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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Sid Meier's Colonization - uma análise do jogo à luz da História

1.1) Quando jogava Colonization (o clássico de 1994, não o Civilization 4 Colonization), eu colocava nas minhas anotações de jogo a função dos povoamentos que fundava.

1.2) Havia povoamentos para lavrar a terra, povoamentos especializados em produzir matérias-primas e povoamentos dedicados à industrialização, os quais tendiam a ser verdadeiras metrópoles.

2.1) Nos povoamentos dedicados ao ato de lavrar as terras, as verdadeiras colônias, eu punha lavradores de modo a explorar os oásis e os trigos situados próximos ao lugar onde fundei a cidade.

2.2.1) Se o assentamento estivesse em zona costeira, eu punha pescadores de modo a aproveitar as regiões ricas em peixes.

2.2.2) Afinal, Jesus não só multiplicou os pães mas também os peixes - com a combinação de ambos, eu formava uma série de colonos livres, os quais costumava mandar para as tribos indígenas de modo a aprender a plantar cana, algodão, tabaco e a caçar animais, por conta do alto valor financeiro de suas peles.

2.2.3) Essas profissões não poderiam ser aprendidas na pátria-mãe, mas tão-somente com os índios - por isso mesmo, essa força de trabalho era essencial para estruturar a economia de todo o território que estava a povoar.

3.1) Se eu tivesse um assentamento com pelos menos 3 colonos, eu poderia perfeitamente mandar construir uma igreja.

3.2) Se pusesse um pregador nessa igreja, ele iria atrair muita gente disposta a vir para o Novo Mundo em busca de novas oportunidades. Como o jogo é muito baseado na história inglesa, a tendência era atrair gente de todo tipo de denominação religiosa desejando poder praticar sua religião em paz, já que essa gente estava sendo perseguida na Inglaterra.

3.3) Com 4 colonos, eu poderia perfeitamente criar uma escola. Os colonos livres aprendiam não só as profissões mais básicas disponíveis na pátria-mãe como também aprendiam todas as profissões que os índios ensinam. Bastava pôr alguém especializado nisso e alguém saía treinado na habilidade, após 4 anos de estudo.

4) Os assentamentos dedicados à produção de matérias-primas eram classificados por estes recursos: madeira, ferro, prata, peles, algodão, tabaco, açúcar e ferramentas. Eu mandava comida de modo a manter esses assentamentos produzindo, uma vez que eram ecossistemas dependentes das colônias. Geralmente, esses assentamentos tinham um colégio, jornais e até uma vida parlamentar.

5.1) Os assentamentos dedicados à atividade industrial processavam todas as metérias-primas em produtos de alto valor agregado. Por conta da elevada concentração de pessoas habitando a localidade, muitos se dedicavam à vida política de modo a poder colaborar na solução dos problemas concernentes da polis.

5.2.1) Por conta dessas experiências políticas adquiridas, muitos acabavam desenvolvendo um senso de amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de quererem se separar da pátria-mãe. Como a Inglaterra é um país protestante e muitos dos que foram morar na América eram refugiados, então a revolução americana torna-se inevitável.

5.2.2) Este era o ponto culminante do jogo - se você conseguisse se livrar da Inglaterra, então você venceu.

6.1) O colonization tinha esse nome porque o conjunto dos assentamentos, dos povoados podia ser reduzido a estas funções, expostas no livro O Príncipe de Maquiavel: promover o enriquecimento do príncipe e promover a glória da Inglaterra, França, Espanha ou Holanda, as principais potências do jogo.

6.2) Todos esses países foram ao além-mar indo em busca de si mesmos - ao contrário de Portugal, que se lançou aos mares para servir a Cristo em terras distantes. Por isso que Portugal não aparece no jogo.

6.3) Acredito que deve ser por isso que José Bonifácio inventou o argumento de que o Brasil foi colônia. Ele, que era maçom, acreditava piamente que o homem era a medida de todas as coisas. Além disso, acreditava piamente que o Brasil, fundado no amor de si até o desprezo de Deus, podia romper com a ordem social fundada em Ourique e criar uma nova ordem social fundada no exemplo da Revolução Americana, a qual se mostrou um verdadeiro fracasso retumbante, não só no Brasil bem como em qualquer lugar que tenha tentado imitar a América em seus atos políticos.

6.4.1) E o pior é ver gente tentando glorificar esse miserável como se fosse um founding father americano. E isso é certamente um tipo de colonização do imaginário, a ponto perdermos a referência do que realmente o Brasil era, por força de Ourique.

6.4.2) Eis no que dá alegar que o Brasil foi colônia - ele assenta as bases da colonização do imaginário de modo a introjetar toda uma falsa história, construída na mentira e à revelia da documentação portuguesa.

6.4.3) Isso mostra que a secessão do Brasil levou à construção de uma comunidade imaginada fundada no amor de si até o desprezo de Deus - no caso, do Crucificado de Ourique. Essa comunidade certamente foi imaginada pelos maçons, uma vez que a liberdade é criada pelas leis do Estado, a ponto de ser tomado como se fosse religião - afinal, tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele.

6.4.4) Não é à toa que essa comunidade imaginada faz com que a liberdade seja servida com fins vazios e que a verdade, fundada na dor de Cristo na cruz, seja relativizada - o que certamente desliga está terra às coisas que decorrem do Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de agosto de 2018.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Notas sobre a adaptação dos portugueses em comparação com a dos franceses

1) Por conta da missão de ir servir a Cristo em terras distantes, Portugal conheceu muitas espécies diferentes de plantas, nos vários continentes em que esteve.

2.1) Por meio de acordos diplomáticos, Portugal chegou a receber mudas e sementes de certas espécies de plantas e árvores frutíferas - por meio da política de sigilo e da tentativa e erro, muitas dessas espécies acabaram vingando no Brasil e em outras terras onde Portugal tinha feitorias e colônias onde lavravam a terra, a ponto de estabelecer um núcleo de povoamento nessas regiões, por conta dessa mesma missão.  

2.2) As colônias serviam de laboratório para essas experiências. Os que tomam o Brasil como se fossem religião julgam estas plantas brasileiríssimas, mas o que eles não sabem é que estas plantas foram aqui introduzidas como conseqüência do trabalho de se servir a Cristo em terras distantes, por conta de Ourique. Afinal, devemos experimentar de tudo e ficar com o que é conveniente e sensato - isso sem falar que devemos proteger nossas descobertas daqueles que fazem da riqueza sinal de salvação, algo que é muito próprio da ética protestante e do espírito do capitalismo.

2.3.1) Cronistas do reino, por conta do processo de povoamento dessas terras, faziam corografias dos lugares e descreviam as plantas nativas, suas propriedades nutricionais e medicinais, bem como retratavam a gente que habitava essas terras. Eles também registravam todo o desenvolvimento das vilas, cidades e freguesias.

2.3.2) Esses cronistas eram considerados diplomatas e estavam proibidos de mentir ao Rei, uma vez que este era vassalo de Cristo - e mentir a ele era como mentir ao próprio Cristo num ato de confissão. Por isso mesmo, as crônicas produzidas por essas cronistas eram consideradas fontes autênticas para se estudar a história da presença portuguesa, por força daquilo que decorreu em Ourique, coisa que é muito negligenciada, quando se estuda a História do Brasil. Todas essas experiências eram registradas e fartamente documentadas.

3.1) As plantas trazidas de um lugar para outro ajudavam no aclimatamento e ajudavam na adaptação do homem branco em terras cujo clima lhe era muito inóspito, sem a necessidade de haver miscigenação. Não é à toa que hortos florestais como La Gabrielle foram parte da política de afrancesamento da Guiana Francesa.

3.2) Quando Portugal tomou a Guiana da França Napoleônica, um horto foi construído no Rio de Janeiro, dando início ao desenvolvimento do bairro do Jardim Botânico. Ao contrário dos franceses, os portugueses tinham o costume de casar seus nobres com as filhas dos chefes das tribos indígenas e dos reinos africanos amigos de Portugal. Ela era, portanto uma política de Estado, a ponto de fazer de Portugal o único império de cultura que já houve, pois tudo isso decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus, da missão de servir a Cristo em terras distantes.

3.3) Esses casamentos sistemáticos, feitos ao longo das gerações, deram origem ao povo brasileiro - um povo nobre, naturalmente adaptado ao clima tropical e trabalhador, a ponto de fazer de seu primeiro trabalho - a extração de pau-brasil - o meio de santificar esta terra sistematicamente, se considerarmos as lições de São Josemaría Escrivá de santificação por meio do trabalho parte do projeto de restaurar a nacionidade da pátria, perdida por conta da famigerada secessão de 1822. Dentro daquilo que se fundou em Ourique, o brasileiro é o melhor povo; fora de Ourique e rico no amor de si até o desprezo de Deus, ele se torna o pior povo que há no planeta.

3.4.1) Essa degeneração foi muito bem retratada em Machado de Assis, Lima Barreto e outros escritores, pois estes viveram uma época em que o liberalismo estava tão radicalmente instalado nesta terra que estava fomentando má consciência nas pessoas, em escala sistemática.

3.4.2) Teses racialistas, importadas de países protestantes, estavam se tornando moda por aqui e influenciaram e muito os trabalhos de Oliveira Vianna, bem como de outros escritores - essas teses  não passam de balela, se restaurarmos o imaginário da pátria naquilo que se fundou em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de agosto de 2018.

Prova de que Portugal não foi uma potência escravagista - o Brasil foi desenvolvido pelos pequenos e médios proprietários

1.1) Segundo o que o professor Loryel Rocha nos aponta em seu vídeo "O Brasil não foi colônia", uma colônia era uma atividade econômica organizada feita de modo a lavrar a terra e estimular outras atividades econômicas organizadas, fazendo com que estas se dediquem a transformar os produtos da terra em produtos acabados e de alto valor agregado, uma vez que o primeiro passo para se servir a Cristo em terras distantes é lavrar a terra, pois é dela que extraímos todas as riquezas, como bem dizem os fisiocratas. Não é à toa que Portugal estimulou o desenvolvimento de seus territórios ultramarinos por força disso.

1.2) Quando essa colônia alimenta as vilas e cidades distantes, e fornece matérias-primas a elas a ponto de terem um comércio bem desenvolvido, ela acaba fazendo com que essas regiões todas sejam tomadas como um mesmo lar em Cristo em seu conjunto, a tal ponto que as vilas e cidades distantes se especializam na transformação de produtos da terra e acabam ficando ricas por força disso, o que atrai mais gente para povoar uma região inteira, em busca de oportunidades de trabalho. E, nesse ponto, o conceito de tomar o país como um lar em Cristo pode ser distribuído para o além-mar.

2.1) Enfim, o povoamento de uma terra distante depende essencialmente dessas duas coisas: de colônias vocacionadas à tarefa de extrair as riquezas da terra e de cidades cuja vocação seja de converter essas riquezas em produtos de alto valor agregado.

2.2.1) Não é à toa que esses negócios eram tocados por famílias que viviam em pequenas ou médias propriedades - e quando tinham servos para trabalhar, eles eram pagos a peso de ouro, a ponto de serem tratados como se fossem parte da família, uma vez que estavam sujeitos à proteção e autoridade do senhor dessas terras.

2.2.2) Afinal, é insensatez maltratar o cativo, pois isso, além de ser pecado grave - a ponto de perder a amizade de Deus sistematicamente -, é também contraproducente, pois só quem concentrava muita riqueza em poucas mãos, como os grandes senhores de engenho, é que podiam fazer isso, já que faziam da riqueza sinal de salvação a tal ponto que não tinham escrúpulos de escravizar gente, uma vez que esses eram vistos de antemão como condenados. 

2.2.3) Esses grandes senhores de engenho, em geral, eram judeus que se convertiam ao cristianismo de modo a evitar serem perseguidos (cristãos novos) ou estrangeiros que praticavam o calvinismo (holandeses ou franceses). Neste ponto, estavam fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.3.1) Os servos que eram comprados desses reinos africanos islamizados eram salvos da morte por meio desse ato de compra, que era um ato de caridade (tanto é verdade que a Igreja salvou muitos desses escravos comprando-os da África e trazendo-os para o Brasil). Quando se convertiam ao cristianismo, esses novos cativos tinham uma dívida de gratidão com seu novo senhor e trabalhavam de modo a poderem indenizá-lo pelas despesas que este teve ao salvá-los da morte certa.

2.3.2) Isso confirma a tese de que Portugal não foi uma potência escravista, como muitos nos fazem pensar, como também confirma a tese do Jorge Caldeira de que o Brasil foi desenvolvido pela iniciativa dos que tinham pequenas e médias propriedades - e não pelos grandes senhores de engenho, tal como está impregnado no nosso imaginário. A maior prova disso é que os documentos da época da abolição falavam em eliminar o elemento servil e não em escravidão, pois no cristianismo ninguém tem poder de vida ou de morte sobre os servos, a não ser o próprio Deus. 

2.4.1) O senhor que tinha um servo tinha que lhe prover o sustento e recursos de modo que ele pudesse se desenvolver e se tornar uma pessoa livre após um determinado tempo de serviço (geralmente 7 anos). Tratava-se de uma servidão por dívida. Isso confirma a tese de que esses escravos, quando pertenciam a um pequeno ou médio proprietário rural, não eram maltratados.

2.4.2) Por conta da vida fundada na conformidade que vem de Deus, que os libertou da escravidão dos islâmicos, muitos dos que vieram para cá como servos faziam uma poupança de modo a comprar a alforria, a qual era paga ao pequeno e médio proprietário de terras, esse bom senhor que os salvou das tribos africanas islamizadas, evitando assim que fossem mortos por essa gente, já que para os islâmicos a escravidão é um direito inalienável.

2.4.3) Essa despesa tinha que ser restituída por uma questão de justiça, pois era mais do que uma dívida financeira; tratava-se de uma dívida moral, uma vez que Jesus remiu a todos os que acreditaram n'Ele com o seu sangue. Eles aprendiam isso quando vinham ao Brasil e se tornavam cristãos, pois o país foi fundado com o propósito de servir a Cristo em terras distantes, por força de Ourique.

2.4.4) Quando os cativos ficavam livres, eles podiam ter seus próprios servos ou voltar para a África, ajudando a desenvolver a tribo da qual faziam parte, não só economicamente como também militarmente. E assim essas tribos ficavam mais resistentes aos ataques das tribos e dos reinos africanos islamizados. 

2.4.5) Esses reinos africanos que tiveram seus súditos repatriados acabavam fazendo pactos defensivos com os portugueses e se tornavam protegidos do Reino de Portugal, uma vez que esses negros alforriados se tornavam diplomatas perfeitos neste aspecto, pois estavam tomando dois lugares como um mesmo lar em Cristo, a ponto de servirem a Ele em terras distantes - e as filhas desses escravos libertos, que acabavam se tornando reis desses lugares, eram casadas com os nobres portugueses, a ponto de fortalecer a relação entre os portugueses e os habitantes da África e da América.

3.1) Quando a chaga do liberalismo começou a dominar o Reino de Portugal, Brasil e Algarves, o país foi sendo paulatinamente descristianizado, desde a famigerada secessão de 1822. Tanto é que verdade que a relação de servidão tornou-se mais cruel, a ponto de o senhor ter poder de vida e de morte sobre os servos e se tornarem seus escravos, uma vez que o homem voltou a ser a medida de todas as coisas. 

3.2) Foi graças à ação dos abolicionistas e de uma princesa muito católica chamada Isabel que esta relação foi de vez abolida, pois o tempo de aboli-la havia chegado e é por conta da vingança desses maçons que o Império foi derrubado de modo a dar lugar a esta república que nos escraviza sistematicamente. Ela perdeu seu trono, mas ganhou a coroa da justiça, a ponto de que devemos tomá-la como santa, uma verdadeira amiga de Deus por força disso.

4.1) Enfim, é por conta do amor de si até o desprezo de Deus que a relação de servidão degrada numa escravidão. Se o senhor tem direitos sobre os corpos dos escravos, então ele pode abusar deles a ponto de morrerem por força disso. 

4.2) Disso até o direito de abusar do próprio corpo, a ponto de pichá-lo com tatuagens e mutilá-lo com piercings, trata-se de um verdadeiro pulo, de uma verdadeira gnose.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de agosto de 2018.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Comentários a uma fala do Augusto Nunes

1) Augusto Nunes disse, n'Os Pingos dos Is de hoje, que Chico Buarque é um grande compositor e, ao mesmo tempo, uma besta quadrada em matéria de política.

2) Eu lembro que alguém, certa ocasião, fez uma postagem aqui no facebook dizendo mais ou menos o seguinte: "Quando Sócrates consultou o Oráculo de Delfos, ele ficou espantado com a afirmação do Oráculo de que ele era realmente um sábio. Intrigado com isso, ele começou a conversar com os artífices. Ele logo percebeu que eles eram muito bons em sua arte, mas eram verdadeiras bestas quadradas em todo tipo de assunto que fugisse à sua competência, como, por exemplo, matéria de política".

3.1) À luz desta postagem exposta, o Chico não passa de um artífice que prepara o caminho para os sofistas, os políticos ligados à mentalidade revolucionária.

3.2) Se falar bem é uma arte, então falar bem sobre qualquer coisa, ainda que conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, pode levar as pessoas a um beco sem saída, quando o assunto é decidir os rumos da polis - eis porque os sofistas eram os alvos das críticas de Sócrates.

3.3) O professor Olavo aponta também que ele não era o autor das músicas que compunha, pois muitas dessas obras foram obras encomendadas (corrijam-me, caso esteja errado). Certa ocasião, já vi alguém dizendo que os livros escritos por Chico são uma bela de uma porcaria. Eu precisaria ler os livros dele para poder ver se essa afirmação procede, mas fica o registro daquilo que ouvi.

4.1) Em todo o caso. se ele usa a arte de bem dizer as coisas em forma de música a serviço da ideologia, então ele é uma forma muito pior de sofista - ele é um intelectual orgânico que fomenta uma cultura revolucionária.

4.2) Não é preciso que as coisas sejam feitas, a ponto de ser um operário em constante construção - tudo o que é preciso é ser um burguês e fazer da riqueza um instrumento a serviço do salvacionismo revolucionário. Basta encomendar uma obra cuja autoria será atribuída a ele, o que é desonestidade intelectual, já que a pessoa não coloca a melhor parte do seu ser em diálogo com o seu ouvinte/leitor onisciente.

4.3) Não é à toa que isso e picaretagem intelectual são quase sempre sinônimos nesta terra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de agosto de 2018.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Sobre o potencial de fazer engenharia reversa num livro de Wordsworth Donisthorpe

Um livro que sinto que devo ler, e fazer uma engenharia reversa nele, é o Individualismo: um sistema de política, de Wordsworth Donisthorpe. Ele era um liberal radical, um anarquista, tão revolucionário quanto é o comunista. Destaco algumas coisas que precisam ser evitadas:

1) Individualismo não é individualidade. Não se pode fazer do homem, enquanto indivíduo, a medida de todas as coisas. Afinal, ele não é Deus, mas criatura que encontra sua razão de ser vivendo a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Eu tenho horror ao individualismo porque ele semeia má consciência nas pessoas, a tal ponto que faz o maior número possível de pessoas inflarem sistematicamente o seu amor de si até o desprezo de Deus. No final das coisas, relativizarão tudo o que é de mais sagrado, a ponto de servirem liberdade com fins vazios, ao conservarem de maneira sistemática o que é conveniente e dissociado da verdade, ficando à esquerda do Pai, ainda que se digam de direita, nominalmente falando.

3.1) Como cada indivíduo é único, o indivíduo é insubstituível. Como indivíduos são seres mortais, então é preciso que haja sucessores de modo a dar continuidade às vocações fundadas nas individualidades mais nobres, a ponto de se prolongarem no tempo. Neste ponto, a individualidade admite tradição - se Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, então tudo o que devemos fazer é imitá-Lo.

3.2) Numa sociedade onde tudo é fundado no amor de si até o desprezo de Deus, indivíduos são trocados uns pelos outros, a partir do momento em que o liberal busca usar a sociedade de modo a colher o maior número de benefícios possível. E isso é violação ao princípio da não-traição, pois usar e descartar o seu semelhante é uma forma de agressão, pois é uma grave ofensa a Cristo.

3.3) A noção de sistema tende a uma gnose, uma vez que você tende a reduzir os indivíduos às suas ações ou omissões úteis, fazendo com que sejam usados, trocados e descartados de modo a se colher ao máximo de benefício possível - e isso é escravidão. E isso é a morte do próprio sistema, uma vez que ele tende a se fechar em si mesmo, a ponto de negar a dignidade humana que é devida a um indivíduo que é especial, uma vez que para os egoístas Deus está morto. E isso é tão verdade que são incapazes de ver Cristo nos outros.

4.1) Eis no que dá a liberdade sem verdade. Uma tirania completa.

4.2) Quando meditei sobre isso, usei elementos de Santo Agostinho e dados da realidade histórica, de modo a retirar a gnose típica dos liberais. Eis aí porque vejo que o esforço de fazer engenharia reversa desse pensamento é válido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2018.

Postagem relacionada: 

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/07/da-individualidade-como-um-dado-da.html

Comentários sobre uma postagem do meu colega Haroldo Monteiro

Por definição, só é uma realidade política aquilo que é simbolizado e entra em tensão no cosmion político. O Morticínio de brasileiros ainda Não Foi Simbolizado até hoje, mas o "assassínio" de gays já foi, a defesa pela "liberdade" das mulheres já foi e etc. Por isso que há hipersensibilidade para essas questões e total indiferença para com aquelas! Uma vez simbolizado, seja uma realidade ou não, o símbolo passa a ser uma realidade política, que entra no cenário da luta política, que nas suas profundidades, não passa de uma luta entre símbolos de realidade!

Haroldo Monteiro

Facebook, 29 de julho de 2018.

https://web.facebook.com/harolalm/posts/2288062821218988

1) Meu colega Haroldo Monteiro mencionou que o símbolo conta muito em política.

2) A ideologia de gênero e outros assuntos do gayzismo são levados fortemente em conta por que já foram inculcados na imaginação das pessoas, a ponto de atuar no simbólico.

3.1) O assassinato de 70 mil brasileiros por ano nunca é levado em conta, até porque o ser brasileiro está todo permeado por falsa história, construída a base de mentiras, principalmente no fato de que o Brasil foi colônia de Portugal. O mal dos revolucionários se expande porque o que é bom, fundado em Ourique, está ausente no imaginário da pátria.

3.2) Para que isto tenha relevância política, esta questão (o que é ser brasileiro?) precisa estar no imaginário da pátria. E naturalmente isto implica tomar o país como um lar em Cristo por força de Ourique.

3.3) Como brasileiro é aquele que extrai pau-brasil - cuja tinta é usada pela nobreza, sobretudo no cardinalato, que tem o dever defender aquilo que custou o sangue dos mártires-, então isto é causa de nobreza, de virtude. Outra aplicação do pau-brasil é que ele é muito usado na confecção de violinos, essenciais para a música clássica, coisa que aponta para o Céu, por ser elemento de alta cultura.

4) Enfim, se o pau-brasil não for visto como uma ibirarama, uma árvore nova e promissora, então ele será visto como uma ibirapuera, uma árvore velha e superada, a ponto de que merece ser destruída. Ou o Brasil acaba com a saúva comunista neste aspecto ou a saúva comunista acaba com o Brasil.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de julho e 2018.

Sobre a natureza liberal (revolucionária) do voto em branco

1) Há quem diga que não votar é menos pior do que mal votar.

2) Que eu saiba, malminorismo é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Não votar é indício de neutralidade - indica que a pessoa não apóia nenhum lado, nem o certo - fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus -, nem o errado - o qual faz tudo estar no Estado a ponto de nada poder estar fora dele ou contra ele. E não se opor ao erro é aprová-lo - tanto é verdade que o lugar mais quente do Inferno está reservado a quem se manteve neutro em tempos de crise.

3.1) Nos tempos antigos, os que se mantinham neutros numa guerra civil eram os primeiros a serem mortos, por força de alta traição.

3.2) Se a amizade é a a base da sociedade política, então é insensatez ser indiferente ao fato de que se deve escolher ser amigo de Deus ou amigo do demônio. E a indiferença revela predileção tácita pelo demônio, o inimigo de Deus.

4) Onde a conformidade com o Todo que de Deus é a base da sociedade, votar em branco indica escolher liberdade fora da verdade, uma opção revolucionária. Isso é passar um cheque em branco para o demônio. Além disso, isto é um atestado de que você é incapaz de decidir naquilo que é grave, o que é um ato de apatria.

5) Assim como há uma guerra entre Deus e o diabo, há uma guerra na cidade dos homens, pois as coisas da Terra estão ligadas àquilo que decorre do Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2018.