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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Conversa com um jovem escritor

Alberto Barbosa: Doutor, no fim do ano eu lançarei três contos em livro. Está legal de incio?

José Octavio Dettmann: Sim.

Alberto Barbosa: Pensei em começar assim, pois conto é algo mais fácil e bom de iniciar. à medida que eu for evoluindo, eu tento construir obras mais complexas

José Octavio Dettmann: Sim. É isso mesmo.

Alberto Barbosa: Outra coisa que fiz de diferente: estou criando meu publico antes do lançamento. Queria ouvir a opinião do senhor.

José Octavio Dettmann. Isso é um bom começo. Mas não faça isso por meio da publicidade do face. Faça boca-a-boca, sobretudo com todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas que você. Eu fiz experimento com publicidade no face recentemente e este só me trouxe gente do mais baixo nível. O processo de capitalização moral e pessoal é lento, é verdade, mas traz gente de gabarito. Hoje, por conta da experiência acumulada, eu só adiciono alguém mediante indicação de alguém que me conhece.

Alberto Barbosa: Ótimo ouvir isso do senhor. Ainda bem que meu marketing virtual é composto de pessoas que conheço ou de amigos de pessoas que conheço

José Octavio Dettmann: É isso aí. Tudo tem que ter base no concreto.

Alberto Barbosa: Muitos evangélicos que nem lêem vão ler meu livro. Se eu conseguir desenvolver a minha arte, localmente posso trazer muita gente pra Igreja Católica

José Octavio Dettmann: Sim. Faz muito bem.

Alberto Barbosa: Não faço isso por ser bonzinho, faço porque sou inteligente e sei que Deus vai entender o meu esforço

José Octavio Dettmann: Sim.

Alberto Barbosa: Essa sua tese de Ourique é muito linda

José Octavio Dettmann Sim. E ela é a base sob a qual se edifica o senso de país tomado como se fosse um lar. O quinhentismo jogou isso fora - e dá a impressão de que esse país nasceu sem a crença na fraternidade universal.E é por conta de um regime nascido num país fundado nessa crença, em não se acreditar na fraternidade universal, que os protestantes prosperaram por aqui. Por isso, é crucial resgatarmos o senso de Ourique. Sem Ourique, não há o mundo português - o Brasil é o desdobramento da tradição em terras americanas. Não devemos jogar essa herança fora - é isso que nos diferencia dos países de língua hispânica ou mesmo dos EUA.

Alberto Barbosa: Ourique me lembrou tanto da herança que faz do povo hebreu um país forte, quanto os mitos protestantes sobre a origem sagrada dos EUA - isso dá a eles um papel definido no mundo

José Octavio Dettmann: Sim. Exatamente. Ourique é a pedra basilar da nossa civilização. E isso leva a uma teoria do Estado fundada na direção de servir a Cristo em terras distantes. Como isso nasce de uma revelação, ela não permite comparação com todas as outras, pois ela tem mistérios - e o que nos cabe é termos fé no criador, pois explicar isso só atrapalharia.

Alberto Barbosa: Entendo.

Alberto Barbosa. Se um dia eu levar a arte da escrita a um nível profissional, farei de tudo pra debatermos esse assunto até o fim. E assim, quem sabe, criamos algo.

José Octavio Dettmann: Eu ainda não li os livros-chave sobre Ourique. E esses livros estão citados na primeira página da história do brasil, do IPCO.

Alberto Barbosa: Eu só li o que você escreveu sobre o assunto. E foi o suficiente pra ser abduzido pelos fatos.

Alberto Barbosa: Porque será que Darcy Ribeito deixou isso passar?

José Octavio Dettmann: Eles foram todos influenciados pelo positivismo e marxismo. Tudo isso é antropologia e sociologia tomando o fato como se fosse coisa, como se tivesse sua própria verdade, o que é uma tremenda de uma furada. Ao descrevê-la, a coisa se justifica e se impõe como estrutura da realidade, afastando-nos do sagrado. Isso começou nos anos 30 e tudo isso deu origem ao quinhentismo. Oliveira Viana diria que estamos nos século VI, contando de 1500. Se olharmos bem, o quinhentismo não é cristão.

Alberto Barbosa: Até nisso fui manipulado na escola? Esses comunistas não tem limites.

José Octavio Dettmann: Eu tive a oportunidade de ler alguns livros do Senado sobre o assunto, como os do Oliveira Viana; os Donos do Poder, do Raymundo Faoro e o Portugueses e Brasileiros na Guiana Francesa, de Arthur Cezar Ferreira Reis. E, por sorte, eu tomei conhecimento sobre o livro Belonging in the Two Berlins, principalmente sobre o que tentaram fazer com a Alemanha - fazer com que Ocidentais e Orientais se vissem como se fossem duas imagens distorcidas de um mesmo espelho.

Alberto Barbosa: Preciso ler isso também.

José Octavio Dettmann: O Belonging in the Two Berlins está em inglês, ainda não tem tradução para o português e o livro tem citações marxistas de cabo a rabo. Para lê-lo, você precisa fazer muita engenharia reversa.

Alberto Barbosa: E eu tô engatinhando no inglês ainda. Ano que vem estarei apto, pois chegarei ao nível intermediário. Vou deixar esse na reserva.

José Octavio Dettmann: Da combinação desse livro e do que conheço da história do Brasil, há ainda os livros do Kujawski. Recomendo o livro A Pátria Descoberta. Nenhum desses livros eu li totalmente - encontrei um ou outro elemento e fui compondo. Eu já li muito quando era jovem. Eu tenho muito conhecimento empírico.

José Octavio Dettmann: Outro que recomendo: as preleções do Mancini - é preciso não cair no engodo de tomar o país como se fosse uma segunda religião. Essa segunda religião vai terminar se arrogando a primeira e isso é uma tragédia.

Alberto Barbosa: Seria a ascensão de um nacionalismo fascista?

José Octavio Dettmann: Sim. Mancini era de esquerda e o socialismo de nação deu causa ao fascismo.

José Octavio Dettmann: Recomendo a leitura do livro Um Mapa da Questão Nacional. Foi deste que comecei minhas investigações. Quando falo sobre nacionismo, é porque estudei a fundo a questão nacional - e é o que faço há pelo menos três anos e meio.

Alberto Barbosa: Lerei tudo que o doutor recomendar. Uns em breve, outros mais tardiamente. Estou construindo uma boa biblioteca e essas dicas são essenciais. Fico muito grato!

José Octavio Dettmann: Sim. E esse é um bom caminho.

José Octavio Dettmann: Anote suas impressões sobre o livro e compare com o que já escrevi. Eu tenho mais de 1300 artigos escritos.

Alberto Barbosa: Isso será interessante demais

José Octavio Dettmann: Estude também o COF do Olavo. Muito do que escrevo tem fundamento no Olavo. Recomendo o Curso de Teoria do Estado dele.

Alberto Barbosa: Isso eu já faço - leio tudo que ele manda também. Isso é muito útil. Confesso que se não fosse ele eu não teria reforçado a minha fé para escrever. Vivo numa região muito pra baixo. E totalmente dominada pelo Marxismo

José Octavio Dettmann: É preciso remar muito contra a maré. Sei que você vai conseguir. Estou vendo o seu esforço.

Alberto Barbosa: Sim. Eu me esforço e muito no sentido de remar contra a maré, de modo a suprir os meus déficits intelectuais e históricos. Mas a fé verdadeira me ensinou a ter um projeto eterno de vida voltado ao chamado que me foi dado. Por isso, Não me preocupo mais com quem vai falar mal ou com o glamour de intelectuais marxistas em Paris debatendo porcarias. 

José Octavio Dettmann: É isso aí. Isso é que é amadurecimento.

domingo, 12 de julho de 2015

Da necessidade de múltiplos perfis em rede social

1) Uma das coisas mais básicas que aprendi, ao longo da minha vida em rede social, é não misturar contatos. Os contatos que estabeleci online, por conta daquilo que sou, não devem ser os mesmos que conheço na vida real, seja ela estudantil ou profissional. Os meus interesses definem o meu ser: se na rede social estou por conta dos valores mais verdadeiros e caros, então não faz sentido colocar pessoas ligadas ao meio profissional ou escolar que não se interessam por aquilo que é crucial. Essas pessoas precisam ser postas em outros perfis, de modo a que as coisas continuem funcionando do modo como era antes.

2) Essa experiência de separar pode ser aperfeiçoada da seguinte forma: venho percebendo que no meio conservador tem muita gente que gosta mesmo é de fomentar uma boa intriga. O relativismo moral é tanto que não agüento mais ver tantos atentados contra a verdade, contra a conformidade com o Todo que vem de Deus. As pessoas, mesmo as mais inteligentes, perderam o bom senso e falam a primeira bobagem que vem à cabeça, principalmente com relação a certos assuntos que nos pedem a máxima discrição e sensibilidade. A coisa, enfim, está realmente ficando preocupante, fora de controle.

3) Para estes casos, só não crio um perfil adicional agora porque me faltam recursos para ter um segundo computador, coisa que me é tão necessária de modo a que eu possa manejar perfis secundários e jogar essa gente nefasta pro seu devido lugar, deixando o perfil principal para quem é digno de me ver doar-me por inteiro a esse meu semelhante perante Deus.

4) A razão pela qual isso é necessário está no filme O Poderoso Chefão: na rede social, devemos manter os amigos próximos e os inimigos mais próximos ainda - e isso pede perfis com finalidades específicas. Afinal, se na vida temos muitas faces, por conta das diferentes circunstâncias com as quais lidamos, na rede social precisamos mesmo de vários perfis. Descobrir o que o inimigo trama é essencial para derrubá-lo.

5) Enfim, o que já sabia acabou se confirmando - e minha experiência acabou se aperfeiçoando.

6) Gostando ou não, as máscaras, tais como vemos na estrutura da realidade, são muito necessárias no meio virtual também. É nas máscaras que nós respondemos, enquanto pessoas, às nossas circunstâncias - nós nos tornamos personagens, de modo a interagir com aquilo que é necessário e relevante, já que viver é perigoso e pede inteligência e estratégia, de modo a se ganhar a vida eterna a cada dia.  Há uma guerra cultural lá fora e precisamos lidar com isso.

7) Não, definitivamente eu não defendo a falsidade - o fato é que vivemos em meio aos lobos e precisamos saber lidar com isso, de modo a sobreviver a esta selva hostil, mais uma dentre tantas

8) Pela minha experiência, aprendida na dor e no desgosto, vejo que perfil único, reunindo gente de todo tipo, não é uma boa idéia. Para cada perfil, uma finalidade, uma circunstância específica. Na rede social não há aquela sintonia fina que temos na vida real, em que não precisamos mudar de corpo ou de alma de modo a responder a uma circunstância diferente. No mundo virtual, a mudança desse frame só ocorre se você mudar de perfil, de modo a interagir com gente de perfil semelhante àquele ao da finalidade para a qual este perfil foi instituído.

9) Em alguns casos, você precisa jogar para a estrutura da realidade certos contatos, de modo a que a transferência de um contato de um perfil para outro seja a menos traumática possível.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Na boa poesia, encontramos o casamento do eu-lírico com o eu-nacional

01) Certa ocasião, eu disse que devíamos trocar a caricatura do nacionalismo, que tende à insinceridade, pela poesia do nacionismo.

02) A poesia é uma das formas de produção cultural mais básicas que há, pois ela direciona os sentimentos para uma imagem concreta e eterna de conformidade com o Todo que vem de Deus. E é na conformidade com o Todo que vem de Deus que encontramos o senso de se tomar o país como um lar em Cristo - e a polis, neste sentido, deve servir a Deus de tal maneira a que os cidadãos tomem a cidade dos homens como um espelho da cidade de Deus, que é o espelho mesmo da justiça e da sabedoria.

03) Os grandes textos épicos, como são Os Lusíadas, são capazes de casar o eu-lírico e eu-nacional de tal modo a que a questão nacional se case com a missão de servir a Cristo, seja em terras distantes, seja na própria terra de origem, de tal maneira a que o país seja tomado como se fosse um lar, o que é uma questão universal. 

04) Eis a necessidade de se voltar para o Cristo Crucificado de Ourique, nossa origem, de tal maneira a que saiamos do quinhentismo, do nacionalismo e de toda a sorte de apatrias que jogam nossa liberdade para o nada.

Nacionismo como cultura de exportação: uma análise circunstancial

1) Sinto-me alimentado culturalmente hoje, por conta de haver percebido que o nacionismo pode ser, sim, uma cultura que pode ser exportada. Dou graças a Deus por isso.

2) O conhecimento que tenho da experiência brasileira vai permitir que eu forme brasileiros de verdade, ainda que estes não tenham nascido no Brasil e que nunca tenham sido brasileiros na vida pregressa, na vida ancestral. Basta que se diga sim ao Cristo Crucificado de Ourique e que se sirva à Casa Imperial de Bragança que o brasileiro formado já é um brasileiro de verdade, estando ou não dentro do território político do Brasil, pois para tomar o país como um lar, você precisa de formação - e isso deve vir de berço e não da escola.

3) Certa ocasião, mencionei que o mundo cabe no Brasil, posto que este país herdou de Portugal o senso de casar o senso nacional com o senso de servir a Cristo em terras distantes, que é universal - e essa dimensão espiritual, que se perdeu no quinhentismo, é crucial para a formação do nosso eu-nacional.

4) Se o nacionismo atingir esses centros cruciais de produção cultural de que tanto falo, isso vai atingir aqueles brasileiros que vão estudar no exterior - e os nacionais vão ser chamados a colaborar da mesma forma que os estrangeiros convertidos em brasileiros, com base nos ensinamentos que estou a desenvolver, nestes três anos e meio de pesquisa e árduo trabalho. Dito dessa forma, isso dinamita a diferença entre brasileiros natos e estrangeiros, pois todos são brasileiros, por força da lei natural, por força de servir a Cristo Crucificado em terras distantes, tal como se deu em Ourique. E isso é mais forte que a declaração escrita de que todos são iguais perante a constituição, pois isso se dá na carne.

5) Com essa formação vinda de fora, somada à formação que estou semeando desde de dentro, isso acaba criando um cerco duplo que destrói a apatria. Uma vitória cultural, usando alguns elementos militares clássicos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 20215 (data da postagem original).

Sobre o mandato parlamentar

"Um mandato parlamentar não confere a ninguém o poder para dobrar a estrutura da realidade. Leis absurdas, sem sentido ou de impossível aplicação, que contrariam o bom senso e a sanidade, são leis obscenas e, na última instância – a divina –, inválidas".

Márcio Elton​

Comentários de José Octavio Dettmann​: 

1) Tudo que é fora da lei natural é inconstitucional e é ofensa a Deus - e tudo o que ofende a Deus é traição e, portanto, tem caráter antinatural. Por isso não pode ser seguido, pois é fora daquilo que foi ordenado e edificado com base na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Além disso, o mandato parlamentar serve para servir a todos aqueles que tomam o país como um lar em Cristo. Quando se toma o país como se fosse religião de Estado totalitário, ocorre traição e perversão de tudo o que é mais sagrado - e é com base em sabedoria humana dissociada da divina que se faz essa traição, de tal maneira a dobrar e a corromper a estrutura da realidade, base para a qual se faz todo e qualquer regramento de modo a estabelecer justiça e paz entre os homens, fundamentos esses da fraternidade universal, coisa que vem de Nosso Senhor Jesus Cristo, já que Ele é o caminho, a verdade e a vida.

Debate sobre o nacionismo como cultura de exportação

Tiago Barreira: A fuga de cérebros é algo que deve ser incentivado, pois formando professores brasileiros em Oxford, Chicago podemos crescer em argumentação e credibilidade aqui dentro. A esquerda nacional fez isso nos anos 70, quando exilados como Serra, FHC e Celso Furtado deram aulas na Sorbonne e Cornwell.

Dettmann:

01) Se olharmos bem, não estaria fugindo do país; na verdade, só estou ampliando o espaço vital da pátria, de tal maneira a que o país virtuoso seja tomado como um lar, no lugar deste espectro de país que ainda reina sobre nós. 

02) Como eu mesmo falei, o nacionismo pede que vários países sejam tomados como um lar - e você precisa levar o conhecimento que você tem de melhor desta terra para outros lugares, assim como desses lugares para cá, adaptados a nossa realidade local. É como climatização de plantas; se as amizades são como plantas, você deve cuidar delas - do contrário, elas perecerão.

03) Quem vem de fora não deve vir cru, pois este espectro de pátria será antropófago para com ele - e para sobreviver, esse que veio cru e inocente terá que tomar o vício da mesma forma como se faz sociologia à maneira do Dürkheim: tomando o fato social como se fosse coisa. Agindo assim, ele perecerá, como os outros.

04) Para o estrangeiro fazer a diferença, ele precisa ser formado, pois quem toma o país como um lar o faz de maneira formada, pensada, sabendo o que vai fazer e para onde vai. Você precisa climatizar essas plantas, de modo a que sejam plantadas aqui dentro. Sem climatização, não há colonização. E nacionismo é um tipo de colonização espiritual, um tipo de caridade intelectual.

05) Sobre esse assunto, a caridade intelectual, a fala do Papa Bento XVI deve ser lida dentro do contexto de Ourique. Para servirmos a Cristo em terras distantes, nós precisamos espalhar o evangelho para todos os confins da Terra - e isso pede um trabalho de caridade intelectual. No caso do nacionismo, que visa ao restauro do que foi perdido, essa noção de que o país nasceu em Ourique precisa colonizar os centros produtores de cultura lá fora - e é só assim que se forma brasileiros de verdade. Como os mais abastados vão estudar lá fora, o nativo chega pra cá já formado tal como o estrangeiro que vou formar, o que acelera o processo que estou fazendo aqui dentro.

Do nacionismo como cultura de exportação

01) Certa ocasião, eu mencionei que brasileiro é quem toma o Brasil como um lar. E para se tomar o país como um lar, o segredo é educação - para se cultivar homens e mulheres sistematicamente nesse fundamento, é preciso ser um professor virtuoso e passar conhecimentos sobre o passado da terra ancestral. No momento, nascer nesta terra, em meio a esta cultura apátrida dominante, não é preciso, pois o brasileiro virtuoso já nasceu em contexto de diáspora mesmo.

02) Como, hoje em dia, a cultura de apatria é muito forte nesta terra, por conta de tomarem o país como se fosse religião (devido a esses 126 anos de dominio republicano), penso que a melhor solução é formar brasileiros lá fora, mesmo quem, de fato, nunca foi brasileiro nem na vida pregressa (a vida dos antepassados).

03) O senso de tomar o Brasil como um lar, por força de Ourique, precisa ser exportado - preciso traduzir meus textos do português para o inglês ou para qualquer outra língua de interesse. Se a razão de ser de Portugal foi casar o interesse nacional ao interesse universal, então preciso casar a causa nacional à missão de servir a Cristo em terras distantes. Se eu eliminar o quinhentismo da nossa cultura, então o problema da apatria estará terminantemente resolvido.

04) Se o estrangeiro aprender a tomar este país como um lar, com base no conhecimento que adquiri, ele poderá vir pra cá, assumir o controle desta terra e redefinir o destino dessa pátria, trazendo coisas boas de sua terra a esta terra, com base no que tanto ensinei. 

05) O brasileiro formado por mim, ao aprender a dizer sim ao Cristo Crucificado de Ourique e a servir à Casa Imperial de Bragança, converterá os vícios da apatria em virtude patriótica. Pois a imigração redefine os destinos da pátria - e a prisão em que hoje vivemos será convertida em liberdade, em terra de oportunidade para todos.

06) Não, eu não estou desistindo. Apenas enxerguei uma possibilidade, uma oportunidade que me parece conveniente - pois formar brasileiro da forma como deve e precisar ser, dentro desta terra, é um processo trabalhoso e difícil. O país necessita e muito de elementos vindos de fora, de modo a que o senso de apatria seja rapidamente eliminado. O Brasil necessita do espírito livre dos gregos, do senso de missão dos portugueses e do senso de fé católica dos poloneses. E isso na prática só se consegue com imigração.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2015 (data da postagem original).