Não escrevi uma vírgula sobre os tais "rolezinhos". A bem dizer, meu
objetivo era não escrever coisa alguma sobre coisa alguma por algum
tempo, quanto mais sobre algo cuja denominação é tão esdrúxula, mas tão
esdrúxula, que só faz reforçar a percepção de que esses "movimentos
espontâneos das redes sociais" que, de uma hora para outra, são elevados
à endemia e comovem a sociologia de botequim das redações globais
certamente respondem a um Departamento de Ignomínia em Propaganda, um Politburo central. Tamanha idiotice não pode ser incidental.
Mas, vá lá, o "rolezinho" (valha-me Deus...) é um fato. Em nossa impotência, eis mais um sinal de barbarismo com o qual teremos de conviver. Notáveis como Alexandre Borges já diagnosticaram o fenômeno à exaustão, e com característica precisão. Sandro Vaia apontou, e não posso deixar de parafrasear, que o rolezinho é coisa de uma estupidez tão abissal, mas tão abissal, que apenas a sociologia do rolezinho conhece inferiores profundezas.
O filósofo Olavo de Carvalho, em meio a isso tudo, constatou como o único pecado ao sul do Equador aparenta ser a conduta de quem mantenha um emprego, não mate ninguém, não cometa assaltos nem participe de arrastões. Este, lamenta Olavo, seria "um explorador capitalista, opressor dos pobrezinhos". E é verdade: para um revolucionário, mais grave que o crime de seu opositor ativo é o da massa que lhe seja indiferente. Não é à toa que a indefectível Marilena Chauí (cuja memória deverá tributo eterno a uns versinhos de Bruno Tolentino) destile ódio incessante sobre a classe média, modorrenta por excelência.
Como se vê, seria totalmente supérfluo que eu fizesse qualquer registro. Quanto mais nesse meu estilo de indelével pedantismo involuntário. Mas, se faço esse esforço, é pelo desejo supremo (e infantil, eu sei) de apontar para todo os eventuais colegas facebookeanos que não levaram em consideração nossos alertas sobre a patacoada de que o "Gigante" havia acordado, lá em meados do ano passado (vide o trio de textos a respeito em meu blog) e, em meio a um sonoro "EU AVISEI!", questioná-los se estão satisfeitos.
Sim, pois quem pode negar estarmos diante dos filhotes arquilegítimos dos movimentos do ano passado? A gênese é idêntica ao absurdo. A recepção pelos meios de comunicação e a apropriação pela intelectualidade orgânica, idem. O paralelo é crasso. Há até aquele mesmo formato de escola de samba, como disse Marlon Boone Adami, dividindo os desfiles em ala dos pacíficos e ala dos violentos.
Você, caro amigo, que se prestou a carregar bandeiras em meio ao caos de 2013, entenda de uma vez por todas: serviste tua cabeça em uma bandeja. Foste escada para os próceres do terror. Eles têm um projeto, e seguem fomentando-o enquanto seu Gigante aproveita a soneca. Eles incendiaram o caos para abrir espaço a uma Nova Ordem, sob a qual a inocência do militante anônimo não terá vez.
Mas, vá lá, o "rolezinho" (valha-me Deus...) é um fato. Em nossa impotência, eis mais um sinal de barbarismo com o qual teremos de conviver. Notáveis como Alexandre Borges já diagnosticaram o fenômeno à exaustão, e com característica precisão. Sandro Vaia apontou, e não posso deixar de parafrasear, que o rolezinho é coisa de uma estupidez tão abissal, mas tão abissal, que apenas a sociologia do rolezinho conhece inferiores profundezas.
O filósofo Olavo de Carvalho, em meio a isso tudo, constatou como o único pecado ao sul do Equador aparenta ser a conduta de quem mantenha um emprego, não mate ninguém, não cometa assaltos nem participe de arrastões. Este, lamenta Olavo, seria "um explorador capitalista, opressor dos pobrezinhos". E é verdade: para um revolucionário, mais grave que o crime de seu opositor ativo é o da massa que lhe seja indiferente. Não é à toa que a indefectível Marilena Chauí (cuja memória deverá tributo eterno a uns versinhos de Bruno Tolentino) destile ódio incessante sobre a classe média, modorrenta por excelência.
Como se vê, seria totalmente supérfluo que eu fizesse qualquer registro. Quanto mais nesse meu estilo de indelével pedantismo involuntário. Mas, se faço esse esforço, é pelo desejo supremo (e infantil, eu sei) de apontar para todo os eventuais colegas facebookeanos que não levaram em consideração nossos alertas sobre a patacoada de que o "Gigante" havia acordado, lá em meados do ano passado (vide o trio de textos a respeito em meu blog) e, em meio a um sonoro "EU AVISEI!", questioná-los se estão satisfeitos.
Sim, pois quem pode negar estarmos diante dos filhotes arquilegítimos dos movimentos do ano passado? A gênese é idêntica ao absurdo. A recepção pelos meios de comunicação e a apropriação pela intelectualidade orgânica, idem. O paralelo é crasso. Há até aquele mesmo formato de escola de samba, como disse Marlon Boone Adami, dividindo os desfiles em ala dos pacíficos e ala dos violentos.
Você, caro amigo, que se prestou a carregar bandeiras em meio ao caos de 2013, entenda de uma vez por todas: serviste tua cabeça em uma bandeja. Foste escada para os próceres do terror. Eles têm um projeto, e seguem fomentando-o enquanto seu Gigante aproveita a soneca. Eles incendiaram o caos para abrir espaço a uma Nova Ordem, sob a qual a inocência do militante anônimo não terá vez.
(do mural de Leonardo Faccioni)
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