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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Comentários do Conde sobre o conservantismo do povo brasileiro


1) Como se define um conservador brasileiro? Uma criatura sem muita idéia do que conservar, muitas vezes virando papagaios de tendências importadas do liberalismo ou da cultura anglo-saxônica, com certas saladas de simpatia pelo protestantismo - quando não são nenhuma coisa nem outra são os militaristas positivistas, com aquele nacionalismo inócuo, ufanista e histérico da época do regime militar, extraído da cartola dos livrinhos do MEC. 

2) Esses grupos não são necessariamente "brasileiros", se a questão é entender o país. Os liberais e os protestantes querem que o Brasil seja "conservador" no estilo americano, ou seja, que o Brasil não conserve nada do que é. Já os aduladores do militarismo do exército brasileiro criaram um país que não existe, uma mitologia de propaganda que advém dos inícios da república, ávida em apagar nosso passado monárquico e principalmente católico.

3) A disputa entre os asseclas nacionalistas do Bolsonaro e os liberais protestantes do tipo de Paulo Batista terá basicamente um destino certo: a mais radical secularização e descristianização do país e o materialismo puro e simples. E seria diferente? O estatismo militarista é hostil à religião como um todo. Ou vê a religião católica e demais religiões apenas como uma forma de coesão social, contanto que não interfira na unidade essencial do Estado, elevado a uma religiãozinha civil nacionalista. Já o protestantismo, ao individualizar a religião na figura do livre exame, retira todos os elementos simbólicos e institucionais da fé na vida pública, para transformar a teologia num foro privado. O conservador liberal brasileiro médio morre de elogios à Constituição americana ao decretar o Estado laico. O que ele não percebe é que esse expediente protestante relativiza o papel do Estado na sujeição dos valores cristãos essenciais e marginaliza a fé como exemplos de foro íntimo, sem qualquer vínculo com a cultura e o conjunto da sociedade como um todo. Neste ponto, o Catolicismo mostra coerência. É a única religião de foro público que existe no ocidente. É incompatível para a fé católica se ver como fragmento.

4) Cada vez mais me convenço de que só existe um conservador genuíno: é aquele que busca as raízes do Brasil na Península Ibérica, na cultura cristã greco-latina mediterrânea que nós herdamos dos portugueses e que fazemos questão de fugir, sabe-se lá por que. 

5) Por algum sentimento de inferioridade por conta de nossa miséria econômica ou cultural, buscamos as fontes mais pobres da Europa e da América do norte, cada vez mais afastados do berço da civilização, quando a nossa sociedade provém diretamente dos elementos culturais fundadores da sociedade européia, que é Grécia, Roma e a Igreja!

6) Só existe uma coisa que une o arquétipo conservador brasileiro: o ódio ao PT. De resto, é um saco de gatos pingados, confusos, no completo desconhecimento do que seja o seu país e as raízes civilizacionais pelas quais ele foi gerado.

Leonardo Oliveira (Conde Loppeux de la Villanueva)

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