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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Notas sobre os fundamentos de capitalização moral decorrentes do fato de se honrar pai e mãe

1) Toda vez que troco as moedas e esvazio o meu pote, ou toda vez que ganho algum dinheiro com o meu trabalho de escritor, eu costumo ter um pouco de dinheiro em casa para emprestar aos meus pais quando estes mais precisam. E estando na minha mão, a semente fica congelada até o momento em que meus pais mais precisarem dela, de modo a fazer algo para o bem da casa onde moramos.

2) Quando eles me devolvem o dinheiro, eles depositam a quantia emprestada na conta onde tenho poupança.

3) Essa quantia depositada, ao longo dos meses, vai me rendendo juros, vitaminando a poupança.

4.1) Esses juros indicam a gratidão dos meus pais pelo serviço que prestei a eles. 

4.2) Não precisei arbitrar juros - por conta da relação de confiança que tenho com o banco, o banco foi trabalhando pra mim de modo que rendesse juros por força do dinheiro emprestado.

4.3) Isso é o atestado cabal de que o favor que prestei ao emprestar dinheiro para eles teve caráter produtivo - e ao deixar o dinheiro no banco rendendo juros, em vez de me entregá-lo diretamente, foi a melhor prova de amor que fizeram por mim, ao reconhecerem o favor que prestei a eles. Isso é o que dá amar pai e mãe, ser solícito com eles quando estes mais precisarem. É por essas razões que sempre reservo um dinheiro para eles, quando precisam de alguma coisa.

5.1) A economia familiar necessita do dinheiro físico, pois a confiança é uma atitude, uma decisão - um gesto concreto. Por isso o dinheiro precisa ser físico e não abstrato, virtual.
5.2) Como emprestar aos pais é ato de amor, uma vez que honrar pai e mãe tem caráter produtivo, então é sempre sensato que a devolução do dinheiro emprestado se dê na poupança. Além de protegido da inflação, o dinheiro depositado renderá juros - se estivesse na minha mão, estaria parado, não gerando riqueza.

5.3.1) E se o dinheiro que adquiri por meio do meu trabalho foi feito por meio do meu talento de escritor, por conta de ter servido a Deus e ao próximo, então o ato de depositar o dinheiro que emprestei na poupança é atestado de que esse dinheiro não será enterrado, tal como fez o servo mau, pervertendo toda a confiança de seu mestre e protetor, tal como vemos numa das parábolas que Jesus contou, uma vez que ganhar dinheiro pela via do trabalho é custoso - e esse esforço deve ser recompensado.

5.3.2) Se esse mestre é o próprio Jesus e se esse dinheiro decorreu dos esforços da santificação que se dá com o trabalho, então enterrar o dinheiro emprestado é atestado de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade: a falta de inteligência para a vida, que leva a perversão de todo o tecido social, relativizando tudo o que há de mais sagrado. Se a incúria decorre da omissão, então é pecado grave.

6.1) Ter dinheiro em casa é um risco e pode trazer sérios problemas, se vivêssemos numa economia de hiperinflação, como aquela que tivemos nos anos 80. Isso sem contar que em certos lugares é arriscado ter dinheiro em casa, se o lugar onde se mora tem alta criminalidade.

6.2.1) Apesar de todos os riscos, o sacrifício vale a pena, quando se trata de ajudar os seus pais naquilo que se mais precisa para o bem de toda a família.

6.2.2) Afinal, honrar pai e mãe é querer a amizade de Deus - como a generosidade é fundamento da capitalização moral, então os juros dados vão muito além dos rendimentos do banco. Os juros que Deus dará são livres porque ele é magnânimo e generoso - e sei que serei recompensado por isso em algum ponto de minha vida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2018.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Como vencer a dificuldade de falar de si mesmo, essencial para toda e qualquer narrativa autobiográfica?

1) Para falar de si próprio, a melhor maneira é esvaziar-se de si mesmo de modo que você não seja um escravo do amor de si até o desprezo de Deus. Pondo-se como escravo de Deus, você será livre n'Ele, por Ele e para Ele. O que antes era difícil se tornará fácil - afinal, você terá algo de bom a falar, por conta do que fez ou viveu por força dessa circunstância.

2) A alegação de que é difícil falar de si mesmo reside na seguinte realidade: de que ser escravo das próprias razões de modo a exercê-la arbitrariamente por meio de motivos determinantes desordenados, como as paixões mundanas, leva a algo vazio e destituído de sentido, já que a liberdade está sendo voltada para o nada. E o que é vazio e destituído de sentido não produz nada de bom - e se isso for cultivado sistematicamente como se fosse virtude, então isso só acabará produzindo má consciência sistemática, dado que o vício foi confundido com a virtude, por falta de um parâmetro melhor, que foi convenientemente ignorado por parte daqueles que governam uma nação composta de mais de 200 milhões de almas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 2018 (data da postagem original).

De que forma o conservantismo, fundado na mesquinhez, gera um arremedo de cultura, onde o falso é tomado por verdadeiro? O caso do tabu de que tomar leite com manga faz mal

1) Estava ouvindo meus pais comentando sobre um tabu alimentar que há no Brasil foi ensinado a eles pelas mães deles: tomar manga com leite faz mal.

2) Esse tabu surgiu por conta da seguinte circunstância: o leite era um alimento raro e caro - o Brasil estava começando a ser povoado e importar bois e vacas - seja para a produção do engenho, seja para alimentar os habitantes do engenho, devido aos riscos inerentes da viagem oceânica - era caro, já que atender a demanda era complicado. Por mesquinharia, para evitar que os escravos, visto como uma mercadoria e nunca como seres humanos que são, provassem do leite, criaram o tabu de que tomar leite com manga fazia mal. E por ignorância, isso se espalhou.

3) Quando soube do motivo determinante desse tabu, que se dava por força da mesquinhez dos senhores de engenho, eu fiquei revoltado. Jurei a mim mesmo que acabaria com essa cultura, pois o que decorre da mesquinhez é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - e mais grave ainda se isso for conservado conveniente e dissociado da verdade. Ainda que digam "que é uma tradição e tem a sua beleza", eu respondo que nada que decorra de algo mesquinho tem beleza - o que é nefasto hoje será nefasto daqui a dezesseis gerações, ainda que chamem isso de "tradição". Cultivar gerações nessa ignorância é conservantismo. Assim como isso é inaceitável, inaceitável também é a cultura islâmica, onde há a cultura do estupro e a mutilação do clitóris.

4) Ainda bem que meus pais não reproduziram em mim os vícios dessa má consciência produzida pelos seus respectivos pais, quando eles eram pequenos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 2018.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Para progredir, basta conservar o que é conveniente e sensato até conservar a dor de Cristo; quando se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, é preciso trocar a velha ordem da insensatez pela nova ordem da sensatez, seja pela força do arado, seja pela força do Estado

1.1) Quando se conserva o que é conveniente e sensato, você certamente conservará aquilo que decorre de Cristo, que é a verdade em pessoa.

1.2) Se a verdade em pessoa sofreu a paixão e teve morte de cruz, então você conserva a dor de Cristo, a ponto de ser um conservador militante, posto que a Igreja neste sentido também é militante, ao criar uma ponte que liga a Terra ao Céu por meio da eucaristia, já que o cordeiro de Deus foi imolado de modo a sermos livres n'Ele, por Ele e para Ele.

2) Quando se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade por meio de ignorância invencível, você deve confessar seus pecados de modo a trocar a insensatez pela sensatez, restaurar os danos cometidos e a começar a conservar o que é bom e sensato, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. Dito de outra forma, você deve regredir no que é errado para progredir no que é certo - eis o sentido da conversão, pois você sai da esquerda para estar à direita do Pai, já que a metanóia é um ciclo que leva à uma mudança total e radical de vida.

3.1) Quando se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade por meio do fechamento da alma à verdade, a ponto de sabotar tudo o que é bom por meio de violência ou malícia, a questão deixa de ser assunto do arado para ser assunto de Estado, dado que é iniciativa do Estado proteger aquilo que está sendo tecido por força da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2.1) Por essa razão, pegue a espada e elimine todos esses revolucionários que estejam a defender a fé desses bárbaros.

3.2.2) O crime é o microcosmos da guerra - bote o culpado na penitenciária, a ponto de ele só sair de lá até pagar tudo o que deve à sociedade dos homens que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, até o último centavo. Se ele derramou sangue inocente e disso não se arrependeu, derrame o sangue desse infame de modo que o sangue inocente de outras pessoas igualmente inocentes não seja derramado também.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 2017. (data da postagem original).

Novas notas sobre capitalização moral

1) Todo aquele que sabe prova do sabor das coisas de modo a conservar o que é conveniente e sensato, pois nele vê a fumaça do bom direito natural, daquilo que nos orienta a estarmos em conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Todo aquele que prova do sabor das coisas guarda dentro de si a semente que vai ser germinada em solos férteis, em todos aqueles que desejam amar a rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Quando mais ele prova o sabor das coisas, mais sementes ele estoca. E quanto mais pontes ele cria, mais ele é capaz de criar novas sementes ao cruzar uma coisa a outra, criando novos saberes, descobrindo o que antes estava encoberto.

3) Por isso, quando se aprende de alguém que é sábio, você está pedindo um empréstimo dessas sementes a ele de modo a se ter um atalho para poder progredir - afinal, você não perde tempo arrombando portas já abertas. E essas sementes, se plantadas em solo adequado, elas gerarão muito fruto, podendo aperfeiçoar ainda mais as coisas, pois o verdadeiro progresso se dá conservando o que é conveniente e sensato até conservar a dor de Cristo.

4.1) Foi na agricultura que surgiu o conceito de juros.

4.2) Como provar o sabor de coisa é próprio de quem busca o saber, então a capitalização moral está muito relacionada à noção de agricultura da alma - e uma alma cultivada faz com que toda uma tradição intelectual seja construída com base nessa relação de confiança sistemática que se dá entre o mestre e seus discípulos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2017.

Postagens relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2017/12/notas-sobre-agricultura-da-alma-o-caso.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2012/04/comentarios-uma-charge-da-mafalda.html 

Dos graus que decorrem do fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade

1) Como disse Platão, verdade conhecida é verdade obedecida. E disso decorrem duas definições: "o homem é o animal que erra (Aristóteles)" e "o homem é o animal que mente (Kant)".

2) Por força de ignorância invencível, por força de não saber que Cristo é a verdade em pessoa, conserva-se o que é conveniente e dissociado da verdade por erro, por ignorância; quando a pessoa vai se aprofundando na verdade, a ponto de estar face a face com o Filho muito amado enviado pelo Divino Pai Eterno para nos livrar do pecado, ocorre a metanóia - e a pessoa passa a conservar a dor de Cristo e a viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Quando esta pessoa sabe que Cristo é a verdade e que a Igreja que Ele fundou é a sua esposa, então renegar seus ensinamentos é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E, neste sentido, o conservantista se enquadra na definição de Kant: que o homem é o animal que mente.

3.2.1) Como a mente do conservantista é tão feia quanto o diabo, isso é indício de que não é um animal, mas um monstro, a ponto de fazer os homens negarem sua filiação divina - e por força disso, a herança.

3.2.2) Por força da liberdade voltada para o nada promovida por meio do conservantismo, voltam a ser escravos de si mesmos, a tal que ponto que o amor de si é exacerbado até o desprezo de Deus. Eis o retorno do neopaganismo, promovido pela Revolta Protestante, a primeira etapa da mentalidade revolucionária.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 2018.

O homem é o animal que conserva

1) Para Aristóteles, o homem é o animal que erra. Para Kant, o homem é o animal que mente.

2.1) Uma pessoa que não conhece a verdade conserva o que é conveniente. Se ela observa isso com prudência, aos poucos vai provando o sabor das coisas até saber a verdade, que é Cristo Jesus.

2.2) É pela prudência que vai coando as coisas de modo que, dentre as coisas conservadas, ele fique com aquelas que apontam para a serva do Senhor, a Virgem Maria; se não fosse pelo "sim" dela, o segundo Adão não teria vindo.

2.3) É por conta disso que ela se tornou a segunda Eva - a co-redentora, por ser a mãe de Jesus . Se você não imitar o exemplo de ouvir e guardar as coisas no coração, como você conservará a dor de Cristo, sem a qual não há a verdadeira ordem livre entre nós, de modo que Cristo esteja em nós e nós n'Ele através da eucaristia? Afinal, se você não estiver com a serva do Senhor, nada você conservará.

3.1) Cristo é o Messias que veio para nos salvar do pecado. E imitar as feições do Filho da Virgem Maria implica ser como o Messias que vai vir no Natal.

3.2) Conservar é servir - e servir é ser pro-ativo no tecido social composto por todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. E ser pró-ativo implica necessariamente proteger, pois Deus age em tudo e em todos ao tecer um todo orgânico que fique em conformidade com a sua vontade, pois Ele criou as coisas por amor.

4.1) O verdadeiro amigo de Cristo compartilha das dores e das alegrias de seu mestre. Se você não é amigo de Deus, como você enxergará Deus em seu próximo, que foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

4.2) Quando o vassalo de Cristo é amigo de Deus e vê no seu povo a figura de Cristo, ele está pronto para identificar os amigos e o inimigos.

4.3) E é imitando Cristo nos assuntos de Estado que ele vai criando uma civilização, servindo a Cristo em terras distantes e levando todo um conjunto de cidades e regiões sob sua proteção autoridade a ser tomado como um lar em Cristo, de tal maneira que no Rei, o primeiro cidadão de todas essas cidades, seja vista também a figura de Cristo, que é o verdadeiro primeiro cidadão de todas as cidades que crêem n'Ele como seu Senhor e Salvador.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 2017.