1) A rigor, as repúblicas da América Central são repúblicas bananeiras - nelas, a economia que norteia a organização política desses países se funda na produção e exportação de bananas. Este é o sentido preciso da expressão, pois nela vemos uma economia de sobrevivência, o que reflete muito a marca de um regime autoritário, despótico que há nesses países, que não dá muita liberdade aos habitantes de estabelecerem atividades mais bem organizadas, de forma a criar uma economia ainda mais complexa, de tal modo que o país ganhe mais dinheiro agregando valor ao produto exportado.
2) Há ainda um um sentido conotativo para esta expressão. Quando a elite política do país é composta de pessoas sem muita fibra moral, que tem medo de dizer o que realmente pensam, que só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, nós temos uma república de bananas. E no final, esta casa será uma casa de noca, onde ninguém manda.
3.1) Em muitos casos, na história de muitos povos, o sentido conotativo coincidiu com o sentido denotativo da expressão, já que nessas repúblicas bananeiras sempre imperou o despotismo.
3.2) Nos tempos atuais, países cuja economia não é centrada na banana, como a América de hoje, são governados por bananas, por homens que não honram o legado das gerações anteriores, sobretudo o dos Founding Fathers da América. No final, aquele país cairá por conta da péssima qualidade de seus homens públicos, visto que eles não têm virtude nenhuma - por isso, não podem estar ocupando o lugar de destaque, o qual deveria ser dado aos mais cultos e talentosos daquela sociedade, já que estes foram relegados a um papel de segundo plano, o mesmo que foi dado aos cristãos durante o tempo das perseguições: o de viverem nas catacumbas.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2021 (data da postagem original).
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