1) Se me preocupo tanto com tanta coisa, é porque o que penso é extremamente relevante, posto que se funda em problemas concretos, jamais em coisas voltadas para o nada. E para o filósofo, nada de relevante deve escapar. E isso não pode ser esquecido nenhum minuto sequer, como diz o professor Olavo de Carvalho.
2) Se as pessoas atentassem pro fato de que o símbolo da filosofia é uma coruja, elas saberiam o porquê de eu me preocupar tanto com tanta coisa. E isso nunca é demais - todo o esforço dispendido pra isso é válido e compensa toda sorte de sacrifícios por que passo dia-a-dia.
3) Como a coruja é capaz de enxergar no escuro e é capaz de ver as coisas em 360 graus, eu sou capaz de perceber luz na escuridão - e esperança, em meio ao luto e ao desespero. E como meu dever é servir ao próximo, eu escrevo as coisas por caridade, num mundo cada vez mais contaminado pela crença escolhida de não se acreditar mais na fraternidade universal. Sei muito bem que se não fizer bem o meu trabalho não estarei colaborando no plano da salvação, coisa essa que se funda na eternidade. Se a salvação se dá por graça de Deus, Ele certamente apreciará minhas obras, pois o que faço é para o bem do meu próximo - todos aqueles que tomam o país como um lar amando e rejeitando as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento, e sem escolher o que é conveniente e dissociado da verdade. E é esta a intenção que guia todo o meu apostolado filosófico.
4) Ao filósofo, nada lhe escapa. Tudo o que for conforme o Todo que vem de Deus deve ser apreciado retamente, através da ajuda do Espírito Santo - como sou humano, o trabalho que faço se dá na medida do que me é possível, por força das circunstâncias. Para agüentar uma carga dessa, só mesmo comungando com freqüência. Se não comungasse, se eu não cresse que aquele pedaço de pão que tomo por alimento na santa missa não fosse mesmo o corpo de Cristo, eu seria que nem os conservantistas: jamais acreditaria em fraternidade universal, muito menos em fé, esperança e caridade, causas da apatria.
5) Só posso crer naquilo que é verdadeiro - e o que é verdadeiro é conforme o Todo que vem de Deus. E uso a razão para crer naquilo que é verdadeiro - e se eu não compreendo, eu peço a Deus que me dê uma razão para acreditar no que vejo, embora saiba que isso tudo provém daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus: os milagres. Por essa razão que eu estudo para compreender, de modo a reforçar a minha crença naquilo que é verdadeiro.
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