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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Os quatro significados do mito da caverna


Primeiro significado

O mito da caverna nos apresenta os diversos graus nos quais se divide a realidade, que podem ser entendidos da seguinte forma:

a) As sombras no fundo da caverna simbolizam as aparências sensíveis das coisas;

b) As estátuas são as próprias coisas sensíveis;

c) O muro apresenta-se como a linha limítrofe entre o mundo sensível e o supra sensível;

d) As coisas verdadeiras situadas no outro lado do muro são representações simbólicas do ser verdadeiro e das Ideias;

e) O sol simboliza a ideia do Bem.

Segundo significado

O mito da caverna simboliza os graus do conhecimento, entendidos da seguinte maneira:

a) A visão das sombras é a imaginação, a visão das estátuas, a crença;

b) A passagem da visão das estátuas, gradualmente, até chegar à visão dos objetos verdadeiros e, subsequentemente, a visão do sol simbolizam a dialética em sua concepção pura.

Terceiro significado

O mito da caverna simboliza o aspecto místico e também teológico do platonismo. Vejamos:

a) A vida na caverna é a vida na dimensão dos sentidos e do sensível.
 
b) A vida na pura luz é a vida na esfera do espírito.
 
c) Libertação das algemas significa voltar-se do sensível para o inteligível, é uma conversão.
 
d) A visão suprema do sol e da luz é a visão do Bem, a contemplação do divino.

Quarto significado

Outro significado do mito da caverna é que ele expressa a concepção política de Platão. Vejamos:

a) O retorno a caverna representa o retorno do filósofo-político. Isso fica evidente no fato de que o fugitivo da caverna não continuou apenas contemplando o verdadeiro, ele supera seu desejo de contemplação do verdadeiro, retorna à caverna para salvar os outros. Esse era o pensamento político de Platão: o verdadeiro político não ama o comando e o poder, mas faz uso dele para ajudar os outros.
 
b) O risco que ele corre expressa o sentido da existência de todo aquele que viu o verdadeiro Bem e tenta ajudar outros que nunca tiveram a mesma visão que ele.

Fonte: Giovanni Reale, história da filosofia grega e romana, volume 3

(do mural de Flávio Fortini) 

Ver Também:

1) Comentário que faço àquilo que Platão falou: o limite da ordem vai até onde podem te ouvir. Após 5 segundos, clique em pular a propaganda (skip ad): http://adf.ly/c8q9b

2) Comentário que faço àquilo que Aristóteles falou: a amizade é a base para a sociedade política. Após 5 segundos, clique em pular a propaganda (skip ad): http://adf.ly/c8q6A  

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