesa, a chamada joia da coroa, era a Índia, que não é nenhum modelo de bem-estar social. Já para a Austrália, os ingleses só mandaram ladrões, assassinos, banidos religiosos e escroques de todo gênero, e a Austrália, sim, é um dos modelos de bem-estar social.

Qual é, então, a diferença?

É o tipo de colonização. Os ingleses que foram para a Austrália e para os Estados Unidos foram para ficar, para construir uma nação. Os ingleses que foram para a Índia, bem como os portugueses que foram para o Brasil, só queriam tirar da terra tudo o que havia de valioso e levar o mais rápido possível para a matriz, onde se repimpariam longe da selvageria tropical.

O Brasil e a Índia cresceram tortos porque ninguém se importa em estabelecer regras num local em que só se está de passagem. Tudo no Brasil foi sempre provisório e, de certa forma, continua sendo. O Brasil não fica pronto nunca.

Mas um dia o Brasil haverá de compreender que é preciso voltar ao começo, que é preciso recomeçar, e que a única forma de recomeçar é pelas crianças, investindo maciçamente, quase que unicamente nas crianças. Um dia. Só que vai demorar. Testemunhando a exibição triste, morna e deprimente dos candidatos a presidente da República, suspiro de dor. E sei que ainda vai demorar."

(Por David Coimbra)

Comentários ao texto:

Só pra ver como a visão dos conservantistas é bem míope:

1) Alega-se neste texto que a glória dos Estados Unidos e a desgraça no Brasil está no tipo de colonização que tivemos: que os EUA foram colônia de povoamento e o Brasil colônia de exploração. Argumento determinista, fatalista e que não condiz com a realidade.

2) Este texto decorre das mentiras marxistas clássicas, contadas por Caio Prado Júnior e de quem escreveu o livro As Veias Abertas da América Latina.

3) Os territórios de além-mar tinham sua importância, não só como um lugar de refúgio quando se sofre perseguição política, como um entreposto comercial e embaixada, quando se lida com outras potências de além-mar, mas também como um lugar para se tentar a sorte, em busca de uma vida melhor. A rigor, não existe diferença entre Estados Unidos e Brasil nisso.

4) Desde que o homem se tornou escravo do pecado, por culpa do pecado original, qualquer lugar na Terra, para onde ele é mandado cumprir pena, é e sempre será um vale de lágrimas, não importa se é na Sibéria ou se é na Amazônia tropical. As penitenciárias e colônias penais surgiram como um lugar para se expiar os pecados graves, que causavam dano social, como também serviam ao propósito de recuperar gente, de modo a que se tornassem bons servos que aprenderiam a servir a Cristo em terras distantes. Acreditava-se que, mandando os criminosos para o Novo Mundo ou para terras distantes, eles se tornariam novos homens e se tornariam homens virtuosos em Cristo, o que ensejaria uma espécie de renascimento em Cristo, ao ser mudado de lugar. Neste ponto, Brasil e Austrália foram terras que receberam muitos degredados.

5) Muitos dos atuais imigrantes que vão para os EUA estão de passagem, pois só querem saber de ganhar dinheiro e voltar pra casa, uma vez dispondo de capital para tocar seus projetos na terra nativa. Se estão de passagem, não teriam compromisso com a pátria que temporariamente os acolhe, de modo a tomá-la como se fosse um lar - logo, isso os leva a indiferença, a ponto de  tomar o país como religião, pois só estão interessados em benefícios sociais ou em facilidades para os seus projetos, sem nada produzir em troca. A maior prova disso é que o imigrante ilegal, que tem direito a voto nos EUA, elege sempre democratas. Esses imigrantes ilegais, são, pois, verdadeiros parasitas, dado que são verdadeiros apátridas.

6) Nos pontos 3 e 4, as colônias, para prosperarem, necessitavam explorar os recursos da natureza e estabelecer boas relações com mercadores tanto dentro da colônia quanto na pátria-mãe, de modo a que atendessem a demanda interna e externa, de modo a terem renda e poderem investir no aprimoramento das atividades econômicas da localidade. Uma colônia era uma atividade de altíssimo risco econômico e político - a maioria dos empreendimentos coloniais nas Américas do Norte e do Sul fracassou. Muita gente morreu de fome, atacada por animais selvagens, ou pelos próprios selvagens, sem mencionar o frio do inverno ou os naufrágios. Isso sem falar em assassinatos entre os próprios colonos, pois as condições sociais nos primeiros anos eram péssimas. A vida como pioneiro ou como peregrino ou como bandeirante ou degredado não era nada fácil. 

7) Só quando se estabeleceram boas relações com o nativos e com a conseqüente cristianização dos mesmos é que coisa foi melhorando. Se não houvesse o domínio de certos cultivos de conhecimento dos nativos da região, nenhuma colônia na América se estabeleceria. Este é o caso clássico do milho, nos EUA, e da mandioca, no Brasil.

8) Estes são alguns dos argumentos, mas é só pra apontar que o texto é furado do começo ao fim.

9) Enfim, o que sempre falo: o grande diferencial entre o Brasil e os EUA está no fato de que a república brasileira jogou por terra toda a estrutura fundacional criada pelos pais fundadores desta nação, que são os membros da Família Imperial Brasil. E quando viramos república, viramos uma espécie de imitadora dos EUA - e essa imitação nos reduz a um nível de colônia, coisa nunca fomos. Eis a nossa tragédia!

O relativismo nos tira o medo do Inferno

1) Quando a amizade com Deus é ainda distante para o arrependimento sincero, o medo do inferno supre - e a amizade com Deus é restaurada. É por isso que Deus permite o pecado, pois não há nada melhor do que o inferno para mostrar que de Deus não se afasta. Pois o inferno te ensina o que deve ser rejeitado e evitado.

2) O mundo relativista tira de nós o medo do inferno. Sem isso, fica impossivel a busca desesperada e necessitada de Deus.


3) Por isso, é postulado, verdade de fé, aceitar o fato de que o inferno existe. Pois sem ele seria impossível a reconciliação com Deus.

Os bandeirantes são o modelo perfeito do nacionismo


1) Um milagre providencial se remonta a Ourique: os paulistas quatrocentões, que lembram de seus antepassados bandeirantes.

2) Se coube a Portugal a tarefa de evangelizar em terras distantes, os bandeirantes foram os fiéis vassalos de Sua Majestade, El-Rei de Portugal, e foram fiéis cidadãos do Império, sob a batuta de Sua Majestade, o Imperador do Brazil (com z, pois o português imperial merece respeito e é de fato a nossa língua).

3) Os bandeirantes souberam casar a missão que herdamos de Ourique com o conhecimento das circunstâncias locais. Eles contribuíram para a grandeza de Portugal e do Brasil, que souberam, até o dia em que a desgraça da República se proclamou entre nós, casar o interesse nacional, de se tomar o país como um lar, com a missão de servir a Cristo em terras distantes.

4) Ao contrário do que se fala, o Brasil não é pobre porque o povo está "de passagem". Se fosse assim, ele estaria completamente excomungado. A mentalidade de "povo de passagem", de nação tomada como se fosse religião de Estado, se implementou entre nós por conta do culto ao dinheiro como se fosse um Deus, agravado pela mentalidade modernista e republicana.

5) A mentalidade modernista entrou tanto entre nós que criou a cultura do auto-engano, coisa que Machado de Assis tão bem soube descrever.

6) Se o Brasil precisa de um modelo de nacionismo, fundado em Ourique, que busque nos paulistas quatrocentões, que foram vivos exemplos de vassalos e súditos da Casa de Bragança, tanto no Império do Brasil, quanto no Reino Unido a Portugal, Brasil e Algarves, ou mesmo antes, quando éramos parte do Estado (Vice-Reino) do Brasil, sob vassalagem ao Rei de Portugal.

Sobre a desumanização da arte de escrever

1) Posso parecer um tanto antiquado, mas textos manuscritos são mais humanos, justamente por causa do toque pessoal.

2) A prática da atividade manuscrita dá trabalho e exige repetição e treino. Justamente por ela tomar muito tempo, tal hábito está se perdendo. É essa uma das razões porque odeio tanto a mentalidade progressista, pois ela tira a caridade do cenário, sob a alegação, ainda que não se diga, de que ela é tecnologicamente ultrapassada. Eis aí porque a Igreja ainda prefere a liturgia da palavra escrita nos livros, pois elas nos remontam ao tempo dos monges copistas.

3) Querendo ou não, o calor humano de quem tem por hábito escrever textos manuscritos para alguém é sempre bem-vindo.

4) Isso não quer dizer que eu defenda a volta de se postar por carta. Nada disso! O e-mail é uma solução prática e confiável.


5) O que estou querendo dizer é que seria algo muito nobre, embora seja trabalhoso, você reservar um tempo para escrever algo legal e especial para alguém que você gosta, de modo manuscrito. Feito isso, você pega uma câmera fotográfica capaz de fotografar texto e fotografa. E depois de você processar a foto no snapter, redimensionar no pix resizer e reduzir o peso do arquivo através Advanced JPEG Compressor, você manda a sua cartinha manuscrita por e-mail para aquele amigo que tanto precisa do calor humano. E a escrita manuscrita de certo modo traz isso, pois ela revela a alma e o estado de espírito de quem escreve algo para você, coisa que você não vai encontrar olhando só nas nuances da língua, quando você digita um texto no computador.