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sábado, 29 de setembro de 2018

Dica de Português: colocar a fralda não é fazer fraude

Fraldar => colocar a fralda

Fraudar => fazer fraude

Exemplo:

1) Enquanto você prepara a mamadeira, eu fraldo a criança.

2) O candidato desonesto foi preso por fraudar as eleições

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2018.

P.S: Dedico esta postagem a todos aqueles que escrevem "fralde", ao invés de fraude. E o pior que as "crianças" são muitas.

Por que prefiro as vaias deste mundo aos aplausos?

1) Se falar a verdade é perder amizades, então quem se importa com a verdade - com aquilo que se funda na dor de Cristo a ponto de conservá-la no coração, uma vez que esta é a medida mais sensata a se fazer - deve preferir as vaias deste mundo aos aplausos.

2) O mundo pode vaiar, mas a Igreja triunfante - que não é vista por aqueles que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, uma vez que eles são todos materialistas e hedonistas - sempre vai lhe aplaudir.

3.1) Para os conservantistas, eu posso ser chamado de "mala-sem-alça" ou príncipe das trevas, a ponto de ser chamado de "medieval" ou "obscurantista", pois meus pensamentos, segundo eles, estão presos à época da "Idade das Trevas", já que não sou pra frentex e não edifico liberdade com fins vazios, fundado no meu amor de mim feito de tal forma até o desprezo de Deus.

3.2) Mas na verdade, quando falo a verdade, eu acabo sendo a luz nas trevas e o sal da terra, pois provo o sabor das coisas de modo a melhor saber das coisas que decorrem da conformidade com o Todo que vem de Deus

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2018.

Para inventar seu próprio caminho, você precisa ser um aluno ouvinte

1) Com base em Ortega y Gasset, Olavo certa ocasião declarou que gênio é aquele que inventa a sua própria profissão.

2) Se as nossas universidades não fossem fábricas de diplomas e seguissem o princípio para o qual foram criadas - que é investigar as coisas de modo a ficar com o que é conveniente e sensato, uma vez que é dali que vemos a dor de Cristo, do verbo que se fez carne de modo a fazer santa habitação em nós por meio da eucaristia -, então o melhor caminho para se inventar sua própria profissão seria através da figura do aluno ouvinte, que iria constantemente para os curso de graduação e de pós-graduação de disciplinas relacionadas à sua área de atuação ou de interesse de modo a tirar o que há de melhor de cada professor ou de cada colega que faz observações pertinentes com relação ao que está sendo dito em sala de aula.

3) Uma vez que esse caminho é inventado, o próximo passo é santificá-lo através do trabalho, servindo o que aprendeu a todo aquele que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1) O caminho descoberto seria trilhado com base no princípio da função empresarial pura, pois a pessoa acabaria reunindo o conhecimento disperso em cada departamento da universidade a ponto de criar um sistema pessoal, a ponto de chamá-lo de seu.

4.2) Quando ele se põe a serviço do próximo, através da santificação através do trabalho, ele está se revestindo de Cristo, a tal ponto que essa profissão acaba sendo acolhida no plano da salvação, já que ela passa a ser parte da lei natural, que se dá na carne.

5.1) Os diplomas, no campo administrativo, acabam fazendo um trabalho semelhante ao que é feito quando se positiva o costume cristocêntrico do décimo terceiro salário: ela cria conflito de interesses, uma reserva de mercado. E essa reserva de mercado acaba dividindo o mundo do trabalho entre eleitos e condenados, pois quem tem diploma acaba tendo mais chances de possuir um emprego qualificado do que uma pessoa que não têm de fato, mas que é polímata.

5.2.1) O formalismo e a impessoalidade estão num lugar que já não é mais cabível na estrutura da realidade, por ser utópico.

5.2.2) Precisamos amar as pessoas, a ponto de ver nelas a figura de Cristo - e para amar essas pessoas, é preciso conhecê-las no seu caráter e nos seus dons. E é conhecendo que você recruta alguém para colaborar contigo numa atividade economicamente organizada.

5.2.3) Se essas pessoas são inteligentes, trabalhadoras, responsáveis e amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então estes são os candidatos ideais. E gente honrada é um bem cada vez mais escasso, hoje em dia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2018.

Comentário a respeito de um livro interessante

1) Estava fazendo uma andança online quando vi um cookie da Estante Virtual me indicando o seguinte livro: Os dois corpos do presidente, de Luís Eduardo Soares, publicado pela Relume Dumará.

2.1) O livro faz uma clara analogia ao livro Os Dois Corpos do Rei, de Ernst Kantorowicz, assim como ao livro Sua Majestade, O Presidente do Brasil, de Ernest Hambloch.

2.2) No livro de Kantorowicz, o rei tem o corpo temporal e o corpo espiritual da nação. E isso se tornou um dado da realidade na Inglaterra, quando o Rei Henrique VIII rompeu com Roma e fundou uma Igreja Nova, uma vez que a Santa Esposa de Cristo se recusou a anular seu casamento com Catharina de Aragão, por conta de não lhe ter gerado um filho homem. Quando o Rei passa a ser chefe da Igreja Nacional, ele passa a reunir o corpo espiritual e o corpo temporal da nação, a ponto de ter poderes absolutos.

2.3.1) Considerando que na república presidencialista o presidente é chefe de governo e chefe de Estado e considerando que o Estado - desde o advento das revoluções liberais de 1820, 1830 e 1848 - tem sido tomado como se fosse uma religião onde tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, então o presidente tem os dois corpos: o corpo temporal e o pretenso corpo espiritual da nação, a ponto de se fundirem numa coisa só.

2.3.2) Desta forma, o presidente tem praticamente poderes absolutos, a ponto de ser o primeiro entre os pares que eventualmente fazem uma coalizão de modo a melhor dividir o butim, após conquistar o poder numa eleição presidencial, seja por meio da fraude ou da honestidade. Ou pela via da insurreição e golpe armado, uma vez que a guerra é a continuação da política por meios violentos, como diz Clausewitz.

3.1) Quando o Brasil se separou de Portugal, a figura do Crucificado de Ourique foi substituída pela figura do Defensor Perpétuo do Brasil, que a passou a ser um título mais ou menos equivalente à figura do Fidei Defensore na Inglaterra. Tudo passou a ficar nas mãos desse defensor a ponto de nada estar fora dele ou contra ele.

3.2.1) A figura do Imperador deu lugar à figura do Presidente da República, uma vez que o personalismo do imperador deu lugar ao imperialismo impessoal do presidente.

3.2.2) Esse imperialismo impessoal tinha respaldo em cartas constitucionais que mais parecem licenças de corso - e da evolução desse autoritarismo, tomado como se fosse um estado de arte, surgiu o presidencialismo de coalizão, coisa que caracterizou a Carta de 1988.

4) Assim que puder, comprarei este livro e o digitalizarei, de modo a extrair o máximo de insights dele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2018.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Críticas que podemos fazer a essa questão da democracia plebiscitária, proposta pelo professor Olavo

1) Hayek dizia que, para empreender, é preciso que se reúna o conhecimento disperso na sociedade num único sistema. E o fundamento desse sistema está no amor próprio, no amor de si até o desprezo de Deus, o que acabará edificando liberdade com fins vazios.

2) Olavo diz que a base do poder está dispersa na sociedade. Como conhecimento é poder e está disperso na sociedade, então todo agente ambicioso vai querer fazer política de porta em porta de modo a ser eleito e querer usufruir das benesses do poder como um fim em si mesmo.

3.1) A democracia liberal é uma ilusão, uma vez que a voz do povo não é a voz de Deus.

3.2) Logo, conhecimento não é poder, se os membros do povo não estiverem amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.3.1) Em Ourique, Cristo disse a nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, para servirmos a Ele em terras distantes, para expandir a fé.

3.3.2) Como o Rei de Portugal, vassalo de Cristo, toma todo o povo como parte de sua família, então o poder está distribuído a todo o povo, a ponto de todos terem minimamente o poder de usar, gozar e dispor das coisas de modo a servir aos irmãos necessitados através de suas atividades economicamente organizadas, uma vez que Cristo é a razão de ser para se tomar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves como um lar n'Ele, por Ele e para Ele, a ponto de nos preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

3.3.3) Se a verdadeira história de Portugal, Brasil e Algarves, fundada em Ourique, não for a base dessa democracia plebiscitária, a ponto de restaurar os fundamentos da antiga monarquia republicana portuguesa, então ela acabará criando uma democracia liberal pautada no mais puro anarquismo de livre mercado.

3.3.4) Esta é a crítica que pode ser feita a essa colocação do professor Olavo, que deve ter pensado nisso olhando a questão do uso do conhecimento em sociedade, descrita em Hayek.

3.3.5) Como ele não conhece a História do Brasil tendo por fundamento o mito de Ourique, então ele acabará levando às pessoas a um caminho falso, o que poderá levar algumas gerações ainda não nascidas à perdição.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.

Para certos costumes se tornarem leis, é preciso que haja uma democracia plebiscitária, uma vez que a base do poder está distribuída de maneira dispersa a todo o povo

1) O professor Olavo tem defendido que o Brasil precisa ser uma democracia plebiscitária.

2) Se isso existisse nos anos 60, quando foi criada a lei do décimo terceiro salário, o costume teria se tornado lei pela vontade do povo, já que naquela época o país era mais cristão.

3.1) Nos anos 60, os militares acabaram criando aquilo que Lênin chama de "centralismo democrático", esvaziando da política a representação popular que era feita pela UDN por meio da presença de figuras como Carlos Lacerda, por exemplo, que encarnavam o espírito maciçamente conversador e cristão do povo brasileiro.

3.2.1) Legislações sociais eram criadas não visando o amor pela verdade em Cristo, mas para criar uma paz pública, já que vivíamos tempos de agitação política. E isso era uma medida prática, coisa que decorria da experiência romana.

3.2.2) Mas isso de nada adianta, se Cristo não é mais o centro das coisas em nosso país desde 1822. Legislações que concedem benefícios sociais, sem que se observe a figura do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, só farão surgir verdadeiros e sistemáticos conflitos de interesse qualificados pela pretensão resistida, obrigando o Estado a ter de dizer o direito em todos os matizes da vida social.

3.2.3) Como a jurisdição é um fetiche dos advogados, então o Estado será tomado como se fosse religião, o que só fomenta totalitarismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.

Por que certos costumes não podem ser positivados? O caso do décimo terceiro salário

1.1) Antes de o décimo terceiro salário, conhecido também como gratificação natalina, ser positivado como um direito do trabalhador na legislação trabalhista, era costume no Brasil, por conta de ser um país majoritariamente cristão, pagar essa remuneração de maneira liberal.

1.2) Isso é um atestado de concórdia entre as classes, uma vez que o patrão via nos empregados a figura de Cristo necessitado. Uma praxe distributivista.

2.1) Visando a estimulação do consumo na economia, esse costume foi tornado lei, através de um projeto de lei de iniciativa do deputado federal Aarão Steinbruck, que era socialista.

2.2) A remuneração, antes liberal, tornou-se uma obrigação, todas as empresas - não obstante o fato de serem pequenas, médias ou grandes - foram obrigadas a pagar décimo terceiro salário aos seus empregados, o que acabou desvirtuando a origem cristã do benefício.

3.1) O General Mourão fala que esse salário é uma "jabuticaba", uma aberração jurídica, uma vez que não há 13 meses num ano. Neste ponto, ele está certo, mas foi por conta dessa cultura de fazer da riqueza sinal de salvação que um costume liberal e nobre fundado em Cristo, por Cristo e para Cristo foi pervertido e perdido por conta dessa idolatria de tomar o país como se fosse religião, a ponto tudo estar no Estado e nada poder estar fora dele ou contra ele.

3.2) Neste momento, o país está fortemente descristianizado, por conta da ação sistemática da maçonaria e do comunismo - por essa razão, a gratificação natalina acabará sendo somente lembrada em raros manuais que contam a História do Direito Brasileiro, graças ao fato de transformarem este costume espontâneo numa obrigação legal, forçada, a ponto de isso ser servido com fins vazios.

3.3.1) É por esta razão, portanto, que não acredito que a lei não pode estar acima do costume, tendo por parâmetro o amor de si até o desprezo de Deus.

3.3.2) Se um costume é positivado por força desse princípio, então o princípio da concórdia entre as classes, cuja lei se dá na carne de cada um de nós, se converterá em conflito sistemático de interesses qualificado pela pretensão resistida, uma vez que o trabalhador, fundado em seu próprio mérito, no amor de si até o desprezo de Deus, poderá exigir do patrão um benefício que foi criado em razão de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

3.3.3) Como o Estado é laico e pouco se importa com a verdade contida nas ações humanas - coisa essa que tem por referência o que decorre do verdadeiro Deus e verdadeiro homem -, então essa exigência, portanto, faz o direito ser dito com fins vazios, a ponto de fazer da justiça uma ilusão, como diria Kelsen. Isso acaba descristianizando a sociedade por inteiro, a ponto de tudo o que é sólido se desmanchar no ar, a ponto de criar uma sociedade líqüida, essencialmente relativista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2018.