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sábado, 31 de dezembro de 2016

A vocação não é uma ideologia

1) Uns dizem que sou escritor por ideologia.

2) Isso não é ideologia, mas vocação. Faço o que faço tendo o Espírito Santo como sendo o meu guia - como Deus é bom, Ele não me faz errar dentro daquilo que faço. Se estivesse fazendo isso por ideologia, estaria movido por sabedoria humana dissociada da divina - e aí acabaria por edificar má consciência em todo o meu redor, ao invés de combatê-la.

3.1) Se você quiser conservar a dor de Cristo, a primeira coisa a fazer é consagrar a sua atividade aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria Santíssima.

3.2) Como a atividade é uma projeção de seu ser, você acaba sendo consagrado. E é justamente porque você é consagrado que terá o respaldo do Santo Espírito de Deus, pois é examinando retamente todas as coisas que você encontra a verdade - e é na verdade que você encontra a consolação, já que Cristo é a verdade, por excelência, pois Ele é caminho e vida. Assim como ninguém vai ao Pai senão pelo Filho, ninguém vai ao Filho senão por sua Mãe - por isso, Nossa Senhora, além de advogada nossa, é o atalho para esse caminho.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2016.

Notas sobre o socialismo fabiano

1) Política é a arte do possível.

2) Princípio Geral do Direito: ninguém será obrigado ao impossível. Se a legislação estiver divorciada da realidade fática, ela é inconstitucional, por ser contrária à lei natural, que é a base que constitui todas as coisas - e por ser inconstitucional, a sensatez por si mesma já é desobediência civil (tal como vemos no casos das leis "que não pegam").

3) Fabianismo: por meio de promessas mirabolantes e populismo, amplia-se o possível até tangenciar o impossível. E quando menos se percebe, o impossível deixa de ser observado, o que acaba levando uma sociedade inteira à ruína, sem que esta perceba.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2016.

Como ler um texto com notas de fim?

1) Certa ocasião, eu vi que alguns revisores de texto entram em desespero quando descobrem que têm de fazer revisões ortográficas ou de tradução de textos cujas notas são de fim e não de rodapé. Ler e reler o texto dá uma trabalheira imensa - o simples fato de o texto estar com notas de fim revela que o projeto gráfico é pouco amigável ao leitor. Em termos informáticos, nada user-friendly.

2) Pela minha experiência de digitalizador, eu costumo fazer o destaque da frase e da nota, se houver uma nota, não importando se ela é nota de rodapé ou nota de fim de texto. Com isso, eu sempre sei o que estou lendo.

3) Esta foi a maneira que encontrei de ler um texto cujas notas são de fim. É mais ou menos como se usasse um caderno e escrevesse. O único porém disso que faço é que preciso ter o projeto completo já digitalizado. E digitalizar um livro inteiro dá trabalho. A sorte é que gosto do que faço.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2016.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Notas sobre enxertia de frases e produção textual

1.1) Quando você vai fazendo destaques a partir da digitalização de documentos, você acaba desenvolvendo enxertos de frases, de modo a fazer um discurso coerente - e isso é uma forma de cultivar a inteligência. E é por conta da enxertia de frases que você vai aprendendo a escrever um texto.

1.2) O maior exemplo disso é que estou aprendendo a escrever discursos em inglês por meio da enxertia de frases. Pego frases de pessoas importantes e vou achando uma forma de criar um discurso coerente e lógico, como se eu mesmo estivesse dizendo aquilo ali. Isso é como estar ancorado num porto seguro.

2) A fórmula de um discurso coerente é o arranjo organizado das frases seguida de uma lógica reta, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, que é a base da realidade, pois o mero fato de você definir uma ordem das frases já denuncia uma tomada de posição, uma vez que definir ordem das frases é algo muito importante - se você alterar a posição das frases, talvez você acabe criando uma informação nova, o que acaba, até certo ponto, sendo inconveniente, dependendo da circunstância pela qual um texto foi produzido.

3) O professor Olavo de Carvalho dizia que Blaise Pascal tinha o hábito de escrever frases. Ele juntava um pedaço com o outro de modo a fazer um texto - e quando acertava a ordem, o discurso saía poderoso e efetivo

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2016.

Notas sobre fisiocracia e nacionidade


 1) Se a primeira escola de economia foi a fisiocracia, então estudar a terra enquanto fonte primária de riqueza de modo tirar o máximo que ela pode dar e ao mesmo preservá-la da degradação é uma forma de tomar o país como se fosse um lar em Cristo.

2) Se é verdade que a mão que produz no campo é também a mesma mão que preserva, então o maior apostolado que se pode fazer, no tocante de ir servir a Cristo em terras distantes, é cuidando da terra, da casa comum. E é através da terra que vem o alimento, a bebida, assim como o couro e lã, que serão trabalhadas pelos artesãos. Da mesma forma, a madeira para os móveis.

3) Quem se preocupa com o reflorestamento e a irrigação de uma nação inteira tende a ser um verdadeiro conquistador. Ele não faz isso com armas, mas com inteligência, de modo a conquistar a confiança de uma nação inteira, de modo a ser tomada como se fosse um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2016.

Notas sobre a Casa de Bourbon na França e na Espanha

1.1) Com a ascensão de Francisco I, a França passou a ser governada sob a dinastia dos Bourbon.

1.2) Francisco I era protestante e se converteu o catolicismo de modo a poder governar a França. Foi ele quem promoveu o Edito de Nantes, que permitiu que o protestantismo fosse praticado na França. Ele não era um Rei que vivia na conformidade com o Todo que vem de Deus - era um rei pragmático, um discípulo de Maquiavel. Seu lema era que Paris bem valia uma missa - e por conta disso, procurou cooptar a Igreja Católica local, por meio de privilégios, pensões e presentes, instaurando o galicanismo, que mais tarde, sob o pontificado de São João Paulo II, foi condenado como heresia. O galicanismo encontrou o seu auge durante o Reinado de Luís XIV

1.3.1) Francisco I foi o primeiro rei que contestou o tratado de Tordesilhas, ao fazer esta pergunta: "em que parte do testamento de Adão está escrito que o Novo Mundo seria dividido entre Portugal e Espanha?" O fato de fazer este questionamento já mostra que ele não era um soberano católico, mas um falso convertido que se preocupava com a conquista e manutenção do Poder a todo e qualquer custo. Por conta disso, começou a lançar-se aos mares em busca da maior glória da França. 

1.3.2) Começou traficando pau-brasil, o que fez com que Portugal adotasse, a partir de D. João III, a política de povoamento de nossa terra. Depois, começou fundando a França Antártica e a França Equinocial, mas terminou derrotado.

1.3.3) Seu sucessor nesta política foi Colbert - e foi com base nisso que a França passou a adotar a política de cooperação com os nativos, desenvolvendo a manufatura de luxo. E este tipo de comércio fez com que a taxa de juros fosse a mais alta de toda a Europa, até o momento em que a Revolução Francesa explodiu.

1.4) Os Bourbons assumiram a Espanha. Por conta de sua natureza, são reis usurpadores. A maior prova é que Juan Carlos I não é do ramo legítimo, quando a monarquia foi restaurada na Espanha. Tal como ocorreu aqui, a monarquia na Espanha é uma transição para a república - e tudo começa com a descristianização desse país.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2016 (data da postagem original).

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Da doutrina da lealdade e do colonialismo em Maquiavel

1) Maquiavel dizia que o Príncipe deve encontrar meios de modo a que os estão sujeitos à sua autoridade dependam de seu governo. Em relação a terras que se encontram no além-mar, isto se deu na forma de colônias.

2.1) A França, a Holanda e a Inglaterra foram em busca de si mesmas e fundaram colônias. 

2.2) A França, a Holanda e a Inglaterra, países fortemente marcados pelo protestantismo, adotaram a doutrina do dois corpos do Rei. Enquanto na Inglaterra os reis procuraram ser o corpo espiritual e temporal da nação, através da Igreja Anglicana, na França os reis tentaram cooptar a Igreja Católica por meio de privilégios, através do galicanismo, fazendo com que a Igreja local se comportasse nos mesmos moldes da Igreja Anglicana na Inglaterra ou a Igreja Luterana na Suécia. Por conta disso, o clero passou a compor um dos três Estados Gerais.

3.1) O livro de Maquiavel não passa de um manual pragmático para a tomada e manutenção do poder. Ele não estava interessado na doutrina do Direito Divino, que estabelecia regras relativas à conquista e manutenção do trono tendo por fundamento à conformidade com o Todo que vem de Deus. A falta de consideração com este importante elemento da época já nos permite ver que Maquiavel era um anão moral, um sujeito mesquinho e indigno de atenção, tal como o professor Olavo de Carvalho bem apontou. Não é à toa que Maquiavel preparou o caminho para Gramsci, outro anão moral.

3.2) Pois se Cristo é o Rei dos Reis, já que Ele é o caminho, a verdade e a vida, então o verdadeiro abolutismo monárquico se dá n'Ele e somente n'Ele, pois Ele é sumo legislador, sumo sacerdote e sumo juiz - e também senhor dos Exércitos. 

3.3) Os Reis, tal como D. Afonso Henriques, são vassalos de Cristo - seu poder decorre da autoridade de Cristo e governarão a terra enquanto bem servirem à missão que Este estabeleceu para uma nação como Portugal: servi-Lo em terras distantes. 

3.4) O fundamento desta soberania está justamente nisso, pois o Rei foi ungido com um propósito, para o bem não só de seu povo mas também de toda a Cristandade. Por isso que D. Afonso Henriques, e não D. João II, deve ser considerado o príncipe perfeito, pois serviu a Cristo dentro dos fundamentos daquilo que foi edificado em Ourique. Por isso que pode ser tomado como um santo de Deus, tal qual Santo Estêvão, Rei da Hungria. E esse príncipe perfeito é o modelo que todo monarca deve levar em conta, quando se trata de reger o mundo português como um todo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2016.