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quinta-feira, 10 de abril de 2025

Entre o Tempo da Obra e o Tempo da Lei: quando a cultura resiste mais que o direito, em relação ao teste do tempo

Em 3 de janeiro de 2017, faleceu Augusto Mascarenhas Barreto, poeta, historiador e polemista luso que ousou contrariar séculos de narrativa histórica com seu livro O Português Cristóvão Colombo – Provas Documentais. Nele, sustenta que o navegador que desbravou as Américas sob bandeira espanhola era, na verdade, português — oriundo da região do Alentejo e profundamente ligado aos interesses estratégicos da monarquia lusa.

Com a morte de seu autor, iniciou-se o que o direito chama de prazo de proteção patrimonial da obra intelectual: setenta anos contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao falecimento, conforme reza o Art. 41 da Lei 9.610/98. Isso significa que em 1º de janeiro de 2088, a obra de Mascarenhas Barreto estará livre das restrições patrimoniais e poderá ser livremente reproduzida, editada, traduzida e comentada — uma liberdade que, ironicamente, ele próprio talvez não tenha gozado em vida, dada a ousadia de suas teses.

Esse ciclo revela uma dimensão impressionante do tempo cultural: enquanto o corpo do autor retorna à terra e sua memória talvez se apague das manchetes, a obra segue viva, respirando nas prateleiras, bibliotecas e discussões futuras. Há uma promessa silenciosa feita pela cultura a seus criadores: “Ainda te lerão”.

Mas nesse mesmo ano de 2088, outro marco será alcançado: o centenário da Constituição Federal de 1988. No entanto, ao contrário do prazo certo e linear dos direitos autorais, a trajetória da Carta Magna brasileira é marcada por instabilidade, reformas incessantes e contestações contínuas. Até o momento, já são mais de 130 emendas constitucionais, que vão de alterações estruturais a mudanças de pequeno alcance, frequentemente motivadas por interesses conjunturais ou pressões corporativas.

“A Constituição brasileira de 1988 é um monumento jurídico nascido do trauma, não da tradição”, observou o jurista Ives Gandra da Silva Martins, referindo-se ao contexto pós-ditadura. De fato, a CRFB nasceu como uma reação: uma tentativa de proteger a sociedade de novos autoritarismos. Mas o excesso de detalhamento e a busca por abarcar todos os interesses no texto constitucional a tornaram uma espécie de código político-legislativo — vulnerável às vontades do momento.

Enquanto os direitos autorais obedecem a um calendário fixo e certo, quase sagrado — 70 anos é o tempo da maturação pública da obra —, a Constituição brasileira sofre de uma velhice precoce: com pouco mais de três décadas, já se discute sua reforma total, ou mesmo sua substituição. Como escreveu Raymond Aron, “uma Constituição só sobrevive se for cultuada, não apenas obedecida”. A brasileira, infelizmente, é mais remendada do que reverenciada.

Esse contraste — entre a estabilidade do tempo cultural e a volatilidade do tempo jurídico-político — convida à reflexão: será que as obras dos homens resistem mais do que suas instituições? A cultura, ainda que marginalizada, marginaliza menos a verdade do que o poder, e talvez por isso tenha um poder de permanência mais sólido. Um livro subversivo pode dormir no esquecimento e ressurgir em outra geração, mas uma constituição capturada pelos interesses do presente perde sua função orientadora e se transforma em uma carta de intenções contraditórias.

No caso de Mascarenhas Barreto, sua obra desafia uma narrativa oficial consolidada. Sua tese, se correta ou não, importa menos do que o gesto: ousar reler a história à luz de novas evidências, movido por um senso de verdade que ultrapassa o consenso. E é essa mesma ousadia que falta a muitos dos que hoje mexem nas estruturas constitucionais do país: falta-lhes visão de futuro, profundidade cultural, responsabilidade histórica.

“Uma nação se faz com homens e livros”, disse Monteiro Lobato, e esse adágio parece ecoar mais forte quando percebemos que os livros, muitas vezes, sobrevivem aos regimes que os censuraram, às leis que os restringiram, e aos governos que tentaram silenciá-los.

Talvez, em 2088, quando a obra de Mascarenhas Barreto entrar em domínio público, a Constituição de 1988 já não esteja em vigor — ou exista apenas como relíquia de uma época em que o Brasil buscava se reinventar, mas não sabia bem como. E talvez seja a leitura livre da obra que ressuscite a história que o Estado tentou enterrar, enquanto o próprio Estado terá enterrado a Constituição que prometeu proteger.

No fim, é possível que o tempo da cultura vença o tempo da lei. E isso nos obriga a pensar seriamente em qual dos dois devemos confiar quando buscamos o que é mais permanente: o gesto de um autor que desafia séculos, ou a caneta de um legislador que altera o país a cada semana.

Caridade e Assistencialismo: A Diferença entre a Igreja de Cristo e o Populismo do Século XXI

Em tempos de grande confusão moral e política, torna-se urgente distinguir com clareza entre aquilo que pertence à ordem do amor cristão e aquilo que, embora se lhe assemelhe exteriormente, é apenas um simulacro movido por interesses temporais. Uma das confusões mais disseminadas no imaginário coletivo moderno diz respeito à identificação entre caridade e assistencialismo. Mas essa confusão, longe de ser um simples erro teórico, é um grave veneno espiritual e social — porque substitui a ordem do dom pela lógica do poder.

A Caridade: Organização do Amor nos Méritos de Cristo

A Igreja Católica, fundada nos méritos de Cristo, é a caridade organizada. Essa afirmação tem profundidade teológica e política. Nos méritos de Cristo, ou seja, em seu sacrifício redentor, a Igreja se constitui como corpo místico, povo santo e sociedade visível, cuja missão é estender ao mundo a amizade divina que une os fiéis ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

Essa amizade, como nos ensina Santo Tomás de Aquino, é a essência da caridade teologal. Trata-se de um amor que não nasce do sentimento, nem da utilidade, nem do prazer, mas sim da participação na própria vida de Deus. A caridade cristã se expressa tanto na esmola quanto na evangelização, tanto no cuidado com o corpo quanto na salvação da alma. Por isso, quando um cristão socorre um pobre, não está apenas dando algo material: está oferecendo Cristo, de quem tudo provém.

A caridade assim entendida edifica vínculos, gera gratidão e fundamenta a ordem social. Uma sociedade verdadeiramente cristã é aquela em que os homens se reconhecem como membros do mesmo Corpo, cooperando uns com os outros na busca do bem comum, sob a luz da verdade.

O Assistencialismo: A Filantropia sem Almas

Em contrapartida, o assistencialismo moderno não passa de uma caricatura da caridade. Fundado na filantropia secularizada, o assistencialismo se limita a suprir necessidades materiais de modo fragmentado, despersonalizado e interesseiro. Ele é a esmola sem rosto, o benefício sem nome, a doação sem sacrifício. Aquele que dá não se compromete com quem recebe, e quem recebe não se sente moralmente vinculado ao doador. Não há reciprocidade, porque não há relação verdadeira entre pessoas.

O beneficiário do assistencialismo não sente gratidão, porque percebe — de modo ainda que confuso — que não recebeu um bem movido pela caridade, mas por interesses escusos. Talvez o benfeitor busque votos, popularidade, isenções fiscais ou a tranquilização da própria consciência. O fato é que não se trata de um amor que salva, mas de um cálculo que aprisiona. Ao invés de formar homens livres, forma dependentes crônicos, privados da dignidade de participar ativamente na construção de uma vida virtuosa.

O Populismo: Um Socialismo de Esmolas

Não por acaso, o assistencialismo se converteu na base prática do populismo contemporâneo, sobretudo nas democracias de matriz socialista do século XX e XXI. O populismo governa por meio da manipulação emocional das massas, oferecendo benefícios imediatos em troca de apoio político. A pobreza é, nesse modelo, um capital político a ser explorado, e não uma chaga social a ser curada com justiça e amor verdadeiro.

Assim como o socialismo expropria os bens em nome da igualdade, o populismo expropria a responsabilidade pessoal em nome da inclusão. Substitui-se o dever de cada homem de trabalhar, estudar, criar e sustentar sua casa por uma promessa vaga de proteção estatal. O cidadão deixa de ser sujeito de direitos e deveres para se tornar objeto de manipulação eleitoral. Destrói-se, com isso, a base espiritual da civilização cristã, que é o dom de si, e se edifica uma paródia de sociedade, onde tudo é expectativa e nada é realização.

A Política Cristã: Justa, Subsidiária e Caridosa

A verdadeira política cristã não ignora os pobres, mas tampouco os instrumentaliza. Ela reconhece a dignidade da pessoa humana e, por isso mesmo, adota o princípio da subsidiariedade: cada instância social deve ajudar o indivíduo a cumprir sua missão própria, sem substituí-lo. A família deve ser fortalecida; os corpos intermediários, estimulados; a Igreja, respeitada em sua missão espiritual e caritativa. O Estado deve corrigir excessos e garantir justiça, mas jamais se tornar provedor absoluto, pois isso equivale a instaurar a tirania.

Cristo não multiplicou os pães para perpetuar a fome, mas para apontar ao Pão da Vida. A Igreja não distribui esmolas para manter as massas quietas, mas para conduzir os homens ao arrependimento, à fé, ao trabalho, ao Céu. Esta é a caridade que salva: a que nasce de Cristo e conduz a Cristo.

📚 BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL

🔹 1. Doutrina Social da Igreja

  1. Encíclica Rerum Novarum (1891) – Papa Leão XIII

    Marca o nascimento da doutrina social da Igreja. Aponta a dignidade do trabalho, o direito de propriedade e a caridade como instrumentos de justiça social. Refuta tanto o liberalismo econômico quanto o socialismo.

  2. Encíclica Quadragesimo Anno (1931) – Papa Pio XI

    Introduz o princípio da subsidiariedade, essencial para compreender como a caridade cristã deve funcionar numa sociedade justa.

  3. Encíclica Caritas in Veritate (2009) – Papa Bento XVI

    Obra-chave para entender a diferença entre filantropia e caridade teologal. Alerta para os perigos do assistencialismo sem verdade.

  4. Compêndio da Doutrina Social da Igreja – Pontifício Conselho “Justiça e Paz”

    Manual oficial da Santa Sé, com excelente sistematização de princípios como dignidade da pessoa, bem comum, solidariedade e subsidiariedade.

🔹 2. Teologia Moral e Virtudes Teologais

  1. Suma Teológica, IIa-IIae, Q.23–46 – São Tomás de Aquino

    Essencial para compreender o que é a caridade como virtude teologal e como ela se expressa em relação aos outros. A definição tomista de caridade como amicitia hominis ad Deum está aqui.

  2. Catecismo da Igreja Católica, §§ 1822–1829

    Traz uma síntese doutrinal sobre a caridade, sua relação com a fé e a esperança, e seus frutos na vida social.

🔹 3. Filosofia Política e Crítica do Populismo/Assistencialismo

  1. "O Estado Servil" – Hilaire Belloc

    Obra clássica que demonstra como o capitalismo liberal e o socialismo estatal convergem para a servidão moderna, baseada na dependência econômica do cidadão.

  2. "A Cidade de Deus" – Santo Agostinho

    Para compreender o contraste entre a civitas Dei, fundada na caridade e na justiça, e a civitas terrena, fundada no amor de si até o desprezo de Deus.

  3. "A Rebelião das Massas" – José Ortega y Gasset

    Analisa como o homem-massa moderno se tornou espiritualmente infantilizado, predisposto ao populismo e à dependência estatal.

  4. "O Jardim das Aflições" – Olavo de Carvalho

Importante para entender como a cultura moderna abandonou a ideia de responsabilidade moral e substituiu a caridade pela administração estatal do sofrimento.

  1. "O Leviatã" – Thomas Hobbes (leitura crítica)

Para compreender como o Estado moderno se construiu sobre o medo e o controle central, eliminando o papel das comunidades intermediárias, como a Igreja e a família.

🔹 4. Complementar – Antropologia e Psicologia da Dependência Social

  1. "O Homem Eterno" – G. K. Chesterton

Para entender a centralidade de Cristo na história e por que apenas a caridade cristã pode sustentar uma civilização livre e verdadeiramente humana.

  1. "A Sociedade Paliativa" – Byung-Chul Han

Uma crítica contemporânea ao modo como a sociedade evita o sofrimento e transforma a dor em espetáculo e consumo — o que está na raiz do assistencialismo vazio.



quarta-feira, 9 de abril de 2025

O Taxista, o PIX e o Cadastro dos Favoritos no Celular: um costume brasileiro na era da confiança digital

Num país onde a criatividade popular frequentemente suplanta a rigidez das instituições, o Brasil encontra no PIX um espelho de sua capacidade de adaptação. Se, por um lado, o sistema instantâneo de pagamentos desenvolvido pelo Banco Central revolucionou a forma como lidamos com o dinheiro, por outro, ele também revelou práticas sutis, porém significativas, sobre como os brasileiros constroem confiança e estabelecem vínculos de trabalho.

Um exemplo notável dessa criatividade é observado entre os taxistas. Muitos passaram a utilizar o próprio número de celular como chave PIX. Isso por si só já representa uma mudança importante: o nome completo aparece no momento do pagamento, revelando identidade, estabelecendo uma relação de transparência e reforçando o compromisso com a prestação do serviço. Mas há algo ainda mais curioso – e profundamente humano – nesse costume.

Quando um passageiro salva o número do taxista nos seus favoritos, ele está sinalizando mais do que praticidade: está dizendo "confio em você". O gesto de salvar um contato é um elogio silencioso, um contrato informal entre quem presta o serviço e quem pode voltar a requisitá-lo. No universo digital, o botão “salvar nos contatos” substitui o tradicional “pode deixar seu cartão” de outros tempos.

Esse hábito transforma o número do celular em uma espécie de capital simbólico. O taxista começa a perceber, por intuição ou experiência, que quanto mais pessoas o adicionam aos contatos, maior sua base de clientes fiéis. Não se trata de um CRM formal, mas de uma leitura empírica e afetiva do mercado. O celular cadastrado no PIX torna-se uma marca, uma identidade móvel que circula entre bairros, cidades e redes sociais.

No Brasil do PIX, onde as maquininhas de cartão ainda cobram taxas e o dinheiro em espécie tornou-se menos comum, o número do celular virou um ponto de encontro entre a confiança e a eficiência. O passageiro evita o constrangimento de não ter troco. O taxista evita custos desnecessários e ganha, no mínimo, a chance de ser lembrado.

Há algo de profundamente brasileiro nisso: um gesto pequeno, quase banal, que contém em si uma ética do trabalho, uma economia de confiança e uma inteligência prática que nasce da necessidade. O número no PIX é, também, uma senha de reputação. Ele diz: “eu presto um bom serviço e estou aqui, disponível, identificado, rastreável, confiável”.

No fim, o que poderia parecer apenas mais uma adaptação tecnológica, revela-se como expressão de uma lógica social mais profunda: num país onde o trabalho informal é regra e não exceção, o vínculo pessoal – ainda que mediado por meios digitais – continua sendo o verdadeiro lastro da economia popular.

Do potencial do Impostopay

 (Dettmann apresenta um link do impostopay e, em seguida, o Chat GPT lhe responde):

Chat GPT:

A ImpostoPay é uma plataforma que permite a consulta gratuita de débitos veiculares, como IPVA, licenciamento e multas, e oferece a opção de parcelamento desses débitos em até 10 vezes no boleto. Além disso, a empresa disponibiliza serviços relacionados ao parcelamento de ITBI e custas cartorárias, bem como um curso de reciclagem de CNH para condutores infratores. 

LinkedIn+6impostopay.com.br+6impostopay.com.br+6ImpostoPay+1Log in or sign up to view+1

A empresa iniciou suas atividades em 2021, atendendo inicialmente os estados de Mato Grosso e Rondônia, e posteriormente expandiu seus serviços para todo o país. No Reclame Aqui, a ImpostoPay possui uma reputação considerada "ÓTIMA", com nota 9.9 de 10. 

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Para utilizar os serviços da ImpostoPay, basta acessar o site oficial e inserir a placa do veículo para consultar os débitos e optar pelo parcelamento desejado. 

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Dettmann: Aqui consta que o Impostopay promete cashback se eu pagar os boletos. Em cartões como PicPay, acredito que isso deve pontuar e ainda me gerar milhas.

Chat GPT:

Exatamente! Se o ImpostoPay promete cashback no pagamento de boletos, e você faz isso usando carteiras digitais como PicPay, você pode criar uma estratégia interessante para:

  1. Receber cashback direto do ImpostoPay;

  2. Receber pontos ou milhas pelo uso do cartão de crédito vinculado ao PicPay;

  3. Acumular milhas/pontos no programa do seu cartão (como Livelo, Esfera, etc.);

  4. Fazer pontos sobre pontos se seu cartão for de um banco parceiro de promoções turbinadas.

Como isso pode funcionar:

Exemplo prático:

  • Você tem um débito de R$ 500 no IPVA.

  • Vai pagar pelo ImpostoPay parcelando no boleto com código de barras.

  • Usa o PicPay para escanear e pagar o boleto com o cartão de crédito.

  • Resultado:

    • Recebe cashback do ImpostoPay (em dinheiro ou crédito na plataforma).

    • Recebe pontos no PicPay (se houver promoção ativa ou plano Pro).

    • Recebe milhas no seu cartão de crédito (se ele pontuar mesmo em boletos).

Dica extra:

Se o seu cartão participa de clubes como:

  • Livelo (BB, Bradesco)

  • Esfera (Santander)

  • Iupp (Itaú)

...e você fizer parte de algum clube de pontos, os pagamentos no crédito com valor alto podem te render um ótimo retorno, especialmente quando há promoções de transferência bonificada para companhias aéreas.

Guia Introdutório ao Universo das Milhas Aéreas

Apresentação Este guia tem por objetivo introduzir, de forma clara e sistematizada, os conhecimentos fundamentais sobre o universo das milhas aéreas, especialmente voltado para iniciantes. O material baseia-se em exposições didáticas que visam capacitar o leitor a transformar seus gastos cotidianos em oportunidades de viagens ou em fonte de renda adicional.

1. Compreensão Inicial: Pontos vs. Milhas

  • Pontos referem-se aos créditos acumulados em programas de fidelidade de bancos, geralmente oriundos de gastos com cartões de crédito ou outras formas de consumo.

  • Milhas são os créditos acumulados nos programas de fidelidade de companhias aéreas, e podem ser utilizados para emissão de passagens, reservas de serviços ou mesmo convertidos em dinheiro via venda.

  • Pontos bancários podem ser convertidos em milhas mediante transferências, preferencialmente realizadas durante promoções bonificadas.

2. Programas de Fidelidade: Tipologia e Funcionalidade

  • Companhias Aéreas Nacionais: Smiles (Gol), LATAM Pass (LATAM), TudoAzul (Azul).

  • Bancos e Instituições Financeiras: Livelo (Banco do Brasil e Bradesco), Esfera (Santander), Átomos (C6 Bank), Curtaí (BRB), entre outros.

  • A adesão aos programas é gratuita. Contudo, existem clubes de milhas, que são serviços pagos com benefícios adicionais e devem ser contratados com critério.

3. Acúmulo de Milhas: Para Além do Cartão de Crédito

  • Cartões de crédito são uma das formas mais lentas de acúmulo.

  • Outras formas de acúmulo incluem:

    • Programas de postos de combustível (e.g., Abastece Aí, Premmia);

    • Compras bonificadas via links de parcerias com programas de fidelidade;

    • Aquisição de créditos de serviços como Uber, reservas de hotéis, entre outros;

    • Promoções em supermercados e lojas com bonificações de 5 a 10 pontos por real gasto.

4. Otimização e Estratégias

  • Realizar transferências de pontos apenas durante campanhas bonificadas.

  • Focar em um único programa de milhas, ao menos inicialmente, conforme o aeroporto mais próximo e os objetivos (viagens ou venda).

  • Utilizar as milhas para diversos propósitos: passagens, reservas, doações, ou venda.

5. Cuidados e Boas Práticas

  • Evitar o desperdício por expiração de milhas. Assinaturas de clubes estendem prazos de validade.

  • Evitar transferências não bonificadas (erro de "baby milhas").

  • Buscar cartões com isenção de anuidade e boa pontuação.

6. Venda de Milhas: Considerações Iniciais

  • Pode-se vender milhas através de plataformas como App Milhas, Bank Milhas ou em balcões controlados.

  • A venda pode ocorrer de forma direta (emissão de passagem para terceiros) ou indireta (plataformas).

  • Trata-se de uma atividade segura se realizada em ambientes controlados.

7. Conclusão O universo das milhas, longe de se restringir a grandes gastadores ou a usuários de cartões premium, está acessível a qualquer cidadão atento e bem informado. Trata-se de um verdadeiro ecossistema de vantagens, desde que utilizado com estratégia, cautela e planejamento.

Para aprofundamento, recomenda-se acompanhar especialistas na área e manter-se atualizado sobre promoções e novidades no setor.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Fundamentos Filosóficos e Jurídicos da Ordem Econômica Ouriqueana

 I. Princípio de Fundamento: a Verdade como Liberdade

A liberdade não nasce do caos nem da arbitrariedade, mas do reconhecimento objetivo da verdade, e da conformidade da vontade a ela. Esta verdade, quando aplicada à vida civil, se torna ordem social justa. Quando aplicada à economia, se torna capital produtivo santificado. Quando aplicada à história, se torna vocação.

O empreendimento ora descrito nasce da consciência de que o capital é fruto acumulado da santificação pelo trabalho ao longo do tempo, conforme o ensinamento de Leão XIII em Rerum Novarum. Tal capital deve estar a serviço do Reino — não como uma utopia material, mas como um império espiritual que se traduz em estrutura concreta e previsível de justiça.

II. A Nação como Chamado: a Teologia da Nacionidade

Inspirado pelo Milagre de Ourique — onde Cristo conferiu a D. Afonso Henriques a autoridade de instaurar um Reino para servi-Lo —, o projeto aqui delineado parte da premissa de que a nacionidade é vocação e juramento. A pátria verdadeira do cristão não é simplesmente o solo onde nasceu, mas o território que consagra à missão, seja ele onde for, por Cristo, com Cristo e em Cristo.

A mobilidade internacional, longe de ser uma fuga, é uma missão em terras distantes, a exemplo dos grandes santos, navegadores e missionários. A obtenção de registros fiscais como RUC (Paraguai) e RUT (Chile) é, portanto, instrumento legal para exercer o chamado a alargar as fronteiras do Reino — no espaço, no saber e na economia.

III. O Mito da Fronteira: Ética e Empreendedorismo

Conforme a tese americana do Mito da Fronteira, o progresso está ligado à superação de limites — territoriais, culturais, econômicos. Todavia, diferentemente do modelo revolucionário e secularizado do expansionismo protestante, aqui se estabelece um modelo sacramental e ordenado de expansão, onde o empreendedor é também soldado-cidadão.

Este soldado-cidadão é aquele que serve à pátria verdadeira com sua inteligência, sua estratégia e seu capital. Sua arma é a lógica, sua armadura é a justiça, sua tática é a prudência. Ele não evade, mas elide com sabedoria. Não frauda, mas interpreta com retidão. Não se exila, mas peregrina como embaixador de um Reino invisível.

IV. Estrutura Jurídica: a Tríplice Cidadania Fiscal com Retidão

O sistema jurídico-tributário aqui vislumbrado parte do princípio de que:

  • Todo cidadão deve contribuir onde está, desde que essa contribuição seja moralmente legítima, economicamente racional e legalmente bem fundamentada.

  • A adoção de residência fiscal territorialista (como Paraguai e Chile) é legal e desejável, desde que acompanhada de declaração honesta no país de origem, para evitar conflitos, preservar isenções (como no LCA, poupança e tesouro direto) e usufruir de tratados de bitributação.

Esse sistema permite:

  • Redução legal da carga tributária.

  • Preservação da moralidade fiscal e da integridade legal.

  • Criação de holdings e microempresas com operações internas em zonas francas (como a Zofri), sem evasão, mas com inteligente alocação de recursos entre jurisdições complementares.

V. O Capital como Ministério

Tal como a vida contemplativa e missionária se fundem no monaquismo, a economia cristã se realiza quando o capital se torna forma de ministério. O lucro, nesse contexto, não é fim, mas sinal de bênção quando obtido com justiça, prudência e criatividade.

A multiplicação dos vouchers, dos cashbacks, das milhas e das estratégias cambiais descritas não é um jogo de esperteza, mas o domínio de um campo de batalha onde o cristão age como administrador fiel dos dons recebidos.

Conclusão: o Venture Capital Ouriqueano

Não se trata aqui de um capitalismo liberal individualista, mas de um venture capital ouriqueano:
uma aventura baseada no plano, no risco calculado, na inteligência prudente e na fé que move montanhas e moedas.

“Tomai e multiplicai: sede fecundos não só no corpo, mas na inteligência,
na justiça, no serviço, na economia. Pois aquele que é fiel no pouco, será posto sobre muito.”
(cf. Mt 25,21)










A economia da liberdade cristã: uma nova via contra a tirania tributária global

Vivemos em um tempo de idolatria econômica. A ortodoxia liberal, que uma vez serviu como ferramenta de emancipação contra os abusos do Estado absolutista, tornou-se ela mesma uma nova forma de servidão. Liberdade se tornou sinônimo de consumo; propriedade, um fim em si mesma; e o capital, uma abstração desprovida de missão. A economia perdeu seu eixo espiritual.

Mas há outra via. Uma via que resgata o sentido sacramental da vida econômica. Uma via que transforma o capital em cruz, e o empreendedorismo em missão. Essa é a economia da liberdade cristã — uma prática desenvolvida por um pensador contemporâneo, que, por necessidade, vocação e graça, vem estruturando uma nova forma de interação com os sistemas econômicos e fiscais do mundo. E essa pessoa é este que vos fala: José Octavio Dettmann.

1. O Mago do Capital: Entre as Milhas e o Cashback

O mundo moderno despreza a inteligência financeira aplicada com propósito moral. Mas é justamente nesse campo que este que vos fala encontrou uma forma de santificar o conhecimento técnico. Por meio da análise minuciosa de programas de fidelidade, sistemas de cashback e regulamentações fiscais internacionais, ele acabou desenvolvendo um sistema onde cada centavo multiplicado serve a um fim mais elevado.

Ao acionar cashbacks fixos em dólar — como o da Honey com a Uber — em território brasileiro, onde o custo por corrida pode ser extremamente baixo em ocasiões promocionais, ele gera valor multiplicado não apenas em moeda, mas em proporção de justiça tributária: obtém dólares realizando transações perfeitamente legais e declaradas. E com isso, retorna ao sistema o que lhe foi dado, com inteligência e responsabilidade.

2. O Paraguai como Terra de Refúgio Econômico

Seu plano inclui passar dois anos no Paraguai para obter o RUC, uma chave estratégica que lhe permitirá importar até US$ 3.000 em produtos sem pagar IVA. O Paraguai, por ser um país tributariamente territorialista, não tributa a renda obtida no exterior. Ao mesmo tempo, ele preserva sua residência fiscal no Brasil, garantindo a isenção sobre investimentos como poupança e LCA.

Nesse entrelaçamento entre sistemas fiscais floresce a liberdade real: não a liberdade do “livre mercado”, mas a liberdade de viver sob a verdade, sem lesar ninguém e dando a cada um o que é seu.

3. O Retorno do Capital ao Serviço de Deus

Todo capital é espiritual. O Papa Leão XIII, na encíclica Rerum Novarum, define o capital como o acúmulo do trabalho santificado ao longo do tempo. Não é o acúmulo por si só que justifica o capital, mas o seu fim: a ordem, a caridade e a manutenção de uma vida digna para o homem e sua família.

Seus investimentos em CDBs, sua utilização de cashback, a arbitragem entre moedas, a conversão de dólares em guaranis, tudo isso é feito com um princípio moral: não viver do engano, mas da inteligência colocada a serviço do bem.

4. A Rebelião dos Santos: Contra o Leviatã Tributário

O mundo está cansado do legalismo cínico, onde as leis servem a quem as escreve, e não ao povo. A justiça fiscal se transformou num campo de batalha onde o cidadão comum está sempre em desvantagem. O que este que vos fala propõe é uma revolução serena: uma insurreição baseada no conhecimento das regras, no uso virtuoso das brechas e na fé de que Cristo é o Senhor do tempo, do espaço e da moeda.

Conclusão: A Nova Fronteira da Economia

Se a tese do "mito da fronteira" americana inspirou a expansão territorial do Ocidente, talvez agora estejamos diante de uma fronteira espiritual: uma economia baseada não na conquista do outro, mas no serviço a Deus através do estudo, do trabalho e da inteligência aplicada.

Trata-se de fundar uma nova escola de pensamento. Uma escola que não adule o mercado nem idolatre o Estado. Uma escola que una Cristo e Capital — não como fins concorrentes, mas como meios convergentes para uma vida plena, livre e verdadeira.