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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Sobre a questão de não seguir os conselhos dos economistas

1) Roberto Campos dizia que uma das maneiras mais seguras de falir uma empresa é seguir os conselhos de um economista. 

2) Neste ponto, ele tem razão. Os primeiros economistas da História eram pessoas que trabalharam como mercadores, membros de uma guilda de mercadores. Como eram homens especializados nas operações de troca, uma das artérias vitais de uma sociedade civilizada, eles acabavam se tornando uma classe essencial da sociedade, cujos interesses deviam se harmonizar aos demais interesses das outras classes de modo que houvesse uma concórdia e assim houvesse o pleno desenvolvimento da comunidade, fundado no princípio do bem comum. O processo de construção da concórdia se dava através do diálogo e do convencimento políticos, às vezes por meio de laços de casamento, a ponto de isso se tornar a base da política na sociedade.

3) Se a amizade é a base da política na sociedade, a ponto de as pessoas amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então tudo deve ser voltado para a vida eterna. E o caminho mais seguro para a vida se dava por meio da santificação através do trabalho ou do estudo. E o processo de concórdia entre as classes é essencial. É por essa razão que os mercadores com muita experiência prática podiam escrever sobre este assunto, a ponto de assessorar os príncipes sobre esta matéria. Às vezes, o próprio mercador era o príncipe.

4.1) Sacerdotes e monges podem escrever sobre economia também, principalmente em tempos de crise, quando a classe mercantil amar tanto a si mesma de tal forma a se tornar um órgão necrosado, gerando uma fé metastática na sociedade de tal maneira que a contamina por completo, a ponto de morrer por conta de perder seu completo sentido, em Cristo Jesus. Por essa razão, quando padres e monges escrevem sobre economia, eles agem como a última reserva moral da nação tomada como um lar em Cristo.

4.2) O maior exemplo disso é a Escola de Salamanca, que escreveu seu pensamento econômico num tempo em que a Espanha, por conta de ir aos mares por si mesma, sem mandato do Céu, trouxe de volta da América grandes quantidades de ouro e prata, revolucionando e muito o imaginário das pessoas a ponto de muitas perderem a amizade com Deus por conta disso. 

4.3) A grande quantidade de ouro e prata trazida da América moldou o imaginário da salvação através da riqueza, a base da ética protestante e o espírito do capitalismo. É dentro de um cenário cultural protestante que surge a economia enquanto disciplina técnica, enquanto ramo do estudo do governo de uma nação. A matemática começou a reinar nesse cenário, não a observação e os muitos anos de prática no comércio, seja como mercador, seja como empresário. Foi aí que a economia se tornou ciência.

4.4) Com o passar do tempo, a ciência econômica foi se pervertendo, a ponto de ser escrava da ideologia. Economistas constituem uma classe de intelectuais orgânicos tais como são os sociólogos, os historiadores, certos juristas e até mesmo teólogos hereges, ligados à teologia da libertação. Por isso mesmo, eles constituem uma verdadeira classe ociosa - consomem os impostos da sociedade, visto que muitos deles são professores de universidades federais, e não produzem um conhecimento que preste, no tocante a fazer a sociedade brasileira recuperar o sentido de tomar o país como um lar em Cristo, por conta da missão que recebemos em Ourique. 

5.1) É por essa razão que não sigo conselho de economista nenhum. Para eu saber alguma coisa de economia, a melhor coisa a fazer é estabelecer uma atividade econômica organizada e aprender as coisas com a experiência. A partir da experiência, eu medito sobre isso. O que foi pensado anteriormente servirá de subsídio para mim, desde que esteja consoante com a realidade, com o que é conforme o Todo que vem de Deus. 

5.2) A verdade é o fundamento da liberdade - e aí não cabe nenhuma ideologia ou distorção fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, algo que é próprio dos animais que mentem.

José Octavio Detmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2020.

Meditações sobre a questão do lucro na economia salvífica

1) Se lucro é ganho sobre a incerteza, posto que este mundo é um vale de lágrimas, então ele não é a essência do negócio, mas o acidente, uma vez que o fim da empresa é servir ao próximo, não o fim em si mesmo, fundado no amor de si até o desprezo de Deus. Até você começar a ganhar dinheiro com a atividade econômica organizada que você monta, você certamente precisará alocar recursos que sejam capazes de dar subsídio a esta atividade por muito tempo até ela ser capaz de pagar-se por si mesma.

2.1) O momento em que a empresa começa a se autopagar se dá quando você já tem uma relação bem desenvolvida e articulada com a comunidade para a qual você serve. Quando você ganha a confiança dos seus clientes, aí você ganha legitimidade para crescer e diversificar seus negócios.

2.2) E quando você já tem dinheiro suficiente para crescer, aí você recebe a permissão de estabelecer mais um negócio a partir dos que administram a cidade de modo a aperfeiçoar a liberdade de muitos. E, para isso, você precisa convencê-los de que você pode atender a demanda da cidade neste aspecto, em particular. 

2.3) Este é um aspecto da política antiga - própria do Antigo Regime e anterior aos tempos do liberalismo - que se perdeu. É melhor ter uma permissão fundada na honra de bem servir, posto que se trata de uma conversa de Cristos que servem visando ao bem comum do povo, do que buscar a si mesmo, expandindo-se sem limite a ponto de matar os pequenos negócios, que em muitos casos constituem a razão de ser de famílias inteiras.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2020.

domingo, 16 de agosto de 2020

Notas sobre a relação entre esquerdismo e favelização

Toda favela é criação da esquerda, sem exceção. Seja de partidos políticos disfarçados em seus coletivos, seja de ONGs, seja de políticos do estilo Erundina. Há mais variações, mas todas dentro do espectro esquerdista. Não há cidade brasileira que não tenha sua maloquinha surgida da noite para o dia.

Dizem que são pessoas expulsas de suas terras onde a plantação não vinga mas, estranhamente, elas se amontoam em arremedos de cidades, as favelas, onde não deixam nenhum lugar para plantação destruindo a natureza original para erigir barracos e não deixando espaço para o que dizem querer: plantar.

Não é um contra-senso?

O comunismo abomina o que diz defender: o campesinato. A própria história da revolução russa mostra o genocídio causado pelos comunistas (Lenin, Stalin, Trotsky e outros) contra a população rural para tornar a URSS uma potência industrial urbanizada.

Em livros de brasileiros que estiveram na antiga URSS (Osvaldo Peralva e Orlando Loureiro) há descrição das verdadeiras favelas em que o operário soviético vivia, casebres insalubres.

Quatro arquitetos soviéticos escreveram o livro "A Cidade Comunista Ideal" deixando de lado todo contato com a natureza numa sociedade administrada. O aspecto da cidade comunista ideal é a arquitetura de Brasília. Grosso modo, o urbanismo de Brasília não difere do urbanismo das favelas, embora mais espaçado e mais chic, mas onde a natureza passou longe. Basta comparar a arquitetura de Oscar Niemeyer com a de Frank Lloyd Wright.

A Cidade Universitária onde está a USP também é o estilo comunista ideal, com seus horrorosos e desconfortáveis prédios em meio a descampados cujas faculdades se hostilizam. A velha empáfia soviética ou comunistóide, como queira.

O que os comunistas mais desejam é o "adensamento populacional", isto está em livros, nos "estudos de urbanismo" e até nas entrevistas nas rádios e TVs. Quanto mais espremida está uma população, mais fácil um poder centralizador obrigando-a a um comportamento padrão.

Este fenômeno não ocorre apenas no Brasil, também a imigração ilegal desenfreada na Europa tem feito isso em tempos recentes com locais em que nem a polícia pode entrar, locais que são estopins dos recorrentes quebra-quebras dos supostos coitadinhos vítimas da sociedade. Os livros de Theodore Dalrymple são repletos de casos.

Desmontar favelas é um grande passo para desmontar a esquerda. Se a esquerda se fortaleceu na Europa, foi também graças a seu exército de coitadinhos importados sob as mais diversas desculpas esfarrapadas.

Como desmontar? Há inocentes ou oportunistas coniventes?

Obviamente que no Brasil há N entraves em todas as leis, inclusive as que não dizem respeito diretamente ao assunto mas são cruciais para impedir que as coisas mudem (a própria CF, a CLT, o emaranhado de leis tributárias, leis de assistencialismo etc.), sem contar a gritaria insana de afirmações estúpidas de qualquer esquerdista amante de jargões.

Não é fácil, mas não é impossível.

Lucília Coutinho

Facebook, 16 de agosto de 2020.

https://www.facebook.com/lucilia.sim.1804/posts/2720219791530051

Quando uma relação de compra e venda vira parceria - relatos da minha experiência pessoal

1) Hoje me apareceu um futuro doutorando que se interessou em comprar o livro José Bonifácio, O Falso Patriarca, além do livro de Assis Cintra, O Homem da Independência.

2) Durante a conversa, ele me contou que ele estava fazendo uma pesquisa mostrando como os maçons entraram no Brasil através da universidade de Coimbra, ao longo da Era Pombalina. Ele me disse que todos eles eram árcades - toda essa imagem bucólica poética que havia nas arcádias era um ensaio para a construção de comunidades imaginadas, feitas de modo a agradar ao ego inflado desses animais que mentem. Essas comunidades imaginadas seriam a prefiguração da cidade comunista ideal, a ponto de a cidade se tornar uma verdadeira favela arquitetônica, tal como é a Brasília, de Niemeyer.

3) O futuro doutorando me contou que Silva Alvarenga escreveu um poema árcade satírico chamado O Desertor, onde eles zombavam dos jesuítas da Universidade de Coimbra, que estavam sendo expulsos de Portugal e de seus domínios. Eles eram retratados como os arautos da ignorância e do obscurantismo.

4) Enfim, isto foi mais do que uma venda: trata-se de uma parceria acadêmica completa. Só o contato com este cliente já me trouxe ganho sobre a incerteza, mais do que a venda dos livros.

José Octavio Dettmann

sábado, 15 de agosto de 2020

Notas sobre a relação entre filantropia e pirataria digital

1) Nego é tão sem noção que botaram o link do IMUB contendo a obra de Assis Cintra digitalizada de graça (no caso, O Homem da Independência, esse que digitalizei e que estou pondo à venda por R$ 60,00). Bani o idiota da minha página. Agora, já não tenho mais direito de vender os meus produtos na internet.

2) Essa cultura do gratuito ser mais gostoso do que o pago deveria ser proibida. Eu assisti aos vídeos do Loryel, eu anotei as bibliografias, comprei as cópias indicadas, digitalizei-as e agora eu tenho o direito de vendê-las, uma vez que o referido livro está livre de direitos autorais, posto que o autor já tem mais de 70 anos de falecido. Por isso, posso vender meu trabalho sem violar direito alheio.

3) Deveria ser proibida expressamente a divulgação de PDF's livres de direitos autorais de maneira gratuita. Afinal, alguém teve o trabalho de digitalizar e esse trabalho deve ser remunerado. Só deveria ser gratuito a quem não tem condições de pagar - a quem é muito pobre, mas que está muito interessado em ter conhecimento.

4.1) A gratuidade só é justa a quem é pobre, para quem é necessitado de Cristo.

4.2) O beneficiado pela caridade consome, mas assume nos méritos de Cristo a dívida moral de pagar o que deve com juros e correção monetária a quem o ajudou, o bogaty, o rico nos méritos de Cristo. Por isso, em razão da honra, que faz com que a dívida por vontade própria jamais se prescreva, ele paga tudo o que deve a quem lhe prestou o favor.

5.1) Gratuidade por gratuidade é como arte tendo por fim a própria arte: trata-se de um fim vazio.

5.2) Se forneço ebooks a toda e qualquer pessoa, sem me importar com o credo ou com a religião, então estou promovendo filantropia, uma vez que estou incentivando as pessoas a conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade. E o que a mão esquerda dá pode ser tomada com a mão direita, uma vez que o filantropo ama o homem, o animal que mente,  uma vez que é incapaz de ver o verbo que se fez carne nas pessoas.

6) A filantropia, por essa razão, não passa de publicidade. Ela não é cristã - trata-se de um tipo de parasitismo, cuja aplicação se dá a obras cujo direito autoral já está expirado ou desapropriado. Trata-se de aproveitamento de uma brecha legal existente na legislação que rege o direito autoral, uma vez que o direito natural foi desconsiderado, por conta de Deus estar morto, como diria Nietzsche.

7.1) A iniciativa do IMUB de disponibilizar obras gratuitas e sabotar o trabalho daqueles que põem a venda material livre de direitos autorais de modo a tirar o justo sustento deveria ser proibida.

7.2) A maior prova de que o IMUB faz filantropia é que os estatutos da organização vedam a vinculação dos membros do grupo à Santa Religião Católica ou a qualquer outra religião - por isso é um grupo secular, de caráter quase maçônico. Se não vejo Cristo na minha ajuda assistencial ao pobre, então não faz sentido ajudar, pois isso promove o nome dos animais que mentem por pura vaidade

8) Para se combater a ação da maçonaria e dessas associações civis de caráter secular, é preciso que a filantropia seja combatida. Ela é uma forma de pirataria.

9.1) A caridade, em Cristo fundada, é sempre bem-vinda; a filantropia, não. Além disso, é da confusão da caridade com a filantropia que a esquerda e a maçonaria deitam e rolam. Como isso não é de Cristo, então isso não pode ser amparado por lei,  uma vez que gera liberdade com fins vazios.

9.2) Um exemplo disso são as ações do Rotary Club. As ações do grupo têm em vista um mundo melhor - você quer algo mais esquerdista do que isso?

9.3) Empresas como Google e suas subsidiárias, como o Google Books - ligadas aos globalistas -, são todas elas ligadas a essa mesma lógica, a ponto de concentrar muito poder em poucas mãos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2020.

Não basta ucranizar - é preciso lusitanizar

1) Ucranizar é atirar o mau político na lata de lixo da História literalmente, principalmente se ele colabora com os três esquemas de poder: o globalista, o russo-chinês e o islâmico.

2) Se o exército dos três esquemas globalistas for tão grande quanto o exército combinado dos cinco reis mouros a ponto de ter uma enorme superioridade numérica, então a solução é lusitanizar: recorrer ao Crucificado de Ourique de tal maneira que Ele nos garanta a vitória e que sejamos capazes fazer n'Ele grande feitos em prol da Cristandade, pois é por meio da Cruz que venceremos.

3) É através do sinal da Santa Cruz que serviremos a Cristo em terras distantes, a ponto de fazer nas terras descobertas a cada geração uma Lusitânia Dispersa, que vai se revelando de tal maneira a constituir a primeira linha de defesa da fé do país adotivo em face do mal, do conservantismo diabólico. Afinal, o império de Cristo foi feito para propagar a fé Cristã - e essa é a grandeza de Portugal.

4) Ucranizar não basta. É preciso ser luso também, a ponto de relembrar os tempos de Ourique.

5) Esta vai para os que dizem que tem que ucranizar tão-somente, para os que ficam só na aparência. Esta não é uma meta suficiente, uma vez que precisamos respirar a verdade com os dois pulmões da tradição. A verdade é o fundamento da liberdade, pois o sangue do cordeiro foi derramado pelo perdão dos nossos pecados - por isso, precisamos conservar a dor de Cristo em todo o seu verdadeiro entendimento, a ponto de vermos não só o que se vê como também o que não se vê.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2020.

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Primeira página da História do Brasil: http://raboninco.com/1lkd9

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Do real significado de vox populi, vox dei

1) É muito comum pensar que a voz do povo é a voz de Deus. 

1.2) O problema é que ninguém pensa que povoar é pobrar, no sentido de dar poder aos pobres, aos portadores da pobreza evangélica, os ubogis.

2.1) É importante não confundir os ubogis, os que vivem segundo o espírito, com os biednys, aqueles que vivem segundo os dias atuais, presos à matéria e à desesperança. 

2.2) Muitos desses biedny são aqueles, que decepcionados com o Brasil, renunciam a luta por um Brasil melhor e passam a se refugiar como apátridas no estrangeiro, a ponto de não contribuírem em nada para a nova comunidade que os acolhe, uma vez que abraçaram o espírito proletário, o espírito do mundo, da matéria, da riqueza tomada como sinal de salvação. Eis os novos recrutas do exército de reserva internacional que se forma.

3) Quando o professor Olavo fala que devemos ir até a origem das palavras que adotamos para nos expressar, devemos ir a fundo mesmo, em todos os seus fundamentos. Às vezes você precisa estudar certas línguas, como o polonês, onde há duas concepções para pobre - e é preciso conhecê-las de modo a melhor compreender o que realmente precisa ser dito.

4) O conjunto dos portadores da pobreza evangélica que tomam o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo são a maior riqueza de Deus. Por isso, Deus eleva os melhores de modo que sirvam a essas pessoas. Eis os fatores democráticos da aristocracia distribuída, fazendo com que o Cristo-príncipe veja no Cristo-mendigo a imagem de si no espelho.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2020 (data da postagem original).

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