1) As universidades privadas nunca vão ter a abrangência das universidades públicas, da forma como a Igreja as concebeu - elas todas se voltam para o comércio, para a técnica, para a prestação de serviço organizado com âmbito lucrativo. Não faz sentido haver uma faculdade de letras de âmbito privado, a não ser para atender a um crescente mercado editorial, voltado para a área de traduções - e isso é algo que não temos.
2) Essas universidades privadas são universidades comerciais, pois são instituições de fomento ao comércio e devem ser mantidas pela classe patronal.
3) De certo modo, levam ao caminho da formação das guildas profissionais, pois é na universidade que encontramos os contatos necessários, de modo a formar sociedades empresárias.
4) É mais sensato que toda empresa tenha sua própria universidade, de modo a preparar seus funcionários. Ou que uma universidade seja mantida por um consórcio de empresas associadas, já que uma universidade é algo muito custoso de manter.
5) Aliás, se o Senado tem sua própria universidade para formar os servidores, então para quê as universidades públicas, da forma como a conhecemos? Isso é uma demonstração clara de que o modelo que conhecemos está FALIDO.
6) Se as universidades estaduais e federais se voltam, por sua natureza, para um público mais amplo, para a nação como um todo, então é natural que elas terminem indo parar nas mãos da Igreja Católica.
7) Aliás, tratar a universidade católica como se fosse privada é dizer que o ensino católico é uma ideologia, equiparando-a a uma universidade protestante ou mesmo a do governo, onde cada um ensina a sua própria verdade - e como tal, deve ficar dentro de ambiente privado. E isso é um erro grave.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 8 de junho de 2015 (data da postagem original).
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