1) Quando era criança, eu li num livro de História do Brasil que os índios preferiam a amizade dos transformadores (franceses, os que traficavam pau-brasil) a dos tubarões (os portugueses).
2) O livro adotava duas teses: a de que o Brasil foi colônia de exploração de Portugal e a tese de que o Brasil foi invadido. Esta segunda tese está começando a ganhar cada vez mais força na academia recentemente, visto que a primeira anda perdendo força. Esta é prova cabal de que o conservantismo da esquerda é pautado por pensamentos duplos: se uma tese é desmontada, a outra assume seu lugar e prossegue o combate por ela.
3.1) No contexto do livro que li, que era um livro de História voltado para a então quinta série ginasial, os franceses tinham uma economia voltada para a indústria do luxo - eles usavam o pau-brasil para criar vestes escarlates, muito usadas pela nobreza, principalmente pela nobreza eclesiástica, no caso os príncipes da Igreja - os cardeais. Por isso, eram chamados de transformadores, de progressistas.
3.2) A indústria de transformação era toda controlada pela guilda dos artesãos - em especial a guilda dos tintureiros. Como atendiam a uma clientela muito rica, o seu negócio era de altíssimo risco. Por isso, a França nessa época tinha uma taxa de juros muito alta naquela época, já que a economia do país estava especializada em atender os interesses da classe governante - o pensamento econômico da época, antes de Adam Smith, era assim.
3.3) Isso certamente acabou desencadeando uma crise que levou à dissolução da economia da guildas durante a Revolução Francesa.
4.1) Se tivermos de trazer a dualidade transformadores x tubarões para os tempos atuais, eu prefiro a amizade dos poloneses, cuja economia é toda fundada na economia da transformação, à amizade com os chineses, esses tubarões que combinam comunismo e capitalismo de modo a criar um esquema de dominação perfeito.
4.2) Os poloneses, quando se santificam através do trabalho, eles são capazes de transformar a realidade do ambiente onde se encontram através do exemplo. Se eles trabalharem com excelência, com diligência e servirem a Cristo usando seus dons em terras distantes, eles simplesmente se tornam a infantaria mais poderosa do exército polonês e de toda a Cristandade. Eles devem ser alados como os anjos e os hussardos - se tiverem esperança e caridade, a transformação advinda através do trabalho virá a cavalo.
4.3) Este é o segredo por trás da fala de Mateusz Morawiecki, quando disse que os poloneses iriam recristianizar a Europa. Afinal, eles são o baluarte da reconquista européia nestes tempos atuais.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2020.
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