Pesquisar este blog

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O industrialismo nasce do modismo, da liberdade para o nada

1) Aqui no Brasil há uma tara pelo desenvolvimentismo - querem colocar indústrias em todo e qualquer lugar, sem se importar com o fato de que a maioria do país nasceu para a vocação agrícola. E essa vocação agrícola é a realidade deste lugar - e se você quer tomar o país como um lar, o primeiro passo é entender a realidade desta terra e o que ela pode produzir de bom, tanto para nós, que a habitamos, quanto o mundo inteiro.

2) A grande verdade é que, onde a agricultura prospera, todas as demais artes e ciências prosperam, incluindo a própria indústria, que vai beneficiar os produtos da terra.

3) Daniel Webster mencionou uma grande verdade: foram os agricultores os verdadeiros fundadores da civilização. E quem colonizou de fato o território brasileiro, de modo a que o país fosse tomado como um lar, foram de fato os agricultores - se não houvesse núcleos povoadores, cuja edificação coube a Martim Afonso de Souza, dificilmente o trabalho de evangelização do país seria feito, o que confirma o que acabei de mencionar no ponto 1.

4) A verdade é que essa tara desenvolvimentista, essa tara progressista - fundada num abstracionismo, num modismo, numa industrialização voltada para si mesma, fundada numa liberdade para o nada -, têm um apelo quase sexual, coisa que só pode prosperar somente através de meios comunicação em massa. E como tal, imoral e fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

5) Enfim, o industrialismo é o sintoma de país tomado como se fosse religião, fruto da mais pura mentalidade revolucionária. Nada de concreto há - apenas modismo. E isso não é bom para o desenvolvimento da pátria, pois não tem fundamento concreto, com base na realidade da pátria.

A relativização do direito de propriedade nasce a partir da distinção entre direito de superfície e o direito de subsolo

1) Quem toma o país como um lar, tendo por base a pátria no Céu, herdará a terra - não só o principal, que é o solo, mas também o que lhe é acessório, como os direitos minerais.

2) Quando se tira a riqueza do solo, ela é trabalhada e usada de modo a servir a toda a comunidade, dando causa ao distributivismo. E isso é usar a propriedade a serviço do bem comum, subsidiando-o.

3) O começo da abolição da propriedade privada começa a partir do momento em que se toma a riqueza como se fosse religião - o que é direito de superfície permanece propriedade privada, mas como uma concessão do governo, por conta de não haver direitos minerais a serem explorados naquele solo. Se houvesse direitos minerais a serem exercidos, haveria desapropriação - e basta se inventar uma alegação quanto a isso de que esses direitos de superfície serão violados, a ponto de tudo estar nas mãos do Estado e nada estar fora dele.

4) E essa distinção entre direito de superfície e direitos minerais começou a partir do momento em que o país foi tomado como se fosse religião, a ponto de esmagar a primeira, que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de maio de 2015 (data da postagem original).

terça-feira, 5 de maio de 2015

Da dificuldade de se vigiar os deuptados com dupla nacionalidade

1) Até onde eu pude saber, a seção eleitoral dos descendentes de italianos para o parlamento italiano abrange os consulados que se encontram no Brasil, no Uruguai e na Argentina. 

2) O grande problema é que boa parte da comunidade italiana habita regiões urbanas bastante desenvolvidas - e com elas se perde o senso de comunidade, por conta da impessoalidade. E com a impessoalidade, com a fragilidade dos laços familiares, decorrente da vida moderna, temos também o fato de não haver uma cultura de se tomar vários países como um lar, pois já há uma cultura arraigada de se tomar o país como se fosse religião - e os deputados esquerdistas se beneficiam dessas circunstâncias, pois a eterna vigilância se torna mais difícil.

3) A única coisa que pode fazer os descendentes de italianos vigiarem todos aqueles que serão seus representantes no parlamento italiano é tomando a terra ancestral e o Brasil como um lar. E para isso eles precisarão ter em algum ponto da vida duplo domicílio, de modo a fazer a articulação e acompanhar as coisas - pois a pátria para eles está fundida com o Brasil - e a questão política para eles é mais complexa, coisa se resolve tomando estes dois países como um lar. E esse é o único remédio contra o internacionalismo comunista que se vale desses eventuais conflitos de nacionalidade, de modo a fomentar Nova Ordem Mundial, atuando na política multinacional.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Por que sou conservador?

1) Quando digo que sou conservador é porque me comprometo a conservar a dor de Cristo nestas terras, pois foi com base na dor, na paixão de Cristo que se edificou uma civilização inteira. E é com base nessa dor, nesse sacrifício perfeito, que tenho liberdade.

2) Dizer que as coisas não funcionam desse modo é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E isso não é conservadorismo, mas conservantismo - e isso é estar à esquerda do pai, no seu grau mais básico. 

3) Se Cristo é o caminho, a verdade e a vida, então eu devo ser conservador e falar as coisas dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus. E devo falar da política com base naquilo que se estabeleceu em Ourique: de que devemos servir a Cristo em terras distantes, como esta Terra Brasilis, por exemplo.

4) A política, tal como ela é hoje, é fruto da mentalidade revolucionária - e tudo o que há hoje é monumento que foi edificado com base na liberdade para o nada. Dizer que o que prego não funciona é tomar esse espectro de realidade como se fosse coisa - e isso só produzirá falsidade ou pseudociência. E isso é justificar o argumento modernista de que as coisas têm sua própria verdade, coisa que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

5) A realidade deve servir à verdade e a verdade decorre da eternidade, pois Jesus é o Juiz da História.

Respostas a um leitor

Um leitor me mandou esta crítica:

Eu, como centrista, tenho em mente de que tudo deve ser ponderado e bem pensado, pois as minorias e até os extremos no espectro politico, devem, sim, ser ouvidos. Queremos democracia, não queremos? Então todos têm voz, voto e direito de participar das decisões - de maneira ordeira e civilizada, é claro. Sem abusos ou preconceitos, sejam eles quais forem!
Eu respondo:

1) Se política é a promoção da caridade organizada, a oposição, para ser conforme o todo, deve criticar as coisas de maneira a que a situação não se perverta, a ponto de decidir as coisas com base na sabedoria humana dissociada da divina, pois a fala é uma prerrogativa e deve e precisa ser usada de modo a se edificar consciência, de modo a que nenhum limite fundado na mais reta razão seja violado. Uma oposição vigilante colabora de modo a que a situação não se corrompa, uma vez que o poder corrompe absolutamente. Neste ponto, um governo de colaboração é crucial.

2) Tanto situação quanto oposição representam o país pelo fato de estarem à direita do pai - e por estarem à direita do pai, o regime de colaboração é marcado pelo parlamentarismo, com monarquia.

3) Existem dois caminhos possíveis na realidade política brasileira: ou o país continua sua trajetória como um Império independente ou volta a ser parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Por isso que faz muito mais sentido uma política fundada na nossa realidade histórica concreta, posto que só temos apenas dois partidos: o partido brasileiro e o partido português. O resto se pauta na liberdade para o nada, coisa que se funda à esquerda do pai, e isso deve ser abolido.

4) Se o objetivo é servir a Cristo em terras distantes, a tendência é que haja uma conciliação de interesses. E a conciliação não se confunde com neutralidade política, como que querem os centristas, pois a neutralidade parte do argumento de que todos têm sua verdade, o que edifica liberdade para o nada, base para a mentalidade revolucionária - e isso não é a posição mais correta a ser feita. E o lugar mais apropriado da conciliação de interesses é no Poder Moderador, pois há nele freios e contrapesos que garantem a alternância do poder, ao longo do tempo e das circunstâncias.

5) Democracia de massas, onde todos têm a sua própria verdade, não é algo que é conforme o todo que vem de Deus, pois edifica liberdade para o nada. O correto é que tenhamos um governo dos melhores e que qualquer pessoa do povo pode ser parte nesse processo - e, para isso, basta que se estude e colabore no processo de fazer com que o país seja tomado como se fosse um lar. A verdadeira democracia, para ser conforme o Todo, é uma aristocracia distribuída a toda a população, combinada com meritocracia e aliança do altar com o trono.

domingo, 3 de maio de 2015

Não dá para se compreender a História do Brasil sem compreender o milagre de Ourique

1) É um ignorante completo todo aquele que alegar que entende perfeitamente o Brasil ignorando o milagre de Ourique. Eu já fui um no passado, mas graças a Deus teve gente que me mostrou o verdadeiro caminho. 

2) Ourique foi o nascimento do mundo Luso, do qual Portugal seria o "velho testamento", enquanto o Brasil seria o "novo testamento" - ambos são parte de um mesmo e sacro livro.

3) Não demorará muito para que os tomam o Brasil independente como se fosse religião fazer perseguições, tal como nos "atos dos apóstolos" - afinal, sofremos mais pela ignorância alheia do que pela perseguição que eles promovem contra nós.

4) E, por fim, chegará a "depuração completa" do mundo luso - a restauração da missão e do Reino Unido fundado nela. O mundo Luso-Brasileiro um dia haverá de soerguer-se.

(Arthur Benderoth de Carvalho)

sábado, 2 de maio de 2015

Sobre o real sentido da aliança do altar com o trono

Eis uma dúvida de um leitor: 

A liberdade "com Cristo, em Cristo e somente por Cristo" não seria incompatível com separação da Igreja com o Estado e com Capitalismo de Estado, nos moldes da Coréia do Sul e com as políticas de governança na internet? Isso seria mau e prejudicial? Se sim, como combater?
1) O sentido da separação do Estado e da Igreja implica que não devemos divinizar um rei, tal como há no Faraó, no tempo de Moisés, em O Êxodo. Isso significa que o rei não tem os dois corpos: o corpo temporal e o corpo espiritual, concentrados em sua única pessoa. A concentração de poderes levaria fatalmente a que o país seja tomado como se fosse religião e a fugir da conformidade com o Todo que vem de Deus, pois o Rei será tomado como um Deus e a ser tomado como se fosse um ídolo - já que sua autoridade decorrerá do nada, da pura e simples dominação.

2) A prerrogativa do Rei não nasce do nada, pois a liberdade não nasce do nada e não vai para o nada - o Reí é escolhido por Deus, de modo a servir bem seu povo, de modo a que ele se mantenha conforme o Todo que vem de Deus e somente de Deus.

3) A autoridade do rei deriva da autoridade de Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida. Se a autoridade do rei é comissionada à autoridade de Cristo, então tudo o que decorrer do Rei terá fundamento no Senhor. 

4) O rei é servo dos servos, pois ele deve ser o primeiro a servir a Cristo perante o seu povo, pois é o primeiro cidadão, o que deve dar o exemplo, de modo a que o país seja tomado como um lar em Cristo. E ao servir seu povo retamente, ele pode ser tomado como o senhor dentre os senhores de seu povo, posto que foi testado e aprovado, por conta do tempo e da experiência.

5) Se o Rei é patriarca no campo local, temporal, o Bispo é patriarca no campo espiritual e universal. O local deve servir à universalidade - e é crucial que haja uma aliança do altar com o trono, pois a natureza das duas autoridades se funda em Cristo e cada uma tem suas próprias características.

Debate que se seguiu depois:

Róger Badalum: Para validar esta teoria, você teria de explicar porque a Espanha faz parte dos PIGS.

José Octavio Dettmann:

1) O que sei é que a Espanha hoje passa por um sério problema de legitimidade.

2) Franco colocou um usurpador no lugar do verdadeiro Rei. E esse usurpador defende idéias liberais. D. Juan Carlos I era liberal e seu filho, Felipe VI, defendeu uma monarquia laica, fundada numa liberdade para o nada.

3) Só por esse fundamento esse rei não tem autoridade nenhuma, pois o país historicamente foi fundado a partir da escolha de ser conforme o Todo que vem de Deus e parte da cristandade européia. E a base toda da União Européia foi fundada de modo a se dar as costas para Cristo. Por isso que esses países todos, que são monarquias corrompidas, são totalitários, pois estão todos contaminados pelas idéias da Revolução Francesa, na liberdade voltada para o nada.

Róger Badalum: Se o problema da Espanha é que Franco colocou um usurpador liberal no lugar do Rei, isso não invalidaria a tese de Monarquia?

José Octavio Dettmann:

1) A verdadeira teleologia das coisas não pode ser perdida - do contrário, ela edificará liberdade para o nada.

2) A monarquia só pode ser alterada ou abolida se a finalidade para a qual foi instituída não for justa ou se corrompeu de tal forma a que ela não tenha mais finalidade alguma perante a eternidade.

3) O que é bom, conforme o Todo que vem de Deus, não se corrompe. A teleologia da monarquia espanhola é boa e tem uma história de bons serviços prestados ao seu povo.

3) Na verdade, quem deve rodar são os usurpadores, no caso todos aqueles que regem o país desde Juan Carlos I.

4) Quando se tira um usurpador e se coloca um rei de modo a servir a Cristo, a teleologia da monarquia espanhola acaba sendo restaurada, pois o poder moderador será exercido com justiça.

5) Quando se coloca um usurpador, os institutos da monarquia ficam pervertidos, de modo a edificar uma liberdade para o nada, base para a mentalidade revolucionária - e esse instituto pode ser abolido, se as coisas não fizerem sentido. E só uma tradição sistemática de reis corrompidos é que dará causa ao fundamento de que a monarquia espanhola - este espectro edificado por Juan Carlos I - é um atraso e isso acaba sendo estendido a monarquia verdadeira, por confusão.

6) Quando se estuda a história de um povo, no caso o povo espanhol, nós perceberemos que a monarquia foi criada de modo a servir a Cristo, na circunstância européia. Só um povo que não conhece sua origem e não sabe para onde vai é que pode dizer que monarquia é atraso.

7) O que se tem na Espanha é um espectro de monarquia, fora da sua real finalidade.

8) Essa monarquia do usurpador deve ser abolida, o quanto antes - e no lugar, a verdadeira - que foi edificada após a queda de Granada, em 1492 - deve ser restaurada.

9) O que é atraso de vida é viver sob a regência de um usurpador, uma vez que a tirania é monarquia corrompida, fora da sua real teleologia. E é isso que ocorre na Espanha.

Róger Badalum: É. De fato estamos entre tiranos e monarquias corrompidas. O x da questão agora seria como lidar com o capitalismo de estado, nos moldes da Coréia do Sul e com suas políticas de governança na internet.

José Octavio Dettmann:

1) O capitalismo de Estado gera uma coisa: impessoalidade. E a resposta à impessoalidade pede pessoalidade.

2) Só com uma base cristã é que teremos a verdadeira pessoalidade. Um indivíduo bem formado, responsável, que serve a Deus e à confiança de seus semelhantes é que pode fazer frente ao mal. Mas é preciso que o mundo seja povoado de gente assim.

3)  Por isso que a vida real, em comunidade, se faz muito necessária. É esse senso de comunidade que precisa ser restaurado.

4) Hoje em dia, o termo está sendo usado para o nada, para justificar algo desordenado e impessoal, que são as favelas.

5) Tiranias corruptas e monarquias corrompidas estão sempre aliadas a oligarcas, que tomam o país onde se reina o Deus do Dinheiro como se fosse religião. Enfim,  o que há nas duas Coréias dão dois nacionalismos, voltados para o nada. Um edificado no Deus do dinheiro, tal como há no Japão e em Hong Kong, e o outro é o totalitário, onde tudo está no Estado e nada fora do Estado - e um serve à existência do outro. E a solução para isso é cristianismo, pois não há outra saída. A reunificação da Coréia pede Cristianismo.

Róger Badalum: Acho que fechou a questão! Parabéns! Vou refletir muito sobre tudo isto!