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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O Brasil é um Império e não uma nação

1) Para os EUA serem uma nação, eles precisaram romper com as origens.

2) Os EUA surgiram da heresia do Rei Henrique VIII - este rompeu com Roma e fundou uma Igreja. Como ele passou a ser o chefe político e religioso da nação, o país foi tomado como se fosse religião - e quem não comungava dessa sabedoria humana dissociada da divina tinha que sair da Inglaterra e ir para o Novo Mundo. 

3) Por conta do fato de a Inglaterra ser tomada como se fosse religião, por conta do fato de o protestantismo não acreditar em fraternidade universal, os perseguidos começaram a desenvolver uma república democrática - essa sociedade acolheria o fato de que todos os indivíduos têm a sua verdade - e que isso devia ser tolerado, respeitado, já que o Estado não pode se imiscuir em questões religiosas. E isso foi crescendo até o ponto de os EUA romperem com a Inglaterra e forjarem o seu próprio destino.

4) O Brasil, por sua circunstância, jamais será uma nação como os EUA. 

5) O Brasil nasceu em Ourique a partir daquilo que foi dito por Cristo Crucificado a D. Afonso Henriques. Os portugueses serviriam a Cristo em terras distantes.

6) Em 1500, houve o desdobramento da tradição no continente americano - e a nação, colaborando com os portugueses, começou a crescer e a se tornar mais importante do que o território original da própria metrópole, por conta de sua natureza continental. O Brasil, dentro do contexto do Império Colonial Português, cedo ou tarde seria a sede do Quinto Império. A maior prova disso é que, nos momentos de perigo, a corte portuguesa pôs-se a salva no Brasil, quando Napoleão invadiu Portugal.

7) Para o azar do Império Português, a nefasta influência dos valores revolucionários da Revolução Francesa fincou raízes, a ponto de gerar uma revolução liberal no Porto. Por conta desses valores novos, fundados no amor ao dinheiro, tudo que o Brasil conquistou por conta da presença da corte aqui corria o risco de ser perdido - e a secessão foi necessária. 

8) Os valores da nobreza e da alta cultura que vieram com a corte portuguesa deram base ao Império do Brasil. Mas o grande erro, por conta da influência dos valores da revolução francesa, foi pensar que o Brasil era uma nação independente de Portugal. A grandeza do Brasil decorre da grandeza de Portugal - se Cristo não for visto como a razão dessa grandeza, o Brasil será condenado à mediocridade. Ao romper com os valores de Ourique, ao imitar os valores franceses e ao imitar os valores americanos, o país trocou os fundamentos do antigo regime, que eram edificantes e que durariam até a reunificação eventual do Reino Unido, por uma cultura nula e vazia, totalmente deslocada da razão de ser da pátria.

9) Essa maldita mania que os apátridas têm de imitar o que vem de fora e que não tem nada a ver com a pátria é uma constante em nossa história. O maior exemplo é que a maioria pensa em conservadorismo usando uma base importada, ao passo que eu penso dentro de uma tradição que é nossa, herdada de Portugal. O dia em que pararem de pensar que o Brasil é uma nação será uma bênção. O Brasil é um império e foi feito de modo a servir a Cristo em terras distantes - a verdadeira nação imperial por excelência é o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - e isso não vai mudar.

Notas sobre a cultura do auto-engano e seu impacto no Brasil

1) Questionar a autoridade de Deus é questionar o postulado de que Deus é bom e justo. A Igreja enquanto esposa de Cristo é acessório que segue a sorte do principal. Se a Igreja não erra, isso é um atestado de que Deus não erra - além disso, Jesus garantiu que o mal não prevaleceria sobre ela.

2) Quando os postulados são questionados, então não faz sentido fazer ciência, pois a noção de verdade desaparece. Se a noção de verdade desaparece, então a noção de realidade, bem como o conteúdo que pode ser extraído daí, desaparece.

3) O conhecimento, então, tende a ser apenas tomado por conta de sua aparência, de sua forma. E isso revela uma intenção de dominar e não de salvar. Não é à toa que a salvação pelo conhecimento, pela forma, nada mais é do que falácia, pois é fingimento, auto-engano.

4) Pensar em independência do Brasil, criando uma realidade política e social dissociada daquilo que foi edificada desde Ourique, leva a que o auto-engano seja a ordem do dia. O fato de Machado de Assis ser a maior referência nessa questão é um atestado do que é o quinhentismo, enquanto subproduto do libertarismo: auto-engano.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2016 (data da postagem original).

Sobre a finalidade das teorias puras

1) Quando se fala em Teoria Pura de alguma coisa, geralmente está se referindo ao que Kant tanto prega: estudar a coisa em si mesmo, em sua forma, como se ela tivesse a sua própria verdade.  Isso implica tomar a forma como se fosse uma verdadeira religião, o que é um certo tipo de Sola Scriptura. E não foi por acaso que essa desgraça nasceu em um solo protestante, pois acessório segue a sorte do principal.

2) Toda análise sociológica que toma o fato social como se fosse coisa tende a fazer uma análise pura, sem levar em conta se isso é ou não conforme o Todo que vem de Deus, posto que não há autoridade que nos remeta valores verdadeiros e eternos, base fundamental para se estudar a realidade, pois a bondade de Deus não pode ser questionada, uma vez que é postulado. Tomar o fato social como se fosse coisa diz muito mais sobre a intenção da análise: se os homens querem ser deuses ou afirmarem que nem mesmo Deus vai dinamitar essa verdade, tal como disseram com relação ao Titanic, então isso é um claro indício de desonestidade intelectual. Isso é um atestado de mentalidade revolucionária. Isso é um tipo de confissão.

3) Quando se pensa em termos formais, isso só revela os interesses escusos do investigador ou de um grupo de investigadores de modo a que consigam o poder, ao levar todos os ouvintes a acreditarem que aquilo é mesmo uma verdade, pois esse trabalho se tornou uma espécie de sacerdócio. Enfim, essa investigação, pretensamente científica, não passa de pura falsificação, de fingimento, pois não é conforme o Todo que vem de Deus.

5) Se Kant influenciou no positivismo de Comte e no positivismo de Kelsen, e o Brasil foi herdeiro dessas duas tradições nefastas, então é perfeitamente possível afirmar que isso é a conforme à natureza dos apátridas que nasceram e moram nesta terra, que agem contra aquilo que foi edificado em Ourique. Isso produziu uma cultura que precisa ser extirpada, pois ela prepara o caminho para o totalitarismo comuno-petista.

6) Enquanto essa cultura não for extirpada das nossas universidades, de nossos meios acadêmicos, é perfeitamente possível que o comunismo volte ainda com mais força, pois eles tendem a tratar essa gente com afável cortesia, tal como fez Hayek. E isso não pode ser tolerado.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Notas sobre a lógica jurídica

1) A lógica jurídica ou deôntica leva em conta o seguinte: 

1.1) a lei permite ou não permite determinada conduta; 

1.1.1) Quando permite, essa conduta tipifica como algo facultativo (um direito) ou como algo obrigatório, um dever

1.1.1.1) Quando tipifica um dever, ela estabelece os requisitos legais para o cumprimento estrito desses deveres, assim como uma sanção de modo a punir quem age contra a lei.

2) A lógica jurídica parte do pressuposto de que a lei é a suprema manifestação da justiça, pois nela encontramos os parâmetros necessários modo de a que encontremos a verdade no seio das relações humanas e assim declarar o que é certo e errado, de modo a se fazer justiça. Por conta disso, obedece a uma lógica formal, clássica, de um mundo tipicamente pagão, como foi o grego ou o romano.

3) Em si, isto não está errado. O problema é que, por conta do pecado original, o homem pode escolher estar em conformidade com o Todo que vem de Deus ou conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Deus permite o pecado de modo a que os sensatos compreendam os seus erros e se reconciliem com Deus.

4) Quando governantes ricos em sabedoria humana dissociada da divina assumem o poder, as leis todas obedecerão a essa lógica - e conservarão o que é conveniente e dissociado da verdade. Por conta disso, o que a lei proíbe ou permite se torna algo insensato, pois salta à lógica daquilo que é fundado no verdadeiro, naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. Como Deus é a verdadeira constituição, essas leis são naturalmente inconstitucionais, pois atentam contra as leis de Deus, fundadas na bondade e na caridade.

5) Kelsen, quando olhava para um sistema constitucional fundado na forma, ele adotava elementos do raciocínio clássico pagão, que tomava o fato da lei como se fosse coisa, como se o homem fosse um Deus. Se a lei A da Constituição fosse contraditória na realidade e no seu conteúdo com a lei B da mesma Constituição, para ele não haveria contradição, pois a constituição é a expressão, a forma máxima da verdade, dentro do território da nação, pois a Lei Suprema não tem termos inúteis, mesmo que seu conteúdo fosse contraditório. E o constitucionalismo levaria ao país ser tomado como se fosse religião - e a jurisdição constitucional seria o sacerdócio. Ou seja, o juiz da Suprema Corte seria equiparado a um Papa.

6) É fato sabido que a lógica clássica, ou formal, é falha - ela não abarca a estrutura da realidade, pois o homem é pecador e está sempre em constante contradição, onde alguns conservam o que é bom e sensato, ao passo que outros conservam o que há de mais insensato, ponto de quererem estar no lugar do próprio Deus verdadeiro. Se Deus não for levado em consideração, é impossível encontrar o conteúdo da realidade nas coisas que foram postas e assim encontrar a justiça. Pois o mundo foi criado - e Deus nos deu razão de modo a que investigássemos as coisas, pois estas nos apontam para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

7) Quando se estuda a lógica paraconsistente, nós examinamos se as leis humanas estão em consonância ou em contradição com as leis de Deus. E as leis são produtos de uma ordem que foi edificada em Aliança do Altar com o Trono, tal como se estabeleceu em Ourique, ou a partir da separação da Igreja com o Estado, de modo a que todos tenham a verdade que quiserem, o que edifica liberdade para o nada, tal como se deu nesta República. O Estado, que é um fruto do homem, está sujeito às contradições, pois as instituições seguem a sorte de seu principal, o homem, marcado pelo pecado original.

8) Numa ordem de pecadores, o Estado será totalitário e a apatria será sistemática; numa ordem de virtuosos, a santidade será sistemática e o país será tomado como se fosse um lar em Cristo. O que protege a santidade do país é a permanente vigilância. O católico deve estar sempre atuando na política de modo a que a ordem que prepara para a santidade não se corrompa. A liberdade constitucional, enquanto natural right, depende do fato de que esta ordem precisa estar em conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a ser justa - e isso pede eterna vigilância.

O salvacionismo mata o natural right pela entropia

1) Com X = 0, o que salvacionismo impede é o acúmulo de experiências decorrentes de um natural right.

2) Sem a presença de uma tradição constitucional viva, ela terá que ser reconstituída historicamente - e isso será extremamente trabalhoso. Pois a política leva em conta todas as tensões e contradições da realidade, de modo a que o conveniente e sensato seja preservado, de modo a que as pessoas possam progredir, em termos de ordem, dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) O salvacionismo - a tentativa de se reescrever a constituição dentro de uma ordem instável, sem Deus - é altamente destrutivo, pois favorece a mentalidade revolucionária, por conta da sucessiva entropia, pois mata todas as tensões de realidade regidas pela Carta Constitucional vigente.

Salvacionismo só coloca as coisas no X=0, mas não Y=0

1) Quando você está jogando um videogame, você vai progredindo do início até o final.

2) Nos anos 80, quando não havia cartão de memória de modo a salvar o jogo do ponto em que se parou, você tinha que resetar o jogo. E você voltava tudo à estaca zero.

3) Como política sem Deus é um jogo de guerra de facções, marcado por sabedoria humana dissociada da divina, então a Constituição tende a ser o eixo x da ordem binária, marcado pelo ser e não ser conforme à Constituição, onde do zero até o mais infinito é tudo aquilo que é conforme à constituição, ao passo que do zero ao menos infinito é contrário à constituição. O que salvacionismo faz é jogar as coisas no X= 0, quando se reescreve a constituição, isso toda vez que a fé que decorre do fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade entra em metástase, por conta dos sucessivos pecados humanos acumulados que se tornaram sociais e sistemáticos.

4) Deus é o autor do tempo  - e o tempo, quando rege os atos humanos fundados na Lei Eterna, conserva o que bom, conveniente e sensato. Esses atos jamais serão apagados. Tudo o que se funda no conservantismo sensato é um vir-a-ser conservador, ao passo que tudo que conserva a dor de Cristo pede uma aliança do Altar com o Trono, o que impede o salvacionismo, cujo reset, na teoria dos jogos, só favorece a mentalidade revolucionária, pois dá uma sobrevida aos insensatos que preparam o caminho para a mentalidade revolucionária.

5) A Aliança do Altar com o Trono protege o país do salvacionismo, bem como da não-traição às verdades mais caras do Evangelho.

Mapeando a direita do Brasil: desde a esquerda que se declara de Direita até a verdadeira, fundada naquilo

1) Se tivermos que fazer um mapa da direita no Brasil, teríamos que fazê-lo desde o ponto mais baixo da irrelevância (como são os que idolatram o regime militar, a república golpista, que não passam de esquerdistas que se dizem de direita), passando pelos conservantistas que querem salvar o país adotando fundamentos importados de uma outra república falida, já que são tão protestantes quanto eles, até chegar ao nível da paracompletude, fundada naquilo que foi edificado pelo Cristo Crucificado de Ourique. 

2) Para a paracompletude se tornar real, nós não podemos nos contentar com o que está disponível - é também preciso agir servindo os valores dessa ordem de modo a que o não ser do conservantismo, que leva à apatria e à heresia, se torne ser conforme o Todo que vem de Deus, em que o eu-nacional se case com aquilo que foi fundado na pátria do Céu, edificado desde Ourique. O eu-nacional precisa se casar com o eu-universal - e esta é a verdadeira ordem do ser do mundo português como um todo, pois da Aliança entre o Altar e o Trono nasce a nação dos virtuosos, pois a pátria terrena se torna escola para a pátria do céu, onde navegar é preciso e viver para o nada não é preciso. Eis a ordem da coragem.