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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Se nenhum homem deve dominar outro homem, então nenhuma classe deve dominar outra classe, a ponto de inviabilizar as atividades economicamente organizadas da classe dominada

1) O ideal da República em Roma é que nenhum homem deve dominar outro homem. Da mesma forma nenhuma classe deve ter poder sobre outra classe, a ponto de inviabilizar suas atividades profissionais, tal como vemos atualmente.

2) Se os caminhoneiros param, eles forçam todas as outras classes a parar, forçando um verdadeiro conflito sistemático de interesses qualificado pela pretensão resistida de uma só classe. E caberá ao Estado ter de compor esse conflito de modo que a concórdia seja restaurada.

3.1) Altos impostos inviabilizam que muitos caminhoneiros sejam donos de seus próprios caminhões.

3.2) O banditismo força que muitos troquem o trabalho autônomo pelo trabalho subordinado - se houver uma greve patronal, lockout, eles serão forçados a obedecer.

3.3) O país não tem navegação de cabotagem, nem ferrovias, aumentando ainda mais o poder dos caminhoneiros ou das empresas transportadoras, pois passam a concentrar muito poder em poucas mãos, a ponto de terem poder de vida e de morte sobre aquilo que é feito no país.

3.4) Se você somar tudo isso à ganância, à cultura de riqueza como um sinal de salvação, o caos está feito.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2018.

Quem concentra os poderes de usar, gozar e dispor é capaz de fazer lockout: o caso da greve patronal das transportadoras

1) Como foi dito, o Estado não deve ser forte nem fraco, mas eficaz. O caminho do meio é, pois, o caminho da eficácia.

2) E um dos fundamentos da eficácia se dá em negociar com classes profissionais essenciais à economia da nação ainda quando o problema é um germe, de modo a atender suas reivindicações justas, como vemos com a classe dos caminhoneiros, reintegrando-as ao senso de tomar o país como um lar em Cristo. Durante o governo Dilma os caminhoneiros já haviam parado por conta do preço do diesel. E parece que o pessoal de Brasília ainda não aprendeu a lição - é preciso baixar os impostos de modo que muitos caminhoneiros possam comprar o seu próprio caminhão.

3.1) É sintoma de fraqueza, de anarquia, quando a riqueza se torna uma espécie de salvação de tal maneira que aqueles que concentram os poderes de usar, gozar e dispor em poucas mãos acabem determinando uma greve patronal de modo a parar toda a economia do país, como que num efeito dominó.

3.2) Muitos dos caminhoneiros não são donos dos instrumentos de trabalho - eles são empregados que seguem a ordem do patronato, das empresas de transporte.

3.3) Quem tem esse enorme poder faz do Estado fraco uma religião, pois tudo está no Estado mínimo e nada pode estar fora dele ou contra ele, o que faz do liberalismo uma versão anã do fascismo. E a república brasileira neste fundamento é essencialmente fascista, pois pratica um socialismo de nação, seja no Estado agigantado na sua versão reduzida, mínima. E isso, somado ao que falei no artigo anterior, é um verdadeiro desastre.

4.1) Se todos os caminhoneiros fossem donos dos seus próprios caminhões, jamais haveria uma greve de tamanhas proporções, pois ninguém estaria dependente dos favores do Estado totalitário ou de seu equivalente mínimo. E muito deles não adotariam táticas terroristas aprendidas de grupos como MST ou do MTST, de Guilherme Boulos, a ponto de buscarem um exercício arbitrário das próprias razões, ainda que justas, já que isso é servir liberdade com fins vazios.

5) A carga tributária é altíssima, o que faz com que tudo esteja nas mãos do Estado - e neste ponto eles têm razão. Mas fechar a estrada e impedir que a população comum não possa circular é exercício arbitrário das próprias razões: ou seja, crime. Então, os dois lados estão errados.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2018.

Sara Rozante: Essa inflação é injusta. O prof. Angueth tem um artigo falando sobre esse tipo de abuso.

Notas sobre a conseqüência prática dos 50 anos em 5, de Juscelino Kubitschek

1) Efeito prático da promessa dos 50 anos em 5, de JK: todo o transporte se reduziu à rodovia. Nenhum investimento em ferrovia ou navegação de cabotagem foi feito.

2) Quem fala que República é progresso é "jênio" (com j). Basta que os caminhoneiros tenham consciência de classe e façam uma greve, ainda que com fim justo, que o país pára, com os preços dos alimentos e dos combustíveis subindo até a estratosfera, por conta da inflação de demanda, por conta de nossas falhas de infra-estrutura.

3.1) Enfim, quem governa o país não entende nada de geopolítica.

3.2) Eis a lição que fica: o transporte de bens e de pessoas não pode ficar reduzido à rodovia. Precisamos de ferrovia e cabotagem também (será que esses néscios não percebem nós temos muitos rios?)

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2018.

Comentários:

Eric Fernando: JK era um comunista sem-vergonha, assim como todos políticos são desde 25 de março de 1922, data de fundação do PCB, o partidão. 

Notas sobre a necessidade de uma rede social católica

1) Em tempos de facebook censurando o pensamento sério como se fosse notícia falsa, penso que seria muito mais sensato se houvesse uma rede só nossa, composta por pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2) Uma rede social católica seria uma boa idéia, já que, segundo o professor Olavo, somente o catolicismo ofereceu uma resistência mais séria ao comunismo, por força de sua unidade, já que a união faz força, ao se conservar a dor de Cristo.

3.1) Quem fala em "unir a direita" está mentindo.

3.2) Quem está à direita do Pai já é unido a Ele, pois está conservando a dor de Cristo porque sabe que é livre n'Ele, por Ele e para Ele. Logo, essa direita já está unida há pelo menos 2018 anos e fazendo o que o Crucificado de Ourique nos mandou fazer: servir a Cristo em terras distantes.

3.3) Logo, unir quem conserva a dor de Cristo com quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade é promover a divisão, a insensatez - é exatamente isso que gente como Rodrigo Constantino está propondo fazer.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2018.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Só quem foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem é que sabe nos dizer o que é necessidade humana concreta

1) Só alguém que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem é que conhece as reais necessidades humanas, já que ele é a verdade em pessoa.

2) Cristo foi igual a nós em tudo, exceto no pecado. Por isso, ele é o fundamento para se tomar o país como um lar e para se organizar a produção de modo a construir um legado para as futuras gerações, na forma de um bem comum que faz com que esse senso de nacionidade se torne uma realidade concreta.

3.1) Por isso, toda busca pela verdade leva necessariamente a se imaginar o que Cristo faria se estivesse nas circunstâncias em que estamos hoje, muito diferentes daquelas de sua primeira vinda.

3.2) Se verdade conhecida é verdade obedecida, então a constante imaginação da segunda vinda em diferentes épocas faz com que atualizemos as coisas a ponto de conservarmos o que é conveniente e sensato, sem que caiamos no risco do conservantismo insensato, fundado no amor de si até o desprezo de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de maio de 2018.

Notas sobre emulação, para o bem e para o mal

1) Vamos supor que você deseja jogar um jogo de videogame antigo no seu computador. Você pega um emulador de mega drive, que imitará o comportamento da máquina, embora não seja a máquina, e rodará a rom do jogo de modo a você jogá-lo sem problemas.

2) Um ator, para fazer bem o seu papel, imitará o comportamento de pessoas reais. Vamos supor que o ator faça o papel de um mentiroso: ele emulará todo o comportamento que é próprio do mentiroso dentro dos limites do papel - quando ele não está atuando, ele volta a ser uma pessoa normal.

3) O ator, por imitar diferentes tipos de ser humano, é capaz de compor um personagem de modo a atingir um propósito específico. Ele reproduz tantos modelos que é capaz de criar um modelo próprio, podendo fomentar a possibilidade de um tipo humano que jamais sequer foi imaginado. E nesse ponto, a arte dramática é capaz de fomentar a imaginação.

4) A hipocrisia dos atores pode ser usada para fins pragmáticos, de modo a se conseguir o que se deseja, ao se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E isso em política é altamente desastroso, pois perverte todos os valores.

5) Por isso mesmo, a emulação na política leva à perda da liberdade, pois se as pessoas deixam de estar em conformidade com o Todo que vem de Deus, então o país é mergulhado na desgraça, a ponto de a civilização ser destruída pelos bárbaros, que são islâmicos, já que o fingimento cria um vácuo sistemático de poder, ao relativizar e as esvaziar os valores pelos quais nos fazem tomar o país como um lar em Cristo, fazendo com a liberdade seja servida com fins vazios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de maio de 2018.

O desejo mimético é fundamental para a economia? Notas sobre a emulação e a imitação

1) A mimesis pode ser tanto emulação quanto imitação.

2) Se o desejo mimético é a a base para se organizar o país de modo a produzir riqueza, edificar um bem comum e tomar o país como um lar em Cristo de modo a nos preparar para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu, então o fundamento da imitação é Cristo, que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

3) Se você imita o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, então você está buscando o caminho da excelência. Como o caminho da excelência se dá na amizade sistemática com Deus, então isto é um hábito altamente eficaz, pois o exemplo da santidade é distribuído a todo aquele que o presenciou, a ponto de se tornar uma história digna de ser eternizada por escrito.

4) Se o desejo mimético visa imitar um homem fundado no amor de si até o desprezo de Deus, então a pessoa conservará o que é conveniente e dissociado da verdade. Buscará a riqueza como um sinal de salvação, já que o mundo está dividido entre eleitos e condenados.

5) É do desejo mimético de emular homens ricos em má consciência que muitos buscarão ídolos e bens imaginários que saciem necessidades fundadas no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, que são arremedo de necessidades humanas concretas, como moradia, abrigo, comida e outras coisas. Essas necessidades humanas imaginárias são poder absoluto, riqueza, eterna juventude e imortalidade (e essas coisas são conseguidas tanto por magia, quanto por elixires, rituais satânicos ou por meio de sacrifícios humanos e de animais - e isso basicamente é ineficaz, pois os bens desejados ou prometidos não são entregues, uma vez que é impossível entregá-los).

6) Enfim, o desejo mimético pode levar à vida eterna ou à danação. Por isso, é preferível imitar ao verdadeiro Deus e verdadeiro homem a emular alguém rico em má consciência, fingindo ser o que é não é.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de maio de 2018.