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sábado, 30 de julho de 2016

Família: berço da liberdade e porto seguro para a livre iniciativa

1) Quando você é oriundo de uma família estruturada, você tem um porto seguro, um ambiente propício de vida livre, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Neste ambiente seguro, protegido, tomar a iniciativa, de modo a servir aos outros e ser recompensado por isso, é a melhor forma que uma pessoa tem de se aperfeiçoar enquanto pessoa. O empreendedorismo, fundado no fato de servir ao próximo e ser recompensado por isso, é a melhor forma de formar o caráter de um homem.

3) Ainda que a pessoa não tenha a obrigação de sustentar a sua família, empreender é conveniente, pois há muitas coisas a serem experimentadas. Se você souber produzir algo de valioso para os seus semelhantes, então você será recompensado por isso. E quando digo algo de valioso, isso significa algo que seja realmente edificante, como um bom livro, uma boa música, uma boa comida, uma boa educação.

4) Desde que comecei a trabalhar naquilo que sei fazer de melhor, que é escrever, eu fui muito recompensado, apesar da pouca clientela que possuo. Apesar de ainda ganhar pouco, por estar em começo de carreira, eu pude comprar muitos jogos de computador e muitos livros, livros e jogos esses necessários ao desenvolvimento de minhas habilidades intelectuais. Nunca comprei tantos jogos e livros na minha vida vida - e isso se deve ao fato de que decidi empreender.

5) Sinto que me amadureci muito, desde que comecei a empreender nas letras. Enfim, achei mesmo a minha vocação - agora é só seguir em frente. Quando meus pais partirem dessa pra melhor, ao menos eu terei um teto pra morar e do meu empreendimento eu terei dinheiro suficiente para manter o que vou receber por herança, ao suceder meus pais na titularidade do imóvel.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Notas sobre a necessidade de rezar escrevendo

1) Durante muito tempo, eu tive dificuldade de rezar.

2) Hoje, valendo-me do que aprendi com o Olavo - de que escrever é estar diante de um ouvinte onisciente -, eu achei a solução para os meus problemas: rezarei por escrito. Como escrever é o que sei melhor fazer, então farei isso.

3) Escrever é a projeção do meu ser. Como tudo o que faço se funda no fato de que sou guiado pelo Espírito Santo, então farei isso sempre.

4) A vida online foi a única liberdade que me sobrou - e vou me apegar a ela até o momento em que a vida real não for essa pobreza, tal como temos hoje. E quando falo de pobreza não é pobreza material - trata-se de pobreza de espírito, de lidar com pessoas que nada te acrescentam a não ser aborrecimentos. Quero essa gente longe de mim - e se Deus me agraciar com a amizade real de alguém que conheço online, eu ficarei eternamente agradecido.

Notas sobre uma definição de filosofia

1) Filosofia é explorar o lugar onde você se encontra, de modo a encontrar um conhecimento que te permita compreender a circunstância pela qual você se encontra, a sua experiência de vida.

2) O verdadeiro conhecimento decorre de uma vida reta, de uma fé reta e de uma consciência reta - a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus te permite explorar as coisas de modo a compreender aquilo que é possível, dentro de suas circunstâncias de vida. Devemos experimentar todas as coisas e ficar com o que é conveniente e sensato, uma vez que ficar com o que é conveniente e dissociado da verdade é um tipo de insensatez, coisa que, aliada à malícia, leva à heresia, à mentalidade revolucionária.

3) A vida em conformidade com o Todo que vem de Deus pede necessariamente amor ao caminho, à verdade e à vida, pois o Deus verdadeiro se fez carne de modo a se habitar em nós. Se Cristo é a verdade, então Ele é a realidade, a liberdade. Se devemos estudar a realidade, então estamos estudando uma das muitas facetas de Cristo - e isto é um tipo de cristologia, pois você está estudando algo que decorre do Deus verdadeiro que decorre do Deus verdadeiro, pois este foi gerado, e não criado, da mesma substância que o Pai. Se o Santo Espírito de Deus não for o teu guia nesta empreitada, então você será incapaz de estudar a realidade - a tal ponto que ficará rico de sabedoria humana, dissociada da divina.

4) Não podemos saber tudo - até porque nossa ciência é imperfeita, uma vez que nossa experiência é imperfeita, pois não pode ser repetida tal como fazemos em laboratório, uma vez que o mesmo homem não entra no mesmo rio duas vezes. O todo que vem de Deus transcende a soma de todas as partes - por isso mesmo, o conhecimento de uma parte desse todo deve ser como uma estrada que nos conduz até a porta do Céu, que é a Santa Mãe de Deus, a Virgem Maria. Por isso mesmo, ela será nossa advogada, de modo a que sejamos agraciados com a verdadeira sabedoria, coisa que decorre do Pai.

5) O processo de estudar a realidade é longo e inacabado - quanto mais você sabe, mais você se sente confortável para falar sobre algo que você viveu, pois esta experiência te orienta a fazer o que é necessário e a não fazer o que é desnecessário ou a não fazer aquilo que é errado, fora da Lei Natural.

6) A única forma de adquirir experiência é experimentando as coisas que são realmente duvidosas - e é neste sentido que a liberdade é a prerrogativa para o exercício necessário de modo provar as coisas. O verdadeiro conservador, aquele que conserva a dor de Cristo, só pode provar o sabor das coisas a partir do momento em que Cristo está nele e ele está com o Cristo - e a única coisa que pode fazer com que isso ocorra é na eucaristia. Sem isso, nada mais faz sentido.  Uma vez estando com o Cristo, nosso intelecto se direciona ao Todo, à conformidade com o Todo. Fora d'Ele, estamos sujeitos às paixões e ao erro. Mesmo as maiores potências intelectuais, fora de Cristo, produzem fruto impuro, impróprio.

Alguns cuidados a serem tomados ao escrever - estudo de um exame de caso

1) Nenhum sistema de escrita é completo o suficiente, a ponto reproduzir perfeitamente aquilo que vemos e percebemos de maneira não-verbal.

2) No mundo offline, o que você disser tem um peso - no mundo online, onde a escrita prevalece, o que você falar tem outro peso e está sujeito a diferentes tipos de interpretação, algumas em conformidade com o Todo que vem de Deus e outras fundadas no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

3.1) Digamos que a pessoa numa conversa offline diga que o fato de o Padre Jacques Hamel ter cedido um terreno para a construção de uma mesquita, 16 anos de seu martírio, parte desta máxima: quem cria cobras, cedo ou tarde, termina sendo envenenado.

3.2.1) Isso dá a impressão de que o padre foi mal-intencionado, ao adotar a política de dialogar com gente que está disposta a praticar violência contra aqueles que vivem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, e da vida pacífica fundada nisso decorre o bem comum, coisa que está atualmente em perigo - como se preferiu dialogar a se adotar uma postura de legítima defesa da fé, isso denota um agir pusilânime, coisa que se funda no conservantismo e que leva ao inferno.

3.2.2) Ora, se tomarmos os fatos como se fossem coisa, isso não observa as regras do catecismo, que manda que o bem comum seja protegido e que os agressores sejam impossibilitados de fazer o mal. Como não opor-se ao erro é aprová-lo, então isso acaba relativizando o martírio dele, a ponto de este ser acusado de montanista, de forjar o seu próprio martírio, que será voltado para o nada.

3.3) Por outro lado, há esta interpretação: o padre acolheu os islâmicos com coração puro: deu um terreno para construírem sua mesquita, fez tudo o que a Igreja tem mandado fazer, tomando por base o princípio da unidade transcendental das religiões, tal como se pratica desde cúpula, desde o advento dos papas pós-conciliares: dialogar com eles de modo a que fossem convertidos ao catolicismo. A resposta à bondade do padre foi a ingratidão e o martírio. Como estava celebrando missa, era como se Jesus tivesse sido decapitado por essa gente. Mais do que uma agressão ao padre, houve uma agressão à fé católica e aos sacramentos. E este é o verdadeiro fundamento do martírio do Padre. E com base neste fundamento que me revoltei com aquilo que foi exposto no ponto 3.1, justamente porque isto não estava devidamente fundamentado, além de passar uma má intenção do agente escrevente. Eu não tenho como julgar as intenções do padre, se foram boas ou ruins - como parto do pressuposto de que um padre ama a Deus de todo coração, a ponto de dar sua vida pelas ovelhas, então a tendência é tomar o padre como uma alma pura, vítima dessa gente demoníaca, esses maometanos.

4) No mundo da escrita, você não pode usar marcas ou expressões próprias da linguagem oral - este é um erro muito comum de quem usa a rede social, pois muitos tendem a escrever a primeira coisa que vêm à cabeça, como se estivessem falando. Na escrita, tudo deve ser fundamentado e explicado de modo a que não haja múltiplas interpretações, como de fato acabou acontecendo. Como não conheço o caráter de quem escreve, dado que a rede social é um ambiente impessoal, então não há como julgar se eu fui ou não injusto com a pessoa, pois estava amparado no benefício da dúvida, por conta de não fundamentarem bem a mensagem que se queria passar. Um texto mal fundamentado pode denunciar uma intenção maliciosa do agente escrevente. E na rede social não há como fazer ouvidos moucos - o que é produzido entre os ouvidos pode assustar, o que denuncia um péssimo caráter, mesmo que este esteja mascarado de polidez e postura requintada, refinada.

5) Estou dizendo essas coisas porque sou escritor e já escrevi quase 2400 artigos, ao longo de minha carreira. Eu sempre digo que a fala é o ato mais irracional que pratico - nela, posso falar tolices e bobagens, pois as palavras vão ao vento e são esquecidas. Com a escrita, eu não posso fazer isso - eu estou diante de um ouvinte onisciente. Aquilo que falar de ruim pode e será usado contra mim - e na minha timeline há gente atenta a tudo o que digo. Por isso que exerço este ofício com extrema responsabilidade - se todos agissem da forma como eu faço todos os dias, a rede social seria um microcosmos do que era a universidade na Idade Média. Mas não é isso que ocorre: isto aqui é um campo de batalha, uma trincheira usada na guerra cultural. Foi a única liberdade que me sobrou e uso esta prerrogativa sabiamente.

Um regime virtuoso pede homens virtuosos

1) Sabe o que vai travar a restauração da aliança do altar com o trono, edificada desde Ourique? Os radtrads - eles não são tão caricatos quanto a esquerda que se diz de direita e que anda de uniforme camuflado, tal como ocorre com os militares.

2) São verdadeiros bárbaros que andam de banho tomado; são comportados, refinados, a ponto de agirem como verdadeiros anjos de candura; têm predisposição para a vida intelectual, mas só conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de criar uma nova sola protestante: a sola traditio, como se Deus tivesse morrido no Concílio Vaticano II. E detalhe: muitos deles são pró-monarquia.

3) A presença dessa gente nefasta é um obstáculo à restauração monárquica. Nenhum sistema político funciona sem gente virtuosa. Antes de a monarquia ser restaurada, precisamos de um novo tipo de homem - não este, feito de papelão e cujo coração é feito de pedra, mas aquele que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, capaz de ver a Cristo Crucificado de Ourique tal como vê os elefantes de Aníbal, a ponto de ir servir a Cristo em terras distantes, mesmo que isso custe a vida.

4) Se a cultura do fingimento existia nos tempos de Machado de Assis, então ela preparou o caminho para a República. Então mudemos este tipo de homem, pois isso é um pré-requisito à mudança de regime.

Das causas de pedir remota e próxima, fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus

1) A reação ao mal pede que você tome medidas imediatas, práticas - eis a causa de pedir próxima.

2) O ódio ao mal se funda em algo mais remoto: o amor à verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Eis a causa de pedir remota - ela pede que se guarde os mandamentos de Deus e que nos amemos uns aos outros, tal como o Deus feito Homem nos amou. E a maneira mais eficaz de amar é combater o mal negando tudo aquilo que nega a Cristo Jesus, coisa que se funda no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade - e isso é fora da dor de Cristo, o que relativiza a santidade de todas as coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2016 (data da postagem original).

Notas sobre a atual política espiritual do Vaticano, nas atuais circunstâncias

1) Posso estar enganado, mas acho que o Olavo falou que todos os papas desde o Concílio Vaticano II adotaram teses perenialistas, fundadas no fato de que há uma unidade transcendental das religiões e que todas levam à paz - muitos estão a falar mal de São João Paulo II e do Papa Francisco porque não estudaram o pensamento dos defensores da filosofia. Por conta dessa visão perenialista, adotaram a estratégia do ecumenismo: a necessidade de todas as grandes religiões dialogarem entre si de modo a que todas se unam à fé verdadeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. E esse ecumenismo é muito diferente do ecumenismo libertário, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus em que todos dividem o mesmo recinto religioso, pregam a verdade que quiserem e todos ficam satisfeitos.

2) Talvez o grande erro seja tomar o islamismo como se fosse uma religião - aquilo ali, como já foi dito, é um sofisticado sistema de dominação política e espiritual que usa métodos violentos a ponto de exterminar a religião verdadeira. Dizer que o islamismo é uma religião da paz é um erro grosseiro de conceito - o Alcorão prega violência e seu "profeta" era um crápula da pior espécie.

3) Na monarquia se um Rei é mal aconselhado, mal assessorado, o Rei não é culpado, posto que o seu trabalho é reger a nação de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo - já que se trata de compromisso de meio, não de resultado. Na cátedra de São Pedro ocorre a mesma coisa: estão assessorando o Papa muito mal desde a Cúria Romana. Da mesma forma que o Rei, prevalece este princípio: the pope can do no wrong. O trabalho do Papa, como vigário de Cristo, é cuidar do rebanho. A maior prova é que já houve papas ruins e mesmo assim o mal não prevaleceu sobre a Igreja, pois Cristo não vacilou - afinal, Ele é o verdadeiro Poder Moderador.

4) Enfim, o problema não está no Papado, mas na própria desobediência, fundada no fato de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade. Este é, pois, o verdadeiro problema.